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Azul ao Sul

Algarvio e portista E depois? O mar também é azul...

Azul ao Sul

Algarvio e portista E depois? O mar também é azul...

Tradução (quase) simultânea

30
Out10

Como o prof. Doutor Rei da Chuinga tem uma maneira arrevezada de se pronunciar na nossa língua, como, de resto, quase todos os professores Doutores, deixo aqui uma tradução da sua última "flash interview":

 

"Saiu tudo na perfeição"

 

Tradução:

 

"O árbitro marcou aos 65 minutos, um penálti inexistente a nosso favor, que acabou com o jogo, e a partir daí, podemos dedicar-nos a pensar no jogo seguinte: o Javi Garcia foi fazer companhia ao Carlos Martins, que só ficaria de fora se estivesse doente em estado terminal, e afinal, apesar de vivinho da silva, nem se equipou.

 

Fez ainda o favor (o árbitro) de expulsar um jogador adversário aos 83 minutos de jogo, a fazer lembrar a temporada passada, mas muito mais tarde, o que me encheu de coragem para, finalmente tirar o Luisão, não se fosse ele constipar - toda a gente sabe que o Luisão e o Maxi Pereira, jamais iriam ser amarelados neste jogo".

 

Para terminar, na época que passou, eram os mais grandes do Mundo, porque marcavam muitos golos. Nesta, são os mais melhores, porque vai para coisa de cinco jogos que não sofrem golos. Na próxima, vão ser os mais melhores e mais grandes porque o prof. Doutor vai aprender a fazer bolas com a chuinga.

 

São assim os benfiquistas, arranjam sempre uma boa desculpa para serem felizes. "Quase uma religião", dizia o prof. Doutor. Nem tanto, mas não andam longe de uma daquelas seitas, em que o dízimo compra a felicidade eterna.

 

 

 

 

Que desconsolo!

28
Out10

Com nomeações destas, não tarda nada e ainda faço a vontade a alguns crentes do mais grande do Mundo dos arrabaldes de Carnide, e até a alguns portistas, e deixo de comentar os árbitros escolhidos a cada jornada, porque, como eles dizem, dando uma volta (Deus me livre!) pela blogosfera dos vários emblemas, a conclusão a que se chega é que “todos se queixam do mesmo”. 

 

 

 

 

 

O que dizer então? João Capela, no Rio Ave x SC Braga. Depois do FC Porto (em casa, com Beira-Mar) e do Benfica (na Madeira, com o Marítimo), agora toca-lhe o SC Braga. Na época passada ficou-se pelo Benfica x Leixões (excelente arbitragem!) e pelo Académica x FC Porto. Está em progressão: três jogos com equipas grandes (mais o SC Braga).

 

Na União de Leiria x Sporting, o João Ferreira. O que é que se pode dizer? “Pode vir”! E veio mesmo. É mais um internacional num jogo do Sporting, depois do Olegário na jornada anterior, e é mais um que fez asneirada da grossa recentemente. Ainda não percebi se o Vítor Pereira os manda para os jogos dos sportinguistas por castigo ou para se tentarem redimir.

 

Duarte Gomes, no Académica x FC Porto. Sempre é melhor que o João Capela, de 2009-2010. 

 

E para o Benfica x Paços de Ferreira, o Bruno Esteves, que se estreia nestas andanças, de jogos com equipas grandes (mais o Sporting e o homónimo de Braga). 

 

É mais um produto desse magnífico alfobre de árbitros que é a associação de árbitros de Setúbal, que deu ao futebol nacional nomes como Carlos Valente, Lucílio Baptista, Bruno Paixão e João “pode vir” Ferreira. Seguirá na sua esteira? A ver vamos. 

 

Uma coisa é certa, com estas nomeações, Duarte Gomes está fora da rota do Dragão na próxima jornada. Os meus favoritos para esse jogo, digo-o já, em jeito de aposta, são Pedro Proença, Olegário Benquerença e o Jorge Sousa. 

 

Destes três, o Olegário e o Sousa certamente causam calafrios aos vermelhuscos. Como estamos a entrar na época das gripes, não convêm. O Proença, não sendo o ideal, será aceitável. Para o FC Porto, o pior deles todos será o Olegário. 

 

Numa segunda linha de hipóteses estariam o João “pode vir” Ferreira, o Xistra e o Bruno Paixão. Era preciso não ter vergonha na cara para achar que lá poderia ir o Ferreira (e, quiçá por isso mesmo, será um forte candidato…). Na Cesta do Pão, não me surpreenderia, mas no Dragão. Fia mais fino. 

 

O Xistra ainda agora esteve em Guimarães, e já fez o Benfica x Sporting. O Paixão, é areia de mais para a camioneta dele, bem como do Artur Soares Dias, a quem nem sequer incluo ainda nestas contas. 

