Pois é, foram precisos três jogos oficiais, para, acho eu, finalmente perceber o que queria dizer o nosso treinador, quando afirmava que a pré-época servia essencialmente, para preparar a equipa para o jogo da Supertaça Cândido de Oliveira.
E o que queria dizer, era isso mesmo.
Com os três internacionais brasileiros (Hulk, Danilo e Alex Sandro) nos Jogos Olímpicos, e com os internacionais portugueses (Miguel Lopes, Tolando, João Moutinho e Varela) a apresentarem-se mais tarde no Dragão, pouco mais lhe restaria fazer senão trabalhar com os que sobejavam, preparando-os para conquistar mais um título. Como acabou por acontecer.
O jogo foi sofrido, e não causou grande surpresa ver na segunda parte a mesma asneirada que havia sido ensaiada no jogo de apresentação, ou seja, um ataque com o Djalma e o Silvestre Varela, a jogarem em simultâneo, com o James por detrás, a organizar jogo, que, como então se percebera, estaria fadado ao insucesso.
Entre o jogo da Supertaça e a primeira partida da Liga Zon Sagres 2012-2013, é emprestado o Djalma, numa opção que, confesso, não entendi. Não por causa do que o próprio jogador possa ou não ser ou valer, enquanto futebolista, ainda que pessoalmente prefira um Djalma que dá o que tem e pode, a um artista qualquer que joga quando muito bem quer e lhe dá na real gana.
Estranhei este empréstimo porque o angolano fez praticamente toda a pré-época na posição de lateral-direito, que não é a sua, e em que não lhe agradava jogar, conforme o próprio a dada altura admitiu. No jogo da Supertaça, quando foi necessário reforçar o ataque, foi mesmo a primeira opção, e menos de uma semana depois, acaba a dar com os costados na Turquia. Estranho.
Para Barcelos, já cá estavam os brasileiros. Contudo, tal como escreveu o Jorge, na antevisão do jogo, também a mim me parecia, que mais não fosse por uma questão de justiça, seria de manter a equipa que jogou na Supertaça. O Alex Sandro e o Hulk seriam sempre potenciais candidatos a entrar no decorrer do jogo, consoante as coisas evoluissem.
O Hulk acabou por jogar de início, até porque o Atsu foi jogar pelo seu País à China, ou coisa que o valha, e o Alex Sandro, esse sim, entrou na segunda parte. Com a entrada deste último nos convocados, saiu muito naturalmente o Rolando. Se é a quarta opção para o centro da defesa, os outros três estão a jogar de início, e há mais uma opção para o flanco esquerdo da defesa no banco, que falta é que fazia lá o Rolando?
Por sua vez, a exibição pobre do João Moutinho acabou por explicar a sua não entrada no onze inicial da Supertaça. Isso, ou aquilo que para mim, foi o mais estranho.
O João Moutinho, na véspera de jogar pela Selecção, é suplente na Supertaça, para depois jogar 73 minutos num encontro particular contra o Panamá, e a seguir ser titular contra o Gil Vicente.
Será que esteve a ser poupado para a Selecção? Depois de mais de 2/3 do jogo em campo, quando no FC Porto vinha a jogar 30 minutos, dá-se-lhe a titularidade em Barcelos? Porquê?
Para o terceiro jogo oficial, no Dragão, contra o Vitória de Guimarães, tivemos finalmente a nossa melhor equipa toda disponível. E foi o que se viu. Poderá ser discutível a entrada do Atsu, em detrimento do James, mas, a meu ver, foi a melhor opção. O colombiano não é exactamente um extremo, e é mais um que também já fez saber que gosta é de jogar a "10". Assim sendo, é o substituto natural do Lucho. Logo, entra, quando este rebentar, e será bom que não se queixe.
(Re)vendo estes três jogos, fico com a nítida sensação de que, efectivamente, o Vitor Pereira preparou inicialmente a equipa, apenas para o jogo da Supertaça. Em Barcelos, como é seu apanágio, e quiçá, com o resultado da época passada na memória e o Duarte Gomes no pensamento, entrou com cautelas e caldos de galinha, para depois, no primeiro jogo em casa, soltar as feras.
Para já, o nosso treinador faz-me lembrar o "idiota da aldeia", dos Monty Python. Um arranque de temporada timorato e temeroso, com os adeptos a cairem-lhe em cima, ao melhor estilo da temporada passada, para depois, no Dragão, sacar uma daquelas exibições de ópera, e fazê-los meter a viola no saco. Pelos menos por uma semana. Será isso? Uma semana de cada vez, é o lema?
Vamos ver. Na próxima semana temos o final do mercado de transferências de Verão. Estes sete dias vão ser arrasadores, e nem vale a pena elevar muito as expectativas para Olhão, no fim de semana.
O Álvaro Pereira, já se foi, o Rolando, se não foi, também não conta para grande coisa, e o Iturbe parece, cada vez mais, ser carta fora do baralho. Ficam os que tem esperança de sair, e os que têm esperança que os primeiros saiam.
Jogadores como Miguel Lopes, Mangala e Defour, tendo em conta as opções do treinador, com certeza que já perceberam o seu lugar neste plantel, e não terão grandes esperanças de atingir a titularidade. O que dizer então de um Abdoulaye ou de um Castro?
O fosso que se cava entre os titulares e as segundas opções, começa a tomar proporções descomunais. Pior ainda, depois do 31 de Agosto, saindo um Hulk, um Fernando ou um João Moutinho, decididamente que vamos ter um plantel mais fraco. Mas, não saindo qualquer um deles, teremos, uma vez mais, alguns jogadores que, ou queriam, ou não se importariam grandemente de porventura mudar de ares.
Espero estar a ser pessimista, mas vejo no nosso plantel uma série de jogadores quase sem expectativas de virem a jogar, e outros tantos com expectativas, eventualmente frustradas, de irem jogar noutros lados.
Tudo somado, e acrescentado ainda a gestão atabalhoada dos recursos que tem ao seu dispor, tão característica do nosso treinador, parece-me que apesar de neste momento, termos uma excelente equipa, temos perante nós um belo dum barril de pólvora. Outra vez.
Oxalá me engane.
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