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Azul ao Sul

Algarvio e portista E depois? O mar também é azul...

Azul ao Sul

Algarvio e portista E depois? O mar também é azul...

Falha sistémica

31
Jul12

 

"No final do jogo, cerca de 5 minutos após o seu término, o sr. Luís Filipe Vieira, presidente do Benfica, após sair do balneário da sua equipa, mais concretamente na designada zona técnica, interpelou, em tom alto e exaltado, o dr. Luís Duque, administrador da Sporting SAD, que se encontrava no hall de acesso aos balneários, proferindo, pelo menos, as seguintes expressões:


- “Devias ter vergonha”


- “Era para isto que vocês queriam controlar tudo”


- “Era para isto que queriam que a gente controlasse a arbitragem


- “Foste tu que me disseste que tínhamos que controlar tudo”- “Não me faças falar, não me obrigues a pôr a boca no trombone

 

Noutras paragens mais dadas a coisas sérias, declarações desta índole talvez não passassem em claro. Possivelmente alguma mente perturbada, seria bem capaz de somar dois mais dois, e associá-las a outras situações, também elas por esclarecer.

 

Assim de repente, recordo-me, por exemplo, da divulgação dos dados pessoais dos árbitros ou da história do dirigente sportinguista Paulo Pereira Cristóvão, e do dinheiro depositado na conta do árbitro assistente José Cardinal. Só por mero acaso, obviamente, e querendo acreditar que, tudo somado, não passarão de coincidências. Tudo muito natural e inconsequente.

 

De que outra forma poderia ser? Como ficariam aqueles, tantos, que defendem que FC Porto e sistema são indissociáveis?

 

A esses, dirijo-lhes um pedido encarecido, retrocedam por favor uns anitos. Apenas até à última década do século passado, se faz favor. Aos dez anos em que o FC Porto conquistou oito títulos de campeão nacional.

 

Se não se situasse aí o epicentro do tal sistema, hão de convir que, pelo menos, estaríamos em presença do seu apogeu. Em particular a partir de 1994, ano que marcou o início da contagem do pentacampeonato.

 

Por essa altura, na presidência da Federação Portuguesa de Futebol (FPF), estava o Eng. Vítor Vasques, que em 1996, deixaria o lugar a Gilberto Madaíl.

 

Na mesma época, presidia a Liga Portuguesa de Futebol Profissional (Liga), o major Valentim Loureiro (até 1994), a quem sucederam Manuel Damásio (1994-1995), Pinto da Costa (1995-1996) e o próprio major, até 2006.

 

A esse período áureo azul e branco, seguiram-se três temporadas com a Liga a ser conquistada por outros emblemas.

 

O Sporting, que interrompeu em 1999/2000, o seu jejum de dezoito anos, o Boavista que se estreou nos triunfos em 2000/2001, e daí para diante foi sempre a descer, e os da Calimeroláxia, que tornaram a vencer em 2001/2002.

 

De então, até aos dias de hoje, seguiram-se mais oito vitórias nossas, entrecortadas pelos triunfos encarnados de 2004/2005 e 2009/2010.

 

O sistema, esse bicéfalo ente metafísico, como o caracterizou um caduco presidente sportinguista, terá sido tão cuidadosamente congeminado, que nem se olvidaram de lhe pespegar uma espécie de interruptor, que alterna “on/off”, consoante é o FC Porto ou são outros a ganhar. 

 

Se foi criado, ou atingiu o seu expoente máximo nos idos de 1994 a 1999, então, a sua operacionalidade terá sido interrompida entre 1999/2002. Voltou à efectividade em 2003, para novamente parar em 2004/2005, retornar em 2005/2006, tornar a sair de cena em 2009/2010, e entrar em grande nas últimas duas temporadas.

 

Pelo meio, tivemos os famosos “Apitos”, “Dourado” e “Final”, os pretensos movimentos regeneradores da verdade desportiva, que, pelos vistos, em pouco ou nada beliscaram o ilustre sistema. Compreensivelmente, admita-se.

 

Um caso de prostitutas e uma conversa com um árbitro em vésperas de uma partida, ridicularizam a magnitude incomensurável de algo como o sistema      

 

Bem vistas as coisas, FC Porto e as papoilas saltitantes foram campeões com João Rodrigues, Vítor Vasques e Gilberto Madaíl na presidência da FPF.

 

Somente os mesmos dois clubes lograram ser campeões com outros presidentes na Liga, que não Valentim Loureiro (Manuel Damásio, Pinto da Costa e Hermínio Loureiro, no caso do FC Porto, e só o último, no caso do outro clube).

 

 

Sporting e Boavista apenas foram campeões com a dupla Madaíl-Loureiro, ao leme do futebol nacional. O tal sistema será independente das suas figuras maiores?

 

Se perdura desde a década de 90, o que vemos é que, por dentro ou do lado de fora do sistema, o FC Porto ganhou e perdeu. Do mesmo modo que também triunfou com todos os presidentes da FPF e da Liga.

 

Os dois últimos títulos obtidos pelo clube mais grande do Mundo dos arredores de Carnide (2004/2005 e 2009/2010), foram alcançados em timings propiciamente particulares.

 

O primeiro passou pelos interstícios do sistema, numa altura em que, por força do “Apito Dourado”, o major Valentim Loureiro se encontrava suspenso. Assumiu então as suas funções o director executivo da Liga, Cunha Leal. Foi a Liga dos sumaríssimos e do Estorilgate, entre outras tropelias.

 

O outro aconteceu na sequência da tal famosa onda de apoio, que incluiu de tudo um pouco, numa confluência de interesses mediáticos, políticos, desportivos e financeiros, nunca vista até então, e que, como tão bem ilustrou Rui Moreira, consubstanciaram o andor que levou o campeão ao título.

 

O pior período do FC Porto, entre 1999/2000 e 2001/2002, curiosamente, é coincidente com as vitórias de Sporting e Boavista.

 

Mais curioso ainda, a entrada no novo milénio marcou o final do mandato de Vale e Azevedo (1997-2000), e a entrada em cena de Manuel Vilarinho. O período que se lhe seguiu, até ao perdão fiscal de 2002, é frequentemente caracterizado pelos próprios dirigentes do clube, como o mais negro da sua história.
 

 

Portanto, fica a ideia que, mesmo nos tempos conturbados do anti-sistema Vale e Azevedo, dos contratos rasgados com a SIC e a Olivedesportos, a presença institucional do clube a que este presidiu, se fazia, ainda assim, sentir.

