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Azul ao Sul

Algarvio e portista E depois? O mar também é azul...

Azul ao Sul

Algarvio e portista E depois? O mar também é azul...

Olhó cretino!

31
Mar10

“A verdade é que eu escolhi 15 jogadores e esses jogadores fazem tudo posicionalmente o que deixei lá. Mas não quero tirar o mérito a ninguém. O Sp. Braga está no segundo lugar, tem bons jogadores, eu soube escolhê-los”

 

“Um cretino é um cretino, e um vintém é um vintém, e será sempre assim”

 

A primeira das duas frases é da autoria (de quem mais poderia ser?) de Jorge Jesus, num dos seus frequentes acessos de humildade, neste caso, após o jogo com o SC Braga. A segunda, que a primeira me trouxe inevitável e imediatamente à memória, de Manuel Machado, treinador do Nacional da Madeira, após o jogo da primeira volta, na Cesta do Pão, entre este clube e o Benfica.

 

Não sei se, posicionalmente, os jogadores do SC Braga actual, fazem tudo o que o Jesus por lá deixou, embora me pareçam existir algumas diferenças em relação ao meio-campo, pela entrada do Hugo Viana (e agora, pela saída do Vandinho), e pela troca, até Janeiro, do Rentería pelo Paulo César. Agora, de uma coisa tenho a certeza, se “o SC Braga está no segundo lugar” e “tem bons jogadores”, porque o Jesus “soube escolhê-los”, então que dizer do Benfica?

 

Se ele foi buscar quinze dos jogadores bracarenses, e, segundo o João Gobern, dos catorze que entraram em campo no jogo contra o Benfica, onze eram do tempo de Jesus, que dizer do Benfica?

 

No Benfica que defrontou o SC Braga, nada mais, nada menos de nove jogadores já tinham o actual local de trabalho: Quim, Maxi Pereira, Luisão, David Luiz, Carlos Martins, Cardozo e Di Maria.

 

Se acrescentarmos o Fábio Coentrão, que estava emprestado, passam a ser dez os jogadores que já estavam sob contrato com os encarnados. Dos suplentes que entraram, o Rúben Amorim e o Aimar também já lá estavam. Quem é que resta? O Javi Garcia, o Ramires, o Saviola e o Kardec.

 

E estes, será que o mérito da escolha foi do Jesus? Ora, o Javi Garcia veio do Real Madrid. Será que qualquer manco joga no Real, tirando o Secretário e o Balboa? Não me parece. Vindo de onde veio, era meio caminho andado para que a coisa corresse bem, ou não?

 

O Ramires é só titular da selecção brasileira. Dispensa apresentações, não dispensa? E o Saviola. Toda a gente já tinha ouvido falar do Saviola. Estava na mó de baixo, é certo, mas se não houvesse nele algum potencial, talvez não tivesse andado por Barcelona e por Madrid. O Kardec seria o menos conhecido, mas mesmo assim foi titular da selecção brasileira de sub-20, que perdeu o campeonato do Mundo para a Costa do Marfim. Era uma aposta de risco?

 

Portanto, será caso para dizer, o Benfica está em primeiro lugar, tem bons jogadores. O Koeman, o Camacho e o Quique souberam escolhê-los?

 

Jesus terá o mérito, e ninguém lho negará certamente, de por a jogar alguns jogadores que por lá andavam a pastar (Carlos Martins, Di Maria, Cardozo, Aimar…), e ter formado um colectivo que joga à bola.

 

Contudo, não lhe ficava mal, pelo menos, reconhecer ao Domingos o mérito de não ter estragado o que encontrou em Braga, e deixar-se de comentários tristes e disputas de paternidades.

 

Pois é, já tivemos Ligas conquistadas por palermas de diversos tipos. Esta época é irremediável: a Liga Pescada vai ser ganha por um palerma cretino.

Decisões, decisões, decisões

25
Mar10

Sem grandes surpresas, lá veio a decisão do Conselho de Justiça da FPF, que “convolou” o castigo aplicado aos jogadores do FC Porto, Hulk e Sapunaru, reduzindo-os de 3 e 4 meses, para 3 e 4 jogos, respectivamente.