 

Por exclusão de partes, aposto no Pedro Proença.

 

No entanto, com a “greve” dos árbitros podem haver surpresas, consoante os que se mostrarem disponíveis ou não para actuar nesse fim-de-semana. Se faltarem os internacionais, pelo menos o Hugo Miguel e o Vasco Santos não devemos apanhar. 

 

Daí para diante, entre Capelas, Elmanos, Cosmes, Costas e Baptistas, venha o diabo, de preferência, que não seja vermelho, e escolha. Não será muito melhor do que isto: 

 

 

"FC Porto-Benfica pode ser dirigido por espectadores"

 


Nota: Fica finalmente esclarecido o porquê da solicitação benfiquista de 2.500 bilhetes para o Dragão. Assim, na ausência em campo do adepto do apito, sempre estão lá 2.500 na bancada prontos para substituí-lo. Ou queriam uma equipa de arbitragem 100% azul e branca?

 

Nota2: Este Luís Guilherme da APAF ainda é o mesmo que o João Bartolomeu, presidente da União de Leiria, estava convencido que tinha sido colocado na Comissão de Arbitragem da Liga e era influenciado nas suas nomeações por alguém, que nem sei bem quem era? 

 

Nota3: Assim, também eu fazia peito, ó prof. Doutor Rei da Chuinga!

 

  

 

 

E a bandeira do Japão?

22
Out10

Nas vésperas do jogo de ontem, li comentários de vários adeptos turcos que diziam que "nos iam ensinar o significado da bandeira do Japão".

  

Como não fazia a mais pálida ideia do que tal significava, para além daquelas histórias do "Império do Sol Nascente", dei-me ao trabalho de ir coscuvilhar no Google, para ver se sempre aprendia qualquer coisa.

 

Não encontrei nada. Ou melhor, até encontrei muita coisa, mas nada que parecesse relacionado com os comentários turcos.

 

Como se isso não bastasse, apesar dos bons ofícios do árbitro espanhol, no sentido do meu (nosso) enriquecimento cultural, os senhores Hulk, Falcao e Helton, fizeram das suas e boicotaram a lição em vista.

 

E pronto, o FC Porto alcança mais um belo e merecido triunfo por 3-1, e o significado da bandeira do Japão ficou no tinteiro. É assim.

 

Duas palavras para o desportivismo dos adeptos do Besiktas: cinco estrelas.

 

Deram uma bela amostra da distância que vai entre o comportamento de um adversário digno, que sabe reconhecer a qualidade de um contrário no terreno do jogo, e no final da partida não tem peias em aplaudi-lo, e o de um inimigo, que mais que tudo, o que pretende é, por todos os meios possíveis e imaginários, vê-lo longe do palco onde os resultados dos jogos devem ser discutidos: o campo de futebol.

 

São eles os fanáticos? Bem hajam! Cá os esperamos no Dragão!

Está um dia lindo hoje

21
Out10

Hoje acordei assim, bem disposto. Nem sei bem porquê. Admito que fiquei contente com a vitória da equipa do Licha e do Cisshoko? Afinal sempre são dois ex-portistas.

 

O que é certo é que hoje, ao final da tarde, jogamos na Turquia contra o Besiktas. E mais certo ainda, é que este é mais um jogo para ganhar.

 

 

 

Dizem-me que os turcos correm que nem uns desalmados. Bem, também o etíope d’ “Os Deuses devem estar loucos” corria que se fartava, mas não consta que jogasse grande coisa à bola.

 

Pois que corram. Até podem correr a maratona ou as 24 horas de Le Mans. Da última vez que olhei, ainda havia no futebol uma coisa chamada “bola”, e enquanto essa estiver do nosso lado…

 

É para isso que lá estão o João Moutinho, o Belluschi e, ultimamente, até o Fernando. Não há cá meias tintas, com ou sem Quaresma, de preferência com, é ganhar e pronto. Por vários motivos:

 

1.º o nosso adversário apresenta-se desfalcado de três das suas pedras nucleares, a saber: Ricardo Quaresma, Guti e Holosko (quem é este gajo?). Portanto, é uma excelente oportunidade para os despachar com uma derrota;

 

2.º uma vitória hoje deixa-nos, no caso de empate no jogo entre o Rapid de Viena e o CSKA de Sófia, com o apuramento quase garantido (basta nos nossos próximos jogos com aqueles dois clubes, fazer melhor do que eles fizeram nos primeiros jogos conosco).

 

Em caso de vitória de um dos intervenientes no outro jogo, bastará um empate no nosso próximo jogo com essa equipa.