 

A sua saída, e a necessidade de arrumar a casa, só possível após aquele perdão, terá concentrado os esforços da direcção de Manuel Vilarinho. Só uma vez atingido esse desiderato, e com a ascensão de Vieira à presidência em 2003, passou a valer a máxima “são mais importantes os lugares na Liga, do que contratar bons jogadores”.

 

Ou seja, só com FC Porto e as papoilas na mó de baixo, é que Sporting e Boavista lograram triunfar. Se o FC Porto é, conforme querem fantasiosa e sistematicamente fazer crer, o detentor do poder, quem será então o contrapeso?

 

Porventura alguém, alguma vez, terá ouvido o presidente do FC Porto falar tão explicitamente sobre controlar o que quer que seja, quanto mais “tudo”?

Santa Clara(mente) falando

30
Jul12

Ultimamente, não tenho tido muito tempo para ver futebol, propriamente dito, quanto mais para escrever sobre o assunto.

 

Aliás, se leram os últimos textos, terão certamente reparado que tentei fugir do tema, tanto quanto possível.

 

Pudera. Das seis partidas que vão jogadas na nossa pré-época, apenas consegui seguir o jogo contra o Santa Clara. Dos outros, apenas o que foi aparecendo nos resumos, e os golos. E alguns deles, que golos! Impressionantes os do Maicon, pela raridade, e brilhante o do Iturbe.

 

Portanto, tudo aquilo que se segue tem por base, fundamentalmente, o que consegui observar no jogo contra os açorianos.

 

 

 

Naquele (re)encontro de cunhados, a pretexto do Troféu Pauleta, o que mais me surpreendeu pela positiva foi a consistência revelada pela nossa equipa, principalmente do ponto de vista defensivo.

 

Digo isto porque, a bem dizer, levamos quase uma pré-época inteira com as faixas laterais da defesa ocupadas por duas adaptações, o que poderia propiciar algum desconforto. Mas não.

 

É bem certo que os adversários foram o que foram, e que são apenas treinos, como disse o Mourinho, depois de levar cinco. Mas ainda assim, até Valência, foram cinco jogos e cinco vitórias, sem sofrer golos. Noutros sítios, seria o título da Liga, da Taça da dita cuja, e da Champions, já ali ao virar da esquina!

 

Contra os insulares, gostei de ver o Fabiano. Pareceu-me, quando o vi jogar em Olhão, e continua a aparentar ser um muito razoável guarda-redes. Até talvez demasiado bom, e principalmente, demasiado jovem, para ficar uma época inteira à sombra do Helton.

 

O puto Kadú entrou nesse jogo, e fez logo uma defesa para a fotografia. Na baliza parece-me que estamos bem servidos se ficarmos com o Helton, o Bracalli, para o que der e vier, e o miúdo ou outro da equipa B à espreita.

 

Na lateral-direita não me agrada ver o Djalma. Lá porque o Coentrão deu resultado, até parece que agora têm de nascer debaixo das pedras extremos que dêem bons defesas.

 

O Djalma não é suficientemente forte defensivamente, o que, se a outra equipa alinhar com três avançados exige uma atenção redobrada ao médio que cai para aquele lado, ou do trinco. Num meio-campo com o Lucho Gonzalez, talvez seja uma sobrecarga excessiva para os outros dois elementos.

 

O regresso do Miguel Lopes em Valência, leva a crer que será a alternativa mais fiável ao Danilo. A parte chata é que, também o Miguel Lopes, a defender não é aquilo a que possa chamar um primor de segurança. O golo do Valência, apontado na pequena—área ou lá por perto, pareceu-me resultar de uma falha de marcação sua.

 

Os centrais estão encontrados. O Otamendi e o Maicon são, sem dúvida os esteios daquele sector. O Rolando, quanto a mim, pode ir fazendo as malas, ou preparar-se para passar muito tempo sentado, e o Mangala, terá que ter paciência, mas será sempre a terceira opção.   

 

Para quarto central, ao contrário de muitas opiniões, ficaria com o Sereno. Gostei de o ver contra o Santa Clara, nos poucos minutos que fez a posição ao lado do Rolando. No entanto nem é tanto por aí.

 

É mais pela preocupação em relação à lateral-esquerda, quem possa lá jogar, e pela possibilidade de, numa emergência, o Sereno poder fazer o lugar.

 

Aí a coisa afigura-se mais complicada que do outro lado. Partindo do princípio que o Álvaro Pereira será descartável, restam o Alex Sandro, o Emídio Rafael e o David Addy.

 

Pelo que até à data, deu para ver do Alex Sandro, deixá-lo sem concorrência poderá constituir meio-caminho andado para que baixe a guarda. Conviria ter alguém a espicaçá-lo, que, admito, não será o Sereno, como também não serão o David Addy ou o Emídio Rafael, este caso recupere.  

 

O David Addy, por muito bom rapaz que possa ser, sinceramente, não acho que chegue para ficar no Dragão. Equipa B? Será que aceita?

 

No meio-campo, gostei de ver o Fernando. É raro não gostar. Esteve mais participativo, e a transportar com frequência a bola, naquilo a que agora chamam a primeira fase ou primeiro momento de construção do ataque.

 

Ou por outras palavras, aqueles três primeiros passos que dá com a bola dominada, na direcção do meio-terreno contrário, para depois servi-la a um dos outros médios, ou enviá-la em passe vertical para o ponta-de-lança de serviço, evitando que o ataque principie num chuto para a frente do Maicon.

 

Continua a preocupar-me que ainda não tenhamos um suplente à altura para este rapaz.

 

Quanto aos outros dois, o grande problema do Defour, é o mesmo de quase todos os médios deste Mundo, excepto um: não é o João Moutinho.

 

No mais, é um jogador de equipa. Não é uma primeira figura, para isso está lá o Lucho Gonzalez, mas também, nunca o vi ser dos piores em campo. Quando as coisas correm mal à equipa, não é ele que irá certamente levá-la às costas, quando saem bem, integra-se e é capaz de fazer umas coisas interessantes.

 

Do Lucho, todos sabemos que não regressou tanto pelo que possa jogar, mas pelo que faz jogar, e pela capacidade de impor a sua voz de comando, dentro e fora do relvado. Ainda assim, esperam-se sempre uns bons sessenta minutos em cada jogo.

 

Desde que a partida se resolva nesse período, tudo bem, se não, quais são as alternativas?

 

No meio-campo da época passada, seria o Defour. Para já, temos o Castro, ou o tal duplo pivot, que também foi ensaiado contra o Santa Clara, com o Kelvin para diante, à frente do João Moutinho e do referido Castro.

