Saltar para: Posts [1], Pesquisa [2]

Azul ao Sul

Algarvio e portista E depois? O mar também é azul...

Azul ao Sul

Algarvio e portista E depois? O mar também é azul...

I'll be back...

13
Ago10

Ora bem, chegada a hora de umas feriazinhas, não contem comigo até ao princípio de Setembro.

 

Quem por cá passar, espero que esteja bem, e que fique bem… e volte mais tarde!

 

Quando regressar espero encontrar o FC Porto com 9 pontos, correspondentes a outras tantas vitórias, sem desprimor, sobre a Naval 1.º de Maio, já no Sábado, o recém promovido Beira-Mar, a 22 de Agosto e o Rio Ave, a 29, e na fase de grupos da Liga Europa, depois de vencer o Genk, a 19 e 26.

 

Até à vista!

 

 

Ínsipidas, relativamente inodoras e (quase) incolores - actualizado

12
Ago10

 

 

Ora aí estão elas, as famosas nomeações do Conselho de Arbitragem para a 1.ª jornada da Liga ZON Sagres.

 

Xistra no SC Braga contra o estreante Portimonense. Na época passada começou com a dupla expulsão do Hulk. Dessa já nos livrámos!

 

Artur Soares Dias no Paços de Ferreira x Sporting. Para quem arbitrou em 2009-2010, um único jogo do Sporting (o Rio Ave x Sporting, à 10.ª jornada), esta época começa mais cedo.

 

Paulo Baptista na Naval 1.º de Maio x FC Porto. É o do Marítimo x FC Porto da época transacta, que perdemos com um auto-golo do Rolando. Será para tentar reviver o passado?

 

Cosme Machado no Benfica x Académica. Pelos vistos no ano passado a coisa correu bem. Repete a nomeação. Apitou três jogos em que intervieram os "grandes", e arbitrou, precisamente o Benfica x Académica (os outros dois jogos foram o Sporting x Marítimo e o FC Porto x Olhanense). Pelo vistos correu-lhe bem...

 

Convirá lembrar que este foi o tal jogo em que o Villas Boas teve aquela tirada de que perder por 4-0, "não era uma goleada", e em que o Cachinhos Dourados, que se encontrava em fuga do 5.º cartão amarelo, que o afastaria da partida com o FC Porto,  foi capaz de derrubar na grande área, de uma vez só, dois jogadores academistas, sem que fosse marcado o respectivo penálti.

 

Memórias...

 

É curioso que vamos ter dois internacionais (e benfiquistas) nos jogos de Braga e de Paços de Ferreira, um aspirante a internacional na Cesta do Pão, e um aspirante a nada de especial no nosso jogo.


Pós-texto (em 12.08.2010): uma nota curiosa, que certamente não passará de uma mera coincidência, todos os árbitros acima mencionados viram os seus nomes envolvidos no processo "Apito Dourado".

 

  

Nuclear não, obrigado.

11
Ago10

“Ó papão vai-te embora

Lá de cima do telhado

Deixa dormir o menino

Um soninho descansado

 

 

(…)

 

Nuclear não, obrigado

Antes ser activo hoje,

Do que radioactivo amanhã

Nuclear não, obrigado”

 

Lena d’ Água, Perto de ti, 1982

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Fazendo jus aos seus dotes de profeta, o treinador do Benfica, já na antevisão do jogo da final da Supertaça, ter perdido "duas pedras nucleares", enquanto que [o] FC Porto perdeu apenas um jogador determinante, o Bruno Alves”.

  

No entanto, no meio da impunidade generalizada, sentem-se confortáveis, e lá vão levando a água ao seu moinho e ao de quem os salva e guarda.

 

Compreendo por isso, a preocupação do Jorge Jesus. Retirado o Lucílio Baptista, não é fácil encontrar quem o substitua, assim de caras.

  

Após o jogo, com o resultado que se viu, o discurso não se alterou substancialmente: “não concorda que o Benfica esteja mais fraco, antes disse que tem muitos jogadores fora de forma: «O grande problema é que tive 7 jogadores no Mundial»”.

 

Sobre este tipo de lamúrias, há uma máxima que nunca me esqueço, e que é: “de insubstituíveis estão os cemitérios cheios”.

 

É curioso que o próprio Jorge Jesus, quando o Benfica defrontou e derrotou o FC Porto (por 1-0, golo de Saviola), na 14.ª jornada da Liga Pescada, se bem me lembro, ao contrário daqueles que andaram a falar de favores do Olhanense, minimizou as ausências do Di Maria (expulso em Olhão), do Coentrão (quinto amarelo) e as lesões do Aimar (que não jogou, jogando no seu lugar o Carlos Martins) e do Ramires (substituído durante o jogo pelo Felipe Menezes).