 

Isto, apesar de numa primeira versão, posta a circular no início da tarde, se afiançar que os castigos tinham sido mantidos. Pequeno lapso de troca de “meses”, por “jogos”. Aliás, conforme, de resto, terá acontecido ao Conselho de Disciplina da Liga e ao Exm.º Meret(riz)íssimo Dr. Ricardo Costa.

 

E digo, sem grandes surpresas, porque, por aquilo que me ensinaram, quando se tenta explicar qualquer coisa, deve-se partir do geral para o particular. Assim sendo, quando, o excelso relator do Acórdão que puniu os portistas, fez das tripas coração para justificar a presença dos “stewards” no corredor de acesso aos balneários da Cesta do Pão, e que eram “intervenientes do jogo”, recorrendo para tanto à Lei geral sobre segurança privada, aplicando-a aos “stewards”, que até têm funções específicas, algo corria mal.

 

Nem é preciso ser muito inteligente, ou não ser benfiquista, para perceber isso, e o próprio Conselho de Justiça tinha já dado provas de que essa era a sua posição no caso da sentença proferida relativamente ao Director de Comunicação do FC Porto, e que o Dr. Ricardo Costa, tanto quanto me consta, teimosamente, se recusa a cumprir.

 

Também pouco ou nada surpreendente é a decisão do Presidente da Liga de, em bom português, “dar à sola”, quando se aproxima a hora de ponta!

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Os ratos são famosos por serem normalmente os primeiros a abandonar o navio. Mesmo antes das mulheres e das crianças… Ora, a ratazana maior já se foi, agora faltam os hamsters, que andam à roda nos Conselhos de Disciplina e de Arbitragem.

 

Tenho a certeza de que o Dr. Hermínio Loureiro sai de cabeça erguida, com o sentimento do dever cumprido. Fez tudo o que estava ao seu alcance pela credibilização do futebol português, e se mais não fez foi porque dava nas vistas. Nunca se viu o futebol português mais credível. É credibilidade a rodos…e o Benfica quase campeão.

 

Mas fica-me uma dúvida: não teria sido melhor esperar pelo desenlace do Benfica x SC Braga, do próximo fim-de-semana? Será que chegam para as encomendas o Dr. Costa e o Sr. Pereira? 

 

Essa é outra decisão que está pendente. Se o Benfica calha a ganhar o jogo, é o fim da Liga. Seis pontos de avanço para o seu próximo adversário parecem-me ser insuperáveis, mesmo tendo ainda de defrontar Sporting e FC Porto.

 

Outro resultado, que não a vitória dos vermelhuscos, deixa tudo (ainda) em aberto.

 

Qual quê?! Às vezes parece que não sou de cá. Mas perfila-se alguma outra hipótese que não seja a vitória benfiquista?

 

Este é um dos motivos pelos quais o Benfica vai ser campeão nacional: a capacidade de antecipação do que vai acontecer, e de influenciar por essa via, a seu favor, os eventos futuros.

 

Ao bom estilo de Mourinho, de quem o Jorge Jesus (infelizmente) não copiou só a pesporrência, a arrogância e a estupidez, este desafio começou a ser preparado com semanas de antecedência. Mais exactamente, desde o jogo Benfica x Paços de Ferreira.

 

Recordo que, no final desse encontro, o treinador benfiquista se atirou ao árbitro Artur Soares Dias, dizendo, a propósito de um amarelo, pretensamente mal mostrado a Saviola, por simular uma falta dentro da área, que "os árbitros portugueses precisam de ser mais práticos e menos teóricos".

 

Para além disso, Di Maria e Luisão, viram também cartões amarelos, que, dependendo de como decorresse o jogo com o Nacional da Madeira, os poderiam colocar em risco de exclusão do jogo com os bracarenses.

 

Na altura, aquela reacção pareceu-me exagerada. Mas e depois!? A mim, sempre que o Jorge Jesus abre a boca, sem ser para bocejar, parece-me um exagero.

