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Azul ao Sul

Algarvio e portista E depois? O mar também é azul...

Azul ao Sul

Algarvio e portista E depois? O mar também é azul...

Desinteresso-me da questão

30
Jun12
 
Como se fizesse muita falta, os últimos acontecimentos do Euro 2012, encarregaram-se de deixar bastante claro o quanto (não) percebo até aos mais ínfimos pormenores, de tudo quanto ao jogo do pontapé na bola diz respeito.
 
Pus-me a gozar com o Balotelli, o Balotelli marca dois golos à Alemanha, é o homem do jogo e o herói da Itália.
 
Disse que a squadra azzurra era tecnocrática, à imagem do país ele próprio. Vai daí eliminam a Alemanha.
 
A Alemanha era a minha favorita para levar o Euro para casa, joga com a Itália, faz ainda pior que nós, que pelo menos fomos ao prolongamento e aos penáltis contra os campeões da Europa em título e do Mundo, e vai bardaMerkel, caim, caim, auf wierdersehen, goodbye!
 
O Platini queria a Espanha e a Alemanha na final. Vá lá, safou-se, leva a Espanha, e já não fica mal.
 
O árbitro turco estava feito para nos tramar. Só com muito boa vontade é que podemos pensar nisso. O homem até mandou o Ronaldo repetir um livre, três metros mais à frente, por na primeira tentativa a bola esbarrar no braço de um adversário! Por cá, talvez nem todos assinalassem.
 
A Alemanha teve um árbitro francês, na meia-final contra a Itália. E nem assim.
 
As duas equipas com menos tempo de descanso antes da meia-final passaram. As que descansaram, foram de vela. Descanso a mais.
 
As duas equipas que não jogaram em 4x3x3 passaram. As que jogaram em 4x3x3, ficaram apeadas.
 
As duas equipas do famoso "grupo da morte", morreram na praia. As outras, do outro grupo, que até tinha a fairplayer Irlanda, vão à final.
 
A equipa dos quatro semi-finalistas, que menos pontos fez na fase de grupos, a Itália, eliminou a Alemanha, que foi a que fez mais.
 
A Itália não tem nenhum ex-Bola de Ouro, nem nenhum candidato potencial, a não ser, num long shot, o Pirlo. A Alemanha também não. A Espanha está cheia de candidatos, e nós temos um ex e sempiterno candidato.
 
Ainda assim, para mim, depois de eliminar a Alemanha, a Itália é sem dúvida a grande candidata ao título. E nem quero cá saber de tácticas, de cuidar se os espanhóis estão derreados ou não. É porque é.
 
Quando as coisas chegam a este ponto da prova, nestes termos, são onze de cada lado, e a Itália é campeã. Não é nada de novo, e vai voltar a ser assim.
 
Tudo isto faz tanto sentido como o "The Meaning of Life" dos Monty Phyton, por isso, desinteresso-me da questão.
 
Amanhã é a final? Muito obrigado. Já vi o Espanha x Itália da fase de grupos, e chega.
 
Os meus votos de uma excelente partida para o Pedro Proença. Portugal ainda marca presença no Euro. Cuidado Pedro, parece que o Colombo era genovês!
   

 

 

"O único português que ainda ficou na Ucrânia arranjou maneira de ver a final à pala. Chama-se Pedro Proença e vai apitar o jogo. Quase sem dinheiro, Proença pensava regressar a Portugal à boleia, mas é conhecida a capacidade dos portugueses de se desenrascarem.

 

«Disse-lhes que era árbitro», explica Pedro Proença, que nem sabe o que é um fora de jogo. No entanto, a UEFA achou piada ao facto de aparecer ali assim um árbitro, com a mochila às costas, e perguntou-lhe se aceitava apitar o jogo em troca de um quarto de hotel e refeições, ao que Pedro Proença disse: «Combinado!»"

 

(Fonte: Imprensa Falsa)


Nota: Se porventura, o jogo da final vier acompanhado por uns pratinhos de caracóis, e regado por umas imperiais, até sou capaz de dar uma vista de olhos. Nesse caso, segunda-feira talvez me debruce, cuidadosamente, sobre o tema para encerrar o capítulo do Euro 2012.

 

Nota2:Este texto era para ter sido escrito ontem, mantendo assim alguma actualidade, mas por falta de tempo, só o consegui concluir hoje.

Maicon a lateral-direito?

29
Jun12

 

"Miguel Lopes por Adrien"

 

"Sapunaru interessa ao Olympiacos"

 

Com Danilo olimpicamente entretido, querem ver que vamos começar a temporada com o Maicon a lateral-direito?

 

Ou será que algum dos guarda-redes também faz a lateral-direita?

 

Olha, o Fabiano era uma hipótese, agora que deve estar gorada a ida para o Olhanense.

 

A não ser que o Luis Duque se descosa sobre o que é que quer dizer com:

 

“o princípio está aprovado, [mas caso apareça] quem saiba contornar a regra, isso fica para o julgamento de quem segue o futebol”.

 

Quando fala quem sabe…


Nota: Entretanto, o Sporting veio desmentir a troca. Na forja, mais um episódio da telenovela das maçãs verdes. Não percam...

Com tranquilidade, assim fomos…

28
Jun12
 

…de barco.

 

Era expectável. E no entanto, superou as minhas melhores expectativas.

 

Quando começou o Euro 2012, em conversa com o meu colega de sala, perguntava-me ele se tinha esperança de que fizéssemos alguma coisa de jeito.

