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Azul ao Sul

Algarvio e portista E depois? O mar também é azul...

Azul ao Sul

Algarvio e portista E depois? O mar também é azul...

O Burro fora d’água

23
Dez09

Desconheço a origem da expressão “dar com os burros na água”, mas sei perfeitamente o que significa. Significa que não se alcançou aquilo que se pretendia.

 
A propósito do Benfica – FC Porto, ouvi comentários que sublinhavam a diferença de atitude entre os treinadores dos dois clubes. Jorge Jesus esteve o tempo todo à chuva. E, como quem anda à chuva, molha-se, apanhou uma valente molha.
 
Jesualdo Ferreira, pelo seu lado, pouco ou nada terá saído do banco, e nem se teria molhado. Para se ganharem jogos não é preciso apanhar constipações, ainda para mais nestes tempos de gripes alfanuméricas. Por isso estas diferenças de comportamento para pouco mais servem do que para evidenciar o tipo de envolvimento emocional de cada um daqueles treinadores no jogo.
 
Jesualdo mais contido, mais cerebral e mais frio. Jorge Jesus, mais impulsivo e instintivo. Talvez tenha sido por aqui que o FC Porto, desta vez, começou a perder o jogo.
 
Quando vi a equipa inicial do FC Porto, e me apercebi que ia jogar o Guarín, no lugar do Belushi, e que o Varela ficava de fora, perdi grande parte da vontade de ver o jogo. Não por causa do Guarín, coitado. Apesar de agora virem com as estatísticas dos jogos em que ele foi titular e o Porto perdeu (Chelsea, Marítimo…).
 
Faz-me espécie que o treinador do FC Porto precise de tempo para construir uma equipa, para afinar os processos, as transições rápidas, ou como se dizia até há pouco tempo, os automatismos, e depois, cada vez que vem um jogo mais complicado, tira o jogador que é titular nos jogos, teoricamente, mais fáceis e mete o Guarín.
 
Se não serve para os jogos fáceis, porque é que há-de servir para os difíceis? Para reforçar a capacidade defensiva do meio-campo? O próprio Guarín, quando cá chegou e quiseram fazer dele um dos putativos substitutos do Paulo Assunção, disse que aquela não era a sua posição. Que em França costumava jogar mais adiantado. Tudo bem que os jogadores devem estar preparados para jogar onde o treinador manda, mas a natureza de cada um é a natureza de cada um.
 
Portanto, não é por aí. Não se percebe esta opção do Jesualdo Ferreira. A não ser se, fazendo jus à sua maneira de ser, e sendo conhecedor, como o Mundo em geral, que o Benfica costuma entrar forte no jogo, tenha querido tentar segurar o primeiro embate, para mais tarde, como acabou por ter de fazer, mas em desespero de causa, lançar o Belushi. O que, naquele terreno…não parecia de todo recomendável, e é claro, deu com os burros na água.
 
A não inclusão do Varela na equipa inicial, é outra opção que não compreendo. O Silvestre Varela tem vindo a funcionar nos últimos jogos, como o revulsivo da equipa portista, e agora, com o Benfica fica de fora, porquê?
 
Vendo o alinhamento inicial das duas equipas percebe-se facilmente que o Jorge Jesus, por motivos de força maior, fez duas substituições directas de jogadores: o Aimar pelo Carlos Martins, e o Di Maria pelo Urretavizcaya (cruzes, canhoto, que nome!). De resto, retiradas as diferenças em termos da valia técnico-táctica individual destes dois jogadores em relação aos que não jogaram, tudo na mesma.
 
Como dizia um professor meu de Economia, na hipótese “ceteris paribus”.(1)
 
Assim foi o Benfica. Jorge Jesus não alterou um milímetro, em termos tácticos, a postura da sua equipa, o que lhe conferiu, desde logo, quanto a mim, alguma vantagem, nomeadamente no plano ofensivo.
 
Porquê? Por causa do Saviola. Com uma frente de ataque composta por Urreta, Cardozo e Saviola, os dois primeiros davam-se à marcação quer do Fucile, quer dos centrais do Porto. O Saviola, a jogar numa posição mais interior, e com as suas movimentações tanto para a linha, como para a retaguarda, era um previsível bico d’obra.
 
Como deslocar o Fernando para a marcação, destapava caminho ao Aimar (se jogasse), ou ao Carlos Martins, a alternativa era convencer o Álvaro Pereira a vir dar uma ajuda ao centro da defesa, acompanhando as movimentações do “Conejo”. Ora, sendo o Álvaro Pereira, um lateral sul-americano, esse não é um movimento que lhe é muito familiar. Se lhe pedirem para fazer o flanco todo, ainda vá que não vá. Agora vir marcar para dentro do terreno, tá bem, tá.
 
Logo, por aqui o FC Porto, estava já mal parado. Jesualdo, aparentemente, ao preterir o Varela, terá pretendido copiar este dispositivo ofensivo do Benfica. Ou seja, uma frente de ataque assimétrica, constituída pelo Cristián Rodriguez, junto à linha, à maneira do Urreta, pelo Falcao, ao centro, como o Cardozo, e o Hulk, em posição equivalente à do Saviola.
 
Acontece é que, para o César Peixoto, que até já tem uma valente rodagem, vir fazer a cobertura para o centro do terreno, não é um tão grande sacrifício (na volta, até agradecia), como para o Álvaro Pereira, e como do lado contrário não havia um médio organizador de jogo, até tinha o auxílio do trinco, quando o brasileiro se internava pelo centro do terreno.
 
Além disso, o Hulk está incrivelmente horrível esta temporada. Ao contrário do Saviola, que até pode não aparecer no jogo, mas, normalmente quando aparece, é decisivo, como se viu.
 