 

Primeiro, porque segundo consta (Rui Santos dixit), o Artur Soares Dias, apesar de ser do Porto, é benfiquista, e depois, porque o lance não teve nada de especial.

 

O Saviola faz mais uma das suas jogadas típicas, em que se atira para o chão, e como já vai dando nas vistas, o árbitro “amarelou-o”. Nada de mais.

 

Depois de ver os resumos do jogo nos programas desportivos de segunda e terça-feira, é que atingi. É que o senhor Di Maria, teve, por volta dos trinta e poucos minutos de jogo, uma entrada a pés juntos sobre um adversário, depois de adiantar em demasia a bola, na sequência de uma série de fintas sobre vários adversários, que, somada ao cartão amarelo que, efectivamente levou, lhe dava era o vermelho. E o mesmo, relativamente ao senhor Luisão, com excepção dos contornos da jogada.

 

O Jorge Jesus, com aquela reacção descabelada, numa manobra digna de um grande de prestidigitador, afastou as atenções do facto de não terem sido expulsos (uma vez mais!) aqueles dois jogadores, e preparou terreno para condicionar o árbitro do jogo seguinte, com o Nacional. O que até não era necessário, pois o jogo viria a ser arbitrado pelo Paulo Baptista.

 

E deu resultado. Eles lá vão estar contra o SC Braga.

 

É por estas, e por outras, maiores ou menores, mas do mesmo género, que o Benfica vai conquistar a Liga Pescada, e pelo mesmo motivo que também tenho uma decisão por tomar.

 

Como portista, aquilo que mais quero é o sucesso do FC Porto. Uma vitória do Benfica, permitiria uma aproximação ao SC Braga, e o acalentar do sonho da Champions.

 

Mas o meu anti-benfiquismo diz-me que, o empate ou a vitória do SC Braga, ainda podem dar a este último uma chance de tirar a Liga aos encarnados.

 

E agora? Que fazer?

 

O FC Porto ficar de fora da Champions, pode ser o tónico regenerador que a equipa necessita. Como quando conquistou a velha UEFA.

 

Na Liga Europa, como se viu, não é complicado atingir os oitavos-de-final. Caramba, até o Sporting conseguiu!

 

E tanto ao Sporting e ao Benfica, só nesta fase da prova é que surgiram adversários de alguma monta (Atlético do Sabrosa e OM). O Liverpool, adversário do Benfica nos quartos-de-final, parece, na sua versão actual, um adversário ao alcance, tanto de benfiquistas, como do FC Porto, mesmo nesta fase má. Pelo menos havia de dar para discutir a eliminatória…

 

Tudo isto sem falar nas possibilidades de rodar jogadores, obter algumas receitas, menores que na Champions, mas ainda assim…, e moralizar a equipa com alguns triunfos internacionais. Como fez o Benfica ao longo da presente temporada.

 

Dito isto. É pá, que se lixe!

 

FORÇA BRAGA!!!


 

Nota: Entretanto saíram as nomeações para a 24.ª jornada: Pedro Proença, um malquisto pelos benfiquistas, naquela fase do "isto é tudo para nos f...", no Benfica x SC Braga e Paulo Baptista, no Belenenses x FC Porto.

 

Esta última não percebo se é recompensa pelos bons serviços prestados no Nacional da Madeira x Benfica, ou se é uma tentativa de reviver a derrota do FC Porto na Madeira, em que este senhor foi o árbitro, mas ao que consta, até nem deu nas vistas…

Visões (actualizado em 24.03.2010)

23
Mar10

 

 

 

 

 

 

 

 

O que eu não gostei de ver na Final da Taça da Liga de domingo passado. O Bruno Alves a mostrar de forma insistente quatro dedos.

 

  

 

Sim senhor, o FC Porto é tetra campão em título. E depois? Ganhou alguns pontos adicionais por isso? Quanto calha até nos subtraem alguns dos pontos que conquista!