 

Em má hora o Jesus havia de se lembrar do Urretavizcaya, que haveria de participar naquela palhaçada de golo que deu a vitória aos encarnados, para depois vir a ser dispensado no mercado de Inverno, e, pelos vistos, assim continua.

 

Fora de brincadeiras, é claro que há sempre elementos que são difíceis de substituir, quando não, impossíveis mesmo.

 

E para mais quando quem sai demonstrou uma tal qualidade e amor sem reservas à camisola, que torna tormentosa para quem chega a sua substituição.

 

Outras vezes são os reforços, que, malgrado a sua vontade de triunfar e os esforços por que envidam, não logram proporcionar os resultados esperados.

 

Uns, sem que se ponha em causa a sua qualidade, ainda que ocasionalmente possam oferecer resultados, não dão garantias em todas as ocasiões.

 

Crêem-se absolutamente independentes e querem pensar pela sua cabeça. Falta-lhes uma visão de conjunto, pensando que poderão persistir nessa sua senda individualista. Até um dia…

 

Outros, coitados, pura e simplesmente, não têm qualidade suficiente. São incompetentes e toda a gente sabe ao que vêm, não sendo capazes de disfarçar minimamente aquilo que pretendem, ou quem os comanda e os salva da nula habilidade.

 

E há ainda aqueles que são extraordinários no seu labor. Tão extraordinários que, por vezes, com bastante frequência até, exageram. Atingem “picos de forma” muito cedo na temporada, e sobem com isso as expectativas.

 

Em condições normais aconteceria o que se disse para os anteriores, toda a gente sabe ao que vêm, e isso poderia constituir uma forte condicionante a que correspondessem às expectativas criadas.

 

 

 

 

O “mundialista” Olegário Benquerença, “par” do Lucílio, na época transacta parece ser o único, claramente à altura da tarefa.

 

O Pedro Proença enquadra-se naqueles casos de pretensa independência, e é um bocado aleatório nas suas intervenções. Tem-se em grande conta, e agora, tendo sido considerado o melhor árbitro, o seu narcisismo deve estar nos píncaros. É como o outro: “Julga-se o melhor condutor do Mundo…”.

 

Tão depressa pode acertar, como errar redondamente, em suma, não é fiável.

 

Ficam os Brunos Paixões, os Carlos Xistras, os Elmanos, os Joãos Capelas, os Vascos Santos, os Hugos Miguéis, os Cosmes Machados, e a nova estrela da companhia, que mal acabou o tirocínio de subserviência, é já internacional, Artur Soares Dias. 

 

 

Lá está, como é bom de ver, qualidade e competência não são certamente factores que naquele naipe estejam presente. Em todos os indicados se puderam assistir ao longo da época passada, falhas primárias e investidas contra a verdade do jogo, em particular, como acontece com os touros, quando em presença de uma certa e determinada cor.

 

Como candidato melhor colocado para fazer companhia ao Benquerença, “pode vir o (João) Ferreira”. É sem margem para dúvidas a escolha acertada.

 

Porém, como disse acima, e ficou amplamente demonstrado na final da Supertaça, o João Ferreira tem tendência para extremar as suas actuações (e)levando-as mesmo ao exagero.

 

Competência não lhe parece faltar, mas a necessidade de que padece de sentir-se útil, leva-o a cometer excessos, como a festinha ao Álvaro Pereira.

 

O resumo dos outros lances em que fica demonstrada a sua capacidade encontra-se no vídeo que se segue, da lavra do "Mística do Dragão".
 

 

 

 

 

Um árbitro capaz de uma tal performance não é incompetente, antes pelo contrário. Perdoar cinco expulsões, todas a jogadores da mesma equipa, num só jogo, é obra. Melhor ainda quando, pelo menos, dois desses jogadores deram motivos para ser expulsos por duas vezes (David Luís – acumulação de amarelos e vermelho directo no lance com o Sapunaru, e Carlos Martins, vermelhos directos), e um deles, o Carlos Martins, conseguiu a proeza de chegar ao fim do jogo sem uma única admoestação. É obra!

 

Para refrescar algumas memórias aqui fica um “tesourinho deprimente” do baú benfiquista, em que se pediu, não, exigiu, a aplicação de um castigo ao Cristián Rodriguez, por uma pretensa agressão que ficou a anos-luz, por exemplo da do David Luiz.

