Bem sei que a altura é pouco propícia para aprofundar o que quer que seja para além do recheio do perú, a confecção do bacalhau, as filhós ou as empanadilhas, mas que diabo, há coisas que não se deixam passar em branco.
Que aquele fulano associe o frango do Helton às bolas-na-mão-mãos-na-bola do Alex Sandro, até não deixa de ter a sua piada. Teve o seu quê de bem lembrado, e até espantou por vir de onde veio.
Agora, aquela história da rainha de Isabel…Que raio foi aquilo?!
Logo quando ouvi, não atingi o alcance da coisa, e muito sinceramente, até agora tenho bastas e fundadas dúvidas quanto ao seu sentido.
Os jornalistas da nossa praça, como de costume, ficaram-se pelo soundbyte, e limitaram-se a passar o dichote, sem minimamente o explicar ou comentar. E a turba deliciou-se, como de costume.
Ainda tive a esperança de ver esta questão, dada a sua inquestionável importância, tratada e esclarecida em algum dos blogues de referência, mas, qual quê. Népia.
Entretanto, para alguns, a comparação com a rainha Isabel, pretenderia sugerir tratar-se o presidente do FC Porto, "de uma mera figura de corpo presente".
Será isso? Uma reedição da versão de 2007, do "estrebuchar do morto"?
Nem vale a pena lembrar o que o dito “morto” venceu desde então, e muito menos compará-lo com as vitórias do suposto “vivo”.
É verdade que também foi isso pensei inicialmente. Lembrei-me de um recente Procurador-Geral da República que, reflectindo sobre os seus poderes, disse um dia que mandava tanto no Ministério Público, como a Rainha de Inglaterra, no seu país.
Mas fará isto sentido? Como é que uma “rainha Isabel” ou um “morto” conseguem deter nas suas mãos o controle sobre tanto ou tão pouco, que o último título conquistado é apelidado de “um tributo aos árbitros”?
Quererá isto dizer que acabou o “sistema”? Que vamos deixar de ter no final de cada temporada encerrada com a conquista singela da Taça Lucílio Baptista, as desculpas esfarrapadas do costume?
Querem ver que, apesar das trapalhadas do Paulo Pereira Cristóvão, o eixo em torno do qual gira o controlo do nosso futebol se desviou mesmo para outras bandas?
Hmm! Custa-me a crer que assim seja, e ainda mais que aquele fulano o proclame assim, de forma tão desabrida.
No entanto, que outras alternativas poderemos aventar para explicar aquela comparação?
Ainda me lembrei da viragem do FC Porto para o mercado argentino (e mexicano, mais recentemente!), onde resgataram alguns jogadores das garras de um outro clube, e da questão das Falkland.
Mas isso, para além de excessivamente rebuscado, teve mais que ver com a Dama de Ferro, do que com a Rainha.
Estaria a comparar a longevidade de ambos? Não há dúvida que o reinado da rainha Isabel II, é um dos mais longos de sempre, mas, ainda assim…
Seria uma crítica implícita à sucessão de mandatos do presidente do FC Porto? Assentaria mal a alguém reeleito em sucessivas eleições “enver hoxhianas”, ir por esse caminho. Porém, não seria nada estranho. Mas também não me parece.
Que mais poderá ser? Quereria referir-se ao desespero que os putativos sucessores, tais como os da rainha Isabel, deverão sentir por não verem o nosso presidente arredar-se do seu lugar?
Bem, no caso inglês, o sucessor é apenas um, e está dinasticamente seleccionado. No nosso, que se saiba, ainda não há quem, até à data, se tenha chegado à frente. Logo, também não deverá ser por aí.
Estará apenas, tal como aconteceu em 2009/2010, a tentar passar a imagem de que está na crista da onda, para que esta, submissiva, arraste o seu clube até à babugem da vitória? É possível.
Mas é arriscado. O contexto de 2009/2010, não é o de hoje. Diria mesmo que a conjugação das condições de então, se não é irrepetível, muito dificilmente se repetirá.
Ou seja, por mais voltas que dê, não consigo chegar a uma resposta satisfatória sobre o significado daquela enigmática comparação.
Se não estivéssemos a viver estes tempos conturbados de crise, era capaz de dar uma recompensa a quem me ajudasse nesta demanda. Assim, dada a quadra natalícia que ainda atravessamos, limito-me a apelar ao Vosso melhor espírito de partilha, para dilucidar esta questão.
É que, de outra forma, receio que o homem dos apêndices auditivos protuberantes se fique a rir sozinho, e a minha professora da primária ensinou-me, e nunca mais me esqueci, que quem ri sozinho é palerma.
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