Não gosto de comentar aquilo que não vi ou não conheço, nem de falar ou escrever, apenas pelo prazer de tal.
Acrescento a essa característica uma boa dose de refinado masoquismo. Ninguém é adepto do FC Porto no Algarve, se não tiver o seu quê, muito razoável, de masoquismo.
Dito isto, tenho a confessar que, depois de tanto alarido à volta do nosso jogo na Cesta do Pão, e de ler opiniões tão divergentes, consoante a cor dos óculos de quem vê, fiquei curioso e com bastante pena de não ter visto mais que os trinta minutos finais da partida, e ainda assim, mal e porcamente.
E claro, qualquer uma arbitragem do João “pode vir o João” Ferreira, é sempre um momento trágico-cómico a não perder.
Levando tudo isto em linha de conta, predispus-me ao penoso sacrifício de tentar ver o jogo, em diferido, naquele canal que faz jus à designação de "rádio-televisão".
Sem som, obviamente. Talvez com um discurso do Enver Hoxha ou do Hugo Chávez, a dar ambiente à coisa. Sim, eu sei que não é saudável, e que é um desporto demasiado radical para quem já entrou nos "entas", mas há que viver a vida!
O raio é que a retransmissão estava agendada para ontem, a partir das 18h00. Como não estaria por casa a essa hora, deixei a gravação agendada no aparelhómetro do MEO. Cheguei ao remanso do lar, feliz e contente, porque já tinha o que fazer à noite, depois de deitar os miúdos. Ligo a box e vou directamente para as gravações.
Népia! Nada. Uma porcaria qualquer daquelas que por lá passam. “Ó que caraças! Querem ver que alteraram o horário!?”
Toca de ir ver na programação se daria noutra altura qualquer. Salvo! Vai dar, de novo, a partir das 00h09. Porreiro. Vá de pôr aquela coisa a gravar, que a essa hora não dá para ver coisas sérias.
Acordo de manhã, e quando consigo chegar ao pé da televisão, vou à bendita da listas das gravações. O que lá estava ainda era pior que o de ontem.
“Aqui há gato!” Percorro a grelha de programas, nada, niente, zilch! Se a memória não me falha, ainda estava prevista uma retransmissão para hoje, às 08h00, e não era a última.
Em compensação, pude constatar que ainda vai ser possível ver uma repetição do jogo com a Académica de Coimbra, para a Taça Lucílio Baptista, e a partir de amanhã, quem quiser seguir de perto o campeonato grego, esteja à vontade.
“Foi um jogo entre duas grandes equipas, um grande espectáculo. Existe frustração no nosso balneário porque queríamos a vitória. Vamos continuar a pensar jogo a jogo. João [“pode vir o João”] Ferreira fez uma grande arbitragem” - Luís Filipe Viera
Portanto, “um jogo entre duas grandes equipas, um grande espectáculo” e “uma grande arbitragem” do João “pode vir o João” Ferreira, não merecem ser vistos pelo público daquele canal, e são banidos da grelha de programas?
Será para poupar os adeptos ao sentimento de frustração que se vivia no balneário? Não seria estranho, vindo de quem noutra ocasião, também lhes pediu para não acompanharem o clube nas deslocações, para não serem “lesados económica e emocionalmente”?
“O que os olhos não vêem, o coração não sente”
É certo que um canal privado não está obrigado a prestar um serviço público.
Caramba, quando é o próprio Governo que retira os jogos da Liga Zon Sagres da lista nacional de eventos com interesse público!
Mas, esqueçam-se de mim, o seu público, não estaria interessado em rever esta partida?
O que é que vão fazer quando passarem a transmitir em directo os jogos do clube, e a coisa não corra pelo melhor? Espetam com a mira técnica no ar, e “Pedimos desculpa pela interrupção. A emissão segue dentro de momentos”?
Que estupidez a minha! Só vão dar os jogos em casa, nada haverá de correr mal!
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