 

 

 

A talho de foice, para que não esqueçam, foi o senhor árbitro da “mãozinha” na cara do Álvaro, que num acesso de homofobia, expulsou o Olberdam, no Funchal, por este mandar um colega “tomar no cú”.

 

E já que estamos com a mão na massa, convém ainda não esquecer que o Vandinho foi castigado com quatro meses de suspensão, por “tentativa de agressão”.

 

Aquele esticar de pata do Tacuara foi o quê?

 

Ficamos a aguardar (sentados e sem suster a respiração!) pelos “sumaríssimos”.

 

Se tiveram a paciência de ler até aqui, hão-de ter reparado que só se falou de um “insubstituível” – precisamente o amigo Lucílio.

 

Quem é a segunda “pedra nuclear” perdida?

 

Está mais que visto: o inefável Ricardo Costa.

 

Este sim, é mesmo (até ver) insubstituível. É que, se para o Lucílio, com maiores ou menores dificuldades, uma vez que não se pode fazer uma época inteira só com arbitragens do Olegário e do Ferreira, lá se conseguirão congeminar alguns substitutos, aqui o caso é bem mais complicado.

 

Terá que se fazer a coisa “por outro lado”!

 

Pois é Jorge Jesus, há “pedras nucleares” que são mesmo "insubstituívels".


Nota: Não pretendo aqui denegrir ninguém. Na realidade Jorge Jesus nunca afirmou (que eu ouvisse ou lesse), que haviam "insubstituívels". Disse foi, após a derrota na época passada em Braga, que não haviam equipas "invencívels", como, de resto, por duas vezes já demonstrámos, e espero, continuaremos a demonstrar...

 

O seu, a seu dono.

Chamam-lhe "Noddy"...

10
Ago10

…entre outros mimos!

 

Admito que fui um dos que ficaram preocupados depois do Torneio de Paris, e em particular, após presenciar o jogo com o Bordéus, ainda que dando um desconto à ausência nesse jogo, julgava eu, de muitíssimos titulares. 

 

No entanto, apesar de manter o 4-3-3 jesualdiano, o FC Porto jogou bem na Supertaça Cândido Oliveira, e deu para perceber que sendo a mesma a disposição táctica, o modelo de jogo é bem mais dinâmico que o do prof.. 

 

Aliás, essa é a diferença que se nota de caras neste FC Porto de Villas Boas. Os espartilhos da época passada, como que por magia, parecem ter desaparecido.

 

A equipa está mais solta em campo e o meio-campo, em particular, livrou-se daquele rigor táctico, quase mortis, em que os jogadores pareciam bonecos de matraquilhos, raramente abandonando as suas posições.

 

A magia, neste caso, tem claramente um rosto e um nome, e desta vez o mágico não dá pelo nome de Deco, mas sim de João Moutinho. A mobilidade agora descoberta pelo meio-campo é imagem de marca do ex-leão.

  

 

Um jogo oficial disputado com a camisola do FC Porto, um troféu conquistado.

Para média, não está mal! É só continuar...

 

No sábado passado, por mais de uma vez vi, quando o adversário colocava a bola num dos flancos (mais o direito, no caso), os centrocampistas (Moutinho, Beluschi e Fernando), a flectirem nesse sentido, encurralando, com o apoio do extremo desse lado, o portador da bola.

 

E o mesmo, quando em posse de bola, na saída para o ataque, criando supremacia numérica sobre o adversário.

 

Ou seja, exactamente a mesma coisa que vi fazer o Sporting de Paulo Bento, na Supertaça Cândido de Oliveira de 2008/2009, o último jogo do FC Porto que tive a oportunidade de presenciar ao vivo, e em que fomos derrotados. 

 

O Sporting jogava então em losango, e o João Moutinho, o Izmailov, o Derlei, e o Rochembach, deram cabo do juízo do Lucho, que, lá está, por causa da malfadada rigidez táctica do professor, teve que se haver, juntamente com o Sapunaru, com aquele emaranhado de gente.

 

Com um meio-campo assim, a defesa fica menos exposta, porque as dificuldades do adversário em criar jogo são evidentes, e os médios, os extremos e os avançados contrários deixam de conseguir, com tanta facilidade, aparecer embalados de trás. 

 

Por outro lado, o ataque pode deixar de (sobre)viver de “transições rápidas”.