 

Respondi-lhe que ia ver como é que corria a fase de grupos. Se ultrapassássemos o tal “grupo da morte”, talvez me motivasse para pensar no assunto.

 

Enganei-me. Depois daquele arranque titubeante contra a Alemanha, o segundo jogo, contra a Dinamarca, naquele que foi para mim o ponto alto da nossa participação, deixou-me francamente entusiasmado.

 

Vencer naquela partida, apesar dos dois falhanços do Cristiano Ronaldo, marcou assim a modos que uma emancipação da ronaldodependência, que não suporto, por muito bom que o rapaz seja.

 

Veio em seguida a Holanda, e fizemos aquela que era, no mínimo dos mínimos, a nossa obrigação perante uma laranja por demais espremida.

 

Contra os checos cheguei a ficar preocupado. À partida, se havia jogo que poderíamos encarar com algum favoritismo, seria esse. E era esse o problema. Tanto eu, como o tal meu colega, estávamos à partida confiantes de que íamos passar às meias-finais.

 

Quando ele e eu concordamos em alguma coisa, é mau sinal. Como diria a minha Avó, “está algum pobre para ficar sem burro”! Nessa semana estivemos em consonância por duas vezes: aí, e a torcer pela vitória do Sporting na final do futsal.

 

No caso dele, é natural, pois é sportinguista. No meu, nem tanto, e daí a preocupação.

 

Passada que foi a República Checa, naquela que terá sido, para mim, a nossa melhor exibição, vieram os calamares.

 

Caramba! Perder nos penáltis com a selecção campeã da Europa em título, e campeã do Mundo, não deslustra ninguém.

 

Fomos de barco, sim senhor, mas de cabeça erguida, com dignidade, tranquilidade, q.b., e acima de tudo, sem scolarices.

 

Podia ter sido melhor? Talvez. Devia ter entrado o Varela, para o lugar do Hugo Almeida? É provável. E porque não o Quaresma? O Miguel Veloso devia ter saído mais cedo? Acho que sim.

 

Aqui chegados, entramos, como de costume, no domínio dos “ses”. “Se o Bruno Alves não tem marcado o penálti…”

 

Como dizia um primo meu, quando éramos putos: “Se a minha Avó tivesse rodas, dava um belo autocarro”.

 

Nunca entendi o que queria dizer. Só tínhamos uma Avó em comum (que não a do burro, citada acima), e nunca a vi assemelhar-se a um autocarro. Muito mais a um Ferrari.

 

Aliás, fazendo um paralelismo com a reconhecida fiabilidade dos cavallini rampanti, as 99 primaveras atestam o meu ponto de vista.

 

Quando, após o jogo, comecei a ouvir comentários daquele género a propósito do penálti não concretizado pelo Bruno Alves, sai porta fora.

 

Se, se, se, se…sempre um “se” no caminho, como dizia o Represas, nos seus tempos da “Saudade” e dos Trovante.

 

Estes comentadores encartilhados são capazes de construir tantas teorias, que deveriam ser obrigados a possuir um alvará, como os construtores civis. Fica aqui a sugestão ao ministro Gaspar.

 

É o cartão amarelo mostrado ao Busquets, que só é mostrado, depois da prévia confirmação pelo árbitro turco, que, ao contrário de algumas previsões apocalípticas, até não esteve mal, de que ainda não fora amarelado. Senão, não mostrava…

 

É o Custódio que vai entrar, e claro está, quem é o candidato n.º1 a sair? O Raul Meireles! É sempre o suspeito do costume. “Ah, e tal, o Paulo Bento não vai fazer uma troca directa, blá, blá, blá!”.

 

Pois é, nas outras vezes saiu o Meireles, e avançou o Veloso. É verdade. Mas este não é o Meireles que, a custo, só aguentava 70 minutos com o Jesualdo Ferreira, e além disso, toda a gente estava a ver - toda não, havia ainda uns irredutíveis comentadores que não viam - que o Veloso não podia com uma gata pela bunda.

 

Pimba! Ora, tomem lá a troca directa: sai Veloso, entra Custódio. É pá, apetece dizer: “Deixem jogar o Meireles”!

 

[em boa verdade se diga, que o Meireles deve ter durado até sair, para aí mais dois minutos depois disso]

 

Infelizmente, a única certeza que se foi formando no meu espírito, à medida que se iam sucedendo os jogos, é a de que, só muito dificilmente e com muita sorte à mistura, o João Moutinho permanecerá muito mais tempo entre nós.

 

Tanta publicidade à volta do Nelson Oliveira, e quem dá nas vistas é o nosso jogador.

 

O seleccionador ainda fez a vontade à trupe de comentadores, e meteu o rapaz. Debalde, porém. Na realidade, nos jogos todos em que participou, acho que lhe vi um passe de jeito. Ontem então, nada de nada.

 

Com uma agravante. Enquanto o Hugo Almeida, que tanto gostam de criticar, jogou na segunda parte a extremo-esquerdo, e até safou bolas na defesa, como, sei lá, o Ronaldo, por exemplo, nunca se dignou a fazer, o Nelson Oliveira, que até brilhara no tal mundial da Colômbia, em arrancadas a carrilar jogo pela direita, entrou para jogar ao meio (ou alternar com o Ronaldo, à esquerda).

 

E ainda assim, népia.

 

Por outras palavras, está-se mesmo a ver que vai ficar fazer companhia ao Cardozo, ao Rodrigo e ao Kardec. São quase tantos pontas-de-lança, como nós temos guarda-redes. Mas ainda assim ganhamos.