Quanto a mim, que não percebo nada disto, pareceu-me, à anteriori, e agora, ainda mais, à posteriori, que teria sido preferível o FC Porto abdicar do Falcao, e jogar com o Hulk a avançado de centro, mantendo o Rodriguez, e colocando o Varela na outra ala.
 
O Hulk, apesar de tudo, é menos estático que o Falcao, e, em princípio, deixava os centrais do Benfica sem uma referência para a marcação. Ou por outro lado, obrigava o Cachinhos Dourados a andar a correr atrás dele, para trás e para os lados.
 
Nas laterais, os dois defesas ficavam manietados pelos extremos portistas, e com o Belushi em campo (ou o Mariano, ou quem quer que fosse, que subisse no meio-campo, com mais a propósito que o Guarín), talvez desse para aproveitar algum espaço deixado vago pelo Javi Garcia, que ficava na trajectória das movimentações do “Incrível”.
 
Isto foi o que pensei antes do jogo, e um dos motivos do meu desânimo quando vi a equipa que ia jogar.
 
Jorge Jesus manteve a sua postura táctica, foi coerente com os princípios de jogo que escolheu para a sua equipa e teve sucesso.
 
O prof. Jesualdo modificou a equipa para adaptá-la ao adversário e deu com os burros na água. Não digo que tenha tido medo, mas teve um respeito exagerado pela equipa do Benfica. Um respeito que, diga-se, aquela ainda não merece.
 
Um respeito que, infelizmente, se pegou aos jogadores, como no lance do golo do Benfica, em que o Helton, com a jogada a decorrer, se foi inteirar do estado do adversário que estava caído quase dentro da sua baliza.
 
O Benfica não parou o jogo, e claro depois veio o golo. Nestes jogos, não há tempo para essas mariquices. Ainda para mais quando o adversário é o Maxi Pereira. Está caído, azar, logo se levanta. Não se esperam complacências do outro lado.
 
E foi por aqui que nasceu a derrota. O Jesualdo parece estar a conduzir as coisas para aquele estado em que estavam há uns anos atrás, em que o respeito e a deferência pelos adversários (para não dizer outra coisa!), faziam com o FC Porto se desse por derrotado logo que cruzava a ponte.   
 
Não foi pelo árbitro. Apesar de todas as asneiras feitas. É claro que na jogada que antecedeu o golo, o Urreta recebe a bola, claramente em fora-de-jogo.
 
É menos claro que a jogada entre o Hulk e o César Peixoto seja pénalti. Agora, de uma coisa tenho a certeza, a ser falta não é por nenhum encosto ou “chega p’ra lá” de braços ou ombro do jogador do Benfica, como os lampiões querem fazer passar.
 
O que se passa, passa-se junto ao relvado. É aí que tenho dúvidas se é efectivamente o benfiquista que toca a bola para fora, e se é, o que não me parece, se não toca antes o pé do Hulk, ou coloca o seu à frente, rasteirando-o.
 
Vi várias repetições do lance, e esta última hipótese parece-me plausível. Agora, na parte superior do corpo, não há, de facto, falta nenhuma.
 
Quanto às mãos na bola, a do Cardozo é quase imperceptível, e não me parece motivo para castigo máximo. A do Rodriguez, é bradar aos céus.
 
Ainda continuando com o Rodriguez. O lance em que dizem que devia ter sido expulso. Concordo que é um lance aparatoso, mas se experimentarmos vê-lo em tons menos rubros, vê-se que o jogador do FC Porto vai lançado em corrida, e aparece-lhe pela frente o armário do Javi Garcia, que ainda por cima, parece preparar-se para entrar ao lace de pé por cima.
 
O jogador portista fez por proteger-se, e que eu saiba não tentou aleijar o do Benfica, nem atingi-lo violentamente. Houve um embate, forte, é verdade, mas em corrida. Não me pareceu haver maldade, e por isso, acho que o amarelo foi bem mostrado. Como seria o vermelho, se o pénalti tivesse sido marcado.
 
Mas, como disse, não foi por aqui que o FC Porto perdeu o jogo, ao contrário do que deu a entender o prof. Jesualdo. Quanto a mim, verdadeiro motivo para queixa, que se vem repetindo ao longo de toda a época, e que talvez tenha contribuído para a opção inicial do treinador portista, é a complacência dos árbitros para com as faltas cometidas pelos benfiquistas nos primeiros minutos dos jogos.
 
Uma vez mais a parcialidade foi evidente. São faltas, faltinhas e faltonas. E o Jorge Jesus, esperto, sabe que é assim, e tem a sua estratégia de pressão alta montada (também) em função disso.
 
Quando os árbitros deixam, há que aproveitar.
 
Resumindo, apesar de noutras situações já o ter defendido (no jogo contra o Chelsea, em Stamford Bridge, por exemplo), o grande Burro, no meio disto tudo foi o treinador do FC Porto, o prof. Jesualdo Ferreira, a quem, um pouquinho de falta de respeito pela instituição Benfica, não fazia mal nenhum.
 
Do género daquela que abespinhou o Nuno “não-cuspas-no-prato-onde-comeste” Ribeiro, por exemplo.
 
Doutra forma, vai continuar a dar com os burros na água, ou como neste desafio, a mandá-los para a água. Eles que até são os menos culpados, e ele, sequinho, sequinho, como os rabinhos com fraldas Dodot.
 
Votos de Boas Festas para todos. Um Feliz Natal, e um Bom Ano Novo, se cá não voltar antes...
 