 

Na Supertaça a pressão ofensiva foi contínua e (im)pressionante. O Varela esteve endiabrado, haja força para continuar assim. E se não houver, é para isso que estão lá os outros extremos, n’est pas? Para manter ritmos elevados através da rotatividade, em vez de marcar e recuar, como num passado recente. 

 

Percebo agora que aquilo era possível “naquele” Sporting, porque morava lá o João Moutinho. Também percebi que, caso o Raúl Meireles venha mesmo a sair, ficamos a ganhar com a troca. 

 

O Moutinho é claramente mais jogador de futebol que o Meireles. É futebol da cabeça aos pés. Tudo aquilo que faz é pensado, e normalmente pensa e faz bem. 

 

O Raúl Meireles, que não fique dúvida nenhuma, é também um excelente jogador, mas o seu futebol é feito mais à base de nervo, mais físico, ainda que não seja um portento nesse aspecto. 

 

De vez em quando, lá lampeja um rasgo de génio, e sai um ou outro passe extraordinário.

 

O Moutinho é constância, o Meireles é o momento. O que era óptimo era que ficassem ambos na equipa.

 

 


Nota: finalmente consigo ver algum interesse nesta música…

 

The “Oca” Game

10
Ago10

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Aqui há uns anos na televisão espanhola (não me recordo em que canal) passava um concurso que se chamava “El Gran Juego de La Oca” (“O Grande Jogo da Gansa”). Por gozo, fazíamos a tradução para inglês, conforme reza o título.

 

Era uma espécie de “Jogos Sem Fronteiras”, onde haviam várias provas, e cada vez que o(s) concorrente(s) as terminavam com êxito, eram brindados com um sonoro:

 

“Prueba superada!”

 

Assim o fizeram no sábado passado o FC Porto e André Villas Boas: “Prova superada!”

 

O FC Porto conquistou a sua 17.ª Supertaça Cândido de Oliveira, a décima, em onze à pala do seu adversário. Como disse o treinador portista, tudo normal.

 

Anormal seria o contrário. Atrevo-me a dizer mais. Quando o FC Porto joga com a motivação e a vontade que demonstrou no sábado passado, em circunstâncias normais, é capaz de ganhar e ganhará sempre a qualquer clube, dentro ou fora de fronteiras.

 

Fê-lo já por mais de uma vez, independentemente de para árbitro nomearem um qualquer João, “que pode vir”, e de o seu oponente depois se desculpar com a saída de “pedras nucleares”, com o estado da relva, a bola, o alinhamento cósmico, ou a perda de sabor da “chuinga”.

 

Foi isto que não se viu na pré-época do FC Porto (eu não vi, pelo menos). Mas se era esta surpresa que Villas Boas estava a reservar para o primeiro jogo oficial da temporada, ainda bem que não se viu. Deu muito mais gozo desta forma.

 

A equipa do FC Porto, e foi disso que se tratou, uma “EQUIPA”, jogou, jogou bem, e ganhou. E não ganhou “limpinho”, como alguns idiotas platinados gostam de frisar em relação às vitórias que lhes caem dos céus aos trambolhões.

 

Foi um triunfo, como dizia a capa d’ “O Jogo”, “Justo e claro”. Até porque “limpinho”, ó idiota ruminante, não passa de um diminutivo de “limpo”.

 

 

 

 

 

Don Orelhone

09
Ago10

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

"Queiroz recorre a Luís Filipe Vieira"

 

O seleccionador nacional terá pedido ajuda ao presidente do Benfica para o processo em que é alvo na Federação Portuguesa de Futebol (FPF).

 

 (in "SAPO Desporto", via "Correio da Manhã")

 

 

Desculpem-me lá o (mau) português, mas, que merda é esta?

 

O Queiroz pede ajuda ao presidente do Benfica? O que isto? Mas onde é que nós estamos? O que é que o presidente do Benfica tem a ver com a selecção nacional e o seleccionador nacional?

 

"Em causa estão "inimigos comuns"". Inimigos comuns? O presidente da Autoridade Antidopagem? Sua Excelência o Exmo. Senhor Secretário de Estado do Desporto? Inimigo de Luís Filipe Vieira?

 

O que é isto? Porque é que o presidente do Benfica tem por inimigo o Secretário de Estado, e porque é que é tido e achado num assunto que é da Federação, da AdoP e do seleccionador nacional?

 

É a (mais recente) exponenciação do "Nós somos o País".

 

Onde é que nós estamos? Que País é este?

 

Quem é esta pessoa, de tamanha importância, que se faz ouvir em tais fóruns?

 

Então o outro não pode ser conselheiro matrimonial, e este é o quê? Especialista em Direito do Trabalho? O que é isto?