 

Por um lado, até nos favorece: é menos dinheiro a entrar nos cofres depauperados do nosso rival. Por outro, aqui na santa terrinha, o rapaz ainda é bem capaz de nos lixar, e marcar alguns golos.

 

Bom, mas isso são contas do rosário da liga portuguesa, e como tal ficam para daqui a umas semanas.

 

Dito isto, bem jogado rapazes. Venham lá de férias, que são merecidas!
 
 

Os que fazem rimar juiz com meretriz

27
Jun12

Algo me diz que a nossa comunicação social desportiva, ou parte dela, aquela que tem mais a ver com periquitos e gaiolas, se está a sentir em casa lá para as bandas da Polónia e da Ucrânia.

 

Ao contrário do que por aí vi escrito, parece-me perfeitamente compreensível e legítima, a apreensão manifestada pela nomeação do árbitro turco Cuneyt Çakir, para a nossa meia-final.

 

 

 

Quem não fica apreensivo depois de saber que, afinal, o “Presidente do comité de árbitros da UEFA é espanhol e vice-presidente é turco e amigo do Barcelona e da UNICEF”.

 

Pior, quando lhe falta esse selo indelével de garantia, que é o “Cuneyt pode vir o Cuneyt”, e ao que consta, não figura na lista de contactos do Paulo Pereira Cristóvão, do Miguel Relvas ou de qualquer espião da Ongoing.

 

Mais grave ainda, ouviram-se zunzuns de que, um dia, quando colocado ao estilo linha de reconhecimento policial, perante três fotografias de Jorge Nuno Pinto da Costa, foi capaz de identificá-lo numa delas, como sendo presidente de um clube de futebol de um País qualquer, começado por “L”. Lissabon, Lisbon, ou qualquer coisa do género…

 

Fica-lhes bem este assomo patrioteiro de preocupação, que tornado extensível a todos nós, “Portugal indignado”, nos coloca mesmo à mão de semear um excelente bode expiatório, para o caso de as coisas não correrem pelo melhor logo ao fim da tarde.

 

E, vindo de quem vem, é claro que é para ser levado com a devida seriedade, pois é oriundo de gente que sabe do que fala. Convirá ter em conta que estamos perante jornalistas que, nas suas lides caseiras, estão habituados a obrar com este tipo de situações e a olhar despreocupadamente para o outro lado, quando as coisas se fazem “pelo outro lado”, e eles próprios participam em repastos onde são congeminadas as estratégias nesse sentido.

 

Porém, chegam tarde. Ainda o Euro 2012 mal tinha começado, e já as simpáticas raparigas ucranianas, activistas do grupo FEMEN, haviam exposto os seus argumentos, e dito de viva voz, não à prostituição e outras formas de exploração.

 

 

 

Confesso o meu total desconhecimento sobre o efeito que este protesto terá eventualmente surtido entre as(os) profissionais encartadas(os) do ramo.

 

A avaliar pelo rebanho transumante de ruminantes, entre os quais repórteres, correspondentes, enviados especiais, comentadores e outros, que entre a Polónia e a Ucrânia, procuram pasto, ora para alimentar as páginas do papel para forrar fundos de gaiolas de periquitos onde escrevem, ora para que, volta e meia, um qualquer pirómano venha e se encarregue de lhe puxar fogo, não terão sido inteiramente bem sucedidas na tentativa de banir a mais velha profissão do Mundo deste Euro.

 

Prostitutas e putas, por prostitutas e putas, antes estas que aqueles(as) que, sendo incapazes ver o que os rodeia, sem que seja como um reflexo dos seus próprios umbigos, persistem em confundir juízes, ou neste caso árbitros, com meretrizes.

 

Deixem-se de tretas, e façam como o Rui Santos. Esse, pelo menos, é capaz de distinguir sem espinhas a realidade uefeira da nacional.

 

 

Logo, é mais do mesmo...

 

Onde é que estão as bananas?

26
Jun12

Numa altura em que o Paulo Bento deve andar, tranquilamente, de cabeça à nora, a tentar deslindar se o tiki-taka espanhol é, afinal, uma estratégia ofensiva, para desequilibrar o adversário, ou defensiva, sonegando-lhe o esférico, para assim, repousar com a sua posse.

 

Quando o impacto dos diferentes tempos de recuperação entre jogos das selecções semi-finalistas, ainda está por adivinhar, reparem como o Balotelli treina afincadamente para recuperar do esforço dispendido no jogo anterior.

 

 

Ora, digam-me lá se não é de atirar um cacho de bananas a este gajo? Ou coisa pior!

 

...e, já agora, se não ficaríamos melhor servidos com "esta" Itália?

O Euro da crise do euro

25
Jun12

Mais uma deslocação à capital do Império, que veio interpor-se entre mim e o computador, impedindo-me de comentar em devido tempo a passagem da nossa selecção às meias-finais do Euro 2012.

 

Depois, meteu-se o fim-de-semana. Ai, os fins-de-semana…A partir de que idade é que se podem mandar miúdos para colégios internos, de preferência na Suiça, ou coisa que o valha?

 

Para completar o bouquet, nunca mais acaba este maldito vento que ainda espalha os restos de polén primaveris, e que me acicata a maldita da rinite alérgica. Por isso, é ainda sob efeito do anti-histamínico que escrevo hoje. Dêem-me um desconto, ok?

