Sexta-feira, 11 de Dezembro de 2009

Os Inimputáveis

Há palavras que não se nos atravessam o caminho por uns tempos, e depois, de repente, quando menos se espera, saltam-nos para a frente dos olhos, e ainda por cima com direito a repetição.

 
A palavra “inimputável” andava arredada há muito tempo do meu vocabulário. E eis quando senão, subitamente, a Dr.ª Maria José Nogueira Pinto resolve, em plena Assembleia da República, na Comissão Parlamentar da Saúde, resolve classificar de “inimputável”, um seu colega, deputado do PS, a quem previamente havia chamado “palhaço”.
 
Dou tanta importância ao que diz a Dr.ª Zézinha, como ao que diz o “monsieur” Platini, mas, dá-se a circunstância de uns dias antes, o Rui Oliveira e Costa, no “Trio d’ Ataque”, ter utilizado o mesmo epíteto, aplicando-o ao Cachinhos Dourados do Benfica.
 
Daquilo que me recordo da cadeira de “Princípios Gerais de Direito”, “inimputável” será aquele que, sendo dotado de personalidade jurídica, por algum motivo, vê limitada a sua capacidade jurídica, a pontos de não poder ser responsabilizado pelos seus actos.
 
Entre os motivos para tal, recordo-me, por exemplo, da insanidade, o encontrar-se sob influência de álcool ou estupefacientes ou a prodigalidade.
 
No caso da Dr.ª Nogueira Pinto, parece-me por demais evidente que pretendeu aplicar a palavra, no seu sentido jurídico, com enfâse nos motivos para a inimputabilidade. Rui Oliveira e Costa aplicou-a no sentido de que, faça o que fizer, o Cachinhos Dourados não é punido.
 
De facto, o jovem jogador benfiquista deve estar em vias de bater, não um, mas dois recordes, detidos de há longa data, pelo seu ex-colega Petit, e que são o número de jogos que completou, mas em que devia ter sido expulso (ou pelo menos, “amarelado”).
 
A primeira marca vem ainda da época em que jogava no Boavista, e foi campeão nacional, e o segundo, mais recente, da Liga Sumaríssima, oferecida ao Trappatoni.
 
Nos últimos jogos, o Cachinhos Dourados tem conseguido baldar-se à cartolina encarnada, com uma pinta desmarcada.
 
Não me lembro em que jogo foi, mas houve aquela simulação de uma falta na grande-área, tão mal engendrada, tão mal feitinha, que só por isso, devia dar vermelho directo. No caso, era o segundo amarelo, e ia para a rua.
 
Depois foi o jogo com o Sporting, onde também fez o suficiente para ir tomar uma banhoca mais cedo. E foi? Nem por isso.
 
E agora, no jogo com a Académica, são-lhe perdoados dois penáltis, logo, mais dois cartões amarelos, e mais uma expulsão. Não me venham dizer que na jogada com o Sougou, que foi o Cachinhos que afastou a bola pela linha final. Comprem óculos!
 
Na jogada da segunda penalidade, posso estar enganado, mas dá-me a ideia de que são dois os jogadores da Académica que são derrubados, com puxões na camisola. Claro que lá há-de vir alguém dizer que o primeiro jogador dos estudantes cai para cima do Cachinhos, que se desequilibra, e arrasta o segundo jogador.
 
Obviamente que sim. O Pai natal também está quase a chegar. Foi mas é uma tolice do Cachinhos, que se têm saltado com os academistas, e deixado as mãozinhas no bolso, ainda era capaz de ver o árbitro assinalar falta a seu favor, por saltarem dois para um.
 
Mas a inimputabilidade vai seguir para bingo. O SLB já fez questão de fazer saber que, apesar dos quatro amarelos do Cachinhos, que o colocam à beira de ver o próximo Benfica-FC Porto da bancada, bastando para isso ver a quinta cartolina amarela no próximo jogo em Olhão, não vai ser poupado contra o Olhanense.
 