 

Com uma dupla vitória sobre o Besiktas, hoje e no Dragão, a 4 de Novembro, garantimos o primeiro lugar do grupo;

 

3.º o dinheiro, papel, taco, bago, cheta, pasta, cacau, pilim, cantante, vil metal que vamos arrecadar;

 

4.º a moral, e essas tangas;

 

5.º os pontos, Senhor, os pontos tão importantes para daqui a dois anos, podermos ter o Sporting de volta à Champions.

 

Estarei talvez a ser demasiado optimista. Dificilmente o Sporting de Braga se deixará ultrapassar pelo Sporting!

 

Agora a sério. Não andarei muito longe da realidade se disser que, no princípio do próximo mês, o FC Porto tem resolvida esta questão da fase de grupos da Liga Europa.

 

A partir daí, temos três competições, nas quais não podemos facilitar, porque são para ganhar - nem se coloca outra hipótese - mas onde, com parcimónia, se pode fazer rodar o plantel.

 

Quanto a mim, este foi um dos segredos do sucesso do campeão da época transacta. O resto não foi segredo, esteve à vista de toda a gente.

 

A Taça de Portugal, a Taça da Liga Bwin, ou lá como é que se chama desta vez, e a Liga Europa, possibilitam fazer uma gestão do plantel de molde a dar minutos de jogo e aprimorar física e animicamente os jogadores menos utilizados na Liga Zon Sagres, o que é sempre importante, desde que não se comprometam os objectivos delineados, que terão necessariamente que passar pela vitória nessas competições.

 

É claro que a prioridade terá sempre de ser a Zon Sagres, mas essa, ou muito me engano, ou lá para Fevereiro, quando voltarem os jogos europeus a sério, deve estar muito bem encaminhada, senão mesmo resolvida.

 

Digo isto porque, por essa altura, o actual segundo classificado, é bem capaz de estar nos quartos de final da Champions (pouco provável, depois de ontem), a querer botar figura. Então terá que dividir a sua atenção entre a prova europeia, as nacionais e as mil e uma conjuras, efabulações, divagações e asneiradas afins, patrocinadas pelos seus dirigentes. Ou, na pior das hipóteses, andará a passear a sua enorme grandeza pela Liga Europa.

 

Pior ainda do que isso, com a abertura em Janeiro da janela de transferências, imagino o prof. Doutor Rei da Chuinga, num déjà vu da cena de há dois meses atrás, a gritar, como naquele anúncio de comida para gatos: “Ó Chico, fecha a janela!”

 

Sejamos objectivos, havendo na mesa a possibilidade de uma ida para o estrangeiro, não são os aumentos de ordenado que vão amarrar os jogadores à Cesta do Pão, e as recentes renovações de contratos para aquelas bandas, são, a esse nível, significativas.

 

E são vários os jogadores nessas condições. Se os presentes sete pontos de vantagem passarem a dez no princípio do próximo mês, por falta de comparência ou não, a tendência mais provável será para o aprofundar do fosso, e não para a sua diminuição.

 

Ainda que volte à ribalta o tal, pelos vistos, agora esquecido, Fundo das Estrelas…

 

O Olhanense e o Vitória de Guimarães não têm pedalada para estas lides. Estão onde estão, e estão bem, mas a tendência será sempre para descer.

 

O Sporting de Braga, ou estará também na Liga Europa, ou pior ainda, andará pela Liga nacional, a curar a frustração desta participação europeia. Se agora está a oito pontos de distância, tenho cá para mim que então, se não estiver na mesma, estará pior, com os jogadores a ressentirem-se deste arranque pouco habitual de temporada.

 

O outro Sporting, o da capital, já deve ter mandado embora o treinador, ou o Costinha ou o Bettencourt, ou dois deles, ou os três! Apesar de ser quase impossível estar pior, há sempre alguma margem para surpresas.

 

Como vêem estou bastante optimista.

 

Nem a lista de árbitros nomeados para a 8.ª jornada me tirou a boa disposição.

 

 

Artur Soares Dias, no Sporting de Braga x Olhanense? Lá vão para a rua, pelo menos, dois homens de Olhão.

 

Vasco Santos, no FC Porto x União de Leiria? Com este temos umas contas a ajustar, mas desde que não deixem o Sá Pinto à solta, não deve haver problema de maior.

 

O Hugo Miguel, no Portimonense x Benfica? É uma estreia. Tendo em conta a época passada, pensei que só o deixavam fazer jogos do FC Porto e do Sporting. Afinal parece que também pode arbitrar o maior do Mundo dos arrabaldes de Carnide.

 

Porque é que alguns ficam tão abespinhados por o Paulo Costa não ter dirigido jogos deste clube em 2009-2010, e ninguém se preocupa com o Hugo Miguel, é que eu não percebo.

 

O Litos também parece que terá umas contas a ajustar. Qualquer coisa relacionada com um jantar e umas ameaças. Nada de muito importante, pelo menos para quem investiga ou devia investigar essas coisas. Oxalá consiga fazer valer os seus argumentos.

