Esta temporada começou bastante equilibrada, do ponto de vista das nomeações arbitrais do Vítor Pereira.
Para os nossos primeiros dois embates, dois árbitros de Lisboa - Duarte Gomes em Barcelos e o Hugo Miguel, no Dragão contra o Vitória de Guimarães. Para o segundo classificado, dois árbitros do Porto – Artur Soares Dias, na recepção ao SC Braga, e Jorge Sousa para a deslocação à outra banda, a Setúbal.
À terceira ronda, árbitros de Setúbal para todos: nós, apanhámos com o João “pode vir o João” Ferreira, em Olhão. A eles, saiu-lhes o Bruno Esteves, na Cesta do Pão, contra o Nacional da Madeira.
Na quarta jornada, o Manuel Mota, de Braga, esteve no Dragão, e o Carlos Xistra, acompanhou as papoilas, no seu salto a Coimbra.
Até aqui tivemos um, chamemos-lhe “critério”, mais ou menos uniforme nas nomeações para os jogos de ambos os emblemas, ou seja, árbitros internacionais para os jogos fora de casa e não internacionais, para as partidas disputadas entre muros.
A excepção foi a ida do SC Braga aos arrabaldes de Carnide, o que até é compreensível, tratando-se, em princípio, de dois potenciais candidatos ao título.
Mete-se a quinta ronda, e a antecede-la eis as declarações do Rui Gomes da Silva, a ditar numa espécie de caderno de encargos dedicado ao Vítor Pereira, os juízes que, já agora, se fizesse o obséquio, aquele se poderia abster de despachar para jogos do seu clube. A saber: Carlos Xistra, Artur Soares Dias, Olegário Benquerença, Pedro Proença, João Capela, Rui Silva e Hugo Miguel.
Duas notas sobre estas declarações. Parece haver lá para aqueles lados, uma certa propensão para a diarreia mental à quarta jornada.
Quem não se recorda, aqui há duas épocas atrás, o apelo encarecido aos adeptos para não acompanharem o clube nas suas deslocações? Pois é, foi também à quarta jornada. À quinta, estava o Vítor Pereira a justificar-se publicamente. Ainda por cima, a coisa parece resultar.
Na altura estavam 9 pontos atrás de nós, e na ressaca de uma derrota em Guimarães. Desta vez, até só estavam a dois pontos, mas aquele empate em Coimbra…Podia lá ser!
Na época passada, também estavam a dois pontos de distância, mas, valei-nos isso, o triunfo em Guimarães, foi o Imodium, que evitou males maiores.
Outro ponto interessante, pelo menos na minha perspectiva, é que dos árbitros arrolados, apenas o Xistra e o Artur Soares Dias marcaram presença no que vai decorrido de temporada, em jogos do dito clube.
E em partidas do FC Porto, só o Hugo Miguel e o João Capela. Interessante também é o caso do Rui Silva, que aparece metido nestes assados quando apenas anda nestas andanças, nada mais, nada menos, que desde a época transacta, e só leva no curriculum dois singelos desafios apitados entre os clubes maiores, mais grandes e afins, cá da terra.
Pronto, ambos tiveram o nosso clube como interveniente, e ambos foram no Dragão (Gil Vicente e União de Leiria), mas daí até à inclusão naquele rol… Coitado, deve estar mais pequeno que o bago de milho!
Terminado este breve parêntesis, voltemos à quinta jornada. O que aconteceu de marcante nessa ronda?
Talvez nada de especial. Ou talvez não.
O certo é que para as idas do FC Porto a Vila do Conde e do outro clube a Paços de Ferreira, ao contrário do que vinha sucedendo até aí, foram nomeados dois árbitros não internacionais, respectivamente, Bruno Esteves e Marco Ferreira.
Por coincidência, ou talvez não, perdemos aí dois pontos, e fomos alcançados no topo da tabela pelo nosso rival, que desde então, nunca mais descolou.
Por coincidência, ou talvez não, nas quatro partidas subsequentes, das quais, do nosso lado, três em casa (Sporting, Marítimo e Académica), foram nomeados um internacional – Jorge Sousa, para o jogo com os viscondes, o que é normal, vista a possibilidade, cada vez mais cedo, mais remota de chegarem ao título - e dois não internacionais – Cosme Machado e Hugo Pacheco.
Para o jogo fora de portas, com o Estoril-Praia, o lisboeta João Capela, de má memória desde Olhão na época passada.