 

   

 

De que é que serviram no domingo os quatro títulos conquistados, que o Bruno Alves tão orgulhosamente exibiu? Rigorosamente para nada.

 

  

 

O Bruno Alves, com aquele gesto fez-me recordar os rivais de domingo, que, por dá cá aquela palha, vêm de lá e exibem orgulhosamente os trinta e tantos títulos conquistados (antes também eram as Taças europeias, mas dessas já se curaram!). E não gostei!

 

 

 

 

Os quatro títulos são passado, e estávamos então no presente. O Bruno Alves tinha mais era de jogar, e o resto é conversa.

 

 

 

 

 

 

(também não gostei do frango do Nuno. Mas isso, deixo à conta de obra do Espírito Santo!)

 

   

 

O que eu gostava de ter visto na Final da Taça da Liga de domingo passado. O Bruno Alves a portar-se como um capitão do FC Porto. A honrar a braçadeira e o número de camisola que enverga (que, para mim, vale tanto um como o outro!).

 

 

 

O que eu gostaria de não tornar a ver. O Bruno Alves a envergar aquela camisola e aquela braçadeira. O tratamento adequado era o mesmo que foi ministrado ao Bosigwa, quando ficou de fora da Final da Taça de Portugal. No FC Porto, não joga mais!

 

 

 

O que eu gostava de ver. Um FC Porto de cabeça levantada no que resta de temporada (eu sei que é díficil. Agora, a tudo o resto, ainda se somam as lesões. É a estória do cão sarnento e das pulgas...).

 

 

 

O que eu gostei de ver na Final da Taça da Liga de domingo passado. Rigorosamente nada.

 

 

 

 

(Minto. Gostei do sentido de humor do Jesualdo Ferreira: "Foi um jogo equilibrado", ou lá o raio que ele disse, e da capacidade de redundância do Jorge Jesus: "As melhores oportunidades de golo concretizadas na primeira parte foram nossas". Pudera!)

 


Pós-texto (em 24.03.2010): Aquilo que disse acerca do Bruno Alves teve por base aquilo que vi do jogo (e não foi muito...).

Ou seja, a jogada com o Aimar e, fundamentalmente, o que mais a mim me irritou, a história dos quatro dedos.

 

Mas depois de ouvir os comentários e queixumes benfiquistas, digo: tenham santa paciência!

 

Falta, na jogada do Bruno Alves com o Aimar? Falta de quê? Ou de quem, mais propriamente? O jogador do FC Porto afasta a bola, e o Aimar, que nestas coisas, como bem demonstrou em Leiria, é uma espécie de Tulius Detritus, da "Zaragata" do Astérix (até na altura!), mete lá o corpinho. E dá-se o choque. Falta? Porquê?

 

O que se passou daí para a frente, foi uma vergonha. Mas, falta?

 

Na jogada com o Kardec, têm também toda a razão. Se o Bruno Alves queria ser expulso, então mais valia ter acertado em cheio. É que assim, não lhe tocando, é agressão na forma tentada, e se o Dr. Ricardo Costa sabe disso, ainda leva um castigo igual ao do Vandinho. Agora a sério. Foi uma estupidez, e devia ter sido punido.

 

Nas jogadas com o Cardozo, uma delas (a segunda) é perfeitamente casual, e acontece em todos os jogos. Há por lá um braço a mais, mas não me parece que seja assim tão grave. Na primeira jogada, aí sim, o jogador do Benfica leva uma cabeçada, que também me parece poder ser acidental, mas depois é puxado pelo Bruno Alves. Será assim tão grave? Três de quatro situações, em noventa minutos?

 

Pelo menos não cometeu a cobardia de pontapear a bola contra um adversário caído no relvado, ou fazer-lhe uma festinha com a biqueira da bota, ou dar-lhe um pontapé. Há quem tenha feito isso, sem grandes problemas.

 

Só mais um pormenor. As queixas estendem-se também a um lance em que o Raúl Meireles "atinge" o Kardec. Ó santa ignorância. Então o jogador do Benfica não prende a bola com o jogo a decorrer? E isso não é jogo perigoso passivo? Que por acaso, o árbitro nem se dignou a assinalar.

