Lembram-se do Cajuda, do alto do seu saber de experiência feito, a dizer no final do jogo em que empatou conosco em pleno Dragão, que "a inteligência é uma qualidade que Deus não distribuiu de forma equitativa"?
Pois é, o homem tem carradas de razão!
Talvez alguns tenham estranhado a falta de notícias cá por estas bandas ultimamente. Outros terão apenas ficado aliviados. Seja como for, sinto que devo uma satisfação a todos quantos passaram por aqui à procura de novidades, ou que eventualmente, o possam fazer no futuro.
Não, a pausa não se ficou a dever a uma qualquer falta de inspiração, nem de assunto. Passou-se apenas que este vosso amigo resolveu pedir transferência do serviço onde tinha estado nos últimos cinco anos.
Admito que tenho um feitio difícil de aturar, mas se há coisa para que não tenho paciência é para aturar chefes de merda.
Ora, fôra este que vos escreve um gajo inteligente, como alguns o pintam, obrigando-o a mudar de vez em quando de babete, e teria desconfiado da facilidade com que superiormente, anuiram ao seu desejo. Mais ainda, deveria ter tido em conta que todas as mudanças por que até agora, passou na sua vida profissional, seguiram um padrão bastante definido: foram sempre para pior.
Ou seja, fui parar àquilo que poderemos chamar um poço sem fundo de trabalho!
Quem diz que não se trabalha na Administração Pública, deveria ver este sítio. Só para lhes dar uma ideia, ainda que provavelmente, não reze a missa a metade, direi apenas que a expectativa que me deram, é a de que vamos levar os próximos quatro meses a recuperar trabalho atrasado.
[portanto, isto quer dizer que efectivamente houve alguém que não trabalhou, e aqui o pato foi-se enterrar no buraco que esse alguém cavou. Que tal para inteligente?]
Aqui há umas semanas o Fernando Kosta, do Kosta de Alhabaite, falava num comentário, do «quanto é difícil manter "vivo" um espaço de tertúlia».
Aproveitar a hora do almoço para escrever qualquer coisa, passou a estar fora de questão. Passar num raio de 200 metros do edifício onde trabalho pode-se revelar catastrófico, quanto mais ficar lá dentro.
À noite, em casa, a última coisa que me apetece é sentar-me frente ao computador. Ainda assim faço-o, que mais não seja para ver o que os colegas da bluegosfera vão escrevendo.
A forma como a época tem (des)evoluído nos últimos tempos, também não resulta exactamente motivadora. Correndo o risco de também ser apodado de "ratinho", que se esconde por detrás das opiniões de outros, socorro-me das palavras do Thumper:
"if you can't say something nice don´t say nothing at all"
ou, se preferirem, nas da inolvidável Edith Bunker:
"least said soon's mended"
E pronto. Aqui fica esta justificação que entendo ser devida, e que só não foi feita antes porque fiquei na expectativa remota de que as coisas estabilizassem, e porque queria escrever algo de arromba para a despedida. Não dá. Não consigo, por isso fica assim.
Não quero com isto dizer que é o fim do Azul ao Sul. Nem por sombras. Simplesmente não consigo prever quando é que conseguirei retomar uma actividade mais ou menos regular, e não quero defraudar quem quer que seja.
Se porventura com esta decisão vou desiludir alguém, creiam que não é de ânimo leve que o faço.
Deixo-os com uma música que está na moda, e que expressa (pelo menos no título) aquilo que gostaria que fizessem por mim...
Até à vista.
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