 

Admitindo-se, neste caso, a hipótese do Danilo jogar numa das duas posições mais recuadas do triângulo, e mesmo ficando o Castro por cá, ainda é curto.

 

No ataque, temos gente e temos qualidade. No entanto, sendo a manutenção do Hulk a única dúvida, em caso de saída, o que há, como diria a minha Avó, tem avonde para consumo interno, para a Champions, tenho dúvidas.

 

Dos novos, o Atsu não é para mim novidade. Está a encher-me as medidas e confirmar as minhas expectativas.

 

 

Sobre o Kelvin, tenho lido e ouvido muita coisa. Que é “brinca na areia”, que tem talento, mas não tem maturidade competitiva suficiente, que se desinteressa dos lances, que lhe falta garra, que deveria rodar emprestado mais uma temporada, ou ir para a B.

 

Todas elas visões a considerar, sem dúvida, e por incrível e muito pouco coerente que pareça, até concordo com quase todas elas, excepto a parte do ser emprestado ou ir para a B.

 

Na minha opinião, mais do que o talento, o Kelvin tem uma boa percepção do terreno de jogo, do seu posicionamento no dito, e do dos colegas. Depois, tem, de facto, a tal componente técnica de “brinca na areia”, que lhe permite fabricar passes açucarados, como na triangulação Atsu-Kelvin-Castro, do terceiro golo contra o Santa Clara.

 

Por mim, depois daquela jogada, ficavam os três na equipa principal. E é aí que me parece o lugar, também do Kelvin.

 

Passo a explicar. Se em Vila do Conde, com todos os defeitos que lhe apontam, fez vinte e sete jogos, será que sendo novamente emprestado ou indo para a equipa B, não acontecerá o mesmo?

 

Ou seja, dada a sua qualidade, o puto vedeta, por muitos erros que cometa, o mais provável é que continue a jogar, e dificilmente se corrigirá.

 

Não seria preferível, digo eu, mantê-lo no plantel principal, fazê-lo crer que tem mesmo hipóteses de entrar no onze, dar-lhe um cheirinho, fazendo-o entrar de vez em quando, para que compreenda que está nas suas mãos, desde que se esforce, e quando não o fizer…ala, uns joguitos de castigo no banco!

 

Dá-me ideia que seria a melhor forma de o fazer crescer como jogador. Mas não queiram fazer dele um extremo, porque ainda é menos extremo que o James, e por outro lado, é mais matreiro e tecnicista do que este. Se se coloca a hipótese de por o James a jogar atrás do avançado-centro, esse será o lugar natural do Kelvin.

 

Quanto aos restantes, sendo o Jackson Martinez para rever, restam uma dúvida e uma preocupação. Valerá a pena ficar com o Kléber e o Janko?

 

Começo a ter sérias dúvidas. O Kléber depois dos golos iniciais contra o Servette, um pouco à imagem da pré-época da temporada passada, tornou a desaparecer.

 

A manutenção dos três só se justificará, caso efectivamente, o Hulk parta, e como actulamente, para fazer face a alguma eventual lesão.

 

A preocupação é o Iturbe. Marcou um golo espectacular contra o Celta de Vigo, só que, no jogo dos Açores, por exemplo, não lhe vi um pingo de jogo colectivo.

 

Faz arrancadas com a bola colada ao pé, sim senhor, tem uma técnica apurada, mas, ao contrário do Kelvin, não lhe vi uma noção de jogo de equipa. Ânsia de se mostrar? Talvez.

 

Se não corrigir essa pecha, a ele sim seria de emprestar, tendo presente que esteve uma temporada quase sem jogar, e que apesar de se tratar de um jovem, tem algum cartel na América do Sul.

 

Seria um desperdício empresta-lo por cá ou coloca-lo na equipa B. Poderia rodar numa equipa sul-americana com algum potencial, para tentar regressar à sua selecção, e recuperar alguma da confiança que eventualmente, lhe falte. Ou então, num futebol competitivo, como o daqui ao lado, que o obrigue a soltar a bola, antes da sarrafada.

 

O Depor parece que está a receber jogadores emprestados de todo o lado, não estará interessado no Iturbe?

 

Entretanto, toda a gente quer o Moutinho. Ainda não acabou Julho, e já estou farto disto. Se não fossem as férias por gozar, não me importava que viesse Setembro duma vez por todas.


Nota: Uma nota para a alteração que o Santa Clara introduziu no emblema. Apesar da águia, está muito mais tragável.

 

Momentos cor-de-rosa

29
Jul12

No dia/noite em que o FC Porto, nas grandes-penalidades, sofria a sua primeira derrota em jogos da pré-época, em Mestalla, contra o Valência, o seu presidente, ao que parece, voltava a alinhar pelo clube dos casados, algures no Brasil.

 

 

Sabendo por experiência própria o quão difícil é organizar uma boda, desde a marcação da igreja, do local da recepção, fotógrafo, música, padre ou registo civil, e todas essas minudências, tão imprescindíveis para demonstrar à saciedade, o quanto duas pessoas desejam unir-se sob o, supostamente, sagrado laço do matrimónio, compreendo a ausência do presidente do meu clube em Mestalla.

 

Ainda que, no caso, segundo consta, a cerimónia tenha sido bastante simples, realizada num condomínio fechado e com um número limitado de convidados. Além do mais, nos próximos fins-de-semana temos mais jogos, e o mesmo aconteceu nos anteriores.

 

É sempre bonito apreciar uma paixão que dá em casamento, e mais ainda quando a noiva até alvitra a possibilidade da união frutificar em rebentos, apesar da idade do consorte. “É natural, quando duas pessoas se amam” , ou coisa que o valha, terá dito.

 

No dia anterior, em plena Cesta do Pão, disputou-se mais uma edição da famosíssima Eusébio Cup, com a vitória de quem tinha de ser, como o Mourinho, sem dúvida profundo conhecedor do futebol nacional, e do folclore caseiro, se apressou a explicar nas entrelinhas.

 

Uma vez mais esteve presente uma paixão. Ou melhor, um Paixão, o Bruno. Também é facílimo de compreender a sua presença. Depois do susto que terá apanhado no final da temporada passada, em que se falou da sua despromoção de internacional, nada como um voto de confiança, um estímulo, para o tranquilizar e aumentar a auto-estima, como disse o Mourinho, em relação ao adversário.

 

Estaremos em presença do escolhido para lídimo herdeiro do Lucílio Baptista e do João “pode vir o João” Ferreira?

 

Se da outra paixão, e respectivo enlace, ainda se esperam criancinhas, deste Paixão, a consumar-se a coisa, que tipo de abortos resultarão?