Nota: uma ideia parva da minha parte, e não só, e com alguma pena, por causa do Olhanense: que tal, agora em Janeiro, chamar de regresso às Antas, o Castro, que está a rodar em Olhão, para fazer o papel do Raúl Meireles, e pôr o Raúl Meireles a fazer de Lucho Gonzalez?
 
Será que o Raúl ainda não atingiu um estado de maioridade (futebolística), que lhe permita deixar de ser um “sidekick”, para passar a ser uma figura principal?
 
Além disso, preocupa-me a pouca utilização dada a jogadores como Farías, Valeri ou Prediger. O Farías, psicologicamente, já nem deve existir. Quanto aos outros dois, se em anos anteriores, os reforços demoravam algum impor-se, era compreensível, porque ainda que os colegas que jogavam não fossem muito melhores do que eles, a equipa funcionava.
 
Agora, nem isso, e dá-me a ideia que esta situação vai gerando algum mal-estar no plantel, porque, bem ou mal, são jogadores "seleccionáveis" pelo Pibe.
 
O Prediger, então, se é tão bom como diziam, merecia uma oportunidade. É que o Fernando faz o papel do Paulo Assunção, mas na construção de jogo é uma unidade a menos. Talvez fosse de estudar uma alternativa, para ver se aquele meio-campo carbura.
 
Nota2: Onde é que estão o alarido, e as faixas de campeão de Inverno, que no ano transacto fizeram questão de atribuir ao Benfica, do sobrinho da Lola Flores? Até já ouvi dizer que o Benfica tinha sido campeão de Inverno "ex-aequo", com o SC Braga. Espectacular!
 
Nota3: Ainda bem que o "steward", selvaticamente agredido pelo Sapunaru e pelo Hulk (bastava o Hulk, para ser uma agressão monstra!), segundo as notícias, já apresentou queixa do ocorrido às autoridades policiais. É que assim talvez se venha a saber, porque carga d'água é que o dito estava numa zona, que, em face dos regulamentos da Liga, lhe estava interdita. Se dependesse do Conselho de Justiça da Liga, o mais provável seria os jogadores do FC Porto serem castigados, e isso nunca se vir a saber. Ai, ai, o Benfica e os túneis, os túneis e o Benfica. Isto é mesmo de roedor!
 
Nota4: a música que escolhi inicialmente foi o “Looser”, do Beck. Fundamentalmente, com o pensamento no prof. Jesualdo Ferreira (e sem esquecer o José Gomes).
 

Mas como, tanto um como outro, até já ganharam umas coisas, optei por outra, mais a puxar ao sentimento.

 


1 Altera-se a variável que se quer estudar, partindo-se do pressuposto de que todas as demais mantêm o seu comportamento inalterado.

 

Apito Dourado ou Viagens Morgado

19
Dez09

Eu sei que isto não é assunto para levantar em vésperas de um Benfica - FC Porto. Aliás, se tivermos em conta a ampla cobertura jornalística de que a situação foi merecedora, ou seja, quase nenhuma, mais valia estar quietinho, caladinho, que é para esquecer.

 
Mas não resisto. Não sei se se aperceberam, talvez não, tendo em conta o que disse antes, mas o Jorge Nuno Pinto da Costa, Presidente do FC do Porto, foi absolvido das acusações que sobre si impendiam no “Caso do Envelope”, incluído no pacote Apito Dourado.
 
Só para recordar, este Caso tinha que ver com o árbitro Augusto Duarte, e o envelope que a Carolina Salgado afirmou que este recebera, na casa do Presidente do FC Porto, poucos dias antes deste clube defrontar o Beira-Mar, em partida que viria a ser arbitrada por aquele juiz.
 
Também já tinha sido arquivado pela Relação, o "Caso da Fruta", relativo ao árbitro Jacinto Paixão, e ao jogo com o Estrela da Amadora.
 
Portanto, sem honras de noticiário, primeiras páginas, livros publicados ou filmes sem realizador, Pinto da Costa está em vias de se ver livre do Apito Dourado, ficando tão somente pendente de recurso do Ministério Público sobre esta última decisão, para o Supremo Tribunal de Justiça.
 
Faço minhas, com o devido respeito, as palavras de Carlos Abreu Amorim, no "Blasfémias", e aproveito para perguntar se, como revelou em tempos, o Público:
 
“A magistrada Maria José Morgado afirmou hoje que a equipa de coordenação do processo Apito Dourado já efectuou 65 interrogatórios, fez 38 diligências externas de recolha de prova, 12 perícias e percorreu um total de 32.910 quilómetros”
 
E, se todos estes quilómetros, nestes dois casos, que estavam encerrados e foram reabertos por iniciativa da magistrada Maria José Morgado, e da sua equipa-maravilha, serviram para o que serviram, quem é que vai pagar as ajudas de custo e os quilómetros percorridos nas diligências efectuadas?
 
A conta vai para o mesmo sítio que a do Carlos Calheiros, ou vai para os lados da Luz?

O Ruim Cagador

18
Dez09

 

O meu Pai, quando eu procurava justificar os meus insucessos, nomeadamente os escolares, porque, como volta e meia se ouve argumentar, “não se encontravam reunidas as condições necessárias para…”, ou por outras palavras, tinha feito tudo bem, mas por azar, que não tinha rigorosamente nada a ver comigo, a desgraça acontecera, usualmente retorquia, simples e pausadamente: “Ao ruim cagador, mal lhe fazem as calças”.

 
Escusado será dizer que desisti de tentar arranjar justificações daquele género, ou a aperfeiçoá-las, para não dar tanta bandeira, logo à primeira vista.
 