 

Chegámos então às meias-finais do Euro. Quando digo “chegámos”, refiro-me aos três PIIGS, ainda em prova, a saber: Portugal, Itália e Espanha.

 

A Irlanda e a Grécia foram-se, e de PIIGS, ficámos com PIS. Não deixa de ser igualmente sugestivo, mas lá mais para os lados da Bélgica, que nem da qualificação passou…

 

 

Foi engraçado ver a chanceler Merkel a vibrar com os golos da sua manschaft, indo ao encontro dos PIS latinos, preguiçosos, folgazões e com muitos feriados nos seus calendários.

 

Que plano de saneamento financeiro será capaz de sobreviver a uma vitória de qualquer um destes países sobre a Alemanha? A troika permitirá esse tipo de veleidades?

 

A selecção alemã terá feito por cumprir os desejos subliminares mais recalcados (ou talvez não!) da chanceler e, talvez, de muitos dos seus compatriotas, e recambiou para casa a Grécia do engenheiro do penta. Não podendo, fazê-lo do euro, em nome da estabilidade monetária, fê-lo do Euro.

 

E a aproveitar de caminho para descansar a linha avançada, outrora titular.

 

Diga-se em abono da verdade, que se a presença da Grécia nos quartos-de-final foi de bambúrrio, nas meias-finais seria de bambúrrio, elevado a um expoente que tenderia para o infinito.

 

Nós fizemos a nossa parte. A República Checa foi fraquinha. Mais fraquinha do que contra a Polónia. Sem o Rosicky, não há por ali quem se habilite a pegar no jogo, e tanto o Jirácek, como o Pilar, não se viram.

 

Tinha visto bocados dos jogos em que os checos derrotaram os anfitriões polacos e os gregos, e muito sinceramente, o que mais me impressionou nesses jogos, para além dos dois jogadores que mencionei acima, e do lateral-direito, o tal com nome de maratonista etíope, foi a capacidade física. Corriam como autênticos papa-léguas.

 

Aliás, essa foi uma característica que as equipas deste grupo, com excepção da Grécia, todas revelaram. O bocadinho que vi do Rússia x Polónia, deixou esfalfado!  

 

Pois é, os nossos amigos checos tiveram o azar de, numa daquelas conjugações astrais, tão pouco frequentes como o alinhamento de Júpiter com Saturno (ou Marte, tanto faz, que não percebo peva disso!), apanhar com uma selecção portuguesa onde todos estiveram bem.
 
 

 

 

Até o Hélder Postiga, ao lesionar-se e dar espaço para a entrada do Hugo Almeida. É verdade, se o Nelson Oliveira é tão bom, porque é que não entrou ele para o lugar do Postiga?

 

Gosto muito do Hélder, mas o Bombardeiro, naquela equipa faz toda a diferença. Cria uma ruptura com o estilo de jogo, e impõe-se fisicamente como, nem o Postiga, nem o Nelson Oliveira são capazes de fazer.

 

O jogo rendilhado da selecção, com qualquer um dos dois tem tendência para afunilar-se, e qualquer defesa que lhe apanhe o jeito, está nas suas sete quintas e dificilmente abrirá brecha. Com o Hugo, por muito pouco que faça, por muito que falhe ou que caia em fora-de-jogo, o físico desgasta e arrasta os defesas, permitindo entradas, olha, como a do golo do Cristiano. Que coincidência!

 

Por mim, mantinha a aposta contra um Piqué, com a cabeça na Shakira (vá lá, não se ponham com trocadilhos de cabeças!), e um Sérgio Ramos, que é uma espécie de enxerto a central.

 

Mas, como eu dizia, deu-se o caso de, contra a República Checa, todos terem estado bem. O João Pereira, teve os seus lapsos sempre que tentou partir para a ofensiva, mas, defensivamente anulou o homem que lhe apareceu pela frente.

 

Do outro lado, o Coentrão bem, dentro daquilo que vem fazendo. Os centrais, impecáveis, mas o Baros também não lhes deu muito que fazer.

 

No meio-campo, o preterido pelo Carlos Queirós(oz), João Moutinho, do costume. O bundão do Scolari, a jogar, e pasme-se, bem. Tanto a trinco-trinco, como quando subiu ligeiramente no terreno, após a entrada do Custódio. E o Raúl Meireles, a fazer o seu melhor jogo.

 

No ataque, o Ronaldo em bom nível, acompanhado por um Nani, melhor do que contra a Holanda, ainda que abaixo do que fez aquando do embate com a Dinamarca.

 

Agora com a Espanha como será? Os centrais sem avançado fixo a quem marcar. O que fará o João Pereira se apanhar com o Pedro Rodríguez, chato e extremo a sério, em vez do Iniesta, sempre a fugir para dentro do terreno?

 

O Cristiano Ronaldo irá acompanhar o Arbeloa, ou irá deixar o Coentrão, o Moutinho e o Veloso a haverem-se com ele, e mais com o David Silva e o Xabi Alonso, a entrar pelas costas?

 

Ouvi ontem o Del Bosque a queixar-se/comentar que a Espanha iria ter menos quarenta e oito horas para recuperar que a nossa selecção. E precisa?

 

Aquele jogo com a França - que decepção foram os gauleses – não me pareceu ter exigido assim tanto, como tudo isso, da La Roja.

 

Entre falhas de marcação e de posicionamento, pouca vontade, e três médios defensivos, mais o Clichy, a marcar à zona o Silva, e a esquecer-se do Xabi, como no golo, os azuis foram decepcionantes.