 

E o Benquerença, que regressa para o Sporting x Rio Ave? O Vítor Pereira é tramado. Um internacional de tal craveira num jogo entre o décimo e o último classificados, é pior do que a “jarra”. A propósito, será para apadrinhar a despedida do Carlos Brito? Ou do Paulo Sérgio?

Consistentes como um dejecto canino (daqueles muito, mas mesmo muito ralinhos)

20
Out10

Li em local mais que fidedigno (no "Reflexão Portista"), que Carlos Móia, presidente da Fundação Benfica, terá afirmado em Ovar, numa casa daquelas que se devem evitar, qualquer coisa como isto:

 

“Ser do FC Porto era ser o que o FC Porto era: um clube a fechar-se dentro de uma região, a olhar todo o resto de Portugal como um espaço de inimigos em delírio, de mouros a abater. O Benfica dava-me a imagem oposta: a ilusão de um universo sem limites”

 

E fiquei pasmo. Contextualizando aquelas afirmações, será de salientar que foram proferidas numa cerimónia em sua homenagem (é natural de Ovar), e que as adornou ainda com mais algumas larachas sobre uma tal de “batalha por um futebol respirável” e sobre a, cada vez mais iminente (ou não, vá-se lá saber!) deslocação ao Dragão.

 

Portanto, tudo isto, no decurso de uma homenagem à sua pessoa, e presume-se, tendo em conta o local escolhido, enquanto Presidente da Fundação encarnada.

 

Ora, como Presidente da Fundação em questão, vai falar sobre o quê? Sobre o FC Porto.

 

Para justificar a escolha da sua filiação clubística fala de quem? Do FC Porto.

 

Será talvez pela maior proximidade de Ovar à cidade do Porto do que a Lisboa?

 

Ao que consta, nessa época o FC Porto se fechava “dentro de uma região”, havia na mesma cidade que alberga o clube do seu coração, um outro grande clube que poderia tê-lo atraído.

 

Nesse outro clube, provavelmente por esses dias em que (ainda bem!) fez a opção da sua vida, até brilhavam uns tais de “Violinos”, que incentivavam a adesão de muitos adeptos.

 

Porquê então a comparação com o FC Porto, ainda que esta, no fundo, no fundo, só nos orgulhe e enalteça? Não se percebe.

 

A não ser que, seguindo o mesmo processo de raciocínio retorcido utilizado para justificar o pedido de 2.500 bilhetes para o Dragão, o homem afinal seja portista (vade retro Satanás!) desde pequenino.

 

Pois se as declarações do André Villas-Boas são, como dizem, uma manifestação de benfiquismo, não querem lá ver que temos um portista infiltrado na Fundação papoila? Ou será só uma obsessão psicótica?

 

Outra fixação é a tal estória da “batalha pelo futebol respirável” (ou pela “verdade desportiva”), que, pelos vistos, também serve de justificação para o tal pedido de bilhetes.

 

Dizem os filósofos, à séria, que podem coexistir em simultâneo várias verdades. No futebol é fácil verificar que tal se passa assim, e nem é preciso recorrer a esse outro grande filósofo, que foi Pimenta Machado, e que disse um dia que “o que é verdade hoje, é mentira amanhã”.

 

Basta observar o comportamento ziguezagueante dos que se dizem bater pela “verdade desportiva”, para concluirmos que este facto é indesmentível. Ou então, que estamos perante sérios casos de esquizofrenia!

 

Relembro o que dizia na sua alínea b), o famoso comunicado do plenário dos órgãos sociais do maior clube do Mundo dos arrabaldes de Carnide:

 

“b) (…) Face à adulteração da verdade desportiva, queremos pedir aos sócios e adeptos do Benfica que continuem a apoiar, de forma inequívoca e sem reservas, a equipa nos jogos que o Benfica realiza no Estádio da Luz, mas que se abstenham de se deslocar aos jogos fora de casa.

 

A equipa já sabe que vai ter de lutar contra muitas adversidades, algumas previstas, outras totalmente imprevistas – já o sentiu neste início de época – e vai conseguir superá-las, mas os sócios e adeptos do Sport Lisboa e Benfica não devem continuar a ser lesados económica e emocionalmente.

 

A nossa ausência será o melhor indicador da nossa indignação”

 

(sublinhados meus)

 

Ou seja, quando se pede aos sócios e adeptos “que se abstenham de se deslocar aos jogos fora de casa”, na falta de indicação em contrário, presumir-se-ia que se tratam de todos os jogos fora de casa, incluindo o que se vai disputar no Dragão.

 

E porquê? Para que os sócios e adeptos não continuem “a ser lesados económica e emocionalmente”.

 

Salvo se o comunicado contiver algum acrescento em letrinha minúscula, como certos cérebros, não é feita qualquer distinção entre os clubes que algum dia incerto, poderão ou não, vir a bater-se pela ditosa “verdade desportiva”.