Vem isto a propósito do tipo da foto. O amigo Jorge Jesus, quando a vida lhe corre menos bem, tem uma certa tendência para arranjar desculpas de mau cagador.
 
Foi assim, quando no jogo com o Leixões, o Pablito Aimar “furou” a estratégia de comunicação do clube, e atreveu-se a dizer que a equipa tinha entrado mal no jogo. Lá veio o Jesus contestar que não. Que o jogador organizador de jogo da equipa (leia-se, o Aimar) é que estava ansioso, e a querer fazer tudo muito rápido, e por isso mesmo, falhou mais do que de costume.
 
Foi assim em Braga, onde o túnel, o ambiente, o árbitro, em geral e a expulsão do Cardozo, particularmente, serviram de atenuante à derrota. Apesar de não existirem equipas “invencívels”, e de ter sido também expulso um jogador do SC Braga.
 
Em Alvalade foi a relva alta e fofa, como as pizzas da Pizza Hut, passe a publicidade.
 
O então, jogo menos conseguido do Benfica não teve nada a ver com aquele que pareceu ser exclusivamente, o grande objectivo delineado para aquele dérbi: afastar o Sporting da corrida para o título.
 
Não sou eu que estou a inventar. Foi o próprio treinador encarnado que disse que, o que haviam feito até ali, estava feito (e bem feito. E, em vários sentidos, acrescento eu!), tinham marcado 31 golos, eram a equipa mais concretizadora da Europa, quiçá, do Mundo, e “o resto são “peanuts””.
 
O Sporting terá ficado afastado da vitória na Liga. Vale algum prémio especial? Os 31 golos marcados valem algum título? Ou é só para alimentar o ego?
 
Para o Jorge Jesus, as quebras de produção do Benfica devem-se, em parte, a que as equipas vão à Luz, e estacionam o autocarro à frente da baliza para perderem por poucos.
 
No entanto, se voltarmos ainda ao jogo de Alvalade, na "escala Jorge Jesus” da ambição desmedida, a passagem do Aimar, ainda na primeira parte, do centro do meio-campo para a linha lateral, por troca com o Ramires, foi para quê? Para que pudesse galopar livremente pela linha ou para dificultar a acção do João Moutinho? A sua posterior substituição pelo Ruben Amorim foi o quê? O autocarro estacionado uns metros mais à frente?
 
Mas porque é que o Sporting não apara a relva? E o SC Braga? E o Guimarães? Não, espera. O jogo com o Vitória de Guimarães para a Taça de Portugal foi na Luz. Ah, já sei. A relva cresceu nos sítios onde estavam estacionados os autocarros. Foi por isso que não puderam apará-la para esse jogo.
 
Então contra o Sporting não jogaram mais porque são “uma equipa muito dotada tecnicamente, que joga em um, dois toques” (palavras de Jesus, o do Benfica, não o outro!), e depois, contra a Académica de Coimbra, no Estádio da Luz, debaixo de chuva, e com o centro do terreno transformado num batatal, espetam quatro?
 
E o drama que se fez antes desse jogo, porque o não jogava o Javi Garcia, e o Aimar, talvez tivesse que ser poupado, foi para quê?
 
Para prevenir algum contratempo inesperado? O Ruben Amorim não fez no Belenenses, por mais de uma vez, a posição do Javi Garcia?
 
E o Aimar. Então não é que, no final do jogo, até foi elogiado pelo João Vieira Pinto, pela solidariedade que tinha demonstrado para com o colega, menos rodado naquela posição, ajudando-o, pasme-se, nas tarefas de cobertura defensiva.
 
Afinal parece que não estava doentinho.
 
Agora em Olhão, mais queixas. Desta vez, com a estratégia de comunicação bem afinada, ou não fosse o Nuno Gomes o jogador destacado para a “flash interview”. Tanto ele, como o Jesus, afinaram pelo mesmo diapasão: elogiar a exibição do adversário, e estranhar que, a jogar assim, se encontre nas últimas posições da Liga.
 
Conhecendo o Nuno Gomes, está-se mesmo a ver que aquele elogio estava carregado de fina ironia.
 
Depois de ouvir o António Pedro Vasconcellos criticar o “caldinho”, que tinha sido preparado em Olhão, percebe-se onde ambos queriam chegar. O Olhanense jogou como jogou, para fazer um favor ao FC Porto. E não interessa que, ao Olhanense, até lhe pudesse passar pela cabeça ganhar o jogo, que mais não fosse para subir acima da “linha d’água”. Não.
 
Equipas que correm e lutam, e vendem caro o resultado, não são muito do agrado do Glorioso. Com estas equipas têm alguma dificuldade em explanar toda a sua “dinâmica”.
 
Os benfiquistas gostam mesmo é de Belenenses, Vitórias de Setúbal, Paços de Ferreira. Equipas molinhas, conformadas, amorfas.
 
As outras, das duas, uma: ou vem de lá um Lucílio ou um Capela qualquer, que dá uma ajuda a imprimir a “dinâmica”, ou dão um trabalhão dos diabos (que não vermelhos).
 
E desta vez, nem têm muito do que reclamar: se há dúvidas sobre a legalidade da posição do Toy, no golo do Olhanense, no do Nuno Gomes, o que se põe em causa é a sua ilegalidade.
 
Se faltou a expulsão do Anselmo, no Olhanense, o Cachinhos Dourados fez do Miguel Garcia taco de partida para um sprint, e, surpresa das surpresas, nem cartão amarelo levou. O tal discutido cartão amarelo que o deixava fora do jogo com o FC Porto, lembram-se?
 
E depois ainda falam do Bruno Alves. O Cachinhos, como é do Benfica, é um rapazola impetuoso. O Bruno Alves é um brutamontes, que dá porrada a torto e a direito.
 

