Gosto muito de ganhar, e quero sempre, em qualquer competição onde o FC Porto entre, que vença.
A Taça Lucílio Baptista, pelos mais variados motivos, desde a sua origem ao seu histórico, é quase a excepção que confirma esta regra.
Digo "quase", por três motivos. Conquistando-a nós, de preferência, ou qualquer outro clube, é um grande desgosto de partir o coração que se inflige àquele clube que arrecadou o troféu nas quatro últimas edições, e o tinha (quase) como seu.
Como, apesar de tudo, ainda entram em linha de conta com aquela porcaria para a contabilização dos títulos oficialmente conquistados, não a vencendo o tal dito clube, é menos essa oportunidade que usufrui para se aproximar de nós no computo geral, que não o do "Record", e portanto, aquele que ignora a Taça Latina.
Por esta ordem de ideias, o nosso triunfo permite-nos somar mais um título, e eventualmente manter o status quo, no tocante a troféus, ou ampliar a diferença.
Depois, porque conquistá-la, ou a qualquer outro troféu, frente ao dito clube, tem sempre um gostinho especial.
É mais uma taça? Pois é. É uma competição em que ainda não nos estreámos a vencer? É verdade. Mas ainda assim, preferia ir à final da Taça de Portugal, em Oeiras.
Por mim, agora o dr. Herculano Lima, e os senhores e senhora(s?) do Conselho de Justiça da Federação, bem podem excluir-nos da prova. Seria a saída mais airosa e indolor possível.
Além disso, convém não esquecer, como fizeram por várias vezes os totós Ribeiro Cristóvão e Jorge Baptista, que, independentemente da decisão que recaia sobre o recurso do Vitória sadino, ainda está em prova o Rio Ave.
Agora, vamos aguardar que amanhã, passado o choque da eliminação, e uma vez consultados todos os onlines possíveis, a burrical intelligentzia desportiva lusa acorde para a vida, e se aperceba do penálti que ficou por marcar sobre o Enzo Perez, e que o Quim, nos penáltis que defendeu, estava pelo menos, metro e meio para diante da linha de golo.
Hoje, até agora, o silêncio foi total, e a capacidade de análise esgotou-se nas ausências do Matic, do Sálvio e do Lima. Devagar, devagarinho, e marcha atrás, é o lema.Há que fazer render o peixe...
Hoje devia ser dia de jogo para nós. Se tudo corresse conforme devia, e se as coisas se decidissem no sítio certo, o terreno de jogo, deveríamos defrontar hoje à tarde/noite, o Rio Ave, na meia-final da Taça Lucílio Baptista.
No entanto, não o vamos fazer. João Querido Manha e mais alguns seres que insistem em ver algum valor na pobreza intrínseca que é a taça em questão, ficaram extremamente sensibilizados com o interesse com que o FC Porto, ao contrário do que vinha sendo habitual, abordou desta vez a dita competição.
Coitados! Tenho para mim que o interesse portista por esta prova, foi idêntico ao revelado nas edições anteriores. E mais ainda terá esmorecido a partir do momento em que a 30 de Dezembro, o empate com o Estoril Praia abriu de par em par, a perspectiva de vir a disputar uma das meias-finais.
Jogando-se esta a 27 de Fevereiro, antecedendo uma ida à Calimeroláxia, o diminuto interesse, reduziu-se a um infinitésimo, na exacta proporção em que o interesse na liga recrudesceu.
A questão era apenas e só, como sair honrosamente da Taça Lucílio Baptista, sem dar azo a alguma penalização peregrina da parte da Liga de Clubes, pelo manifesto desinteresse?
A solução para esta charada estava, sempre esteve, no jogo adiado com o Vitória de Setúbal.
Os sadinos anuíram à alteração da data daquele jogo, obtendo como contrapartida da parte portista, a passagem às meias-finais da taça do seu conterrâneo, o que, conforme por aí se viu escrito, lhes assegurava um afluxo de tesouraria suficiente para os salários de dois meses.
Contando com o beneplácito do sempre prestativo para auxiliar o FC Porto, Pedro Proença, aquela partida foi adiada, sem que nada a isso realmente obrigasse. Então não se recordam do Duarte Gomes em Coimbra, há duas temporadas?
Chovia tanto ou mais que em Setúbal, e houve jogo, porque não agora, se não para favorecer os do costume?
Resolvida esta parte, faltava “desistir” da outra taça, sem dar muito nas vistas.
Do nosso lado, fez-se o que se pode. Foi chamada uma segunda equipa, mas nem assim, os setubalenses nos derrotaram no Dragão.
Essa eventualidade estava porém precavida, por quem anda nisto há muitos anos.
Três jogadores que regulamentarmente não podiam jogar, tomaram parte nesse jogo.
Denunciada a situação, o FC Porto seria afastado, e o Vitória seguiria para as meias-finais. Mas quem iria por a boca no trombone, sem chamar demasiada atenção?
Não faria sentido ser o próprio FC Porto a fazê-lo. Ser o Vitória de Setúbal, até parecia mal.
Quem melhor do que um aliado portista de todas as horas para se prestar a esse papel?
A propósito de papel, foi com naturalidade que Vítor Serpa e o papel para forrar fundos de gaiolas de periquitos que dirige, assumiram essa empreitada.
Para garantir que a coisa não borregava, nem sequer faltou o anúncio precoce da decisão esperada. Uns autênticos profissionais desta nobre arte conspirativa!