 

No entanto, vêm depois dizer que [o] jogo do Porto é o único que não cumpre os pressupostos em que assentou o pedido dos órgãos sociais”. Porquê? Porque [o] FC Porto, com esta Direcção, nunca se baterá pela verdade desportiva”.

 

Resumindo, como o “FC Porto, com esta Direcção, nunca se baterá pela verdade desportiva”, as papoilas saltitantes dispõem-se, quais São Jorges, a penetrar no Dragão, esse antro maléfico da falsidade desportiva, e a jogar contra o FC Porto.

 

O que é que se ganha então com tão profiláctica medida?

 

O FC Porto, que não se bate, nem baterá em tempo algum, com esta Direcção pela “verdade desportiva”, vai poder beneficiar desse magnífico bodo aos pobres, que representa a visita da “Instituição”.

 

Os outros, aqueles que se batem lado-a-lado com os São Jorges, pela “verdade desportiva”, vêem-se privados da visita dos seus patronos. Isto parece lógico?

 

A mim, parece-me, no mínimo, injusto!

 

E ainda pode haver um jackpot por detrás disto tudo!

 

É que, se nos portarmos mal, e por alguma incontrolável e terrível ironia do destino, o veículo que transporta os incansáveis guerreiros da verdade, sofrer algum acidente, que não seja uma cagadela de pombo, ainda poderá dar-se o caso de fazerem meia-volta, e regressarem à Cesta do Pão, sem jogar.

 

Então é assim que se propõem a defender a “verdade desportiva”?

 

Qualquer clube pequeno ao ver isto pensará para os seus botões: “Espera, então se eu for pela verdade desportiva, os tipos não vêem cá, e fico a arder sem a receita? Que se xaringue mas é a verdade desportiva, que eu quero é o pilim!”

 

Pior, se começar a correr por aí que, não só os adeptos e sócios gloriosos não porão os pés nos estádios dos infiéis, mas também que se acontecer algum percalço na viagem da equipa, dão às-de-vila-diogo, e voltam para trás, parece-me bem que muitas pedradas vai levar aquele autocarro.

 

…e não são daquelas de que parecem estar acometidos os inspirados proponentes da medida!

 

É que sempre são três pontos sem espinhas!

 

Onde é que esta gente tem a cabeça? Como se costuma dizer, isto não é defeito, é feitio.

 

A começar (ou neste caso, a terminar) pelo seu putativo candidato à presidência da Federação Portuguesa de Futebol, que, em 10 de Outubro, admitia avançar, caso Madail saísse, e agora já diz: "Contem comigo!", independentemente do que venha a fazer o actual presidente.  

 

A coerência e a consistência das posições dos indivíduos em causa, vão para além do mero contorcionismo intelectual. É como diz o título, fazem lembrar um cócó de cão, daqueles muito, mas mesmo muito ralinhos.

 

Por Belenos e por Toutatis!

19
Out10

"Com os actuais estatutos e o peso que as associações têm, será difícil. Se pensarmos onde estavam os principais líderes das associações, estavam na Islândia a ver o jogo de Portugal. Isso quer dizer algo importante e tudo indica para uma recandidatura de Gilberto Madail.

(…)
Quem quer ser presidente da Federação, não é só porque lhe apetece. Se dependesse da opinião pública a história seria outra. Mas quem quiser ser presidente tem que saber que vai vencer. Com os actuais estatutos, o futebol contínua na ilegalidade e só perante um cenário de mudança neste aspecto é que as coisas poderão ficar mais clarificadas."

 

Depois de ler estas declarações recentes de Vítor Baía, n’"A Bola", a minha mente vagueou para o “Astérix na Córsega”, da dupla Goscinny e Uderzo.

 

Apesar de simétricos no seu desenrolar, os processos eleitorais corso e para a presidência da Federação Portuguesa de Futebol (FPF) são, como podem ver, impressionantemente semelhantes.

 

 

 

 

Os corsos põem os votos nas urnas, deitam-nas ao mar, sem as abrir, e o mais forte é “eleito” Chefe.

 

Na FPF, tendo em conta os “preliminares” que vão sendo do conhecimento público (e só estes) – viagens à Islândia, jantares e por aí fora – primeiro congregam-se os apoios e fica-se a saber quem ganha as eleições, e depois (finalmente!), vota-se.

 

Ou seja, às malvas com a democracia e a liberdade de escolha. As urnas, que em princípio, seriam por excelência o local de decisão, não passam em ambos os casos de um belo adorno decorativo, ou, no caso da Córsega, de poluição marítima.

 

Bem visto Vítor Baía. Assim não vale a pena. Palhaçada por palhaçada, mais vale ir lá o Fernando Seara, que nesse capítulo, joga em casa.