Enfim, acho que o melhor é o Jorge Jesus fazer como eu, e começar a aprimorar as desculpas que arranja, porque estas, já não colam!

 

 

Tá o mar fête num cão, mó!

16
Dez09

Estive ausente por dois dias, e não me apercebi das ondas (será melhor dizer vagas?) de impacto provocadas pelo empate do Benfica em Olhão.

 

Ontem, ao assistir a dez minutos do "Trio d'Ataque", e constatar a reacção irada do António Pedro Vasconcellos, contra o "caldinho", que terá sido montado em Olhão, para prejudicar o Benfica afastando algumas das suas peças nucleares do jogo contra o FC Porto, é que me apercebi da dimensão da revolta encarnada.

 

Escrevi o texto que se segue após um outro jogo entre os mesmíssimos contendores, mas em Agosto passado, por ocasião do Torneio do Guadiana.

 

Nunca o pus online porque entretanto, quando o ia fazer, já tinha perdido oportunidade, e porque quis juntar à longa lista dos jogadores emprestados, as dúzias de jogadores (de que me lembrava) que passaram pelo Farense, vindos da Luz.

 

Com este fuzuê, e com notícias como esta no SAPO, acho que tornou a estar bastante actual. Tenham paciência.

  

 


O Olhanense deve ter jogado muito bem contra o Benfica, no Torneio do Guadiana. É a conclusão lógica a que se chega, depois de assistir na segunda-feira a algumas intermitências da “Edição da Noite”, na SIC Notícias.

 
Fiquei com pena de não ter visto o jogo, para além das imagens dos golos e do pénalti, claríssimo, como de costume, sobre o Aimar (…e começa a festa!).
 
Mas, pela amostra, já deu para perceber que o Olhanense, ainda que jogue alguma coisa, não vai ter uma vida fácil neste seu regresso à divisão maior do futebol indígena. Dada a longa ausência, os poderes instituídos, em particular o 4.º, até poderiam nutrir alguma simpatia pelo clube de Olhão, mas pela amostra do que vi, dificilmente será assim.
 
Reunidos naquele programa da SIC, estavam representantes dos três jornais desportivos mais representativos cá do burgo (“Record”, “A Bola” e “O Jogo”), um homem da casa, e mais o respectivo moderador. Não faço ideia dos nomes dos ditos, nem faço questão de tal.
 
Fazia-se a antevisão daquilo que poderá vir a ser a próxima edição da Liga Sagres, e repito, não vi o programa na íntegra, e não tenho pena disso. O que vi, e ouvi, bastou.
 
A bem dizer, praticamente só se falava dos três grandes. E aí, a distribuição foi equitativa. De resto, como de costume: Benfica isto, Benfica aquilo, e mais o outro, e aqueloutro, o FC Porto vendeu este e aquele, mas comprou uma carroça deles, do Sporting, Miguel Veloso, e pouco mais.
 
Em resumo: muita conversa sobre o Benfica, mas o FC Porto é o principal candidato à vitória na Liga, e o Sporting… Miguel Veloso!
 
De repente, sem perceber muito bem como, eis que vem à baila o Olhanense. E porquê? Porque, por um qualquer acaso do destino, veio à baila o tema dos jogadores emprestados.
 
E claro está, o Olhanense tem no seu plantel, até à data, e a fazer fé na “Bolsa de Transferências” do Infordesporto, sete jogadores emprestados pelo FC Porto (Ventura, Tengarrinha, Stephane, Castro, Rabiola, Zequinha e Ukra)  
 
Escândalo dos escândalos, infâmia das infâmias! Como é que será quando o Olhanense defrontar o FC Porto?
 
Para os homens d’ “A Bola” e do “Record”, olha quem, é uma vergonha esta estória dos empréstimos de jogadores. Jogadores a alinharem por um clube, contra o clube que lhes paga parte ou a totalidade do ordenado. Que despropósito!
 
Cada um jogava com aquilo que tem, e o resto é conversa. Fim aos empréstimos de jogadores, JÁ!
 
O tipo do “Record”, então, até foi mais longe. Queria, na véspera dos jogos com os clubes detentores dos passes, ver os boletins clínicos dos clubes que têm jogadores emprestados, para verificar o aparecimento de lesões “milagrosas”, que os impossibilitassem de alinhar em tais jogos.
 
Não é preciso ir tão longe, amigo. Pergunte lá ao Carlos Cardoso porque é que ele tirou o Leandro Lima e o Bruno Gama, no intervalo do jogo com o FC Porto, que ele explica. E, já agora, porque é que no jogo a seguir, que, curiosamente, até nem foi contra o FC Porto, fez a mesma coisa.
 
E já que estamos com a mão na massa, porque é que o Zoro não se aleijou antes de entrar no autocarro que o Vitória de Setúbal estacionou em frente à baliza do Benfica, quando os dois clubes se encontraram, e o Setúbal, pura e simplesmente, abdicou de jogar à bola?
 
Parece-me que a ideia é que os jogadores que se aleijam, são só os vinculados ao FC Porto, não é?!
 
Perante esta questão, da mais elevada pertinência, que o homem d’”O Jogo”, fez por ignorar, a salvação foi o da casa, aparentemente dono de um dos dois ou três neurónios da sala, que os encalacrou com esta: com as dificuldades financeiras que os clubes têm, os empréstimos de jogadores são uma das formas de manterem as equipas competitivas.
 
Pois é. É básico, não é. Na prática, é como nós todos: quem não tem (dinheiro, por exemplo), pede emprestado.
 