Surge aqui o único factor imponderável na tramoia arquitectada: as expulsões de dois adversários, Matic e Cardozo. Pedro Proença que não se conseguindo conter, deixou extravasar todo o seu anti-benfiquismo primário, e quase que borrava a pintura.
O Conselho de Disciplina, que pretendia protelar a decisão até tornar impossível a realização da meia-final na data prevista, viu-se compelido a ter de decidir tempestivamente, de molde a poder aplicar um qualquer castigo simbólico àqueles atletas, e antes que fossem perpetrados mais assaltos contra instalações federativas.
Contudo, encontrou a única forma passível de remeter uma decisão final para as calendas: decidiu favoravelmente ao FC Porto.
Era tão evidente que seria assim. Quando o relator do processo foi, nada mais, nada menos, que o conselheiro mentor da tal famosa reunião a duas mãos do Conselho de Justiça da Federação, onde se decidiu a descida de divisão do Boavista e a penalização de seis pontos, atribuída ao FC Porto, que mais se esperaria?
Com esta deliberação, dando seguimento ao guião pré-estabelecido, mataram-se dois coelhos com uma cajadada.
A decisão final ficou irremediavelmente remetida para o Conselho de Justiça federativo. Este é presidido como sabemos, por um ilustre portista.
O mesmo que por força de um jogo de bridge, não se coibiu de adiar uma apreciação de um castigo, salvo erro, ao Deco, mantendo-o suspenso, e que votou vencido no castigo aplicado a um treinador rival, vendo como legitima defesa uma ofensa perpetrada à honorabilidade de um árbitro auxiliar. Nada a temer quanto ao resultado final, portanto.
Por outro lado, esta vitória portista permitiu ainda fazer uma prova de força, desconstruindo o mito de que o sistema estaria morto e enterrado. Afinal, está ainda vivo e de saúde, e quem o controlava, ainda põe e dispõe.
Para compor o ramalhete, faltava apenas que o Vitória de Setúbal interpusesse recurso daquela decisão, o que, dentro do que seria expectável, já fez.
E pronto, os nossos rapazes puderam usufruir de dois dias de descanso, antes de começarem a preparar a visita à Calimeroláxia, enquanto o nosso mais directo rival, que vem revelando, verdade seja dita, alguns sentimentos ambivalentes quanto à questão de jogar duas vezes por semana - nos dias ímpares, é bom estar em todas as competições, nos dias pares deixa sequelas – joga hoje em Braga, antes de se deslocar a Aveiro, no fim de semana.
Uma tramoia hedionda sem igual, maquinada sem a mais pequena sombra de dúvida, por um perverso génio do mal.
De quem é a culpa? Daquele que, condenado exemplarmente pela Justiça desportiva, vem sendo sucessivamente ilibado pela comum – quantas vezes? Cinco? Seis? Nem sei...
Obviamente, do Pinto da Costa!!!! Quem mais!?
Acham que tudo aquilo que acabaram de ler, é o mais completo dos absurdos?
Têm razão. Mas ainda assim, sou capaz de apostar singelo contra dobrado, que há por aí muitas alminhas insanas que, contra todas as evidências possíveis e imaginárias, se predispõem a acreditar piamente, se não em tudo, em grande parte daquilo que escrevi.
A elas, dedico esta merda de texto, que nem acredito que tive pachorra para redigir.
A maior parte não os conheço, e o mais famoso deles todos, dizem eles, como não poderia deixar de ser, não é outro senão o famosíssimo Óscar “Tacuara” Cardozo.
Se não fosse porquê, até dizia que teria sido um trabalhinho encomendado por alguém, para fazer mais um bocadinho de publicidade a este gajo.
Pois bem, o meu Óscar mais famoso é outro.
Ou seja, este que aqui vemos envergando uma camisola que pede meças aos mais elegantes vestidos da noite da entrega dos ditos, de tão bonita que é.
Não vou falar da sua carreira, até porque a idade, apesar de tudo, não mo permite.
Nas minhas primeiras reminiscências do Óscar, vejo-o com aquela camisola esquisita, aos quadrados, vestida. Talvez num cromo do José pargana, na colecção “O Planeta da Bola”.
Depois disso, lembro-me perfeitamente dele na Académica, nos tempos do Eldon e do Nicolau. E também andava por lá um tipo obtuso, de nome Álvaro, que consta que tinha seis dedos.
Um belo dia, aparece no Farense (o Óscar, o outro, o tal Álvaro, acabou num sítio esconso, lá para os lados da capital).
Aí sim, pude presenciar quem era o Óscar. Na altura o titular na ala direita era o José Rachão, que se lesionou. O Óscar entrou na equipa, e nunca mais saiu.
Era vê-lo com a sua barba à anos setenta a voar acima e abaixo, junto à linha lateral, numa cadência impressionante, para depois concluir as jogadas com centros muito razoavelmente medidos para os avançados.
No entanto, a sua verdadeira imagem de marca eram as meias em baixo. A partir de certo ponto as caneleiras atrapalhavam, e lá ia ele, à Manfred Kaltz.
Muito sinceramente não me recordo de nada de muito memorável que o tenha visto fazer. Esteve em alguns bons momentos do Farense, como na tão desejada subida de Divisão.
Porém, nunca sairá da minha memória por um simples motivo. Fez parte do meio-campo mais cacofónico que alguma vez vi jogar: Óscar-Alhinho-Mário Ventura e Skoda!