 

Como diria o Astérix:

 

“Por Belenos e por Toutatis, são doidos estes lusitanos!”


Nota: Não obstante, há que reconhecer que as “potenciais” candidaturas de Vítor Baía e Fernando Seara seriam/são bastante diferentes nos seus pressupostos de base.

 

 

Para este último, independentemente de se decidir a avançar ou não, uma candidatura destas, visa com certeza, mais do que um objectivo. Ou quem a patrocina não tivesse por hábito movimentar-se “por outro lado”, em vários tabuleiros.

 

 

Antes de mais, tenho para mim que a candidatura de Seara se integra na estratégia global de descredibilização do futebol português, seguida por quem faz disso álibi recorrente para quando as coisas não lhe correm de feição.

 

 

É mais uma candidatura de “uma pessoa seríssima e consensual” (e independente, acrescento eu), que tem em vista a regeneração deste nosso pobre futebol, a bem da verdade desportiva.

 

 

Se for bem sucedida, temos verdade desportiva. Se não, então é a vitória de todos os sistemas e mais alguns, dos que não têm vergonha, e dos que estão interessados na manutenção do actual status quo.

 

Por outras palavras, se ganharem, ganham, e se perderem, ganham capital de queixa, para continuarem como se tem visto até aqui, na política do quanto pior melhor. Bem hajam!

 

De um outro ponto de vista, quanto mais longe for a candidatura de Fernando Seara, e quanto mais comichão causar a Gilberto Madaíl, melhor.

 

Para quem estrategicamente “os lugares na Liga são mais importantes do que contratar bons jogadores”, quanto mais apertado estiver Madaíl, maiores probabilidades terá de colocar os seus peões de brega.

 

Basicamente é o mesmo tipo de jogada utilizado na negociação com a Sportv, com a entrada em cena da BenficaTv. Não são de facto muito imaginativos.

 

Tacticamente não revelam grande riqueza, mas lá está, é dos livros, e não é mais do que a aplicação do velhinho “em equipa que ganha, não se mexe”. Em táctica vencedora também não.

 

Resta saber é até que ponto esta será vencedora. Duas Ligas já rendeu, mas mais do que isso, a ver vamos…

 

Quanto ao Vítor Baía, deve ter aprendido que dar a cara e boa vontade, não chegam para este tipo de cavalarias, e se pensou que sim, então muito anjolas terá sido.

 

Razão tinha o Figo quando disse que só se quisesse ter chatices é que voltava para Portugal.

Não há Mal que dure cem anos

18
Out10

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Nem sequer o Big Mal. Faleceu Malcolm Allison. Cá por estas bandas ficou conhecido por ter treinado aquela que, para alguns, é actualmente a nossa sucursal de Lisboa, o Sporting.

 

Não era, nem por sombras, um Sir, como o Bobby Robson. Nem lá andava perto. Parecia mais um daqueles ingleses castiços que vêm para Albufeira, para o golfe e as nights regadas de whisky, com música de fundo da Bonnie Tyler a bombar.

 

No entanto, quanto a mim foi o último treinador que conseguiu ser campeão no Sporting, enquanto este ainda era um grande clube. Convirá não esquecer que foi o último campeão em Alvalade antes dos dezoito anos de jejum, interrompidos pelo Augusto Inácio e pelos cotovelos do Acosta, a que se seguiu, duas épocas depois, o campeonato do guaraná, perdão, do Jardel, com a modesta colaboração do Boloni.

 

Como disse, aquando da sua passagem pelo Sporting, ainda este era uma grande equipa, que lutava taco-a-taco pelos títulos das competições que disputava, e ganhava jogos por 3-0, com os golos todos marcados em penáltis sobre o Manuel Fernandes e o Jordão. Daí para cá, aprimorou-se em segundos lugares (com acesso à Champions), e mesmo isso já vai sendo difícil.

 

Ganhou ainda, salvo erro, por 4-1, aquela final da Taça de Portugal, contra o Sporting de Braga, em que o Quinito para o Estádio Nacional de Oeiras de fato, gravata e florzinha na lapela. Muito lhe serviu!

 

Recordo ainda a sua estadia mais tarde no Vitória sadino, onde a dada altura reencontrou Manuel Fernandes e Jordão, já bem entrados nos trintas, e onde, com a ajuda do heterodoxo Roger Spry (este sim, passou pelo FC Porto!), pôs aquela equipa a jogar como nunca mais se viu.

 

Eram os tempos dos treinos inspirados nos métodos dos comandos de Sua Majestade, da música, e das caras com pintadas e dos gritos de guerra. Esquisito? Pois sim. O que é certo, é que deu resultado.

