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Azul ao Sul

Algarvio e portista E depois? O mar também é azul...

Azul ao Sul

Algarvio e portista E depois? O mar também é azul...

Para não fugir à regra...o onze!

23
Ago13

Influenciado, como em tantas outras ocasiões, pelo Jorge e o seu Porta 19, resolvi finalmente dedicar-me à escolha do meu onze de sempre do FC Porto.

 

Sublinho que é o meu onze. Por isso, não esperem encontrar craques de antes de 1977/78. Acredito piamente nas histórias que vou lendo e ouvindo dos mais experimentes sobre as vedetas de outrora, mas só consigo escolher aqueles que ainda vi em campo.

 

E assim, comassim, já é uma tarefa penosa quanto baste!

 

Eis o meu onze:

 

 

 

 

Quando comecei a ver futebol e o FC Porto, o meu guarda-redes era o Fonseca. Também gostava do Tibi, mas acho que era apenas por engraçar com o nome.

 

Assisti à subida do Zé Beto a titular, e depois surgiram o Amaral e o Mlynarczyk. O polaco será talvez o único, dos antigos e dos mais recentes, a fazer sombra ao Vítor Baía, a escolha quase óbvia.

 

A lateral-direito a única alternativa possível ao capitão João Pinto seria o Gabriel. No entanto, o historial do primeiro com as nossas cores é decisivo para a escolha.

 

Nos centrais, o Aloíso é a escolha mais evidente. O Celso é uma segunda escolha pois de entre as opções não consta o Eurico, que foi, dos centrais que vi jogar, aquele que sempre me inspirou mais confiança.

 

Como lateral-esquerdo o Branco, com algumas reticências. Por incrível que pareça, à parte o pontapé canhão, não guardo dele grandes memórias. A outra escolha possível seria sempre o Inácio, mas entre os dois, apesar da minha amnésia, reconheço que o brasileiro era superior.

 

A médios o Sousa, o Deco e o Madjer. O primeiro foi sempre dos jogadores que mais gostei de ver jogar pela classe pura com que tocava a bola. E depois tinha aquele pontapé, mortífero quando bem aplicado.

 

O Deco, bem, é o Mágico, e está tudo dito, não está?

 

Inclui aqui o Madjer, que para mim não era médio coisa nenhuma. Mais um caso de classe dos pés à cabeça. Preferia colocar nesta posição o Rui Barros, como elo de ligação com o ataque. Como me lembro bem do puto minorca que fizera miséria na Covilhã e no Varzim, e que chegou ao FC Porto e deitou por terra o Ajax.

 

Acho piada que quando se fala em jogadores "à Porto", se lancem nomes a torto e a direito, e o Rui fique de fora. Se ele não era, e é, no FC Porto Vintage, um jogador "à Porto", não sei quem será.

 

No ataque, como extremos seriam o já mencionado Madjer e o Futre. Os dois de Viena. Não consigo, de entre tantos extremos de qualidade (Drulovic, Capucho, Quaresma, etc.), escolher melhores.

 

A avançado-centro, com as minhas desculpas para o Fernando Gomes, o Lisandro, o Falcao e o Jackson, tem de ser o Jardel. Era um caso único, e não era por causa do guaraná.

 

E pronto, é este o meu onze, irrealizável cronologicamente e porventura tacticamente, mas não era isso que estava em causa.

 

De facto, o Eurico e o Aloísio dificilmente jogariam juntos, uma vez que possuiam características muito similares. Não eram tanto defesas de marcação, para isso andavam lá os Limas Pereiras e os Jorges Costas, mas lá que eram excelentes eram.

 

Para equilibrar as coisas a meio-campo, faltaria um trinco, eu sei. Para escolher um, possivelmente seria o André. O pior é que a goleada frente ao PSV e o final de carreira a arrastar-se pelo campo não me saem da cabeça. Assim sendo, olhando para trás, não vejo muitos trincos melhores que o nosso actual Fernando, que se lá estivesse, seria a minha opção para a posição.

 

Quanto ao resto, não mexia uma palha.

Quem nasceu para B, nunca chegará a A

21
Ago13

Antes de mais, espero que não me levem a mal pelo exagero profético do "nunca" do título, e muito sinceramente, o que mais desejo é estar redondamente enganado naquilo que em seguida vou escrever.

 

A recente reintrodução das equipas B no nosso futebol, de acordo com as discussões tidas nos mais diversos fóruns, teria em vista diversos objectivos, como, por exemplo, garantir alguma rodagem a elementos menos utilizados dos plantéis das A, ou funcionar como um meio de recuperação de ritmo competitivo de atletas vindos de lesões.