Porque os Óscares, os do cinema, leia-se, estão na ordem do dia, não vi o “Argo”, nem o “Lincoln”. Nestes tempos conturbados em que vivemos, soam-me a mais umas daquelas exaltações da americanice, que volta e meia por aí dão à costa.
Ainda que o primeiro tenha sido o mais premiado, e que o Daniel Day-Lewis, tenha estado excelente no outro, caso ainda não tenham visto, permito-me sugerir que não percam o “Guia para um Final Feliz”.
E garanto que não é apenas por causa da Jennifer Lawrence, que, por sinal, até foi considerada a melhor actriz.
Mas preparem-se, a equipa (de futebol americano) favorita dos gajos chama-se Eagles, e veste de verde!
Numa da inúmeras tiras do Quino, uma das personagens, salvo erro o Miguelito, a páginas tantas, queixa-se à Mafalda porque a sua professora, com toda a solenidade, informou na sala de aula que:
“Cristóvão Colombo descobriu a América em 1492”
“1492!!” – insurgia-se ele, rematando, para concluir: “Digamos que a minha professora, não tem a agilidade informativa da France Presse”.
Recordei-me deste momento do Miguelito, quando vi a celebração do melhor ataque do campeonato, na capa do “Record” de hoje:
É inquestionável. O clube em questão tem 50 golos marcados, o FC Porto tem 49, e o terceiro melhor, o SC Braga tem apenas 44. Logo, é sem sombra de dúvida o melhor ataque.
Mais exactamente à época de 1958/1959, e ao pós famoso jogo do Inocêncio Calabote.
Só para os situar, no caso improvável de não terem lido o dito texto, aquele campeonato foi conquistado por nós, pela maior diferença de golos entre marcados e sofridos, o tal de "goal average".
Os dois primeiros classificados terminaram a prova com 41 pontos, mas enquanto do nosso lado foram 81 os golos marcados, e 22 os sofridos, a equipa que venceu no jogo dirigido pelo mítico Calabote, obteve 78 tentos, e sofreu 20.
Com a bonomia e o fairplay que ainda hoje a caracteriza, a comunicação social afecta ao clube perdedor de então, “lamentava, com alguma subtileza, a perda do campeonato. Veja-se, a título de exemplo, o artigo de Aurélio Márcio, [no papel para forrar fundos de gaiolas de periquitos]:
“O [segundo classificado ex-aequo] seria campeão em França e Inglaterra
O FCP conquistou o título por um golo, que tanto pode ser o de Teixeira como o da CUF. Em França e Inglaterra, porém, o SLB seria campeão, pois o seu quociente (3,9) é superior em relação ao do FCP (3,6) (Nota: o quociente calculava-se dividindo o total de golos marcados pelo total de golos sofridos). Fazemos votos para que numa próxima reforma do regulamento geral da FPF se recorra todos os meios de desempate, menos aos jogos extra, que não condizem com o espírito da competição.”
O Norte Desportivo [por esses dias, rival do papel para forrar fundos de gaiolas de periquitos] faz uma notícia bem corrosiva como resposta ao texto de Aurélio Márcio:
“O [segundo classificado ex-aequo] ficaria campeão em Inglaterra e em França, mas…
…em Portugal o campeão é o FCP.
Alguns colegas nossos do sul têm descoberto muitas coisas. São, realmente, uns verdadeiros sábios e, os seus devaneios, caprichosos, saem da vulgaridade. Agora descobriram que o SLB, se fosse na França e na Inglaterra, teria ficado campeão, pois seria utilizado o coeficiente de golos de golos. E foram tão ”perfeitos” que até fizeram contas a demonstrarem que são excelentes aritméticos… Mas a despeito dessas obrigações, ao simpático e popularíssimo [clube] o que interessava era ficar campeão de Portugal. Ora esse intuito é que não se corporizou, pois o campeão é o FCP.
Foi pena que os nossos ilustres colegas não informassem a multidão de quem ficaria campeão da Indochina, nas Filipinas ou na Patagónia.”
Assim são os festejos pelo melhor ataque. Ora, muitos parabéns, mas quem está na dianteira, ainda que ex-aequo, é o FC Porto. Portanto, fiquem lá com o melhor ataque, que a melhor defesa e a melhor diferença de golos moram noutro sítio.
Outro exemplo da falta de agilidade informativa reinante, poderia ser aquele que se segue.
O FC Porto depois da sobrecarga física que significaram os encontros com o Málaga e com o Rio Ave, e aproveitando os efeitos suspensivos do recurso interposto pelo Vitória de Setúbal na Taça Lucílio Baptista, só vai começar a preparar o clássico da Calimeroláxia na terça-feira.
Entretanto, após o seu jogo de ontem, qual é uma das constatações, sempre perspicazes, do treinador do clube que não se preocupa nada connosco, e que nos acusa de dormirmos, vivermos, existirmos, sempre obcecados por eles, e que por sinal e até ver, vai disputar uma meia-final da Lucílio Baptista com o SC Braga, na próxima quarta-feira?
Neste caso, como facilmente se constata, a falta de agilidade está do lado de quem recebe a informação.
É da teoria da comunicação. O indivíduo em questão foi receptor da mensagem de que o clube que vamos defrontar, agora joga com meia equipa B. Contudo, por incapacidades e lacunas de (a)variada ordem, comumente designadas por “ruído”, foi incapaz de processar aquela informação.
Se o tivesse sido, talvez tivesse percebido que, se o nosso futuro adversário faz alinhar agora meia equipa B, tal significará que algo andaria mal com a sua equipa, dita A. Ou não?