Como os senhores d’”A Bola” e do “Record”, vivem com os olhos postos no seu clube, por vezes esquecem-se do Mundo que rodeia esse clube (como de resto, também acontece com o próprio clube, e com os resultados que se têm visto).
 
Acabem com os empréstimos de jogadores, e reduzam a Liga para 10 ou 12 clubes, que fica mais competitiva. Obriguem os clubes a serem detentores dos passes dos jogadores a 100%, e vamos ver no que é que dá.
 
Então, e o Reyes, emprestado pelo Atlético de Madrid ao Benfica, no ano passado. Pode ser? E o Valeri, emprestado pelo Lanús ao FC Porto, esta época. Também pode? Ou só se aplica a empréstimos entre clubes portugueses?
 
Então e o “maestro” Rui Costa, que iniciou a carreira de sénior, emprestado à AD Fafe, será que se baldou quando jogou contra o Benfica (se é que jogou!)? E indo mais atrás, o Diamantino (Miranda) ou o Jorge Silva, emprestados ao Boavista? Ou o Joel, o Vital e o Jorge Martins, que refizeram as suas carreiras no Farense, depois de passagens menos bem sucedidas pela Luz?
 
Nessa altura era o Benfica quem emprestava jogadores a dar com um pau e comandava o mercado. Os seus plantéis tinham quarenta jogadores, dos quais quatro, guarda-redes, e as dúvidas existenciais e éticas sobre os empréstimos não faziam sentido.
 
Voltando aos dias de hoje. O Estrela da Amadora teve na época passada jogadores emprestados pelos três grandes, e mesmo assim, ordenados, nem vê-los. O problema foi dos empréstimos? Não me parece.
 
Não há azar, o Estrela é da Associação de Futebol de Lisboa, por isso não deve ser grave. Da mesma maneira, que também não deve ser grave o facto de, outro clube da mesma associação ter, desportivamente, descido de Divisão, por duas vezes, nas últimas três épocas, e miraculosamente, continuar na Liga Sagres, e na época em que isso não aconteceu, viu serem-lhe retirados pontos, por inscrição irregular de um jogador. Mas o grave são os empréstimos de jogadores.
 
Ou ainda, um director desportivo (ou administrador da SAD) de outro clube da redita associação de futebol, manter a sua posição accionista noutro clube, ainda daquela associação de futebol, a militar na mesma Liga do clube do qual é director, com uma direcção onde pontificavam vários ex-Corpos Sociais deste último clube, e a aceitar jogar um desafio em casa, com o clube do director em causa, em campo neutro, “a bem da receita financeira”! Grave? Não! Os empréstimos, esses é que são a calamidade da verdade desportiva!
 
Ou a tramóia que o Sporting de Braga e o FC Porto montaram para dificultar a vida ao Jesus e ao Benfica, porque aquele fazia parte dos planos de Pinto da Costa, para um dia, tomar o lugar de Jesualdo Ferreira (esta é do Rui Santos!).
 
É das tais coisas. É a aliança FC Porto - Braga a funcionar. E claro, o que é que está por detrás disto? Os empréstimos de jogadores do FC Porto ao Braga!
 
O Olhanense prepara-se para, tal como o SC Braga, ficar conotado como um clube “portista”, logo, um clube mal-amado e a abater. Oxalá tenha estofo para se aguentar à bordoada.
 
No meio disto tudo, fica um pormenor, que até pode ser uma coincidência, mas acho que isso seria minimizá-lo ao máximo. O Vitória de Guimarães, na época em que teve jogadores emprestados pelo FC Porto, fez um excelente campeonato, não ficou à frente do Benfica, por uma nesga.
 
Na época que passou, em que juntamente com os encarnados, optou por tentar afastar o FC Porto da Liga dos Campeões, ganhou com isso o Nuno Assis e o Luís Filipe, e caiu cá para baixo na classificação. Em compensação, o Sporting de Braga, que passou a receber prioritariamente os excedentários do FC Porto, fez uma óptima época.
 
Que sirva de exemplo para o Olhanense, e para os senhores d’”A Bola” e do “Record”.

Uma questão de fezada

14
Dez09

Um parêntesis para uma aposta em relação ao nome do árbitro que irá dirigir o Benfica – FC Porto: Duarte Gomes.

 
Porquê? Porque é o árbitro de confiança do “sistema”, e aqui, por “sistema”, entenda-se, Vítor Pereira.
 
Dos árbitros que mais jogos dirigem dos três grandes: Jorge Sousa, Olegário Benquerença e Pedro Proença, o Jorge Sousa, depois de Braga, nem por sombras. Teve essa magnífica oportunidade, depois da brilhante exibição em Leiria, e esbanjou-a.
 
O Olegário, ainda está atravessado na garganta dos benfiquistas, por causa daquele golo não validado no jogo de há uns anos, em que, consta que o Vítor Baía terá tirado uma bola de dentro da baliza.
 
O Pedro Proença, arbitrou recentemente o Sporting – Benfica, e não faz muito sentido, que, num tão curto lapso de tempo, volte a apitar um jogo entre os grandes. Para além disso, não foi particularmente feliz, de tal maneira que o Dias Ferreira chegou a aventar a hipótese da sua exclusão de sócio do Benfica (que chatice que era. Lá ficavam só 299.999!).
 
O Pedro Henriques, depois do jogo com o Nacional da Madeira, foi banido dos jogos do Benfica, e para que não restem dúvidas, arbitrou o FC Porto – Vitória de Setúbal, do último fim-de-semana.
 
Dos árbitros, claramente anti-FC Porto, o Elmano Santos fez borrada da grossa no jogo do Sporting com o Vitória de Setúbal, mas mesmo sem isso, não me parece que estivesse nas cogitações de quem quer que fosse.
 