 

A possibilidade de aproveitar para suprir eventuais lacunas dos plantéis principais, chamando a estas alguns jovens talentos oriundos da B, também ela não seria despicienda, e, mais recentemente, com o episódio Rui Pastorício, de que falei no texto anterior, ficou bem demonstrado o seu potencial higiniénico, na limpeza de punições disciplinares.

 

Do nosso lado, a aquisição de rodagem por jogadores da equipa principal, tem vindo a ser gerida com alguma parcimónia, talvez pela relutância de algumas das nossas "vedetas", em descerem à B. A dada altura na época passada, mais pareceu que a utilização de alguns destes jogadores teve mais por propósito salvar a segunda equipa, do que retirar proveitos para a principal.

 

Quanto à limpeza de castigos disciplinares, aberta que foi esta janela pelo Sporting, espero que do nosso lado, não sejamos estúpidos ao ponto de recusá-la. A lei é igual para todos, se os clubes que não têm equipas B não se queixam, é esquecer o ridículo regulamentar da situação e seguir em frente.

 

Para mim, o calcanhar de Aquiles da equipa B continua a ser a função de veículo de transição de jogadores para a equipa principal.

 

O último jogo a que assisti integralmente, ainda que apenas parcialmente em directo, foi o FC Porto B contra o Trofense, do fim de semana passado, e é nele em que me baseio.

 

 

 

Para começar, confesso que fiquei surpreendido ao ver que o treinador principal da equipa passou a ser o Luís Castro, o (anterior?) coordenador do futebol jovem, tendo como adjunto o António Folha.

 

Parece ser à partida uma aposta forte nesta equipa. No entanto, apesar de ganharmos por 2-1, é verdade, mais uma vez, não fiquei com grandes expectativas quanto ao atingir daquele objectivo.

 

Na baliza o Kadú em vez do habitual Stefanovic da temporada passada. As hipóteses de um e de outro de chegarem à equipa principal são, quanto a mim nulas, ainda que considere o miúdo angolano superior ao actual guarda-redes do Arouca.

 

Se guarda-redes como o Beto e o Bracalli, não conseguiram chegar às redes da nossa baliza, e até o Fabiano já tem a sombra do Bolat, acho que teríamos de estar em presença de um predestinado para lá chegar, e não vale a pena ir por aí.

 

Na lateral-direita, gostei do venezuelano Victor Garcia. Sobe bem, centra com algum a propósito, e não é mau a defender, ainda que me pareça que lhe calhou o lado mais fraco do ataque do Trofense. Porém, lá está, ainda que seja um jogador em evolução, para já, nem pensar em equipa A, e da sua igualha, não deve ser difícil de encontrar.

 

Nos centrais, o Tiago Ferreira é bom rapaz. Foi comido umas quantas vezes em bolas enviadas para as suas costas, é um facto. Nada que os seus colegas que jogaram pela A frente ao Vitória de Setúbal, não tenham também experimentado. Digamos que com a hiperabundância de centrais com que nos debatemos, as suas hipóteses de chegar à equipa principal serão, mais coisa, menos coisa, "slim to none".

 

Do José António acho que, neste prisma, nem vale a pena falar.

 

O Quiño é uma espécie de Victor Garcia à esquerda, pior a atacar, e menos inspirador de confiança a defender. Numa emergência, poderá safar, como no campeonato passado. Mas, mais do que isso...

 

O Mikel tem força a rodos, e tenta carrilar jogo para diante, ainda que não seja um portento de técnica. Pareceu perdido a maior parte do tempo. Aliás, aquele meio-campo, constituido por si, pelo Tiago Rodrigues e pelo Tózé, pura e simplesmente não funcionou. Era cada um por si, nunca tiveram algo que se assemelhasse a jogo de equipa.

 

Não sei se pela concorrência interna que poderá existir entre estes dois, se por o Tiago Rodrigues estar com a cabeça em Guimarães, ou por excesso de vedetismo do Tózé.

 

Este último faz-me lembrar algumas dos jovens rotulados de vedetas que vi ascenderem à equipa principal, e nunca foram além da cepa torta. Quinito, Júlio Sérgio, Ricardo Sousa, e com outras características, o Paulo Machado ou o Castro. E acrescento ainda o Sérgio Oliveira, que, oxalá me engane, mas, apesar da cláusula de rescisão, não parece talhado para grandes vôos.

 

O meio-campo, e a equipa, enquanto tal, melhoraram consideravelmente com a entrada do Ivo e do Podstawski, e com a opção por um modelo de jogo mais próximo do 2 x 1, tão do agrado do Paulo Fonseca.

 

O Carlos Eduardo e o Kelvin serão, para todos os efeitos jogadores da A, a rodar na B. Logo, não caem exactamente naquilo de que falo. Ainda assim, tenho muitas dúvidas de que, tanto um como o outro, consigam algum dia afirmar-se no onze principal.