Equipa A, por sua vez, que a sua equipa defrontou e derrotou, n’”um campo que quando (…) lá foi, era mais difícil”. Seria mesmo? E o treinador do adversário na altura? Também era, como o de agora, "o melhor treinador a dinamizar o 4x3x3”?
Pormenores asininos!
Regista-se porém outros casos, em que a agilidade informativa é tão aguçada e astuta, que até assusta.
Deitei-me no sábado passado de consciência tranquila, com a grata sensação do dever cumprido. O jogo não correu pelo melhor, em termos exibicionais, mas, apesar da estupidez do penálti do Jackson Martinez, derrotáramos o Rio Ave.
Os penáltis a nosso favor foram claríssimos, e não haveria nada a apontar.
No domingo, olho para os destaques da imprensa, e dou de caras com isto:
Confesso que fiquei assarapantado. Não vi o jogo, mas ouvi o relato. Que eu tenha reparado, ninguém falou num penálti a favor dos vilacondenses.
Não vi os programas desportivos de sábado (nem os de domingo, nem vou ver os de hoje!), por isso, não sei se terá sido o Gobern a abordar este tema. Admito que sim…
Mais consensual seria difícil: “Decisões exemplares”, é como começa o resumo da actuação do árbitro.
E no entanto, ontem na RTPI, lá veio outra vez a história do penálti, que terá sido cometido pelo Otamendi sobre o Ukra, mas que, na única toma que mostram do lance – quais repetições, qual carapuça! – não se percebe bem o que se passa.
Portanto, esta coisa da agilidade informativa, como tantas outras, no que ao nosso futebol diz respeito, é claramente como os interruptores, umas vezes para cima, outras para baixo, liga e desliga.
...e, a propósito de agilidade...
Nota: Chamo-me Alexandre, e tenho um péssimo hábito. Vou com frequência buscar coisas à internet e, ou despreocupadamente, nem reparo de onde, ou confio desmesuradamente na infalibilidade da minha memória, para lhes encontrar novamente o rasto.
Foi o que aconteceu com os excertos que acima reproduzi. Porém, dada a enorme afluência e a apreciação que suscitou, designadamente o do "Norte Desportivo", resolvi fazer mais um esforço. E encontrei. Foi num comentário no Blasfémias. O seu a seu dono, não quero ficar com méritos que não são meus.
Quando será que se convencem de que, um penálti à Panenka falhado, não passa de um penálti marcado à panasca?
Quando será que alguns de nós, que não andamos lá dentro, nos convencemos que não há noites descansadas em ressacas europeias? E porque é que não as há?
Quando será que os tipos da TVI24, que vão aos jogos, começam a prestar atenção ao que se passa no campo, para não terem de perguntar ao Nuno Espírito Santo, o que é que ele achou dos dois penáltis marcados?
Quando um avançado está numa posição favorável para marcar, vai ultrapassar o último jogador adversário entre si e a linha de golo, que neste caso, até era o guarda-redes, e é rasteirado por este dentro da área, não deveria ser jogada de penálti e consequente expulsão do infractor? Quando é que mudaram as regras?
(este último comentário não tem que ver com o nosso jogo, mas com isto:
"Não vos posso dizer quem joga a lateral esquerdo. Nem a equipa sabe. O coletivo vai dar uma boa resposta. A equipa não vai sentir a falta de ninguém, apesar de estarmos a falar de dois jogadores com o ritmo competitivo excelente»
Terá respondido Vítor Pereira, quando confrontado pelos jornalistas, com aquele que será (ou talvez não!) o grande dilema na constituição do onze, que irá defrontar no sábado o Rio Ave.
Não é muito o meu hábito, pelo menos neste terreiro, bitaitar sobre esse tipo de questões. Pelo menos, à anteriori. É muito mais fácil criticar à posteriori…
É compreensível que o nosso treinador não quisesse abrir o jogo, no entanto, como de treinador e de louco, todos temos um pouco, resolvi tentar dar uma ajudinha, e cheguei a três hipóteses:
Your obvious choice
Quiñones. A escolha óbvia. Esta é daquelas, como se costuma dizer, trigo limpo farinha Amparo. Passe a publicidade, não paga, óbvia e infelizmente.
Com o Maicon recuperado, e de tal maneira a roer as unhas, ansioso para recuperar o seu lugar, que até marca golos do meio-campo, é a evolução, que se espera natural de um jovem que alinha pela equipa B.
Duas trocas directas: um central, por um central, Mangala por Maicon, e um lateral-esquerdo por um lateral-esquerdo, Alex Sandro por Quiñones. O risco maior, quiçá o único, será a inexperiência deste último.
Por via das dúvidas, é espetar-lhe o Varela à frente, que tacticamente, sempre será o extremo mais dado a tarefas defensivas. A contrabalançar com a entrada do James para o lado contrário.
Mais lá para a frente na partida, podem sempre entrar o Atsu e o Ismaylov.
Será que o Maicon também joga a lateral-esquerdo?
Pronto, agora aqui começam os devaneios de quem não joga “Football Manager” há muito, muito tempo.
O rapaz tem duas pernas, não tem? E já revelou uma surpreendente capacidade de adaptação à posição de lateral, não revelou?
E se em vez de o pormos ao centro ou à direita, o espetássemos na ala canhota?
Trocar o Danilo, que já está a jogar contrariado a lateral-direito, para o lado esquerdo, não me parece boa ideia.
O Otamendi, por sua vez, jogou a lateral na selecção das pampas, com o Maradona, mas, que eu saiba, sempre do lado direito.