 

O I que faltava ao PIS era a Itália. Contra uma Inglaterra fora do euro, e que agora está também de malas feitas do Euro, uma squadra azzurra à imagem do País: tecnocrática.

 

Perante isto, o rasgo só podia sair de onde saiu, dos pés do Pirlo, com aquela panenkada (ou terá sido, postigada?) que desmoralizou os bifes. No entanto, nota-se que os trinta e três anos já pesam, e não necessariamente apenas no prolongamento. Vê-se que a equipa se ressente disso.

 

Depois, com aquele Ballotelli a desperdiçar lá adiante, não há muito mais que fazer. É aguentar estoica e tecnocraticamente o balanço. Ontem os ingleses também não tiveram rasgo para mais.

 

É difícil, convenhamos, quando se deixam os dois avançados à mercê de três centrais italianos, e o único fulano que parecia capaz de levar a bola para a frente era o Steven Gerrard, que durou, enquanto durou (sessenta/setenta minutos, não apontei).

 

Parece-me que vai estar nas nossas mãos (ou melhor, pés), deitar por terra a vontade de monsieur Platini.

 

Oxalá mandem o embaixador Eusébio convalescer para casa, para ver se toda a gente se concentra no que é essencial, que para substituir o Postiga, já chegam o Hugo Almeida e o Nelson Oliveira.

O eterno brilho de uma mente imaculada

21
Jun12

 

"Parece evidente que Michel Platini parece preocupado com as dinâmicas de controlo da arbitragem. Porquê? Toda a gente já entendeu. A situação é tão anacrónica que já se tornou ridículo.

Os árbitros, nos Campeonatos da Europa, estão sob a tutela da UEFA. São homens, têm ambições, querem dirigir jogos, querem ser promovidos. Estão na ‘bolha’ de Platini. No mínimo, sugestionados. O futebol vai perder toda a sua credibilidade (que já não é muita) se Platini continuar na senda da aquisição de um poder incontrolável. À custa das receitas que a UEFA proporciona às Federações, uma forma de comprar o silêncio. As Federações comportam-se como cãezinhos amestrados, que dão a pata perante a ordem do dono. E assim ‘o maior espectáculo do Mundo’, sem regulação nem capacidade de se regenerar, vai perdendo o primacial valor da reputação".

 

A mente não só brilhante, mas também sem sombra de mácula, que produziu estas afirmações, assim, sem o menor rebuço, foi a mesma que igualmente, do alto do pedestal etéreo da sua verdade desportiva, diz e repete com mais frequência do que, se calhar, deveria, que "[n]a dúvida os árbitros beneficiam o FC Porto".

 

 

Será que o raciocínio agora produzido, só se aplica às competições da UEFA e ao Sr. Platini?

 

Será Rui Santos capaz de transpor aquelas afirmações para a realidade nacional?

 

Se for, como é que os seus dois corolários se concatenarão coerentemente?

 

A quem pertence a "bolha" da arbitragem no futebol português?

 

Por acaso foi o FC Porto que apoiou a candidatura de Fernando Gomes à presidência da Liga de Portuguesa de Futebol Profissional (LPFP), incluindo Vítor Pereira nas suas listas?

 

Por acaso foi o FC Porto que apoiou a candidatura de Fernando Gomes à presidência da Federação Portuguesa de Futebol, abdicando inclusivamente de sponsorizar um candidato das suas próprias cores?

 

Que eu saiba o FC Porto limitou-se a apoiar, em teoria, conjuntamente com os outros dois grandes, na prática, pelo menos com um deles, a candidatura de Carlos Marta à presidência da LPFP, que agora já não risca nada.

 

Quem é que tem a fama, e não tem mais frequentemente o proveito, apenas porque, lá está, há o FC Porto de permeio, de "fazer as coisas pelo outro lado"?  

 

Porque é que a verdade desportiva que Rui Santos revê nos comportamentos da UEFA e do Sr. Platini, é diferente daquela que observa entre portas?


Nota:  O título deste texto, é a tradução da minha lavra, do título do filme The Eternal Sunshine of the Spotless Mind, um filme perturbante, embora menos que o Rui Santos, com o Jim Carey e a Kate Winslet em registos que não são nada habituais.

Como num dia qualquer

20
Jun12

Antes de mais, permitam-me que antecipadamente apresente as minhas desculpas pelo valioso tempo que vos irei fazer perder, se, por um acaso inexplicável do destino, decidirem ler o resto deste texto até ao seu términus.

 

Para não digam que não avisei, o que se segue subdividir-se-á em duas partes distintas. A primeira, um mais que flagrante exercício de masturbação intelectual, consubstanciado numa auto-louvaminha, assim ao jeito de “quem para louvar a noiva, se não o noivo”. E porque será que ninguém louva alguma vez o noivo? Nem sequer a noiva!

 

Bem, voltemos ao cold cut do momento. Vem a seguir aquela que reputo de parte mais interessante do texto, quiçá a única, onde se fará o enaltecimento do serviço prestado por alguém, em prol da comunidade azul e branca.

 

O Azul ao Sul atingiu ontem as mil visitas, no que vai decorrido do mês de Junho. Será o quinto mês consecutivo, desde que regressou à actividade em Janeiro, que este estaminé ultrapassa as mil visitas.

 

 

 

No pretérito mês de Abril, o número de visitantes ascendeu, pela primeira vez e única, a mais de dois mil. O número de páginas vistas, por duas vezes ultrapassou as duas mil.

 

Será pouco para alguns, que somam estes números num dia, ou numa semana, poderá ser significativo para outros. Para mim, confesso que supera claramente as minhas expectativas à partida, o que, de resto, até não era difícil, pois que estas eram praticamente nulas.

 

Contudo, admitindo eu que por vezes possa parecer algo estúpido, tenho-me em conta, com algum optimismo, como não sendo totalmente obtuso. Dêem-me algum crédito, s.f.f..

 

Estou perfeitamente consciente que muitos que aqui vêm, não o fazem pelos meus lindos olhos.

 

Num contexto em que cada vez menos se vêem aplicações práticas da meritocracia, mais a admiro. Assim sendo, mal ficará se não der mérito a quem o merece.

 

E, neste caso, cumpre aqui salientar o impacto do Porta 19, nos números que acima referenciei.

 

 

 

Aquilo que se pode ver na imagem, retrata a origem dos últimos vinte visitantes desta humilde casota, por volta das 12 horas de hoje. É de hoje, mas bem podia ser de outro dia qualquer. Mais uma, menos uma, o panorama não é usualmente muito distinto.

 

Desconheço se será também assim noutros sítios. A realidade, aqui neste pedacinho azul e branco é esta, sem prejuízo de noutras paragens poder ser diferente. Somos todos diferentes, unidos em torno do mesmo, e é isso que interessa.

 

Disse em tempos num comentário que fiz, que o Porta 19 devia ser promovido a portal, porque sem dúvida que uma presença na sua lista de portas azuis e brancas, é meio caminho andado para outra dimensão. Dá-me ideia que não serei o único que, quase diariamente, faz daquele blog o seu browser de lançamento para o universo portista.

 

Tudo isto, claro está, sem a mais pequena beliscadura ou desprimor para com outros colegas como o Tomo II, o Dragão até à morte ou o Reflexão Portista, ou num outro nível, com menor expressão, o Azul Dragão, o Observatório Portista do Jornalismo ou até, o Nunca mais.

 

Este serviço desinteressado de divulgação e partilha prestado pelo Porta 19, e pelos demais colegas, é priceless, impagável, por isso, deixem que expresse aqui o meu devido reconhecimento pessoal aos “pais da malta”, talvez subscrito pela demais arraia miúda.

 

Se por acaso, alguém que não tenha um blog, mas tencione dedicar-se a esta preciosa perda de tempo, estiver a ler este escrito, garanto que o segredo do sucesso que um dia possa(m) vir a ter, é muito simples e o caminho das pedras é fácil de perceber.

 

Para não vos roubar mais precioso tempo, quero apenas aproveitar este interlúdio para participar que, fazendo-me valer da falta de assunto propícia da época, vou abrandar o ritmo a que vai sendo actualizado o Azul ao Sul.

 

Espero que não levem a mal, mas não quero tê-los a morrer de tédio aqui por estas bandas. Além disso, todos aprendemos a lição daquela equipa que jogava que se fartava, sempre em cima, a 100%, com notas artísticas elevadíssimas, e que chegou ao fim da época apenas com a Taça Lucílio Baptista no bolso.

 

Esse é um risco que não quero correr. O ritmo tem sido elevado, e é incomportável mantê-lo assim, portanto, mais vale pianinho…

 

As minhas sinceras desculpas se alguém ficar desapontado por isso. Será bom sinal.

Dos bons rapazes não reza a história

19
Jun12

Antes que a Suécia me estrague os planos, deixem-me fazer um elogio às duas equipas que, até agora, partiram do Euro, sem qualquer ponto na bagagem: a República da Irlanda e a Holanda.

 

São duas equipas parecidas, ainda que não tenham nada que ver uma com a outra.

 

Os holandeses tiveram um percurso quase imaculado na qualificação: nove vitórias e apenas uma derrota, e essa, no último jogo da qualificação, com o apuramento garantido, e contra a Suécia, que terminaria em segundo lugar.

 

Tudo isto, num grupo que ainda incluía a Hungria, a Finlândia, a Moldávia e São Marino, que terminou com zero pontos em dez jogos.

 

Do lado irlandês, as coisas não foram tão lineares. Uma derrota e três empates garantiram o segundo lugar no grupo, onde também entraram a Rússia (1.ª classificada), Arménia, Eslováquia, Macedónia e Andorra, e a presença no playoff, contra a Estónia, que sucumbiu por 5-1.

 

No apuramento, os rapazes do velho Trap, empataram duas vezes com a Eslováquia, e com a Rússia, fora de casa, sendo a sua única derrota sofrida em casa, precisamente contra esta última. 

 

Digamos que a obtenção do passaporte irlandês para o Euro, não teve por diante obstáculos de grande monta.

 

Por outro lado, não têm comparação os nomes que constam na lista de convocados da selecção holandesa, com os da Irlanda. E não me refiro apenas à grafia!

 

Porque digo então que são parecidas as equipas destes dois Países?

 

Fundamentalmente porque são constituídas por bons rapazes. Do lado dos irlandeses, penso que não haverá dúvida quanto a isso, e o sentimento estender-se-á necessariamente aos adeptos nas bancadas.

 

Na banda holandesa, nem tanto, e até há por ali alguns maus feitos, e pelos vistos, como é hábito na equipa das tulipas, egos hiperdesenvolvidos.

 

Refiro-me a uns e a outros como “bons rapazes”, porque de um lado e outro, dão um sentido absolutamente contrário àquela expressão de que “o todo vale mais do que a soma das partes”.

 

 

  

São dois casos completamente paradigmáticos do contrário. Os irlandeses, quando miscigenados nas equipas da Premier League, ou outras quaisquer, transportam consigo a irreverência que lhes é característica, os que têm tendências mais artísticas (Robbie Keane ou Damien Duff, por exemplo), ou a fibra gaélica, naqueles mais de quebrar do que torcer, como o granítico Dunne, por exemplo.

 

Quando os juntamos todos, numa única equipa, nem o Trapattoni os consegue por todos a puxar para o mesmo lado.

 

Se, do Mundial foram eliminados da forma como foram, pela mão do Thierry Henry, e ficou a pairar no ar a sensação de injustiça, agora, ou pioraram muito desde então, e muito sinceramente, não me lembro dessa selecção de 2010, ou então, não se terá perdido grande coisa.

 

 

Quanto aos holandeses, desde que me lembro, são recorrentes em grandes competições, os problemas gerados pelos egos dos jogadores. Ou estão juntos, e arrasam, ou nada feito. De que outra forma se poderá compreender a paupérrima prestação do vice-campeão do Mundo, neste Euro?

 

A equipa não mudou tanto assim. Quanto muito, estarão todos dois anos mais velhos, e alguns, como o Robben ou o Van Bommel, em baixo de forma.

 

Esta selecção fez-me espécie, quando a ponho em perspectiva perante a do Rinus Michels, de 88, e mais ainda quando penso que aquela equipa foi outrora apelidada de “Laranja mecânica”, que nunca vi jogar, mas em relação à qual tenho uma curiosidade enorme. Gostava de perceber o que era isso do “futebol total”, que já vi explicado em vários sítios e de várias maneiras, mas parece-me que só mesmo vendo se consegue entender.

 

A nós não nos calhou mal. Entre a luta de egos e as asneiras do treinador, fizemos a nossa parte, e eles foram de barco, o que até não é mau para os canais de Amsterdão.

 

Agora, do nosso lado, será bom não esperar que o treinador checo também coloque à frente do João Pereira, um médio organizador de jogo, com tendência para ir para dentro e destapar o flanco.

 

Que do outro lado, coloque outro médio, mais ou menos com as mesmas características, incapaz de aproveitar a nula propensão do Ronaldo para defender, e que em vez de se juntar ao extremo desse lado, para colocar debaixo de fogo o Coentrão, também flita para o meio.   

 

Ou no meio da frente de ataque, uma torre como o Huntelaar, para o Bruno Alves meter no bolso. A República Checa do Bilek, não é esta Holanda. A bem dizer, acho que nem a Holanda…

 

Fica feita assim uma singela homenagem a estas duas equipas. Uma simpática, porque lhe está na natureza, e à outra, porque oportunista e cinicamente, até nos calhou bastante bem.

 

 

 

 

Estupidamente auto-suficientes

18
Jun12

Para além do futebol, parece-me a mim, correndo o risco de me equivocar, e agradecendo desde já a quem me queira informar melhor, que as modalidades profissionais que se praticam no nosso País, não irão muito além do andebol, basquetebol, futsal, hóquei em patins e voleibol.

 

Na temporada transacta, o FC Porto foi campeão no futebol, no andebol, no basquetebol e no hóquei em patins, fazendo o pleno em todas aquelas a que se dedica. Os campeões de futsal e de voleibol foram, respectivamente, o Sporting e o Fonte Bastardo.

 

Nesta época, o nosso clube repetiu os títulos de andebol e futebol, perdendo os títulos de basquetebol e de hóquei em patins, para o clube mais grande do Mundo dos arredores de Carnide. Poderia lá repetir-se a hecatombe de 2010/2011!?

 

Ou seja, nas modalidades em que entramos em confronto directo com aquela equipa, passámos de um registo de 100%, para 50% de aproveitamento.

 

Nas modalidades em que não competimos, o tal clube também perdeu, inesperadamente para si, claro está, o campeonato de voleibol, e não está muito mal no futsal, onde o Sporting é bicampeão, mas a final está empatada 2-2.

 

Vistas assim as coisas, poderíamos ser levados a concluir que o facto de estarmos em concorrência directa com tal emblema, não aquece, nem arrefece, um lado e outro.

 

Contudo, quando nos recordamos de alguns comportamentos recentes, ficamos na dúvida:

 

“Estive presente em fases finais de Campeonatos da Europa, em Jogos Olímpicos, competições internacionais, ganhei muitas finais, também perdi muitas, mas sempre vi o treinador campeão a levar a mão ao peito, ao coração, mostrar carinho aos seus adeptos, porque é aí que se sente o clube. Levar os dedos aquela parte…cada um sente o clube onde quer”

 

Disse o nosso treinador do basquete, Moncho López, a propósito, do comportamento deplorável do treinador rival.

 

"É um momento de alegria, satisfação, de tudo contra todos, contra todos que foram sempre grandes opositores", disse antes da polémica afirmação. "O (…)ica esteve acima, montou um plano honesto, justo, trabalhador, competente e derrotou os porcos", referiu o responsável pela seção de hóquei em patins dos encarnados à transmissão da Plurisports”.

 

Foi como reagiu à vitória o director do hóquei em patins encarnado, um tal de José Trindade.

 

Quem assiste a este tipo de reacções, por mais epidérmicas e a quente que sejam, percebe facilmente que, mais do que a vitória, em si mesma, o deleite máximo resulta muito mais da derrota do rival, do que dos títulos conquistados.

 

No caso do Carlos Lisboa, a vitória final até foi obtida perante esse mesmo adversário e na sua casa, como, afinal de contas o nosso título do apagão. No outro caso, nem isso, pois ainda na semana anterior, em confronto directo, apesar de todos os estratagemas empregues, foram incapazes de nos bater.

 

O que é certo, é que se fica claramente com a ideia de que, mais do que vencer, o objectivo último e primordial, será sempre o mesmo: derrotar o FC Porto.

 

E o que é certo é que, em termos de motivação, este tipo de postura constitui, sem sombra de dúvida, um valor acrescentado.

 

De que outra forma se compreende que jogadores como Maxi Pereira, Luisão, Cardozo, Javi Garcia, Saviola e Aimar, se contentem em ir ficando pela Cesta do Pão, época atrás de época, não obstante todos os convites de que s(er)ão portadores para mudar de ares?

 

Serão falso alarme os convites? Permanecerão no clube porque são excepcionalmente bem pagos? Ou haverá um mais qualquer coisa adicional?

 

No caso do FC Porto, como disse Artur Jorge, há 25 anos, no intervalo da final de Viena, o campeonato nacional pode qualquer jogador que traje de azul e branco, conquistar em qualquer altura. Vencer a Taça dos campeões, fá-los-ia entrar para a história do futebol.

 

Para motivar os jogadores do FC Porto, ganhar campeonatos sucessivos é coisa de somenos. Vencer campeonatos na casa do rival, já sabe a mais qualquer coisa, mas ainda assim…

 

Só deste modo consigo compreender que nos tenhamos arrastado ao longo da temporada passada, para ressurgir em força nas partidas mais importantes.

 

Só assim, para além das muitas libras, consigo atingir que um treinador como André Villas-Boas, reconhecidamente portista, zarpe como fez, e que jogadores, que ainda que bem pagos, ainda vão receber melhor, saiam de um clube que por sistema disputa a Champions, para outros que não passam do meio da tabela das competições nacionais, e Europa…, sim, pois, está bem.

 

Só assim consigo alcançar a atracção que um clube que ganha um campeonato de vez em quando, e Taças da Liga, como nós vencemos Ligas, nacionais e estrangeiras, consegue exercer sobre os profissionais que o representam, desde o Simão Sabrosa até aos mais recentes.

 

Dirão que estou a exagerar. E claro está, vendo o exemplo do que tem acontecido ao longo desta final do campeonato de futsal, vejo-me forçado a concordar com quem quer que afirme isso mesmo.

 

Nós não temos futsal, nesse campeonato não entramos. Contudo, o comportamento evidenciado por aquela equipa contra o Sporting, não difere muito daquilo a que estamos habituados.

 

Resta saber se será apenas a replicação, e aplicação a outro oponente, de uma estratégia de sucesso, ou serão apenas e só, saudades nossas, transferindo para o adversário de ocasião o carinho que nutrem pelas nossas cores?

 

O que é certo é que esta final de futsal, em que espero sinceramente que os da Calimeroláxia triunfem, apesar de a modalidade me dizer tanto quanto café descafeinado, cerveja sem álcool ou hambúrgueres de tofu, ou seja, futebol sem futebol, tem sido uma verdadeira vergonha.

 

Ainda por cima, mais dentro do recinto, onde os árbitros e uma equipa de vermelho têm feito por dar cabo do espectáculo, do que nas bancadas, não obstante os esforços de alguns para não as deixar de fora.

 

 

 

Nem era preciso tanto para me convencerem. Bastaria ter lido ou ouvido na devida altura António-Pedro Vasconcellos.

 

Quando todos os anos, de há muitos anos a esta parte, o presidente do FC Porto visita a Assembleia da República, a casa da democracia do País, e convive com os deputados adeptos do clube a que preside, não lembra ao diabo vir clamar que:

 

“Espanta-me toda essa solenidade, porque um homem que insultou, como se sabe, o antigo presidente da Assembleia da República e que foi condenado na justiça desportiva, ser recebido com aquele solenidade e ainda por cima em circunstâncias que nada têm que ver com a dignidade da Assembleia da República, é que eu lamento”.

 

Passando adiante da questão da condenação pela justiça desportiva, dada a sua total irrelevância para o caso, e quando não, da própria justiça desportiva, apetece perguntar:

 

Que clube reunia a preferência de onze ministros do anterior governo, incluindo o primeiro? Ou dos deputados?

 

Para a presidência de que clube, um desses ministros, com a tutela da Administração Interna, fez parte da Comissão de Honra de uma das candidaturas?

 

De que clube patrocinou causas, por exemplo, aquela em que tentou excluir da Champions o FC Porto, o anterior secretário de estado da justiça?

 

E nem vale a pena tentar explicar ao individuo em questão, a diferença entre ser recebido na Assembleia da República, num acto privado, e/ou pela Assembleia da República, em acto oficial.

 

Não vale a pena porque, mais do que ser estúpido, pura e simplesmente não lhe interessa fazer essa destrinça.

 

Quanto aos estúpidos, coitados, não há dúvida que tenho de concordar com o nosso presidente, é sem sombra de dúvida uma área em que somos claramente auto-suficientes, e cuja capacidade de produção está claramente longe de se esgotar.

 

Basta ver os exemplos acima. Dizer que tudo se resume a estupidez, da melhor categoria, é dizer pouco.

 

 

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