O Xistra, não era de todo descabido. Contudo, segundo consta (de acordo com o Rui Santos), será demasiado “verde”, e depois da dupla expulsão do Hulk, em Paços de Ferreira, havia de ser engraçado.
 
O Bruno Paixão, tem andado muito afastado destas andanças. Dos grandes, só arbitrou um jogo do Sporting (com o Paços de Ferreira, 4.ª jornada), e é o único que, no passado fim-de-semana, andou pela Liga Sagres. No entanto, não me parece. Era preciso ter lata, e o Vítor Pereira dá mostras de não ir muito à bola com ele.
 
Restam, sem se enquadrarem nas categorias anteriores, o Duarte Gomes, o Lucílio Baptista e o João Ferreira.
 
O Lucílio era uma excelente escolha, mas parece-me que a falta de vergonha não atinge essas proporções.
 
O João Ferreira, a contra-gosto, e por indicação do auxiliar, lá marcou o penálti contra o Nacional da Madeira, no jogo com o FC Porto, e, para além deste, só dirigiu o jogo do Benfica, em Paços de Ferreira. Não tem dado muito nas vistas esta época, por isso, também não deve ser desta.
 
O Duarte Gomes tem estado ausente de altas cavalarias, praticamente desde o Sporting – FC Porto. Ao que consta, ultimamente, por lesão.
 
Regressa este fim-de-semana para a Liga Vitalis. Está fresquinho, não se tem metido em alhadas, e é o homem de mão do Vítor Pereira, que assim tem o jogo controlado, para o que der e vier.
 
Parece-me a escolha ideal. Resta saber para quem...

Os Inimputáveis

11
Dez09

Há palavras que não se nos atravessam o caminho por uns tempos, e depois, de repente, quando menos se espera, saltam-nos para a frente dos olhos, e ainda por cima com direito a repetição.

 
A palavra “inimputável” andava arredada há muito tempo do meu vocabulário. E eis quando senão, subitamente, a Dr.ª Maria José Nogueira Pinto resolve, em plena Assembleia da República, na Comissão Parlamentar da Saúde, resolve classificar de “inimputável”, um seu colega, deputado do PS, a quem previamente havia chamado “palhaço”.
 
Dou tanta importância ao que diz a Dr.ª Zézinha, como ao que diz o “monsieur” Platini, mas, dá-se a circunstância de uns dias antes, o Rui Oliveira e Costa, no “Trio d’ Ataque”, ter utilizado o mesmo epíteto, aplicando-o ao Cachinhos Dourados do Benfica.
 
Daquilo que me recordo da cadeira de “Princípios Gerais de Direito”, “inimputável” será aquele que, sendo dotado de personalidade jurídica, por algum motivo, vê limitada a sua capacidade jurídica, a pontos de não poder ser responsabilizado pelos seus actos.
 
Entre os motivos para tal, recordo-me, por exemplo, da insanidade, o encontrar-se sob influência de álcool ou estupefacientes ou a prodigalidade.
 
No caso da Dr.ª Nogueira Pinto, parece-me por demais evidente que pretendeu aplicar a palavra, no seu sentido jurídico, com enfâse nos motivos para a inimputabilidade. Rui Oliveira e Costa aplicou-a no sentido de que, faça o que fizer, o Cachinhos Dourados não é punido.
 
De facto, o jovem jogador benfiquista deve estar em vias de bater, não um, mas dois recordes, detidos de há longa data, pelo seu ex-colega Petit, e que são o número de jogos que completou, mas em que devia ter sido expulso (ou pelo menos, “amarelado”).
 
A primeira marca vem ainda da época em que jogava no Boavista, e foi campeão nacional, e o segundo, mais recente, da Liga Sumaríssima, oferecida ao Trappatoni.
 
Nos últimos jogos, o Cachinhos Dourados tem conseguido baldar-se à cartolina encarnada, com uma pinta desmarcada.
 
Não me lembro em que jogo foi, mas houve aquela simulação de uma falta na grande-área, tão mal engendrada, tão mal feitinha, que só por isso, devia dar vermelho directo. No caso, era o segundo amarelo, e ia para a rua.
 
Depois foi o jogo com o Sporting, onde também fez o suficiente para ir tomar uma banhoca mais cedo. E foi? Nem por isso.
 
E agora, no jogo com a Académica, são-lhe perdoados dois penáltis, logo, mais dois cartões amarelos, e mais uma expulsão. Não me venham dizer que na jogada com o Sougou, que foi o Cachinhos que afastou a bola pela linha final. Comprem óculos!
 
Na jogada da segunda penalidade, posso estar enganado, mas dá-me a ideia de que são dois os jogadores da Académica que são derrubados, com puxões na camisola. Claro que lá há-de vir alguém dizer que o primeiro jogador dos estudantes cai para cima do Cachinhos, que se desequilibra, e arrasta o segundo jogador.
 
Obviamente que sim. O Pai natal também está quase a chegar. Foi mas é uma tolice do Cachinhos, que se têm saltado com os academistas, e deixado as mãozinhas no bolso, ainda era capaz de ver o árbitro assinalar falta a seu favor, por saltarem dois para um.
 
Mas a inimputabilidade vai seguir para bingo. O SLB já fez questão de fazer saber que, apesar dos quatro amarelos do Cachinhos, que o colocam à beira de ver o próximo Benfica-FC Porto da bancada, bastando para isso ver a quinta cartolina amarela no próximo jogo em Olhão, não vai ser poupado contra o Olhanense.
 