Do outro lado, dois jogos em casa e igual número fora. Para o despique com o Beira-Mar na Cesta do Pão, foi nomeado Rui Costa. Um não internacional e, simultaneamente, o homem que não viu as cenas edificantes protagonizadas pelo protagonista do costume, após o encontro com o Nacional da Madeira. Perfeitamente natural.
Contra Gil Vicente, fora, Vitória de Guimarães, em casa, e Rio Ave, novamente fora, foram indigitados, Vasco Santos, João “pode vir o João” Ferreira e Bruno Esteves. Ou seja, um recém internacional, um internacional e um, até sou capaz de apostar, futuro internacional.
Ora, se o Vitória entrou para o seu jogo no quinto lugar, a que se deve a necessidade imperiosa de termos um portador de insígnias nesse jogo?
O Bruno Esteves, não sendo ainda internacional, havia estado nos Arcos quando nós lá fomos. E deu mau resultado. Agora regressou. Terá sido uma tentativa de equilibrar as coisas? Esperaria o Vítor Pereira que o homem, sendo de Setúbal, tirasse pelos da casa nalgum súbito ataque de simpatia com a indumentária?
Tudo isto são, é claro, meras conjeturas, e devaneios de quem não tem (era bom!), mais o que fazer.
O certo é que, desde o Xistra, à quarta jornada, por incrível coincidência, ou talvez não, a última em que aquele clube perdeu pontos, nenhum dos árbitros ostracizados por Rui Gomes da Silva foi nomeado, e nós já comemos com três, dos quais as recordações que temos não são claramente as melhores: Bruno Esteves, Jorge Sousa e João Capela.
O certo é que qualquer um dos árbitros nomeados para as últimas cinco jornadas daquele clube, e com especial destaque para as duas derradeiras, veste na perfeição às avessas, a fatiota talhada por Rui Gomes da Silva.
É ainda certo, como se destacou amiúde na comunicação social, ao longo do pretérito fim de semana, que o Mona Lisa, terminou de cumprir o castigo que lhe foi imposto como consequência da não agressão ao árbitro alemão.
Sem querer dar demasiada a esse facto, convirá não esquecer que, há não mais que uma semana atrás, aquele elemento era mais importante para o seu treinador, que o Witsel ou o Javi Garcia, ou os dois juntos. Agora, alguém terá dito ao treinador, que talvez essa não fosse a melhor maneira de motivar os que jogam, e já não é bem assim.
Associando as duas coisas, como disse, sem querer dar-lhe mais importância do que merece, não seria de todo desprezível a possibilidade de aguentar as pontas, e não perder pontos, no mínimo até aqui. Seria bem lixado perdê-los logo duas jornadas antes do seu regresso.
Mas isto, é claro, não passam de deambulações paranóicas.
Agora, depois de uma sequência Marco Ferreira-Rui Costa-Vasco Santos-João “pode vir o João” Ferreira e Bruno Esteves, quem será o freguês que se segue para o Olhanense? Soares Dias? Duarte Gomes?
E para a nossa ida à Pedreira? O Olegário, que mais uma vez anda longe das vistas? Ou o Pedro Proença? Ou o Xistra. Ainda não nos tocou o Xistra esta época. Era mesmo ao queres…
Para terminar, só uma breve nota relativamente aos três novos internacionais e ao Bruno Paixão.
Do Hugo Miguel e do Vasco Santos, não há grande espanto. Há algum tempo que se percebia que eram os delfins de Vítor Pereira, e seria uma questão de tempo até ostentarem as insígnias fifeiras. Tal como o Bruno Esteves…
Em 2011/12, não houve promoções, mas na primeira oportunidade, eles aí estão. O Marco Ferreira, a partir do momento em que a Liga está nas mãos de quem está, era perfeitamente expectável que ascendesse à internacionalização.
Quanto ao Hugo Miguel, estranho muito a sua inclusão na lista vermelha. Nas últimas quatro temporadas fez seis jogos da nossa equipa, três dos quais em 2009/2010, época em que nem sequer fomos campeões.
De então para cá, constam mais três, excluindo a corrente época. Dois em casa no pretérito campeonato (Paços de Ferreira e Vitória de Guimarães), e outro em 2010/11, no Funchal, contra o Marítimo. Em todos eles, não me recordo de erros clamorosos a nosso favor.
Má memória a minha, ou lapso do Rui Gomes da Silva?
No que toca ao Bruno Paixão, há quem queira veja na sua despromoção o dedo do FC Porto ou a marca distintiva do seu jugo sobre o mundo da arbitragem.
É compreensível. Porém, recordo que havia por aí quem pedisse muito mais que a sua despromoção.
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