 

Quem é que é, afinal de contas, o Don ?

 

 

 

22 milhões de problemas ou de soluções?

04
Ago10

 

E pronto, tal como a Liga Pescada da época passada, a tal que antes de o ser já tinha dono, consumou-se (até que enfim!) a saída de Bruno Alves do FC Porto.

 

O negócio, tendo em conta que se trata de um defesa, com quase 29 anos, parece-me bastante razoável.

 

Se tivermos em conta que estamos a falar do FC Porto, um reconhecido especialista mundial na colocação de defesas- centrais, e que houve, em tempos não muito idos, um clube europeu que dava 13 milhões de euros pelo “aquecedor de banco” Sidnei, já fico na dúvida se terá sido assim tão bom negócio.

 

Por outro lado, pelo que se ouve (e lê), o Ramires estará em vias de ir para o Chelsea, por quantia idêntica à paga pelo Zenit. Sendo um médio, ainda para mais do escrete, lá volta o negócio a parecer excelente.

 

Entre os colegas adeptos portistas as opiniões dividem-se, como seria de esperar. Para uns, é a catástrofe! Depois das falhas defensivas do último fim-de-semana, recompensadas com o último lugar no Torneio de Paris, a saída do Bruno Alves é o golpe de misericórdia na nossa estrutura defensiva.

 

Outros preferem acomodar-se realisticamente aos milhões que vão entrar, à idade do jogador e à sua (dele), e do papá, mais que propalada vontade de zarpar cá do sítio.

 

Bem, aos primeiros pergunto: o Bruno Alves na época passada jogou no FC Porto, não jogou? Parece-lhes que aquela defesa foi um primor de segurança ao longo da época?

 

Cá a mim, não me parece.

 

O Bruno Alves, e o “seu” Washington, fizeram abundantemente saber, antes de iniciar a época 2009/2010 (a passada, portanto) que estava na hora de dar o salto, e que alto que salta o Bruno, quando quer!

 

Lembram-se do que aconteceu na época 2004/2005? Sim, essa mesma, a do Trappatoni, dos sumaríssimos, do Estorilgate, e por aí adiante.

 

Perdemos a Liga para uma equipa, que, apesar de termos tido três treinadores, ao longo da época pouco ou nada nos foi superior.

 

E para além daquelas trapalhadas, usuais quando um certo clube ganha qualquer coisa, lembram-se de dois jogadores que ficaram muito acabrunhados por não seguirem os mesmos caminhos do Deco, do Paulo Ferreira e do Ricardo Carvalho?

 

As figuras que os senhores Maniche e Costinha fizeram em campo naquela época, para mim, foram inesquecíveis – coincidência das coincidências, agora voltam a encontrar-se no Sporting.

 

Queremos voltar a ter na nossa casa “meninos amuados”? Ou barracadas leoninas como as do João Moutinho, do Miguel Veloso, do Vukcevic e do Izmailov (bem feita, Costinha!)? Para quê? Para depois nos armarmos em virgens ofendidas, e pormos em causa o estado de conservação da fruta?

 

Por mim, com muita pena, porque o considero um bom jogador, desde os tempos em que o vi jogar pelo SC Farense, e como até a própria UEFA reconheceu há duas épocas atrás, mas a partir do momento em que a cabeça do Bruno Alves deixou de estar cá, estava na hora de partir.

 

Esteve uma época a mais no FC Porto.

 

Do Bruno Alves, número 2, capitão do FC Porto, guardo duas imagens, uma positiva e uma negativa, sem que qualquer uma pese mais que a outra.

 

A positiva, e o meu agradecimento, por em Novembro de 2008, após a derrota com a Naval 1.º de Maio, ter ido sozinho ao encontro da claque do FC Porto, pedir-lhes calma, e que não deixassem de apoiar a equipa.

 

Nessa noite, ganhámos a Liga 2008-2009.

 

A negativa, os quatro dedos espetados na final da Taça Lucílio Baptista.

 

Foi a imagem do conformismo e da acomodação. A perder com aquela equipa mostra-se ao adversário quatro dedos? Somos tetracampeões! Pois somos. E depois?

 

É daquelas coisas que ficam bem num curriculum de um jogador, e poucos como o Bruno Alves se podem orgulhar disso, mas para o clube, o que estava em causa uma vitória numa competição, por muito irrisória que esta fosse.

 

Era isso que devia estar na cabeça do Bruno Alves, e não estando na dele, dificilmente estaria na dos colegas.

