Nunca mais acaba este mês de Agosto! Isto é que vai ser penar a bom penar até ao dia 31.
Não estamos declaradamente vendedores, e presumo que só estaremos compradores, dando-se o caso de, eventualmente, vendermos alguém. No entretanto, vamos estando encostadores, vidé os casos do Sapunaru e do Belluschi.
E vamos apanhando diariamente com estórias, como esta agora do Fernando.
Somemos-lhe o João Moutinho, deixem acabar os Jogos Olímpicos, e acrescentem-lhe o Hulk, e não me surpreendia grandemente se, a páginas tantas, tivéssemos também o James a tinir.
Sobre o Rolando e o Álvaro Pereira, nada.
Se há coisa que sempre me fez espécie, é, passe o exagero, a sensação de que alguns jogadores que chegam ao nosso clube, mal desfazem as malas, se é que as chegam a desfazer, estão prontos a aviá-las para rumar a outras paragens.
Na melhor das hipóteses, chegam ao FC Porto, fazem uma temporada em cheio, são campeões, ganham taças e supertaças, até talvez troféus internacionais, e…adiós, adieu, auf wiedersehen, goodbye, que se faz tarde.
É perfeitamente compreensível que queiram ver melhorados os seus salários, que queiram vivenciar outras realidades, outros campeonatos, que procurem outro tipo de desafios, mas caramba, será que estão assim tão mal por cá?
Para piorar as coisas, noutros sítios vejo situações como a do Simão Sabrosa, por exemplo, que reza a lenda, parece que não só estava de malas aviadas, como dentro do próprio avião, e que se deixou persuadir a regressar.
Voltou, jogou como sempre fazia – o ranho na parede do costume – e, se não me engano ainda foi campeão.
Entre nós, por muitos anos que viva, e Alzheimer à parte, nunca me esquecerei das figuras tristes que os senhores Maniche e Costinha fizeram, porque não os deixaram sair na época a seguir à conquista da Champions.
O Bruno Alves e o Raúl Meireles foram versões mais soft do mesmo filme. Mais recentemente, tivemos o Falcao, e bem fresquinhos estão os casos do Guarín, do Rolando e do Álvaro Pereira.
Todos sabemos que não serão portistas desde pequeninos, mas que diabo, o Maxi Pereira, o Luisão e o Cardozo serão benfiquistas desde pequeninos?
Vai na volta, e algum papel para forrar fundos de gaiolas de periquitos, escarrapacha na primeira página que há um clube interessado no Luisão (até à época passada, era todos os defesos!).
Ou no Cardozo. Ou no Gaitán, no Javí Garcia, no Saviola, no Aimar...
A renovação do Maxi deu água p’ra barba. E no entanto, eles lá estão todos.
Os que ainda não foram para outro blog, dada a overdose de coisa ruim que p’ráqui vai, devem estar a pensar:
“Pois é, meu palerma. É que os interesses que a imprensa apregoa nesses jogadores, são tão verdadeiros como as ofertas pelo Hulk, que fazem as manchetes”.
É de facto, bastante provável. Não passará tudo isto de uma maquinação dos jornais desportivos, para valorizar junto do coração crédulo dos adeptos, estes jogadores e a própria direcção do clube, uns porque vão ficando e a outra pelos pretensos esforços providenciais que vai envidando para os prender?
Porque é que, nunca, em tempo algum, algum clube se chegou à frente para contratá-los?
No nosso caso, depois das birras, o Maniche, o Costinha, o Falcao e o Guarín, acabaram mesmo por sair. Portanto, interessados, havia. E os outros?
Os jogadores de futebol são iguais em todo o lado. Se surgir um clube que ofereça um bom salário, tanto faz ser um Cristiano Ronaldo ou um Modric, como um Tiago, um Enzo Peréz ou um Ruben Amorim. Qualquer um nessa posição, estica a corda até à irreversibilidade da coisa.
Os clubes, ao que consta a maior parte deles, não andam a nadar em dinheiro, e ter activos hipervalorizados encostados, não é um luxo de que todos se possam ufanar.
Então, porque será que aqueles jogadores se desviam daquele que seria o padrão normal de comportamento, não só no FC Porto, como noutros sítios? Pois, essa seria a resposta óbvia, mas não vamos por aí, s.f.f.!
Pondo de lado teorias da conspiração, é bastante plausível que os tais “interesses”, não passem de meras efabulações, com uma dose valente de “wishful thinking”.
Só para poder continuar, admitamos que existiam mesmo interessados neles. Estão a ver jogadores como o Luisão, o Maxi Pereira, o Javí Garcia ou o Cardozo, a conseguirem fazer carreira noutro lado, noutro clube?
Quando digo carreira, refiro-me a um lapso de tempo relativamente extenso, e não ficar por lá um, dois anos. Vamos ver quanto tempo aguentará o Cachinhos Dourados em Stamford Bridge…
Eu não vejo. Aquele clube e o nosso futebol são um oásis para jogadores daquele jaez, nomeadamente no campo disciplinar. Onde mais conseguiriam ser levados ao colo como são ali, e queridos pelos adeptos, mesmo quando a única coisa que conquistam são Taças Lucílio Baptista?
Em que outro sítio teriam a grata satisfação de ser presença assídua nas primeiras páginas, ainda que depois acabem a forrar fundos de gaiolas de periquitos?
Onde mais poderiam ser obsequiados diariamente com um tratamento VIP, como se de vedetas se tratassem, apenas porque envergam um equipamento vermelho?
Sejamos honestos: em mais lado nenhum. Estes jogadores não fazem o mais pequeno esforço para sair porque, por um lado, não existem, a não ser na imaginação fértil de alguns, os convites e interesses de que se fala. Por outro, porque ainda que aqueles existam, muito simplesmente, não lhes convém.
Estão perfeitamente adaptados e conformados com o nosso futebolzinho, de trazer por casa, às suas tricas, zangas de comadres e diarreias mentais, confundidas com mind games.
As suas vidinhas desportivas atingem os píncaros, quando, por algum acaso pouco aleatório do destino, almejam conseguir alguma vitória contra o FC Porto. Ah! E as Taças Lucílio Baptista, é claro.
Assim sendo, será tão abjecto o facto de os nossos jogadores quererem “dar o salto” para outras paragens? Não será isso sinal de que recusam o conformismo, e que não se rendem à mediocridade geral?
Se os procuram, não será isso sinal de que têm qualidade, para dar esse salto?
Por muito que me custe, e por muito que apreciasse ver, de vez em quando, algumas provas de amor indefectível à camisola, entre o que temos e vemos, e a rendição à mediocridade, mil vezes antes um milhão de notícias sobre o Fernando no Inter, o Hulk no Tottenham, o Fucile no Anzhi, e assim por diante.
Nota: Apresento antecipadamente as minhas desculpas a todos aqueles, a quem o excesso de vermelhidão deste texto, possa eventualmente ter ferido na sua susceptibilidade. Foi apenas a melhor maneira que encontrei de colocar as coisas em perspectiva…
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