Porque não o Maicon? Que tipo de implicações é que isso acarretaria?
Teria de jogar o Abdoulaye a central. Bem sei que do lado do Rio Ave, não vai estar presente o homem que substitui ultimamente o João Tomás, o egípcio Hassan. O João “pode vir o João” Ferreira, numa tentativa de comprovar que esse tipo de coisas também nos acontecem a nós, expulsou-o no jogo anterior.
Mas ainda lá estão o Bebé e o Del Valle, mais o “nosso” Ukra, que a bem dizer, ainda é o que de pé mais atrás me deixa.
Será um exagero três torres na defesa para estes três artistas. Ou outros quaisquer? Ainda por cima, num jogo em casa?
Talvez, admito que sim. Olhando para os convocados para o jogo, vejo apenas três centrais, que seriam os que desta maneira entrariam no onze. Logo, se algo corresse mal com um deles, para resolver o caso teríamos que recorrer a qualquer um dos outros, e eventualmente, meter o Quiño, o que nos reconduziria à primeira hipótese.
A escolha “de treinador e de louco, todos temos um pouco”
O nosso faz-tudo do momento, Steven Defour.
O que é que acham? O homem que já foi seis, já foi oito, já foi sete, tem sido pau- para-toda-a-obra, de tal maneira que qualquer dia dispensamos o Fabiano, e pomos só jogadores de campo no banco de suplentes.
Diga-se que é uma hipótese tanto mais académica, apesar de estar convocado, e mesmo tendo treinado a 100%, quanto mais dados me faltam sobre a sua efectiva recuperação.
Nos tempos que correm, não dispomos no plantel de jogadores como o Rubens Júnior ou o Marek Cech, que tanto podiam jogar como defesas-esquerdos, como como médios, mais interiores desse mesmo lado.
O Defour é o que mais de parecido temos à mão.
É claro que não seria para alinhar propriamente a defesa-esquerdo. Imagino-o numa posição mais adiantada, mais sobre o meio-campo, e a cair sobre o Ukra, quando este pendesse para o seu lado.
Desvantagens desta opção:
O Fernando não está habituado a ter companhia naquela zona do terreno. Há trincos que parece que só rendem quando jogam sozinhos. Por timidez ou mau feitio, parece que precisam de espaço, tipo eucaliptos, e quando têm alguém próximo, a coisa não corre tão bem.
Estou a lembrar-me do Petit, sim, esse mesmo, que ainda é capaz de voltar a jogar na primeira liga, ou do Paulo Assunção.
Por outro lado, o Fernando, cada vez mais está a deixar de ser um mero seis posicional, e está a conviver mais e melhor com a bola no pé. Porra, até já faz assistências para golo! Por isso, talvez não fosse por aí o grande impedimento.
A outra desvantagem que antevejo, é que os vilacondenses têm alinhado com dois avançados, mais ou menos fixos, o Hassan e o Bebé, mais um extremo, por norma, o Ukra.
Jogando o Defour, quem marcaria quem, ainda que à zona? Danilo sobre o Ukra, os centrais, o Fernando e o belga sobre o Del Valle ou o Bebé, consoante aquele que lhes aparecesse à frente?
Ou seja, muito pouca diferença faria para um esquema com quatro defesas típicos.
Vamos ver qual vai ser a aposta do Vítor Pereira, mas algo me diz que, aproveitando o ambiente do Dragão, vamos ter a estreia do Quiñones
Sugestões meus caros, há por aí mais algumas? Dêem largas à vossa loucura...
Nota: Estava a acabar de escrever este texto, quando soube que afinal, o O Atsu se lesionou e é carta fora do baralho. Como tal, queiram esquecer se faz favor, a parte que lhe diz respeito.
Nota2: Apesar da expulsão, o Hassan afinal até está convocado. O Rio Ave ainda não foi notificado do castigo. Mau…isto está a ficar engraçado!
Querem ver que vai na volta, e nem com todos os bons esforços do João “pode vir o João” Ferreira, é desta que o clube que nos defronta vai deixar de utilizar um jogador por ter sido expulso na partida anterior!?
Como dizia recentemente, com toda a razão, Miguel Sousa Tavares na sua crónica semanal, “Estamos a entrar na altura da época em que, para os grandes clubes, tudo se decide: o desfecho interno e o desfecho europeu de um ano. É nesta altura que, tradicionalmente, o [coiso] e os benfiquistas começam a dar sinais de nervosismo crescente. Sinais que este ano não são de nervosismo apenas, mas de verdadeiro pânico: o pânico de falharem mais uma época”.
De facto, tal como os dias a ficarem maiores, as andorinhas a esvoaçarem, as amendoeiras em flor, os morangos, a febre-dos-fenos, as Testemunhas de Jeová a calcorrearem as avenidas, fazendo concorrência aos Hélderes na sua azáfama evangelizadora, as bifas e os bifes descascados em tudo o que é superfície comercial, quando nós ainda andamos de pulloveres, há coisas que, nesta altura do ano, damos já por adquiridas.