 

Eles (jogadores) e nós continuámos tetracampeões e eles levaram a Taça. Tudo bem, até é daquelas que não vale um chavo… mas sempre é uma Taça. 

 

A questão agora é: quem vem a seguir?

 

Há vários nomes apontados para substituir o Bruno Alves. A alguns não os conheço, e os que conheço não me agradam.

 

Por um motivo muito simples, o FC Porto, ao contrário do que dizem, não precisa de um defesa-central. Defesas-centrais, melhores ou piores, com mais ou menos categoria, moram lá três.

 

O FC Porto precisa é de um patrão para aquela defesa, de um líder. E isso é mais difícil de encontrar.

 

O Rolando foi capitão no Belenenses, e o patrão da defesa de Belém. Chega ao FC Porto, e o que é que se vê? Uma tremideira inexplicável ao longo da época, com o seu apogeu naquele auto-golo a favor do Marítimo.

 

Ainda há dias o ouvi dizer, a propósito do próximo jogo para a Supertaça, que “jogar com um clube grande é diferente”. Ora, isto, vindo de quem joga num clube maior ainda, não faz sentido.

 

Isto é o discurso do capitão do Belenenses, que, na cabeça dele, nunca deixou de ser. E talvez isso explique o seu comportamento.

 

O Sereno é aquilo que se viu contra o Bordéus. Alguma boa vontade, mas pouco mais. Pode ter sido capitão do V. Guimarães, mas não é líder para o FC Porto. Até porque, em termos de presença física, deixa algo a desejar.

 

O Maicon está ainda muito verde e preocupado em demasia em não errar, o que lhe eleva os níveis de stress, e acaba, por vezes, a resultar contraproducente. Ainda está na fase em que tomar conta de si já é obra, quanto mais deitar a mão a outrem.

 

Dos nomes que se ouvem: Lazzaretti, Rodriguez, Valdomiro, Tolói, Mário Fernandes, Gabriel Mercado etc., nada a dizer, acho que são excelentes, onde estão neste momento.

 

Agora, gostava de perceber o porquê da insistência no Rodriguez, quando o seu vizinho do lado, o Moisés, esse sim, para além de um excelente defesa-central, é o verdadeiro patrão da defesa bracarense.

 

Até hoje, acho que nunca vi o Rodriguez dar um grito para os colegas. Pode ser bom defesa, não discuto isso, mas não é “o líder”. Longe disso.

 

Ou então, ainda no Sporting de Braga, o Paulão, que está por lá tapado pelo Moisés. O estilo é o mesmo, e talvez por isso não alinhem em simultâneo.

 

O Paulão era o patrão na Naval 1.º de Maio, e recordo-me de que até marcava golos em lances de bola parada com alguma frequência, que é outro ponto em que estamos carenciados.

 

Porque não um destes dois? O Moisés é mais caro que o Rodriguez? O Paulão, de certeza que é mais barato que os outros dois, e que todos os que vêm sendo apontados, e não é pior que eles.

 

Quando se fala num Lazzaretti, num Rodriguez, num Valdomiro, e se têm como termo de comparação um Sereno, um Maicon ou um Rolando, prefiro qualquer um dos que indiquei. 

Pau que nasce torto...

02
Ago10

Diz o ditado, que “tarde, ou nunca se endireita”.

 

Sob os auspícios da TV online, finalmente lá consegui ver um bocado do jogo do FC Porto contra o Bordéus, ontem à tarde.

 

Estava ansioso por ver o “novo FC Porto”. As notícias de um FC Porto de André Villas Boas (AVB), a pressionar alto e com um reforço do papel do trinco na construção de jogo, deixaram-me de água na boca.

 

E fiquei desiludido. Aquilo que vi foi mais do mesmo. A continuação do FC Porto amorfo e sem rasgo do prof. Jesualdo Ferreira.

 

É bem certo que na equipa que jogou de início contra o Bordéus, só lá morava, julgo eu, um titular de caras, naquilo que será a equipa principal para a época que se avizinha – o Álvaro Pereira.

 

E ainda assim, mesmo ele acabadinho de chegar de férias, talvez, com uma semana e meia de trabalho.

 

Depois, dois jogadores, que para mim até seriam titulares: o Beto e o Silvestre Varela.

 

O resto, bem o resto é o pessoal que luta por um lugar na equipa, e que vai, quase de certeza, aquecer o banco de suplentes em grande parte da temporada: Sapunaru, Maicon, Sereno, Souza, Castro, Beluschi, Walter e Ukra.

 

Tendo isso em consideração, ainda assim esperava mais. Se a pressão alta é um dos princípios de jogo seguidos por AVB, esperava ver pressão alta. E não vi. Ou melhor, raramente vi.

 

O que vi foi o estafado 4-3-3 de Jesualdo Ferreira, a produzir o mesmo resultado que produziu na temporada passada, ou seja, nada.

 

A não ser que o melhor da exibição portista se tenha concentrado, para meu grande azar, até aos 30 minutos de jogo, quando comecei assistir, e o FC Porto liderava já o marcador por 1-0, com o golo do Walter.

 

Porque daí para a frente, não vi nada de novo ou especial. O que vi foi o segundo avançado francês a flectir para o meio, o Sapunaru a “segui-lo”, ou a ficar nas covas, e o Varela a recuar para defender, acompanhando o defesa esquerdo adversário, até quase à nossa área, e mais atrás que a posição do romeno.

 

Se a ideia do 4-3-3, é persistir nas transições rápidas, então algo estará mal. É muito louvável o espírito de sacrifício do extremo, mas só vi um Varela em jogo. E se o que eu vi estava lá atrás, a marcar o defesa esquerdo francês, faltava outro lá à frente para fazer a transição rápida.

 

Ou nesses casos atacamos só com o avançado centro e o extremo do lado oposto?

 

Para a segunda parte, saiu o Álvaro Pereira, que até era o capitão de equipa, e entrou o Emídio Rafael.

 

E aqui, um parêntesis. A braçadeira de capitão transitou para o Beluschi. Porquê? O Castro pôs alguma nódoa na braçadeira no jogo em que a envergou?

 

Ainda que isso não seja “o” critério a seguir, não era o jogador em campo com mais anos de casa? Porque é que a braçadeira foi para o Beluschi? Também abriu a época de saldos para capitão do FC Porto?

 

O miúdo é portista da cabeça aos pés, e, de certeza absoluta, sente aquela braçadeira de uma forma que o Beluschi, por muitos anos que fique entre nós, nunca sentirá.

 

Fait divers concluído, na segunda parte não vi nada ao FC Porto. Não vi uma jogada com princípio, meio e fim (princípio e meio, já não era mau!). Não vi ninguém do meio-campo a pegar no jogo, capitão de equipa Beluschi incluído, e dei por mim a pensar porque é que terão sido dispensados Tomás Costa e o Valeri, se o que os distingue deste artista é, fundamentalmente, a originalidade dos penteados.

 

Um jogador que é organizador de jogo, pega no jogo e leva a equipa para diante. É daquelas coisas que lhe estão no ADN. E se é assim, fá-lo mesmo quando o treinador tenta refrear-lhe os impulsos. Está-lhe no sangue.

 

Não vejo isso no Beluschi. Não sei em que posição jogava na Argentina ou na Grécia, mas pelo que vejo, não me parece ser um construtor de jogo, antes um finalizador.

 

Nem nele, nem em nenhum dos que jogaram ontem. O FC Porto não saiu uma vez a jogar com a bola controlada da defesa. As reposições de bola em jogo foram feitas através de pontapés do guarda-redes, ganhos pela defesa francesa (contra um único avançado centro, estava-se mesmo a ver!), e depois faltaram os médios capazes de recuperar a bola.

 

Não deu para ver que tipo de jogador é o Souza, porque, não sei se lhe deram instruções nesse sentido ou não, mas parecia amarrado a meio-campo. Era passar a bola, normalmente para o lado, e muito raro, para diante, e regressar à posição inicial frente à defesa. É irmão gémeo do Fernando? É que se é assim, um já bastava. E o tal transporte de bola pelo trinco? Onde é que ficou?

 

No fundo, para meter a bola lá à frente, continuamos na mesma: ou pontapé do guarda-redes, ou pelas alas. Quando pelas alas não dá, como ontem, porque o Varela rebentou (obviamente!) e o Ukra, não se conseguiu mostrar, resta o pontapé do guarda-redes.

 

Mas não houve nada de bom? Claro que houve. O golo do Walter. Se, como ele disse no final da partida, há dois meses que não entrava em jogo, e na estreia marca logo um golo, então foi óptimo.

 

E, uma jogada na segunda parte, em que efectivamente saiu a pressão alta sobre o trinco adversário. Não recuperámos a bola directamente da pressão feita, mas levou-se o oponente a cometer um erro no passe, e só não deu uma jogada de maior perigosidade por que o Castro se atrapalhou.