 

Depois, recordo a sua efémera passagem por um Farense moribundo, que não conseguiu salvar. Uma vitória em três meses e caminho aberto para a saída, dele e do Presidente Fernando Barata, culminando com a ascensão de Paco Fortes a treinador, e a entrada de António Boronha para Presidente.

 

No Farense, como o meu cunhado e Boronha me recordaram, teve o seu apogeu no jogo decisivo da época contra o Sporting de Braga, em que se lembrou de colocar o central Luisão, a jogar a avançado-centro. Precisávamos ganhar…e perdemos.

 

Para mim, mais do que isso, aquilo que mais me marcou foi, logo após a sua chegada, a “transformação” do Fernando Cruz, precisamente de avançado-centro em trinco.

 

Para os que não se lembram, o Fernando Cruz era um avançado, que começou a sua carreira em Setúbal, e que, sendo alto e franzino, costumava descair mais para as laterais. Ficou famoso por um golo marcado num jogo contra o FC Porto, que, juntamente com outro (ou outros!?) do seu colega, um brasileiro pequenino, de nome Da Silva, contribuíram para o empate, se não me engano 3-3, nesse jogo.

 

Andou pelo Sporting nos anos pós-Manuel Fernandes e Jordão, e, quando chegou ao Farense, estava feito um guarda-fato, alto e espadaúdo, que onde encostava, era dele, mas que, pronto, em termos técnicos, a bola atrapalhava um bocadinho.

 

A primeira coisa que o bom do Allison fez quando o viu, foi pô-lo a jogar a trinco, e era confrangedor!

 

Ver um tipo a jogar naquela posição, que cada vez que tentava levantar uma perna para dominar uma bola a saltitar a meio-do-campo, dava a impressão que entravámos numa qualquer twilight zone, e a velocidade do jogo passava para slow-motion, era aflitivo.

 

Só mesmo com muito whisky no bucho. E o resultado foi o que se viu.

 

Dito isto, podia ter passado sem conhecer o colorido que o bom do Big Mal trouxe ao nosso futebol? Podia…mas não era a mesma coisa.

 

Que descanse, mas quase de certeza que não será em Paz! 

 

A raposa feliz

08
Out10

Como, ao que parece, o sr. Presidente da Câmara de Sintra é uma pessoa ocupada por afazeres de vária ordem, aqui fica uma sugestão de um texto, com que poderá perfeitamente prefaciar o manifesto eleitoral da sua candidatura à presidência da Federação Portuguesa de Futebol.

 

“A farsa da fiscalização do futebol

 

No início de 2001, a direcção do Sport Lisboa e Benfica, pouco tempo depois de tomar posse, denunciou uma dívida fiscal do próprio clube que representa, no valor próximo de 10 milhões de euros, originada pela equipa dirigente anterior, chefiada por João Vale e Azevedo.

 

Face à dimensão elevada da dívida, colocou-se imediatamente a questão de como teria sido possível a dívida ter atingido valores tão altos, sem que houvesse uma intervenção de controlo fiscal, ou a devida participação criminal. Ou seja, colocou-se a hipótese da falência dos mecanismos de controlo fiscal dos clubes de futebol.

 

Realizado o inquérito pelo crime de abuso de confiança fiscal, e proferida a pronúncia, João Vale e Azevedo vai agora responder em julgamento por este crime, no valor de 6,091 milhões de euros, referente à retenção de IRS descontado a trabalhadores e atletas do SLB, no período compreendido entre Abril de 1998 e Outubro de 2001.

 

Ainda segundo a pronúncia, o clube, durante esse período de tempo, nunca se encontrou numa situação de estado de necessidade capaz de justificar esta retenção, que foi abusiva e criminosa.

 

No entanto, para além da gravidade desta situação, o que importa também reter é que o conhecimento público da dívida e dos seus valores, ou seja, o crime, caso não tivesse partido de uma autodenúncia da direcção sucessora, nunca se teria dado. Como foi possível que os mecanismos de fiscalização existentes não tivessem actuado?

 

A questão remonta ao regime especial para pagamento das dívidas fiscais dos clubes de futebol, estipulado pelo chamado Totonegócio, em 1999. De acordo com esse regime, extremamente favorável aos clubes, os mesmos passavam a entregar as receitas do Totobola, referentes ao período 1998-2010, para pagamento das dívidas fiscais contraídas até 1996. Em contrapartida, comprometiam-se a não gerar mais dívidas, a partir do ano referido.

 

Para acompanhamento e fiscalização especial do cumprimento este acordo, foi criada uma Comissão de Acompanhamento (CA) das dívidas dos clubes, a funcionar como órgão de apoio, junto do Secretário de Estado dos Assuntos Fiscais (SEAF).

 

A CA, no exercício de monitorização dos pagamentos dos clubes, elaborava um mapa mensal com os pagamentos efectuados por estes à Administração Fiscal, baseados em documentos enviados pelos serviços de finanças das áreas a que pertenciam os clubes.