Da nobre arte de desconversar ou, por outro lado...

27
Jul12

Ainda há pouco mais de uma hora, discutia numa reunião de família a aquisição do Pavilhão Atlântico, pelo consórcio de Luís Montez, pelo consócio de Luis Montez, genro do Presidente desta nossa República, alavancada pelo Banco Espiríto Santo (BES).

 

Beneficiando da minha condição de anfitrião, aproveitei a ocasião para puxar a brasa à minha sardinha, e introduzir na conversa algo que desconhecia até ao Sábado passado, e ao debate sobre as modalidades de alta competição no FC Porto: que o orçamento do basquetebol do clube mais grande do Mundo dos arredores de Carnide, duplicava o da nossa finada SAD de basquetebol. "De onde é que vem o dinheiro?" - perguntei.

 

A associação entre as duas questões resultaria da participação do BES na gestão e suporte do fundo das estrelas.

 

Resposta, quase imediata, de um dos benfiquistas presentes: "Se tivessem ganho o campeonato, não tinham desistido, e estava tudo bem!"

 

Perdão?! Mal consegui conter o riso e retorquir: "O que é que uma coisa tem a ver com a outra? Não é essa a questão. A questão é: de onde é que vem o dinheiro?"

 

Silêncio. Típico.

 

Se repararmos bem, esta situação é recorrente ad nauseam.

 

Soube-se recentemente, que o presidente daquele clube foi castigado pelo Conselho de Disciplina da Federação Portuguesa de Futebol (FPF), em 45 dias em 2.500 euros, aparentemente, apenas por, imagine-se, chamar filho da p..., a alguém que, por incrível que pareça, poderá ter sido Luís Duque.

 

E contra quem é que o castigado se insurge?

 

 

 

Obviamente Fernando Gomes, o presidente da FPF, cuja eleição já apoiou, por duas, DUAS, vezes, e que, ao que parece, quererá colocar como Secretário-Geral do organismo a que preside, um tal de Tiago Craveiro, conotado com o FC Porto.

 

Desta vez, é este o bode expiatório empregue para demonstrar que o presidente da FPF não dá mostras de conseguir fazer frente à influência do FC Porto, designadamente, nos Conselhos de Arbitragem e de Disciplina da Federação.

 

Notam aqui algum padrão de comportamento?

 

O mais engraçado é que, depois, todos dizem que estão contra o próprio presidente! Como, se pensam e agem tal e qual como ele? Coincidência?! Só pode ser.

 

Pergunto-me se isto não será apenas para criar uma cortina de fumo, ou um mini-tsunami de indignação, que sensibilize os conselheiros na hora, dia, mês, ano, século, em que se dignem a tomar uma decisão em relação ao treinador daquele clube. O tal processo, lembram-se? Aquele que se arrasta já desde...ui, ui!

Business, as usual…

24
Jul12

No mês passado, escrevi aqui um texto, intitulado "Comichões e comissões", onde, a propósito das contas dos três grandes divulgadas por volta dessa altura, tentei transmitir os motivos porque permanecia tranquilo em relação ao nosso clube.

 

Disse então: “(…) bem vistas as coisas, uma instituição capaz de satisfazer os seus compromissos, e ainda gerar verbas na ordem dos 25 milhões de euros, para gastar em menos-valias, comissões e serviços de intermediação, não pode ser motivo de excessivas preocupações”.

 

Não vou agora virar o bico ao prego, e afirmar algo diferente. Contudo, quando escrevi aquele texto fi-lo, como diria um professor meu de Economia, na hipótese ceteris paribus, ou seja, crédulo de que todas as demais variáveis permaneceriam constantes.

 

O que não aconteceu, como se veio a verificar, nomeadamente com o caso da suspensão da FC Porto Basquetebol SAD.

 

 

Não, não vou aproveitar para surfar esta onda, só porque está a dar. Basquetebol foi o único desporto que pratiquei federado, nos escalões jovens, é certo, mas joguei.

 

Aprendi a gostar de basquete a ver jogadores como Tó Ferreira, Júlio Matos, Beto Van Zeller, Rui Pereira, Parente, Charuto, e outros tantos, que não tenho de cor, e se for pesquisar perde a piada.

 

Por isso, confesso que sinto algum pesar por esta situação, assim como me entristece que o voleibol, que também pratiquei, mas apenas nos torneios do INATEL, e onde a minha figura de referência era, claro está, o incontornável, Nélson Puga, também tenha sido banido do nosso clube.

 

E faz-me espécie, de facto, que não haja uma solução para a continuidade do basquetebol. É claro que, se me colocarem as coisas em termos de ultimato: “queres o basquete ou queres uma grande equipa de futebol?”, a minha opção irá sempre pela segunda.

 

Mas será que chegámos a esse ponto?

 

Há por vezes coisas que estão nos relatórios de contas, mas que não nos apercebemos delas. Por exemplo, até ao Encontro de Sábado passado, graças ao José Correia, nunca tinha dado conta de que, parte do “proveito das quotizações pagas pelos associados do FC Porto (…) são proveito da sociedade desportiva” (Relatório e Contas 2010-2011 – 1 de Julho de 2010 a 30 de Junho de 2011, pág. 10), correspondendo a uma percentagem que “baixou de 80% para 75%” (pág. 11 do ante citado Relatório).

 

Este proveito surge no Relatório (pág. 85) contabilizado sob a rúbrica “19. Prestação de serviços”, subrúbrica “Receitas desportivas”, que contém:

 

“(ii) o montante de 11.642.723 Euros (11.071.546 Euros em 30 de Junho de 2010) relativo a venda de bilhetes para jogos realizados no Estádio do Dragão e de lugares anuais, o qual inclui 3.071.499 Euros (3.648.333 Euros em 30 de Junho de 2010) relativos à proporção da Sociedade nas receitas do Futebol Clube do Porto com quotas dos seus associados”

 

Aqui, começam as minhas dúvidas. Porque é que uma verba, que é um “proveito das quotizações pagas pelos associados”, é depois classificada como “prestação de serviços” ou “receita desportiva”?

 

Resulta do protocolado entre o clube e a SAD? Lindamente. Mas porquê aquela classificação?

 

Decorre da dívida que o clube terá perante a SAD? Talvez.

 

De acordo com o “Relatório e Contas Consolidado – 1.º Semestre de 2011/2012” (pág. 51), a dívida não corrente do clube para com a SAD, ascendia em 31.12.2011, a 12.727.243 Euros.