 

Mas atenção, porque neste exemplo de pressão alta, salvo erro, estiveram envolvidos, fundamentalmente o Castro, o James e o Beluschi, e viu-se o fosso que se cavou entre a linha média pressionante do FC Porto e a sua defesa. Se tivesse corrido mal, tínhamos o Souza e a defesa às aranhas.

 

Defesa às aranhas é uma coisa que acho que vamos ter amiúde, com ou sem Bruno Alves. Com Bruno Alves temos a defesa da época passada. Lembram-se?

 

Sem Bruno Alves, o Sereno fez o favor de mostrar, no segundo golo do Bordéus, porque é que não é jogador para o FC Porto. Tem, de facto, mais presença e mais lata que o Rolando, para sair com a bola controlada, mas…não sabe fazê-lo.

 

Dito isto, há uma questão, que já foi colocada, quanto a mim, com bastante pertinência neste artigo,"A praga do 4-3-3", no blog "Mistica do dragao", e hoje, aqui: alguma regra, vínculo contratual, promessa, nos obriga a jogar em 4-3-3?

 

Bem sei que o modelo 4-4-2, é difícil de implementar, que gera desequilíbrios, e força compensações, e outras balelas, mas bolas, não se pede o “tiqui-taca”, ao primeiro ensaio!! Não se pode, ao menos, pensar no caso?

 

O Cristián Rodriguez, ao que consta, no PSG jogava mais recuado, mais na linha de um médio, do que de um extremo puro. O Ukra, não me parece que tenha grandes dificuldades em recuar um pouco no terreno.

 

O mais prejudicado seria, talvez o Varela, que é o extremo mais puro. O James Rodriguez, daquilo que vi, não fiquei com uma ideia concreta.

 

Colocando o Hulk como segundo avançado, ganharíamos um poder de penetração e capacidade de remate, pelo centro, que desta forma não temos, e tanto o João Moutinho, como o Ruben Micael, já mostraram no Sporting e no Nacional da Madeira, que, a espaços, são bem capazes de estender o jogo até à linha de fundo.

 

Esta opção teria ainda a favor a possibilidade de optar pela ala onde colocar o “extremo”, consoante jogasse o Cristián, o Varela, o Ukra, ou outro, retirando previsibilidade ao modelo de jogo a adoptar.   

 

Há ainda outro pormenor que gostava de ver, digamos que, erradicado. Após o jogo com o Paris Saint-Germain, o treinador do FC Porto veio queixar-se da bola e do terreno de jogo.

 

Agora foi a arbitragem que mereceu reparos. Tudo bem. São coisas que acontecem.

 

Das arbitragens nem vale a pena falar, tal é a frequência com que as queixas se multiplicam.

 

Ainda recentemente, durante o Mundial, terão sido poucos os que não se queixaram da “Jabulani”. O guarda-redes brasileiro chegou mesmo a dizer que parecia uma daquelas bolas que se compram no supermercado.

 

O próprio, o ilustríssimo e altíssimo Jorge Jesus, após o jogo da sua equipa em Alvalade, queixou-se da “relva fofa”, que dificultava a circulação de bola, lembram-se?

 

Talvez não. E os senhores do “Record” também não se recordam certamente disso, porque, pelo que vi na edição de ontem, as declarações do treinador portista foram suficientes para se ver galardoado com uma medalha de lata.

 

Um daqueles prémios de e para idiotas do “Record”.

 

Ou seja, isto começa a soar a déjà vu. Vamos revisitar a época passada?

 

O Benfica a ganhar a Taça da Amizade, a Summer Cup, a Taça do Guadiana, e dê lá por onde der, a Eusébio Cup, e um certo cheirinho a andor, colinho, ou lá o que seja.

 

O treinador do FC Porto terá que fazer um esforço de contenção, porque tudo o que fizer, não fizer, pensar fazer, ficar na dúvida se é de fazer ou não, vai ser aproveitado para colocá-lo em causa.

 

Se a sua tarefa, mesmo sem esses pormaiores, é já de si complicada, será melhor que se previna, para não dar flanco a esse tipo de desajudas.

 

É que, para este peditório já nós demos, e, na primeira, todos caem, mas na segunda, só cai quem quer…

 


 

Nota: Não vi o jogo, mas li o seguinte comentário na caixa respectiva do blog do António Boronha, que, depreendo seja proveniente de um benfiquista:

 

 

 

 

Pois é. Se tivermos em conta, que o primeiro golo, vai lá vai, e que o terceiro foi obtido de livre, não surpreende que o Jesus diga que:

 

“Assim dificilmente alguém nos segura”