Outrora também acontecia assim com o Natal…
A não ser como diz Sousa Tavares, como compreender um fulano, que há não muito tempo, no primeiro dia do ano dizia:
«É bom sinal, ter muitos jogos. Não é um problema, pelo contrário. Significa que ainda estamos em todas as competições. Há outras equipas que não podem dizer o mesmo... Por isso é motivador»;
“Há o Proença treinador. Aquele que promete que está mesmo mesmo mesmo muito interessado no que os benfiquistas querem e o clube exige: ganhar o campeonato. Mas depois mete uma equipa em campo que entra sem quaisquer planos para o jogo, autista, arrogante, à espera do tempo para marcar um golo. Mete uma equipa em poupança porque afinal a Europa é que pode servir de ponte aérea para qualquer coisa. Proença só quer saber de Proença. Proença tem preferidos que deixa em campo, não interessa se a jogar bem ou mal. Proença tem jogadores de que não gosta especialmente, usando-os quando deles precisa, tirando-os mesmo quando estão a jogar melhor do que os seus preferidos.
Proença em 3 anos e meio nunca soube o que era jogar de forma inteligente. Proença atira os jogadores para um campo de futebol como se fosse uma pista de atletismo. 3 anos e meio depois, Proença espera que eles saibam, de repente, ter a bola para outras funções que não seja chegar à meta. Proença, se estiver a ganhar por 5-0, corre que nem um maluco no banco a fazer espectáculo (tão ambicioso que é Proença!, dizem os entendidos); Proença mirra e deprime no banco, quando a equipa precisa dele (pensador nato!, dizem os especialistas). Proença só vê Proença. O resto é pó de estrelas”.
Mas há limites para tudo, e merda desse calibre, só mesmo no aterro sanitário.
Nota: E por favor, já que quanto à nossa língua não há grandes esperanças, ensinem o homem a falar castelhano, para não fazer as mesmas figuras que este outro:
A falta de capacidade de resposta dá nisto. Atrasei-me, e de ontem para hoje, foram já tantas, tão minuciosas e de elevadíssima qualidade as apreciações que li, sobre a exibição do FC Porto ante o Málaga, que nem vale a pena ir por aí.
Seria chover no molhado. Vou tentar algo diferente: ver o Málaga.
Para aí vinte minutos antes do início da partida, quando soube qual iria ser o onze inicial dos malaguenhos, confesso que fiquei surpreendido.
Tomando como parâmetro de comparação a equipa que vi jogar, e ganhar, ao Real Madrid, o único jogo do nosso oponente, que presenciei integralmente, esperava ver de início o Jesus Gamez, e não me passava pela cabeça ver o Roque Santa Cruz e o Júlio Baptista, juntos lá à frente. E ainda o Joaquin.
É bem certo que neste Málaga é difícil de estabelecer uma equipa-tipo, tal é a rotatividade que o Manuel Pellegrini introduz, e os diferentes esquemas tácticos que emprega.
Porém, a minha primeira reacção foi pensar que nos tinha perdido por completo o respeitinho. Quatro avançados contra nós? Bolas, não é para todos…
Começado o jogo, à medida que as coisas foram estabilizando, percebi a intenção: defender, e o mais à frente possível, nem que para isso, a equipa se partisse em dois blocos.
Os quatro defesas mais o duplo pivot do meio-campo a defenderem, e os outros quatro para diante, com a missão primordial de dificultar as nossas saídas para o ataque e, caso se desse a oportunidade, marcar.
De jogadores como os três acima mencionados, mais o Isco, é o que se espera a qualquer momento.
Sei agora que, afinal, o Jesus Gamez estava lesionado. Logo, a opção pelo mais defensivo Sérgio Sanchez não foi táctica, retirando da partida o lateral mais ofensivo, mas ditada por imperativos de ordem física.
O meio-campo em duplo pivot não foi novidade. É uma opção normal quando o Toulalan marca presença em campo, e menos frequente quando é o Ignácio Camacho a fazê-lo.
No tal jogo contra os madridistas, o francês encontrava-se lesionado e então alinharam o Ignácio Camacho, um seis mais posicional, ao jeito do Javi Garcia, mas menos intragável, o Portillo (Francisco) e o Eliseu.
Agora, com o regresso do Toulalan e o Eliseu lesionado, entrou o Iturra, também utilizado com bastante frequência.
Ou seja, um centro do terreno totalmente diferente, o que diz bem da quantidade e qualidade das opções ao dispor deste clube.
Na dianteira, o panzer Júlio Baptista também esteve algum tempo parado por lesão, e na altura não alinhou frente ao Real. Pelo que percebi, tirando as partidas para a Taça do Rei, o Roque Santa Cruz não costumava ser titular.
Mais facilmente via o Saviola, a acompanhar qualquer um dos dois, do que ambos em simultâneo.
Resultado? Bem, o resultado foi o que se viu o Málaga, pouco ou nada construiu em termos de jogo ofensivo. O Isco, de quem ouço maravilhas, e dizerem que é o futuro Iniesta, mas que, certamente por azar, ainda não tive, nem quero ter, pelo menos no próximo jogo, o prazer de ver qualquer coisa de jeito, esteve muito certinho na marcação ao Danilo. Raramente abandonou a linha.
O Joaquin, que naquele seu jeito atabalhoado de levar a bola, para depois, a qualquer momento sacar um coelho da cartola, ainda era o avançado mais mexido, em comparação com os inoperantes Santa Cruz e Baptista, foi o primeiro a ser substituído.
Para quem começou em 4x2x4, acabaram o desafio em 4x2x3x1, com o Toulalan e o Ignácio Camacho; o Portillo, o Piazón e o Isco; e o Roque Santa Cruz, que durou a muito custo o jogo todo.
Do nosso lado, marcado o golo, foi como se de um jogo cá no burgo se tratasse, com a ligeira, ligeiríssima diferença, que os boquerones - que já marchavam! - não são propriamente o Vitória de Setúbal ou o Moreirense, e por isso não passámos de um golo.