 

Neste sentido, [o] Conselho de Administração da FCPorto, SAD em conjunto com a Direcção do Clube, definiu um plano de acções para reduzir progressivamente a dívida, tendo o mesmo sido contratualizado em 30 de Junho de 2011. Este plano de pagamentos pressupõe a dotação do Clube de capacidade financeira através de um conjunto de medidas de diferentes naturezas, das quais:

 

(…)

 

(ii) revisão da política de preços e redistribuição interna das receitas de quotização dos associados entre o Clube e a FCPorto, SAD;

 

(…)

 

O mencionado plano, que estima a realização daquele montante ao longo de quinze anos, até ao exercício 2025/26, considera o vencimento de juros a uma taxa Euribor a 6 meses, acrescida de um spread de 6%.

 

O plano de pagamento pressupõe a liquidação de prestações semestrais (capital e juros), com vencimento em 31 de Dezembro e 30 de Junho de cada ano, de montante crescente, vencendo-se no exercício de 2011/2012 o montante de 177.312 Euros de capital e 1.022.688 Euros de juros, à taxa acima indicada. A médio e longo prazo, o vencimento daquelas prestações pode ser resumido da seguinte forma:”

 

- 01.01.2013 a 31.12.2014 – 2.700.000 (720.164 – capital; 1.979.836 – juro)

- 01.01.2015 a 31.12.2018 – 6.090.671 (2.626.740 – capital; 3.463.931 – juro)

- 01.01.2019 a 30.06.2026 – 12.610.027 (9.380.339 – capital; 3.229.718 – juro)

 

Ou seja, para saldar uma dívida de 12.727.243 Euros, o clube irá arcar, até 30.06.2026, com o pagamento de 8.673.485 Euros de juros, elevando o montante global a pagar para 21.400.728 Euros.

 

Há qualquer coisa que não joga. Se a transferência daquela percentagem das quotizações tem, de facto, por objectivo solver este compromisso, e se o ritmo a que se processam aquelas transferências se mantiver mais ou menos constante, a dívida estaria saldada em quatro anos e qualquer coisa (12.727.243/3.071.499 = 4,14), mais os eventuais juros, vá lá, cinco/seis anos.

 

Prevê-se alguma quebra significativa na receita das quotizações de associados?

 

Convirá ter presente uma outra possibilidade. Em 31 de Dezembro de 2011, os capitais próprios individuais da Sociedade representavam menos de metade do capital social, caindo assim no âmbito do artigo 35.º do Código das Sociedades Comerciais (“Relatório e Contas Consolidado – 1.º Semestre de 2011/2012” (pág. 25) .

 

Perante este resultado, [o] Conselho de Administração da Sociedade considera que, em função dos resultados consequentemente positivos apresentados nos últimos cinco exercícios, das estimativas orçamentais à data para o fecho deste exercício económico, e da melhoria dos resultados económicos e financeiros que se perspetivam para os próximos exercícios, a estrutura de capitais da sociedade sairá naturalmente reforçada.

 

Ainda assim, e no pressuposto de mais rapidamente dar cumprimento a esta obrigação, o Conselho de Administração, poderá ainda convocar uma Assembleia Geral Extraordinária, para discussão e aprovação das propostas que vierem a ser apresentadas, as quais poderão passar pelas seguintes alternativas:

 

• Redução do capital social para montante não inferior ao capital próprio da sociedade;

 

• Realização pelos sócios de entradas para reforço da cobertura do capital; e

 

• A conjugação das duas alternativas”.

 

Sendo o clube detentor de 40% do capital da SAD, aquela verba poderia consubstanciar uma entrada do sócio, para reforço da cobertura do capital.

 

Esta possibilidade, porém, uma vez mais, colide com o tipo de classificação (“prestação de serviços”) utilizado, uma vez que, quanto a mim, deveria antes ser reflectida ao nível do capital social.

 

Vendo as coisas doutra forma, ou por outro lado, como se faz noutros sítios, que impacto tem uma verba de cerca de três milhões nas contas da SAD?

 

Se estas deram prejuízo, poderão concorrer para a sua atenuação, e favorecer o cumprimento do famigerado artigo 35.º.

 

Se, pelo contrário, como resulta do próprio Relatório e Contas do 1.º semestre, é o próprio Conselho de Administração a considerar que ”em função dos resultados consequentemente positivos apresentados nos últimos cinco exercícios, das estimativas orçamentais à data para o fecho deste exercício económico, e da melhoria dos resultados económicos e financeiros que se perspetivam para os próximos exercícios, a estrutura de capitais da sociedade sairá naturalmente reforçada”, o mais natural será haver lucro.

 

Assim sendo, os três milhões apenas irão incrementá-lo, aumentando o IRC a pagar ao estado, que tão carecido anda dele.

 

Bem, dito isto, retrocedo e torno a afirmar, se me colocam a questão em termos de a espada ou a parede, uma grande equipa de futebol, ou o basquetebol, ou qualquer outra modalidade de alta competição ou amadora, diga-se em abono da verdade, a minha escolha será sempre a mesma: o futebol.

 

No entanto, há uma questão que não consigo afastar da minha mente:

 

Uma Sociedade Anónima Desportiva capaz de satisfazer os seus compromissos, e ainda gerar verbas na ordem dos 25 milhões de euros, para gastar em menos-valias, comissões e serviços de intermediação”, necessita tão impreterivelmente de três milhões de euros, que não pode prescindir deles em prol da manutenção de uma modalidade como o basquetebol?

 


Nota: A pergunta não é retórica!

I Encontro da bluegosfera – O (meu) rescaldo

23
Jul12

 

 

Estive no Dragão. É verdade.

 

O que dizer? Mais coisa, menos coisa, há talvez oito anos que tinha estado no Porto pela última vez.

 

Nunca cheguei a entrar nas Antas, apenas passei uma vez à porta no trajecto do, então aeroporto de Pedras Rubras, para a estação da Campanhã. E no Dragão, nem isso.

 

Perfeitamente natural para um algarvio. Mas agora, posso finalmente dizer que estive no Dragão.

 

Não estive nas bancadas, que só vislumbrei, assim como a relva que os artistas, e outros, pisam, através da grade de um portão. Ainda assim, foi inesquecível.

 

Estive no Auditório José Maria Pedroto. O mesmo onde são feitas as conferências de imprensa após os jogos. Aquele onde os jogadores rodearam o Jesualdo Ferreira quando fomos tetracampeões em 2009. A sala onde, quase um ano depois, o capitão Nuno Espírito Santo, retorquia a toda uma série de infâmias, com aquele magnífico “Somos Porto!”.