 

O jogador tenta jogar a bola e atinge o adversário, que comete falta. O que é que queriam que fizesse? "Fica lá com a bola ó Kardec, que eu vou-me embora!", à espera da falta.

 

Faz lembrar a jogada do Beluschi contra o Paços de Ferreira. Se não dão sequência à jogada, é certo e sabido que, a favor do FC Porto, os árbitros ignoram essas jogadas. Mesmo assim o Jorge Sousa ignorou, quanto mais...

   

Perguntar não ofende

05
Mar10

Se o apoio “livre e desinteressado”, do Luís Figo valeu 750 mil euros, e mais umas pressõezinhas bem intencionadas, para receber mais 400 mil, quanto é que terá valido o apoio do outro figurante? Ou foi de colega benfiquista para colega benfiquista?

 
 
E a cartinha de recomendação para este outro senhor? É que este até é "Dragão de Ouro !!!
 
 
  
 

 
 
 
 
 
 
 
 
Nota: Li site "Maisfutebol" que o processo, que nem chegou a sê-lo, "Apito Encarnado", foi arquivado pelo Conselho de Disciplina da Liga de Clubes. É assim. Neste País, mais vale uma denúncia anónima nas mãos do Presidente do Benfica, do que uma denúncia perfeitamente identificada nas mãos do Dr. Ricardo Costa. A primeira vai para o Ministério Público, a segunda, para o arquivo "cesto".
 
 
 

 

Tem toda a razão

04
Mar10

 

Da defesa do jogador do FC Porto, Hulk (Acórdão do Processo Disciplinar n.º34-09/10):

 

Da defesa do jogador do Benfica, Javi Garcia (Acórdão do Processo Sumaríssimo n.º 01-09/10):

 

 

 

 

 

 

Da defesa do jogador do Benfica, Aimar (Acórdão do Processo Disciplinar n.º 17-09/10):

 

 

O homem desta vez tem toda a razão. Há, de facto, por aí “gente que perdeu o pouco que lhe restava de vergonha”!

 

...e também há quem nunca a tenha tido!!!

 

 

Acabou-se o martírio

03
Mar10

Finalmente. O Sporting fez o favor de acabar com o estado de agonia latente em que vinha vivendo de há uns tempos a esta parte.

 
Desde muito cedo que tive a intuição de que esta edição, modalidade “Pescada”, da Liga Sagres tinha um destinatário projectado. E escrevi-o. Mais exactamente em 10.08.2009. Poupo-vos o trabalho de ir à procura:   
 
Benfica. O Sport Lisboa e Benfica é, claramente, o principal candidato ao título da Liga Sagres 2009-2010.
 
Um clube com seis milhões de simpatizantes, que, de entre todos os clubes do Mundo, tem o maior número de associados, ainda que alguns não paguem quotas há mais de 30 anos. Um clube que tem como presidente Luís Filipe Vieira, como responsável pelo futebol, o “Maestro” Rui Costa, e o melhor treinador português, tem que ser o principal candidato ao título.
 
Uma SAD que gasta 20 e não sei quantos mais milhões de euros, em contratações de jogadores, alguns que mal aterram, e assim que o treinador lhes põe os olhos em cima, fazem ricochete, e vão de volta, e que só vende, por algo que valha a pena (dois milhões de euros), um jogador - o Katsuranis, tem que ser o candidato número um ao título.
 
Uma equipa que ganha a Eusébio Cup, sim, a EUSÉBIO CUP, e logo ao grande AC Milan, desculpem lá, mas ainda que a alguns custe a aceitar, é assim mesmo, e não há volta a dar. Especialmente quando os principais adversários, claramente, ficaram na mesma, ou perderam potencialidades.
 
O Sporting tem praticamente a mesma equipa que, nas últimas quatro épocas, se classificou à frente do Benfica. Por isso, dadas as melhorias na equipa da Luz, este ano é que não vão ter hipótese.
 