Para quê poupá-lo? Se até aqui não levou os cartões que merecia (e se calhar, se os tivesse levado quando devia, agora não se falava disto!), vai levar agora neste jogo?
 
Qual é o árbitro que vai ter t… para fazer isso? O Artur Soares Dias? Benfiquista dos sete costados, que até parece ter uma predilecção por expulsar jogadores do Olhanense?
 
Se lhe dá o quinto cartão, está comprado pelo FC Porto. Se não, é normal. Já são tantos os que não o advertiram. Foi uma forma subtil e airosa de colocar o árbitro sobre pressão. Vamos ver se será eficaz.
 
Pessoalmente, preferia que ele jogasse e, se tivesse que ser castigado, que fosse expulso no jogo contra o FC Porto. Enfim, o Euromilhões também parece que sai, de vez em quando... 
 
 
O pior é que o Cachinhos, não é o único. O Cardozo continua a utilizar os cotovelos a torto e a direito. Mais uma cotovelada valente no jogo com a Académica. Cartão, seja de que cor for? Népia!
 
Se tem sido expulso tinha ficado apenas por um golo marcado. Se retiramos os golos que marcou em jogos em que devia ter sido expulso (nas duas primeiras jornadas, por exemplo), naqueles em que não devia ter jogado por castigo, e os que foram obtidos através de penáltis mal assinalados, tinha tantos golos como o Falcao.
 
Mas não interessa. O que interessa é que ele lá está, e tem mérito por isso.
 
O Aimar é outro. Há alguma regra que impeça a amostragem de cartões amarelos nos primeiros minutos do jogo, se o árbitro não for o João Capela, o jogo não for o Benfica-Leixões, e a jogada tiver por intervenientes o Aimar, em vez do Pouga?
 
No jogo com o Sporting, o Pablito fez falta para amarelo, logo aos três minutos de jogo. Aliás, como belo rato que é, é useiro e vezeiro neste tipo de situação (para além dos mergulhos acrobáticos) – os árbitros não mostram amarelos nos primeiros minutos, e ainda menos a jogadores do Benfica.
 
No meio disto tudo, vá lá que o Maxi está mais contido esta época.
 
E ainda têm lata de falar dos vermelhos não mostrados ao Raúl Meireles e ao Bruno Alves, e das faltas do Adrien, que, diga-se em abono da verdade, eram para vermelho directo, tanto uma, como outra.
 
Assim, não admira que as estatísticas mostrem que o Benfica é a equipa menos faltosa da Liga. Pudera. Com as faltas que os árbitros se esquecem de assinalar!
 
Depois temos os “mergulhadores”, que também lá vão andando, cantando e rindo, inimputavelmente.
 
Teve piada, na jornada anterior quando o Fucile, para gáudio (e alívio) dos benfiquistas simulou um penálti, e o árbitro foi na cantiga. Mas qual é o motivo para tamanha alegria? Quando já tiveram uma catrefa (ou caterva, se preferirem) de jogadas-daquelas-em- que-o-Aimar (e não só!)-lhe-dá-na-real-gana-e-atira-se-ao-tapete?
 
Deviam era iniciar uma equipa de mergulho acrobático. Espinha dorsal não lhes falta: Aimar, Saviola, Di Maria e Ramires. Correcção. O que lhes falta mesmo é coluna vertebral!
 
Há uma diferença abissal entre o penálti do Fucile e os outros do Glorioso. Como se costuma dizer, o Falcao escreveu direito põe linhas tortas, e não marcou.
 
Portanto, tendo em conta que não foi golo, e que não houve cartão amarelo para o jogador do Rio Ave que cometeu a pretensa falta, a influência do lance no desfecho do jogo foi zero. Podem dizer o mesmo, os vermelhuscos?
 
Dito isto,
 
 
 
Força Olhanense!

Nota: Cachinhos Dourados – é a tradução para português do Brasil, de “Goldylocks”, na versão inglesa. É uma história infantil: “Cachinhos Dourados e os Três Ursos”. Se quiserem saber mais, estejam à vontade.
 

 

“O FC Porto não é batoteiro”

10
Dez09

Há que dar um desconto a esta afirmação, tendo em conta a sua proveniência. E tendo em conta o que está por detrás desta brilhante conclusão do Sr. Platini, ainda maior o desconto a dar.

 
Portanto, para o Sr. Platini, o FC Porto não é batoteiro porque, com as novas regras da UEFA, para o combate à corrupção, o que está para lá de 2007, está encerrado.
 
Ó “Monsieur” Platini, se o FC Porto foi batoteiro até 2007, não é por virem novas regras que fica com o cadastro limpo. Quando transitarem em julgado as decisões da Justiça, que não a desportiva, aí ficamos a saber se é, ou não batoteiro.
 
Da mesma maneira que o “Monsieur” não passa a ser suíço, só porque é Presidente da UEFA, e se perdeu e ganhou jogos, com erros dos árbitros – e de certeza que ganhou mais do que perdeu, que mais não seja porque, ao longo da carreira também terá ganho mais jogos do que perdido - azar nítido. Naqueles tempos não havia a cobertura mediática e os recursos que hoje estão disponíveis.
 
Ponha lá mais árbitros em campo, e vamos ver se isso resulta. No basquetebol, para um campo com dimensões bem mais reduzidas que o de futebol, são três árbitros, todos com poder decisório, e não como os “árbitros auxiliares” do futebol. E no futebol americano, são seis.
 
Agora o problema será se, a manter-se um árbitro principal, este interpreta o silêncio do auxiliar como o Lucílio Baptista. Lembram-se: “o auxiliar não disse que não era penálti”, e Taça da Liga para o Benfica!