 

Estive lá, ali mesmo, pisei aquele palco, e sentei-me, talvez, na mesma mesa. Não vi o palco principal? Pois é. Mas, esse dia já esteve mais longe…

 

Estive no Dragão. Repito, o que dizer?

 

Agradecer aos organizadores, ao Jorge, ao José Correia e ao bLuE bOy, por se terem lembrado de mim?

 

Dizer-lhes que se deixem de tangas, e de agradecimentos especiais, apenas por ter ido do Algarve, quando o que eles me deram a mim, suplantou todo o meu putativo esforço, e foi muitíssimo além do que talvez possam imaginar?

 

Vale mesmo a pena ir por aí? É claro que vale. E considerem-no feito.

 

Olhando para trás, direi que foi uma experiência, quase como se estivesse no filme “Querida, encolhi os miúdos!”. Posso afirmar que passei uma tarde inteira, a sentir-me tão pequenino, do alto do meu metro e setenta e dois.

 

Tudo começou logo à saída da estação de metro do Dragão, quando dei de caras com o estádio. Mal consegui fitá-lo. Tive de seguir em frente.

 

De cada vez que o mirava de soslaio, como que para ter a certeza de que estava mesmo ali, tive de me forçar a olhar em frente, e continuar a andar. Há emoções que são difíceis de conter, o que é que querem?

 

Sou um gajo emotivo, não me metam em Bambis, Nemos, Rockys, bungee jumpings e cagadas dessas, que dá mau resultado. A recente expulsão do Maxi Pereira, é bem capaz de marcar o limite da minha tolerância a emoções fortes.

 

Fui para o centro comercial em frente, tomei um café, bebi uma água, e só depois de receber um telefonema do Jorge, a dizer que vinham a caminho, é que consegui sair, e ir ver o Dragão de perto.

 

Mal e porcamente, porque não gosto de fotografar e porque foi com o telemóvel, a minha câmara por excelência, mas lá tirei a fotografia acima, e pude apreciar a beleza da nossa casa.

 

A sensação de pequenez foi prosseguindo pela tarde fora, à medida que fui tomando contacto com a realidade do que foi aquele Encontro, e com os seus intervenientes.

 

 

 

Estar numa sala com tantos portistas, com tantos nomes apenas conhecidos das leituras na bluegosfera, tanta gente bem informada, conhecedora da realidade do clube, nos seus mais ínfimos e por vezes, sórdidos, pormenores, e nele envolvida até ao tutano, remeteu-me, sem dúvida, para a minha insignificância.

 

Para além dos que previamente mencionei, e entre outros tantos, que se não o faço, não é que seja por menor consideração, cruzar-me com nomes que leio com alguma regularidade, como Mário Faria, Enid, Mafaldinha, guardabel, José Lima ou Kosta de Alhabaite, ser fotografado e aparecer no Fotos da Curva, e por fim, last, but not least, conhecer em carne e osso, e ter o prazer de cumprimentar em pessoa, o Penta1975, assíduo e simpático comentador deste espaço, foram todos eles, sem dúvida, momentos memoráveis.

 

Resta saber se vou conseguir continuar como até aqui, porque, convenhamos, é preciso ter lata, para andar aqui a arrotar postas de pescada, perante uma tal companhia.

 

Sobre o Encontro propriamente dito, o tema que me calhou em sorte, “A bluegosfera no contexto das novas formas de comunicação”, foi, sem dúvida o que menor polémica suscitou.

 

Digamos que o relato daquelas que são as experiências pessoais de cada um, não deixa grande margem para polemizar. Ninguém caiu na tentação de tentar “normalizar” a bluegosfera, e isso reflecte muito daquilo que ela é, e o entendimento, mais ou menos generalizado, porque há sempre excepções, que quem a frequenta, dela faz.

 

Um excelente sinal, quanto a mim, e uma garantia para os que (ainda) receiam pela sua possível submissão a outros interesses, que não o puro e simples portismo.

 

Descontando a atrapalhação inicial com a geringonça para fazer avançar os diapositivos, e o atabalhoamento do discurso, provocado em grande parte pelo quadro emocional acima descrito, a coisa, da minha parte, fez-se.

 

Recomendo apenas, para terem uma ideia, a leitura da intervenção do guardabel. Simplesmente dez estrelas!

 

Os outros dois temas, “A relação entre o Clube, os sócios e os adeptos portistas”, dá sempre, e em qualquer circunstância, pelo que percebi, pano para mangas, e questionar se “As modalidades de alta competição têm futuro no FC Porto”, no contexto de suspensão da secção de basquetebol, não podia ser mais actual.

 

Se quiserem saber mais, digo-lhes que a cobertura em directo do Encontro, feita no Porta 19, está óptima. No Mística Azul e Branca, pelas teclas do José Lima, e no Mística do Dragão, a cargo do Emanuel, encontram mais dois bons resumos das intervenções, e claro, as fotos, no citado Fotos da Curva.

 

Foi um sucesso, não foi um sucesso? É subjectivo e sou suspeito para avaliar

 

O que é que acham? É claro que foi, carago!

 

Somos Porto! Viva o Porto!

Mourinho, farto de ganhar!?

18
Jul12

 

Foi o que pensei quando, primeiro ouvi, e depois li, que o Mourinho chamara para junto de si o Luis Campos, integrando assim a equipa técnica do Real Madrid.

 

Bem sei que o Barcelona baixou a parada ao promover o Tito Vilanova a treinador principal, mas o Luis Campos não será demais?

 

É um dos maiores pés-frios(1) do nosso futebol, to say the least

 

Quem irá a seguir? O José Gomes? Para superar o Jesualdo Ferreira, e fazer dele campeão europeu?

 


Nota: Pé-frio - s.m. Bras. Pop. Indivíduo de má sorte, azarado, capaz de atrair infelicidade para os outros.

O estado da arte a que chegámos

17
Jul12

Até poderá parecer mal que meta o bedelho neste assunto. Por exemplo, quem siga o mesmo processo intelectual de raciocínio, será tendencialmente levado a concluir que estarei a trabalhar em causa própria. E então, seria feio. Mas que se lixe!

 

 

Por incrível que pareça, ao ouvir ontem o Bispo das Forças Armadas, D. Januário Torgal Ferreira, afirmar:

 

"Este Governo é profundamente corrupto nestas atitudes a que estamos a assistir"

 

e que,

 

"O problema é civilizacional, porque é ético (...) Eu não acredito em alguns destes tipos, porque são equívocos, porque lutam pelos seus interesses, porque têm o seu gangue, porque têm o seu clube, porque pressionam a comunicação social…”

 

o que me veio à cabeça, foi um comentário que li, aqui há dias, no Porta 19, a propósito da divulgação do I Encontro da Bluegosfera.

 

Questionava então, o comentador, como se havia chegado ao local do encontro, queria saber se era pago ou de borla. E porquê? Porque, segundo dizia, “a independência é muito bonita, mas cada vez mais rara, há um apetite voraz em controlar tudo e todos. E diferentes formas de lá chegar”.

 

Depois, sobre os temas. Que seriam(são) “muito pouco aliciantes”.

 

“Sobre o primeiro [“A relação entre o Clube, os sócios e os adeptos Portistas”] há sempre muito a dizer, porque sobre ele pouco se faz. Mas é algo que não mudará”.

 

“(…) o segundo ["A "bluegosfera" no contexto das novas formas de comunicação"], parece algo desfasado do tempo, não parece levar a algum lado de interesse. O terceiro ["As modalidades de alta competição têm futuro no FC Porto?"], porquê as modalidades???. entre tudo o que há para falar as modalidades representam uma prioridade maior ou cativam um maior interesse face a tudo o resto?”

 

Deixa a seguir registada a sua visão sobre que são, ou deveriam ser, os blogues: “(…) locais antigos, com autores individuais ou colectivos, que mais não devem ser do que um local virtual onde se registam e trocam opiniões e ideias”

 

e sobre aquilo que, para si, são na realidade, e para que servem:

 

“Tem havido um maciço interesse em usar um blogue para fazer algum alpinismo, para ser passerelle de vaidades, para chegar a algum fim que vai para um caminho muito distante do que um simples redigir de opiniões e ideias”.

 

O Jorge respondeu, e bem, no sítio próprio, mas ainda assim, não consegui deixar de pensar sobre isto, associando as duas intervenções.

 

Mais do que os défices, com os seus desvios colossais, mais do que todas as austeridades e mais algumas, troikas, FMIs, e quejandos, o legado que nos foi, e vai sendo deixado pelos Sócrates e Relvas deste mundo, e seus semelhantes ou dependentes, é este.

 

Quando alguém lê um anúncio sobre um encontro de blogues portistas, e a primeira coisa que lhe vêm à mente, é a questão da “independência”, face a terceiros certos ou incertos, não há dúvida que o problema se transformou em civilizacional e ético.

 

E é neste pântano que vivemos. Será difícil conceber um encontro destes, sem “strings attached”? Sem ficar a dever alcavalas a quem quer que seja?

 

Fazer este encontro no Estádio do Dragão, é, de alguma forma, uma quebra do vínculo à tão propalada “independência”? Onde, então, deveria decorrer o evento?

 

Se fosse para festejar algum título, a minha escolha seria óbvia. Não sendo…

 

Os temas são pouco aliciantes? Bem, se não falarmos sobre eles, dificilmente mudaremos alguma coisa. A não ser que façamos como o comentador, e nos resignemos a que “é algo que não mudará”.

 

Será este o verdadeiro espírito portista? A última vez que olhei, a resignação não constava no nosso ADN, e gostei do que vi.

 

Como é que um tópico está desfasado da realidade, se todo o comentário gira em torno desse mesmo tema? O que é, e o que deveria ser a bluegosfera, e a blogosfera em geral. O que são, o que deveriam ser os blogues, e a utilização que alguns deles fazem. É estranho tanto debate em torno de um tema desfasado da realidade.

 

Sobre o grau de prioridade dos temas, não há muito a dizer, para além da resposta ao comentário. No entanto, a recente dúvida instalada sobre a continuidade da secção de basquetebol, talvez seja justificação suficiente para a eleição das modalidades amadoras a tema prioritário.

 

É engraçado quando, a propósito de um qualquer tema, se brame a plenos pulmões sobre a independência, e depois, se seja tão normativo e determinístico sobre o que é e o que deveria ser.

 

Pela minha parte, e sem que isto seja uma espécie de "disclaimer", não há garantidamente qualquer “agenda”, motivação oculta ou sede de poder, que me mova, e, sem querer preterir as suas próprias opiniões ou tomar as suas dores, não tendo absolutamente nada que me leve a pensar o contrário, outrotanto se passará com os organizadores e demais participantes no evento.

 

Ir ao Dragão, pela primeira vez na minha vida, será uma honra, e certamente, nunca “mais um passo, para que o que seja que vos fez escrever o primeiro post, seja completamente desvirtuado”.

 

Se porventura estiverem nesse dia pelas redondezas, e virem um saloio basbaque a remirar a grandeza do estádio, feito boi a olhar para um palácio, sem saber para onde ir, e quase de certeza, de lágrima no canto do olho, a probabilidade de ser eu, é bastante elevada.

 

Será esta, quase de certeza, a única situação de sensibilidade extrema em todo este processo.

 

Quanto ao resto, “tocar num ponto que vos [nos] pode ser extremamente sensível”? “Tabú”?

 

É o estado da arte a que chegámos. É o reflexo da luxuriante herança que a clique dirigente deste País nos vem deixando de há uns tempos a esta parte, e que, qual bola de neve, se vai tornando mais do que uma crise económica e financeira, numa questão civilizacional, social e ética.

 

Até aqui, caramba!

Pontas soltas

16
Jul12

 

Ainda não espreitei o FC Porto nesta pré-época. Apesar das transmissões na SporTTv, o raio dos horários não dão para mais.

 

Tentei ver se haveria por aí, no online, alguma coisa, mas nada feito. Também, diga-se em abono da verdade, seria mesmo só para ver o FC Porto, e os novos equipamentos.

 

A bem dizer, jogadores novos, só o Jackson Martinez, e esse ainda não alinhou. Os outros, se retirarmos os miúdos, o David Bruno, o Pedro Moreira e o Mikel Agu, não são de todo desconhecidos.

 

Para mim, o que esta pré-época tem revelado são uma série de pontas soltas.

 

A ponta solta do avançado-centro, na qual andámos a enlear-nos ao longo de toda a época passada, parece ter ficado, até ver, resolvida.

 

Estava curioso sobre o Jackson Martínez (será Jackson ou será Martínez? Os dois nomes parece-me demais…), então resolvi ir além dos vídeos que por aí circularam, e dediquei uma meia horinha a procurar na net jogos dos tais Jaguares, da capital mexicana do crime, como lembrou o Miguel Sousa Tavares.

 

Conclui que, para além dos Jaguares terem perdido muitos jogos no Torneio Clausura (a liga mexicana parece ser como a argentina, subdividida em dois torneios: Abertura e Clausura), não há muito mais além dos resumos que incluem os golos. Alguns deles do nosso Martínez.

 

Por aquilo que vi, que como calcularão, não foi muito, posso estar enganado, mas se estão à espera de um ponta-de-lança “à Falcao”, desenganem-se.

 

O nosso novo rapaz joga bem com os pés (não me perguntem qual deles o melhor, porque não me lembro!), e com a cabeça, contudo, não é homem para ficar na área.

 

Os Jaguares, pelo que percebi, joga(va)m muito na contra-ofensiva, ou em transições rápidas, como preferirem, e em 4x4x2, aparecendo o Jackson muitas vezes mais recuado, alternando de posição com o outro avançado, outro colombiano de nome Rey.

 

Nos livres e nos cantos então, é vê-lo sair da zona do agrião, e vir para trás na expectativa de algum ressalto.

 

Como disse, gostei do que vi com os pés, e em particular de alguns golos de cabeça. É brigão, e recupera bolas. Contem com ele para a tal pressão alta. Vamos ver como é que se adapta à nossa equipa, e se está ponta solta ficará resolvida.

 

Uma ponta, que eu nem imaginava ainda estar solta, era a do Sapunaru. Depois do final da época passada, nunca me passou pela cabeça, salvo aquelas propostas mirabolantes que acontecem no futebol, ainda que quase sempre no mesmo papel para forrar fundos de gaiolas de periquitos.

 

Julgava eu que a questão estava arrumada, e que tínhamos Sapunaru, se não para titular, ao menos para compensar as eventuais ausências do Danilo. Nada disso. O romeno está mesmo de saída, ou já se foi, e nós, ao contrário do que se previa, ou não, estamos sem lateral-direito.

 

A não ser que fique o Miguel Lopes a fazer de Sapunaru. Cá por mim, nada a objectar. Ou será que o lugar está reservado para o Djalma?

 

O que mais me chateia nisto tudo, nem é a saída do Sapunaru, ou a do Fucile, diga-se. O que me desagrada é que esta saída revela que havia ali um ressentimento mal resolvido do nosso treinador em relação ao romeno.

 

Após as quezílias que ditaram aquela sua espécie de suspensão-que-não-o-foi-oficialmente, o tipo fez um final de época bastante satisfatório. O treinador utilizou-o quando fez falta, ou quando quis, e ele correspondeu. Se a situação não estava resolvida, porque é que não se limitou a despachá-lo?

 

Fazê-lo agora entristeceu-me. Parece uma mesquinhice, um traço de pequenez. Os problemas disciplinares ou se ultrapassam ou não, não se guardam rancores para depois.

 

Mais duas pontas soltas serão os destinos do Álvaro Pereira e do Rolando. Nem atam, nem desatam. Desconfio que nem um, nem outro, farão parte dos planos para a próxima temporada. Ao, menos assim o espero.

 

O Rolando aparenta ter mercado. Todos os dias é vendido, e todos os dias aparece nas listas de compras de não sei quantos clubes. É o AC Milan, é o Fenerbhaçe. Uma festa. Até oferecem em troca jogadores que outros terão tentado contratar em vão. No entanto…

 

Ao Álvaro Pereira, ninguém parece querer pegar. Onde é que andam os 22 milhões de dois defesos atrás?

 

São pontas ainda soltas.

 

A última ponta solta é o nosso meio-campo. Continua a sê-lo. Terminámos a temporada passada com quatro centro-campistas, e o cenário mantém-se.

 

Sim, temos o Castro, temos o Mikel Agu e o Pedro Moreira. E chega(rá)?

 

Não seria nada de novo, nem extraordinariamente surpreendente se chegássemos ao fim da pré-época, e o Castro fosse despachado. Quantas vezes isso já aconteceu?

 

Os outros dois rapazes que me perdoem, mas se o Castro não fica, então por maioria de razão, terão que aguardar pela sua chance.

 

Se alguém se lembra de insistir com o João Moutinho e o Fernando, como é que ficamos?

 

Se a ideia passar por inverter o triângulo do centro do terreno, para dar mais liberdade ao Lucho, o Danilo até poderá constituir uma boa alternativa. O próprio já disse que até prefere alinhar a meio-campo.

 

Porém, dificilmente poderá estar em simultâneo na lateral-direita e fazer o duplo pivot.

 

Parece-me curto. Mais curto que a defesa e o ataque, onde, por exemplo, até para uma hipotética saída do Hulk, com o que temos, não estamos mal apetrechados.

 

Silvestre Varela, James Rodriguez, Djalma, Atsu, Jackson Martínez, Janko, Kléber e, por mim, o Kelvin, pese embora a juventude de alguns deles, oferecem um naipe de alternativas interessantes.

 

Claro que nenhum deles substitui o Incrível, mas é incomparável com as soluções que temos para o meio-campo.

 

É bem certo que ainda estamos a quase um mês, do arranque oficial da temporada, mas não me importava nada de ver alguma proactividade neste capítulo.

 

Desagradam-me as pontas soltas. Ou se empeçam, ou é por onde as coisas se começam a desfiar…

 

I Encontro da Bluegosfera

09
Jul12

 

 

Caro Portista,

 

No próximo dia 21 de Julho, vai realizar-se o I Encontro da Bluegosfera, o qual terá lugar no Estádio do Dragão, Auditório José Maria Pedroto (Piso -3, entrada P1).

 

Este evento é organizado por três sócios do FC Porto ligados a três blogues portistas – ‘Reflexão Portista’, ‘ Porta 19’ e ‘Bibó Porto, carago!!’ – e irá contar com a participação de vários sócios/adeptos portistas que escrevem regularmente em diversos espaços da bluegosfera (blogues, sites, fóruns), os quais foram convidados para efetuar apresentações integradas num dos três painéis do evento (ver Programa em anexo).

 

Cada um dos painéis do evento tem uma duração prevista de uma hora e incluirá três ou quatro apresentações de, no máximo, 10 minutos cada. Concluídas as apresentações, o tempo que sobrar em cada painel será destinado a um debate, com moderação, envolvendo os elementos do painel, mas aberto a questões e comentários do público presente.

 

O I Encontro da Bluegosfera é dirigido a todos os Portistas que, olhando para o passado, presente e futuro próximo, estejam dispostos a participar numa discussão aberta onde, concerteza, irão ser focados muitos aspetos positivos e abordados outros que possam contribuir para que este glorioso clube centenário seja ainda e cada vez melhor.

 

NOTA IMPORTANTE: Atendendo ao número de lugares ser limitado, a participação está sujeita a uma pré-inscrição pela Internet (através  do endereço eletrónico encontro.bluegosfera@gmail.com) e confirmação posterior por parte da organização.

Contamos contigo.

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