O FC Porto, à medida que o Benfica ia contratando grandes jogadores, trocou os seus dois melhores jogadores, dizem por aí, por quase uma dezena de jogadores medianos, ou desconhecidos. Também não vai lá.
 
(…)
 
FC Porto. O tetracampeão Futebol Clube do Porto, ou treta campeão, como alguns entendidos na matéria, com toda a propriedade lhe chamam, esta época não tem qualquer hipótese de revalidar o título.
 
Por duas ordens de factores: os externos e os internos. Na frente externa, o Benfica TEM que ser campeão.
 
Não é à toa que se faz um investimento como o que o Benfica fez. Um investimento daquele calibre, feito cirurgicamente, quando o Porto perde dois dos seus pilares da equipa, não é feito só para hipotecar futuras receitas, e comprometer as hipóteses de aparecimento de candidatos à liderança do clube, que agora, até a eleições já têm a desfaçatez de apresentar-se.
 
Não, um investimento daqueles tem que ter retorno desportivo, e imediato. E isso, exige a conjuração de todas as forças possíveis e imaginárias, ou, tão simplesmente, a vitória do PSD nas próximas eleições, que assegure a continuidade, e eventualmente, potencie a desfaçatez e a falta de vergonha que campeia na Liga de Clubes.
 
(…)
 
Portanto, em termos globais, não me parece que o FC Porto esteja assim, taaão mais fraco, que na época passada. Tem muitos jogadores novos. Isso é verdade. Vai ser complicado integrá-los todos. Tudo bem.
 
Mas é uma pena que o alinhamento estelar e que Saturno na quinta casa do Caranguejo, não permitam a esta equipa lutar pelo título, de igual para igual com o Benfica. Havia de ser um belo campeonato!
 
Assim, como assim, mais valia fazer aquilo que propus aqui há tempos, mas em relação ao FC Porto: entreguem esta época a vitória na Liga ao Benfica, e passemos à seguinte, de preferência, em pé de igualdade”.
 
Na altura, não estava jogado um único segundo da Liga Pescada. O Hulk não tinha sido duplamente expulso no mesmo jogo pelo Carlos Xistra, na jornada inaugural contra o Paços de Ferreira. As nomeações de árbitros pelo Vítor Pereira eram (e continuam a ser, em boa verdade!) inimagináveis. O Olegário Benquerença ainda não tinha anulado um golo limpo ao FC Porto, no jogo com os Belenenses, no Dragão, e o Rui Costa, contra o Paços de Ferreira.
 
O Lucílio Baptista não tinha marcado uma falta inexistente sobre o Di Maria, no jogo contra a Naval 1.º de Maio, de onde haveria de nascer o único golo dos encarnados, da autoria do Javi Garcia, e com o qual haviam de vencer o desafio, nem tinha validado o golo marcado pelo Benfica contra o FC Porto, antecedido por um claríssimo fora-de-jogo, e o Jorge Sousa não tinha anulado um golo limpo ao Vitória de Setúbal, que lhe poderia dar a vitória sobre os vermelhuscos.
 
Nada disto tinha acontecido. O Mossoró, o Ney e o Vandinho não tinham sido castigados. A bem dizer, não me passava pela cabeça que o SC Braga seria o principal opositor do Benfica na luta pelo título.
 
O Hulk e o Sapunaru não tinha agredido os “stewards”, nem sido castigados por isso mesmo, e não imaginava que estes fossem “agentes desportivos”.
 
Enfim, uma série de situações que, a 10 de Agosto de 2009, não imaginava que pudessem vir a acontecer. Mas aconteceram. E, neste momento, tudo se conjuga para que a minha previsão bata certo: o Benfica lidera a Liga Pescada, a nove jornadas do seu epílogo, com um ponto à maior sobre o SC Braga, e nove sobre o FC Porto.
 
Apesar de tudo isto, a teimosia, a negação das evidências, mais que evidentes, e o “matematicamente possível”, ainda me levavam a acreditar que era possível, e a martirizar-me com isso.
 