Até as queixas sobre a legalidade da posição do João Moutinho no lance do golo, são parecidas…
Sempre ouvi dizer que neste tipo de competições, o 1-0 é o resultado mais ingrato para quem o sofre. Os nossos adversários, em casa terão que ser mais ambiciosos, sendo certo que um golo nosso, os obrigará a marcar três.
Se, pela nossa parte, isso me parece bastante plausível, depois de observar a postura do Málaga no Dragão, estou curioso para ver como vai ser no La Rosaleda.
Não resisto a falar sobre nós. Excelentes partidas dos dois homens do golo, João Moutinho e Alex Sandro, um eixo defensivo inultrapassável, um Fernando, gigante na pressão e recuperação de bolas, e um Jackson Martinez, a quem só faltaram mais golos.
O Izmaylov arrancou bem, mas desta vez durou menos do que esperava. Lá está, não estávamos perante um qualquer “ense” lusitano.
Já agora, o árbitro, o Mr. Clattenburg. Outra esperança de quem ainda não vi nada de jeito. Dizem que é eletricista e o sucessor do Howard Webb, como se isso lhe desse brilho ou fosse uma grande coisa.
Assinalou falta em quase tudo o que foram lances aéreos com contacto, e deixou passar uma série de faltas junto ao chão. Curiosamente, se não todas, quase todas a nosso desfavor.
O cartão ao Iturra pecou por tardio, e o destinado ao Sérgio Sanchez ficou no bolso.
Ou seja, resumindo e embaralhando, soube-me a pouco.
“Jogo empolgante e dramático de um campeão malogrado” (Título de primeira página)
“A equipa cufista queimou muito tempo!” (Título no interior)
“Estava escrito! Estava escrito que (…) perderia o campeonato! Eram estas, no final do empolgante e dramático jogo da [Cesta do Pão], as duas frases que britavam dos lábios de uma grande parte dos adeptos benfiquistas. Nem um grito de revolta, nem uma recriminação, nem um queixume. Apenas esta frase, dorida, magoada, empregnada de resignação e conformismo: “Estava escrito!”.
Ela bastava, porém, para dizer tudo: para fazer justiça á grande e desafortunada exibição dos jogadores “encarnados”; para evocar as muitas oportunidades de golo perdidas por alguns dos seus avançados; para lastimar as atitudes de exacerbada hostilidade dos jogadores cufistas; para gritar o seu protesto contra a fatalidade de um campeonato perdido nos derradeiros instantes.
Mereceria (…) ter perdido este campeonato?
A pergunta talvez não tenha cabimento nas linhas desta crónica, que tem de cingir-se, apenas, aos acontecimentos do encontro da [Cesta do Pão]. Calma e imparcialmente, porém, hemos de convir que na medida em que a questão do título estava dependente do número de golos que (…) marcasse na [Cesta do Pão], os seus jogadores e adeptos têm razão para se sentirem injustamente despojados do triunfo final. É que, independentemente das circunstâncias em que decorreram os últimos minutos deste histórico domingo de futebol; independentemente mesmo do grande nível da exibição produzida pela equipa “encarnada”, (…) poderia, deveria e merecia ter vencido a CUF por diferença superior a 6 golos”
(…)
“…a CUF não jogou, exclusivamente para si, mas também para uma outra equipa (a do FC Porto) que estava á margem da luta travada na [Cesta do Pão]. Se assim foi – e por legítima temos a presunção – cremos existir aqui um problema de ética, digno de, em melhor oportunidade, ser devidamente apreciado e analizado”
(…)
Até que ponto é lícito a uma equipa defender, contra outra, de maneira ostensiva e contrária ás leis e espírito de jogo, os interesses de uma terceira? Não será esse procedimento tão incorrecto e antidesportivo como o inverso, isto é, o de facilitar, propositadamente, com o fim de prejudicar os interesses doutrem, a vitória do adversário? As perguntas aqui ficam, por ora sem resposta. Mas talvez valha a pena, em próxima oportunidade, tomá-las para tema de um artigo.”
O texto de onde foi retirado este excerto, terá sido publicado no papel para forrar fundos de gaiolas de periquitos, em dia de luto nacional, sendo seu autor Alfredo Farinha.
Disputara-se a 26.ª e última jornada do campeonato 1958/1059. O FC Porto jogou em Torres Vedras, onde triunfou por 3-0. Na Cesta do Pão, Inocêncio Calabote, qual coelho da Alice no País das Maravilhas, refulgira intensamente, e o clube da casa derrotou a CUF por 7-1.
Hélas! O FC Porto seria campeão com os mesmos 41 pontos que o seu rival, mas com 81 golos marcados e 22 sofridos, ao passo que aquele apenas logrou alcançar 78 tentos, sofrendo 20.
Como se vê, cinquenta e quatro anos depois, há coisas que mudaram, outras nem por isso.
Por exemplo, não consta que o treinador da equipa que naquele dia morreu na praia, se tenha virado para um qualquer jogador dos adversários, - ou coisa que o valha, porque ao que parece, de adversários teriam muito pouco - para o mimosear com o reparo de que "a [sua equipa] não joga[va] um c... e [tinha] de descer de divisão".
No entanto, as queixas, queixinhas e queixumes, não são muito diferentes daquelas que se ouviram após a partida do domingo passado, disputada no mesmo local.
O famosíssimo e estranho caso do prolongamento do tempo de jogo, denota também algumas semelhanças.