 

Entretanto, por razões que ainda hoje são polémicas, a dada altura do processo, a própria CA propões a suspensão das inspecções aos clubes, sobre factos fiscais ocorridos entre 1996 e Junho de 1998. A proposta foi aceite.

 

Neste quadro administrativo, fiscal e político, posterior a 1999, alguns clubes geraram ainda mais dívidas fiscais, sem qualquer penalização. Entre eles, o SLB, cuja dívida não foi tempestivamente denunciada ao Ministério Público por quem de direito, ou seja, pelos responsáveis da Administração Fiscal. Por outras palavras, a duplicação das estruturas de fiscalização, de serviços de finanças e CA, só contribuiu para a desarticulação dessas mesmas estruturas e para o encobrimento objectivo da situação.

 

Note-se que no caso do SLB, à data da existência desta dívida, era emitida pelos serviços fiscais a necessária declaração de inexistência de dívidas fiscais do clube, já que esta era exigida como condição para o clube poder participar nos campeonatos da Liga de futebol.

 

Entretanto foi instaurado inquérito-crime para averiguação dos acontecimentos no âmbito da CA. Acontece que a confusão orgânica dos serviços de finanças, a deficiente informatização, e a sobreposição de estruturas de fiscalização, impediu que durante o inquérito-crime fosse possível o apuramento e individualização de eventuais responsabilidades. Por outro lado, este modo de funcionar por parte do Estado, permitiu que os mapas mensais enviados à CA agregassem todos os valores fiscais originados nos clubes, mesmo aqueles resultantes de salários, vendas e receitas do bingo, método que, não discriminando cada um dos valores, impedia a verificação das falhas. E a CA, por sua vez, nunca solicitou, como podia e devia fazer, os devidos esclarecimentos aos serviços de finanças que emitiam os mapas.

 

O que nitidamente resulta de tudo isto é que por detrás de um aparente quadro de hiperfiscalização, existia um circuito fechado entre os serviços de finanças, o SEAF e a CA, com métodos de trabalho de tal modo confusos que nunca foi possível esclarecer quem, em determinado ponto-chave do circuito, devia zelar pela denúncia do crime.

 

Também foi impossível apurar, no caso do abuso fiscal de 6,091 milhões de euros, quem do lado da Administração Fiscal ou da CA permitiu o desenvolvimento deste, negligenciando os seus deveres de fiscalização.

 

Por último, permanecerá para sempre em mistério se ocorreram eventuais crimes de corrupção por parte dos funcionários do Fisco, membros da CA, ou de outros elementos envolvidos.

 

Ao mesmo tempo, a inspecção ordenada após a autodenúncia do SLB, veio permitir aquilo que era proibido: o pagamento em prestações da dívida, ao mesmo tempo que o clube recebeu dinheiros públicos para a construção do novo estádio.

 

Resta dizer que, segundo o diário Público informou em 28 de Outubro de 2002, no final de Agosto desse ano, as dívidas fiscais dos clubes de futebol, contraídas após Maio de 1998, chegavam aos 15 milhões de euros.”

 

Se tiveram a paciência de ler até aqui, peço-vos que atentem na forma soft, como é escrita esta peça de narrativa.

 

Na forma “en passant”, como são omitidos certos aspectos, que até poderiam ter o seu quê de interessante, como, por exemplo, quem constituía a dita Comissão de Acompanhamento.

Na resignação com que se encolhe os ombros, e se constata que como foi impossível apurar responsabilidades, e para concluir, o chuto final para canto, do género “se as dívidas, de todos, no final disto tudo até eram de 15 milhões de euros, para que é que nos estamos p’ráqui a chatear?!”

 

Quem não conhece a origem e lê este texto, poderá ser induzido a pensar que só poderá ter sido escrito por algum portista. Mas, se tiver em conta os aspectos enunciados acima, facilmente conclui que está demasiado “light” para isso.

 

Será que foi um benfiquista? Ná. São demasiadas verdades para esse tipo de estômagos suportarem.

 

Aquilo que reproduzi é um excerto do livro “O inimigo sem rosto – Fraude e corrupção em Portugal”, da autoria da insuspeitíssima Senhora Procuradora-Geral Adjunta Dr.ª Maria José Morgado, que, ao que consta, não será portista desde pequenina, e de José Vegar, cuja simpatia clubística desconheço.

 

Já agora, e para que conste, o presidente da famosa CA era, nada mais, nada menos, que o inefável dr. Fernando Seara, o isento adepto benfiquista, putativo candidato, por sua espontânea iniciativa, à Presidência da FPF.

 

No passado, puseram a raposa a guardar o galinheiro, e o resultado foi o que se viu. Porque não repetir a dose?

 

Bute aí! Vota no Seara!