Ser portista é isso mesmo. O “perder” é algo difícil de encaixar, como se vê nos discursos, ainda que de circunstância, do Bruno Alves e do Jesualdo Ferreira.
 
Imbuído deste sentimento, antes do jogo entre o SC Braga e o Sporting, dediquei-me a fazer contas. O FC Porto estava então com seis pontos de desvantagem para bracarenses e benfiquistas, os quais, para além de ainda terem de jogar entre si, ainda teriam que defrontar os sportinguistas.
 
Ora, acreditando eu que o Benfica não perderia mais pontos esta época, a não ser com aquelas duas equipas, para o FC Porto ainda ser campeão bastaria que aqueles três adversários empatassem entre si e com o Sporting, e perdessem com o tetracampeão.
 
Ah! Para além disso, teríamos que ganhar todos os jogos a disputar, ou, pelo menos imitar os resultados dos minhotos e das papoilas saltitantes. Nada mais fácil. Era de caras!
 
SC Braga e Benfica perderiam assim sete pontos (dois no jogo entre si, mais dois, nos jogos com o Sporting, e três nos jogos com o FC Porto), e o penta estava garantido.
 
Mas, entretanto, o FC Porto empata com o Paços de Ferreira, o Benfica empata com o Vitória de Setúbal e antecipa o jogo da 20.ª jornada com a União de Leiria, que ganha, e passa a ter nove pontos de vantagem sobre o FC Porto.
 
Até aqui, tudo dentro do previsto. Agora, mau mesmo foi a vitória do SC Braga sobre o Sporting. É que assim, os bracarenses conseguiram frente ao Sporting mais dois pontos do que aquilo que seria expectável, e isso, somado ao empate portista com os pacenses, fez com que a distância para o FC Porto, que, por altura do embate entre estas duas equipas se deveria, desejavelmente, cifrar em quatro pontitos, fosse o dobro. 
 
Cumprida a obrigação de vencer o SC Braga, o FC Porto fica a cinco pontos deste clube, dois para recuperar no jogo entre os minhotos e o Benfica, e três, não se sabe muito bem aonde. Mas, ainda assim, nada que parecesse à partida impossível.
 
O Benfica descansa uma jornada, o calendário da competição retoma o seu normal curso, e eis que chega a visita a Alvalade com os encarnados seis pontos à frente do FC Porto, seguidos do SC Braga, a cinco.
 
E, pronto. Acabou-se. Agora são nove pontos para os vermelhuscos de Lisboa, e oito, para os de Braga.
 
Ou seja, em relação ao Benfica, que acredito piamente, não tornará a perder pontos nas jornadas decisivas da Liga Pescada, a não ser contra SC Braga, FC Porto e Sporting, três derrotas (por exemplo, no Dragão, contra o Sporting e contra o SC Braga, na Luz), ainda podem resolver o problema, desde que a derrota no Porto seja por mais de um golo.
 
Já no caso dos bracarenses a coisa fia mais fina. O Benfica é o único grande com que lhes falta jogar. Sendo imperiosa a sua vitória nesse jogo, para que o FC Porto alcance os benfiquistas, os oito pontos de vantagem do SC Braga, uma vez que há vantagem portista no “goal average” dos jogos entre ambos, teriam que ser perdidos contra outras equipas. Resta saber, é quais… Não estou a ver. É muito ponto.
 
E tudo isto, claro está, partindo do pressuposto de que o FC Porto ganhará todos os restantes jogos.
 
Por outras palavras, era precisa muita sorte, e uma conjugação de resultados que, faz favor!
 
Ponto final, não vale a pena pensar mais nisso, ainda que “matematicamente” ainda seja possível.
 
Obrigado Sporting, por pôr um fim a esta lenta e longa agonia, que me atormentava desde Agosto. Venha de lá a Liga 2010-2011, e que não seja Pescada.
 
Talvez agora deixem em paz o FC Porto, e os seus jogadores, e se dediquem a infernizar a vida ao SC Braga. Se bem que, pelo que já me apercebi, para alguns benfiquistas, mesmo a nove pontos, o FC Porto continua a ser a preocupação dominante.
 