Considerando que foram seis as alterações operadas na etapa complementar, a uma média de trinta segundos cada, teríamos três minutos.
A assistência ao Reiner, foi coisa para 39 segundos.
Os vários pontapés de baliza não valeram ao guarda-redes academista ou a outro jogador da sua equipa, qualquer repreensão, conforme se pode constatar pelos cartões amarelos indicados na ficha do jogo. Logo, não terá sido por aí que a perda de tempo terá sido significativa.
Após os noventa minutos ainda houve:
1 penálti, com cartão amarelo de brinde, ou vice-versa;
Como a grande penalidade foi assinalada aos 90+3, e o golo do Lima foi marcado aos 90+5, ter-se-ão perdido dois minutos nos preparos para a marcação.
Mais um cartão amarelo após o penálti, para o Lima, por despir a camisola, e um vermelho directo aos 96 para o Hélder Cabral.
A partida terminou, conforme se pode ver na imagem, aos 97’ 52’’.
Para que a analogia entre as duas estórias não acabe sem um “happy end”, só falta que, no fim, se repita o campeão. Nem que seja, novamente por um golo apenas de diferença…
Antes de mais, faço desde já uma declaração de princípios. Acho que faz aqui todo o sentido, pois se a fizesse mais para diante, seria, quanto muito, uma declaração de meios ou de fins.
Não me agrada a expressão: “vai tomar no cú”. É um brasileirismo, e bem sei que agora temos o Acordo Ortográfico, e sei lá mais o quê, mas não gosto.
Neste caso, sou muito bairrista e dou francamente preferência à produção nacional. Muito antes prefiro o nosso equivalente “vai levar no cú”, ou em português suave, “vai levar na peida”.
No entanto, o “tomar no cú” tem história no nosso futebol.
Primeiro foi o episódio entre o Rochembach e o José Peseiro, em que o primeiro, ao ser substituído num jogo, mandou o então seu treinador “tomar no cú”. Ainda que não audível, foi na altura perfeitamente legível para qualquer um atento e familiarizado com a expressão.
O Peseiro, contudo, permaneceu ostensivamente imperturbável, dentro daquele que é o seu padrão de comportamento nos jogos das equipas que orienta: não é nada com ele.
A outra situação envolveu o João “pode vir o João”, num desafio nos Barreiros entre o Marítimo local, e a sua equipa do coração.
Nesse, a sorte saiu ao Olberdam, que acabou expulso por sugerir a um colega de equipa que fosse “tomar no cú”.
O João “pode vir o João”, homem militar, habituado ao convívio castrense com outros tantos, fardados iguais a si, levou a coisa a peito, e não lhe perdoou.
Ou por outro motivo qualquer. No meu caso, por uma estranha associação de ideias, as fardas fazem-me sempre lembrar dos “Village People”. E depois ainda por cima em quartéis… A mim, o último sítio onde me apanhavam era num submarino.
Por favor, não interpretem mal o que acabaram de ler. Não era minha intenção ofender quem quer que fosse, excepção feita, por motivos óbvios, ao João “pode vir o João” Ferreira. É apenas uma questão pessoal de convicção e pura ignorância.
Voltemos porém à vaca fria. Mais do que uma questão de preferência pessoal, o “vai levar no cú”, possibilita um espectro de aplicação mais vasto, e com menos contra-indicações do que, por exemplo, um “vai para a puta que te pariu”.
Neste, o desconhecimento da ocupação profissional da progenitora do sujeito objecto da recomendação, ou o simples facto de este ter sido defecado em vez de parido, constituem óbices decisivos ao sucesso do empreendimento prescrito.
E, que nem de propósito, eis que chegamos ao Vítor Serpa e ao seu último editorial, onde, a propósito da decisão do Conselho de Disciplina da Federação Portuguesa de Futebol, sobre a exclusão do FC Porto da Taça Lucílio Baptista, podem ser lidas pérolas, como as que se seguem.
“ (…)
Tivemos acesso ao documento da instrução do processo sobre o caso, que apontava para uma falha evidente dos serviços administrativos do FC Porto, que teria consentido utilizar três jogadores em situação irregular num jogo da Taça da Liga. as consequências indicadas nesse documento eram óbvias: o FC Porto não tinha como escapar do castigo de ser eliminado da prova.
(…)
É para nós evidente que o CD da FPF decidiu com estranha e inesperada parcialidade, por motivos e razões que só esse órgão colegial intimamente conhecerá - uma opinião que não podemos evitar, em face dos factos.
Nada garante que essa seja a decisão definitiva - em virtude do recurso hierárquico que assiste ao Vitória de Setúbal. Mas já cá andamos há tempo suficiente para sabermos o que uma vez nos disse o saudoso árbitro Vítor Correia, que nos lembrava sempre de que houve um dia em que viu um porco a andar de bicicleta e que, a partir desse dia, tudo se tornava possível neste desfigurado futebol português...”
Todos sabemos, na sabedoria popular como aqui, quem são os destinatários das pérolas, e este é, sem dúvida, um belo exemplo de algo que só poderá tipicamente, provir da pena, ou nestes tempos modernos, do teclado, de alguém que foi cagado, e nunca parido.
Assim sendo, fazendo votos para que o espírito de um qualquer Alfredo Farinha, menos chato, é certo, abandone o corpo do Vítor Serpa, e na convicção de que, de portista para portista, o Francisco José Viegas por certo não se importará com este plágio de uma expressão, que afinal, até é popular, digo muito respeitosamente: