Isto está a ficar quentinho. E a temperatura a descer.
A troca de galhardetes, nos dois sentidos, está interessante. Tem razão o nosso treinador, quando diz que se chegar ao Porto com um empate, os adeptos não ficarão satisfeitos. Pudera, estão mal habituados!
Está também correcto, quando diz que sempre que vamos jogar à Cesta do Pão, o nosso adversário está sempre no topo da forma, no pináculo dos píncaros. Mas, e quando é que não está?
Não tem tanta razão, quando diz que, apesar disso, saímos sempre de lá com uma vitória. Aí a razão assiste ao outro lado. Assim como quando vai buscar os 12-2, de 1942, ou quando constata que, neste jogo, só se disputam três pontos. Nada ficará decidido.
É verdade. Mas ainda assim, o nosso rival tem muito mais a perder do que nós. Caso vença, fica com seis pontos à maior, que poderão ser apenas três, cumprida que seja a nossa obrigação na partida em atraso contra o Vitória setubalense. É pouco para quem ainda deverá ter presente o exemplo da época passada, e ainda vai ter de jogar no Dragão.
Em caso de derrota, ficamos empatados, com um jogo a menos, e o tal (re)encontro da penúltima jornada da Liga, marcado para a nossa casa.
Dito isto, aposto que amanhã os de vermelho vão entrar numa toada mais conservadora do que é usual.
Além disso, o treinador do "outro lado", diverte-se a fazer alterações de última hora, na equipa e na estratégia, de cada vez que lhe toca defrontar-nos. Quem não se recorda da memorável colocação do melhor defesa-central a defesa-esquerdo, com o intuito de travar o Hulk?
Ou seja, desconfio que amanhã não teremos uma cavalgada desenfreada em direcção à nossa baliza, a partir da primeira apitadela do árbitro. Imagino que, dentro do conservadorismo que antevejo, o Prof. Doutor Rei da Chuinga irá deitar mão aos seus homens de confiança.
Na baliza e na defesa, o habitual: Artur; Maxi, Luisão, Garay e Melgarejo. A história das dúvidas quanto à utilização do Luisão já se conhece de ginjeira. Quando há dúvidas, há última da hora surge sempre uma recuperação miraculosa.
No meio-campo, o Sálvio e a nova grande descoberta, ou grande nova descoberta, o Matic, estarão garantidos, e acompanhá-los, aposto no Enzo Perez e no Gaitán.
Ambos pelo mesmo motivo: a opção conservadora inicial. As alternativas seriam o André Gomes, que tendo em conta o seu frustrado passado portista, é bem capaz de ser mais um daqueles casos, como o Hugo Vieira ou o Fábio Coentrão, que fazem dos jogos contra o FC Porto, as razões de ser das suas vidas, e o Ola Jonh.
Tanto um, como o outro, mais correria e nervo, do que cabeça. Ora, até eu, se me obrigassem a estar do "outro lado" - e teria que ser muitíssimo obrigado! - era capaz de notar que a nossa equipa tem um Lucho, que dura 60-75 minutos, e ainda é capaz de ter um Izmaylov, que ninguém sabe o que irá dar, para além de um banco, que não acrescenta muito aos onze que inicialmente entrarem em campo.
Assim sendo, ao "outro lado", mais vale esperar que se esgotem as forças, antes de enviar a brigada de cavalaria ligeira. O Gaitán, nesse aspecto, será sempre preferível ao Ola Jonh.
Também por este motivo, aposto que quem vai fazer companhia ao Cardozo, que vai jogar, sem a mais pequena dúvida, não será nem o Lima, nem o Rodrigo. Depois de ver a notícia que o dá em negociações com um clube das arábias, tenho para mim que quem vai alinhar de início é o Pablo Aimar.
O treinador parece ter uma admiração e uma confiança inesgotável nele. É o jogador que gostava de ter sido e nunca lá chegou... Enquadra-se perfeitamente naquela que julgo, será a estratégia do nosso rival e, teoricamente, coloca-nos mais dificuldades na transição defesa-ataque, do que o Lima.
Para a segunda parte, aí sim, vem a cavalaria em força.
E do nosso lado?
Na realidade, não há muito por onde escolher. Sabendo que o Izmaylov e o Sebá fazem parte dos convocados, coloco duas hipóteses: a hipótese conservadora, que pouco ou nada mexe com a sacrossanta estrutura habitual da equipa, e a minha.
Na primeira, a equipa do costume dos últimos tempos: Helton; Danilo, Otamendi, Mangala e Alex Sandro; Fernando, João Moutinho e Lucho Gonzalez; Jackson Martinez e Varela.
O décimo primeiro elemento, neste caso, e tendo em conta os comentários do nosso treinador, sobre o estado da arte do Izmaylov, era capaz de apostar que o 15 será titular. Joga-se no efeito surpresa, e o russo aguenta até onde aguentar, e sai para entrar o Defour.
Porém, há a hipótese de o Vítor Pereira estar a fazer bluff. O homem é de espinho, o casino e tal, não é de afastar essa possibilidade. Assim sendo, teríamos o Defour, o Sebá e o Kelvin, para o lugar. Nesse caso, quase de certeza que jogará o Defour, ainda que dos três, pessoalmente, depois do jogo contra o Setúbal, preferia o Sebá.
A minha escolha, implicava algumas mudanças, que nem por sombras irão acontecer: Helton; Danilo, Otamendi, Abdoulaye e Mangala; Fernando; João Moutinho e Alex Sandro; Varela, Jackson Martinez e Lucho.
Passo a explicar. O lado direito deles, é sem dúvida o mais forte, com o Sálvio e o Maxi Pereira. Daí, o Mangala à esquerda, para assestar logo nos primeiros minutos, uma valente ao Sálvio, e o Alex Sandro, para por em sentido o Maxi, não me parecem demais. O Lucho, jogando livre, com um trio de meio-campo atrás de si, poderia aproveitar o espaço nas costas do uruguaio, para entrar.
Do outro lado, o Varela, ainda que não esteja em forma, tacticamente chega para intimidar o Melgarejo, e o Gaitán, com a propensão que tem para internar-se, ajusta-se na perfeição ao Danilo.
Quanto ao Abdoulaye, como disse no último texto, gosto do rapaz, e acho-o capaz de meter o poste paraguaio no bolso.
É claro que a nomeação do João "pode vir o João" Ferreira, pode tornar tudo o que ficou para trás, perfeitamente irrelevante. Como é possível? Sim, distraiam-se a investigar os observadores, investiguem toda a gente, e não investiguem quem nomeia os árbitros.
Do João "pode vir o João", não se espera mais que o normal. Já provou ser um homem de firmes príncipios, como militar que é, e o seu clube acima de tudo. Não me preocupa muito por aquilo que é, e o que é capaz de fazer, preocupa-me sim que está em fim de carreira, e como tal, não tem nada a perder.
Seja como fôr, dê lá por onde der, o que interessa é que amanhã, pouco depois das dez, se apaguem as luzes na Cesta do Pão!
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