Devem ser masoquistas. Até ao segundo lugar me parece quase impossível chegar, quanto mais…
 
Resta-me, no que falta disputar da “competição”, torcer pela vitória do SC Braga, que está sem margem para dúvidas, a fazer uma época, a todos os títulos excelente, e que, nos jogos entre os principais concorrentes ao título, ostenta um registo impressionante.
 
Se não for assim, então o Benfica que ganhe. Mas por mais de dez pontos de vantagem em relação ao FC Porto.
 
É a única forma para que fiquem compensados os pontos que foram até agora sonegados nos jogos que acima mencionei, e ainda, aqueles que, em condições normais, não seriam atribuídos ao futuro campeão.
 
Não é por nada, é só para que a sensação de roubalheira, fique um bocadinho mais adocicada e fácil de digerir.
 
FC Porto (pontos a menos):
 
- dois pontos, no jogo com o Belenenses, no Dragão;
- mais dois, no jogo com o Paços de Ferreira, também no Dragão;
- e um no jogo com o Benfica;
 
Benfica (pontos a mais):
 
- dois pontos, no jogo com a Naval 1.º de Maio, na Luz;
- dois pontos, no jogo com o FC Porto, idem;
- e um ponto, no jogo com o Vitória, em Setúbal;  
 

Nota 1: quando digo que o SC Braga tem um registo impressionante nos jogos com os “grandes”, refiro-me a isto:
 
- Sporting x SC Braga (1-2);
- SC Braga x FC Porto (1-0);
- FC Porto x Sporting (1-0);
- SC Braga x Benfica (2-0);
- Sporting x Benfica (0-0);
- Benfica x FC Porto (1-0);
- SC Braga x Sporting (1-0);
- FC Porto x SC Braga (5-1); e
- Sporting x FC Porto (3-0)
 
Resumindo:
 
SC Braga – 5 jogos, 4 vitórias, 1 derrota, 7 golos marcados, 6 golos sofridos, 12 pontos;
FC Porto – 5 jogos, 2 vitórias, 3 derrotas, 6 golos marcados, 6 golos sofridos, 6 pontos;
Benfica – 3 jogos, 1 vitória, 1 empate, 1 derrota, 1 golos marcados, 2 golos sofridos, 4 pontos;
Sporting – 5 jogos, 1 vitória, 1 empate, 3 derrotas, 4 golos marcados, 4 golos sofridos, 4 pontos;
 
Ao Benfica ainda falta jogar com todos aqueles que seriam, à partida, os seus concorrentes directos. Caso ganhe todos estes jogos, poderá superar o registo do SC Braga, fazendo treze pontos, e é, de caras, campeão.
 
Mas, se por hipótese, empatar em casa com os bracarenses, e se o FC Porto fizer no Dragão, o mínimo que se lhe exige, ou seja, ganhar aos encarnados, ainda vamos ver o Jorge Jesus a chorar por ter defendido o empate em Alvalade!
 
Há imagens que não se apagam da memória, e não me consigo esquecer da cara de incredulidade e impotência do bom do Jesus, na época passada em Braga, quando uma vitória sobre o Benfica do sobrinho da Lola Flores lhe dava o terceiro lugar, e não foi capaz de lá chegar.
 
Era essa a cara que me dava um gozo imenso voltar a rever!
 
 
Nota 2: para evitar discussões infindáveis, e perder tempo com interpretações mais que muitas sobre as Leis do Jogo, como pontos retirados ao FC Porto ou atribuídos indevidamente ao Benfica, só considerei aqueles que, ou resultaram de lances de foras-de-jogo mal assinalados, que invalidaram golos efectivamente obtidos por portistas e sadinos, mas não sancionados, ou que decorreram directamente de jogadas onde existiram ilegalidades generalizadamente aceites.
 

O ponto que devia ter sido outorgado ao FC Porto no jogo com o Benfica, resulta do facto de que, sendo retirados aos encarnados dois dos três pontos da vitória, o outro pontinho do empate para alguém teria de ir...