Para quê poupá-lo? Se até aqui não levou os cartões que merecia (e se calhar, se os tivesse levado quando devia, agora não se falava disto!), vai levar agora neste jogo?
 
Qual é o árbitro que vai ter t… para fazer isso? O Artur Soares Dias? Benfiquista dos sete costados, que até parece ter uma predilecção por expulsar jogadores do Olhanense?
 
Se lhe dá o quinto cartão, está comprado pelo FC Porto. Se não, é normal. Já são tantos os que não o advertiram. Foi uma forma subtil e airosa de colocar o árbitro sobre pressão. Vamos ver se será eficaz.
 
Pessoalmente, preferia que ele jogasse e, se tivesse que ser castigado, que fosse expulso no jogo contra o FC Porto. Enfim, o Euromilhões também parece que sai, de vez em quando... 
 
 
O pior é que o Cachinhos, não é o único. O Cardozo continua a utilizar os cotovelos a torto e a direito. Mais uma cotovelada valente no jogo com a Académica. Cartão, seja de que cor for? Népia!
 
Se tem sido expulso tinha ficado apenas por um golo marcado. Se retiramos os golos que marcou em jogos em que devia ter sido expulso (nas duas primeiras jornadas, por exemplo), naqueles em que não devia ter jogado por castigo, e os que foram obtidos através de penáltis mal assinalados, tinha tantos golos como o Falcao.
 
Mas não interessa. O que interessa é que ele lá está, e tem mérito por isso.
 
O Aimar é outro. Há alguma regra que impeça a amostragem de cartões amarelos nos primeiros minutos do jogo, se o árbitro não for o João Capela, o jogo não for o Benfica-Leixões, e a jogada tiver por intervenientes o Aimar, em vez do Pouga?
 
No jogo com o Sporting, o Pablito fez falta para amarelo, logo aos três minutos de jogo. Aliás, como belo rato que é, é useiro e vezeiro neste tipo de situação (para além dos mergulhos acrobáticos) – os árbitros não mostram amarelos nos primeiros minutos, e ainda menos a jogadores do Benfica.
 
No meio disto tudo, vá lá que o Maxi está mais contido esta época.
 
E ainda têm lata de falar dos vermelhos não mostrados ao Raúl Meireles e ao Bruno Alves, e das faltas do Adrien, que, diga-se em abono da verdade, eram para vermelho directo, tanto uma, como outra.
 
Assim, não admira que as estatísticas mostrem que o Benfica é a equipa menos faltosa da Liga. Pudera. Com as faltas que os árbitros se esquecem de assinalar!
 
Depois temos os “mergulhadores”, que também lá vão andando, cantando e rindo, inimputavelmente.
 
Teve piada, na jornada anterior quando o Fucile, para gáudio (e alívio) dos benfiquistas simulou um penálti, e o árbitro foi na cantiga. Mas qual é o motivo para tamanha alegria? Quando já tiveram uma catrefa (ou caterva, se preferirem) de jogadas-daquelas-em- que-o-Aimar (e não só!)-lhe-dá-na-real-gana-e-atira-se-ao-tapete?
 
Deviam era iniciar uma equipa de mergulho acrobático. Espinha dorsal não lhes falta: Aimar, Saviola, Di Maria e Ramires. Correcção. O que lhes falta mesmo é coluna vertebral!
 
Há uma diferença abissal entre o penálti do Fucile e os outros do Glorioso. Como se costuma dizer, o Falcao escreveu direito põe linhas tortas, e não marcou.
 
Portanto, tendo em conta que não foi golo, e que não houve cartão amarelo para o jogador do Rio Ave que cometeu a pretensa falta, a influência do lance no desfecho do jogo foi zero. Podem dizer o mesmo, os vermelhuscos?
 
Dito isto,
 
 
 
Força Olhanense!

Nota: Cachinhos Dourados – é a tradução para português do Brasil, de “Goldylocks”, na versão inglesa. É uma história infantil: “Cachinhos Dourados e os Três Ursos”. Se quiserem saber mais, estejam à vontade.
 

 

música: Can't touch this - MC Hammer
publicado por Alex F às 11:42
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