 

O ex-Estoril, no papel de criador de jogo, que desempenha bastante bem, faltando-lhe depois alguma agressividade defensiva, tem à sua frente só, o Lucho Gonzalez e o Quintero. E tem ainda contra si o facto destes pisarem terrenos mais adiantados, sendo ele um lançador mais recuado, estilo de jogo que a equipa raramente adopta.

 

O rapaz da crista é mocinho para ir aparecendo, fazer umas coisas engraçadas, marcar uns golos e decidir uns campeonatos. Daí até assentar arrais de forma consistente na primeira equipa...

 

Os dois avançados-centro, o Caballero e o Vion, não são avançados-centro. Isto apesar do segundo ter marcado o golo da vitória. A jogar em 4 x 3 x 3, plantá-los sozinhos no meio das defesas contrárias, dificilmente surtirá algum resultado, pois não revelam, para já, nem perfil, nem estaleca para tanto.

 

Ou seja, tudo somado, bem podemos manter um percurso 100% vitorioso na II Liga (depois do Trofense, derrotámos entretanto o Portimonense), que, como se diz pelo Brasil e, como referi, espero estar enganado,  "quem nasceu para jacaré, nunca chegará a crocodilo".

Siga o "freak show"!

18
Ago13

 

 

E o Rui Pastorício sempre jogou! Quem diria?!

 

Bem, o José Manuel Meirim disse-o. E teve razão. Tal como dissera que o FC Porto deveria ser excluído da Taça Lucílio Baptista na época passada. E, não teve razão.

 

Uma coisa há a creditar-lhe: coerência.

 

Se no passado defendia a inexistência de estanquicidade entre os jogos das ligas e a taça da dita, agora defendeu o mesmo princípio, e então, o Pastorício, sendo elegível para a liga secundária, obviamente cumpriria aí o castigo decorrente da sua expulsão no jogo de apresentação do seu clube.

 

Faz sentido. Com um senãozinho. Se então, José Manuel Meirim o defendia em nome da verdade desportiva, e em detrimento da preservação da saúde física dos atletas, agora, onde é que fica a verdade desportiva?

 

É que, não sei se repararam mas, a partir de agora, depois desta abstrusa e aberrante situação, nenhuma equipa, desde que possua uma versão B, vai ter jogadores castigados.

 

Basta que o jogo da B se realize antes do da equipa principal, e que o jogador em causa seja elegível (o que não deve ser difícil, mas não me dei ao trabalho de confirmar...).

 

Nem sequer interessa se passaram 48, 72 horas ou 30 minutos entre as partidas. Se o homem está castigado, logicamente não poderá alinhar, logo a questão da antecedência, que tanta tinta fez correr em tempos, e que até a assaltos deu azo, está ultrapassada, e o cadastro limpinho, como dirá alguém.

 

Também não deixa de ser interessante ver o Rui Pastorício ser expulso por tão comezinha ocorrência como aquela.  Não foi algo parecido que o impediu de nos defrontar na temporada transacta, quando deveria ter sido expulso no jogo anterior, e não o foi.

 

Convenhamos que, depois de ver o Hugo Miguel e o Jorge Sousa marcarem penáltis por faltas dos guarda-redes do Trofense e do clube que jogou na ilha dos buracos, e perdoarem-lhes as respetivas exclusões, era injusto o Pastorício ficar a secar.

 

Podia lá perder-se a oportunidade do rapaz arrancar contra o Arouca, logo contra o Arouca (!), uma daquelas exibições de encher o olho, e ainda ser despachado antes do fim do mês?

 

É claro que tendo o Trofense defrontado a nossa equipa B, e sendo a outra equipa aquela que é, nada disto interessa. O que interessa sim, é debater se a acção, normal, ainda que pouco inteligente, do Josué, e a reacção anormal, e ainda menos inteligente do Kieszek, foram adequadamente punidas.

 

Isto, é claro, e como de costume, tendo como ponto de chegada, independentemente dos pressupostos de partida, que a punição do polaco foi exagerada, porque o Josué apenas foi amarelado, mas que se este último tem sido expulso...estava tudo bem.

 

Será que ninguém se irá lembrar que o Kieszek já jogou no Porto? Em Setúbal estas coisas aconteciam amiúde era com jogadores que haviam passado antes por um outro clube, e aí, estava tudo na santa paz.

 

Os do costume dirão que não há nada de anormal, apenas que no futebol português se passam coisas estranhas, e obviamente, é por causa delas que perdem, e perdem, e tornam a perder. Até a Lucílio Baptista...

 

É à conta das coisas estranhas que um FC Porto bisonho, triste e sem rasgo chegou para ganhar ao melhor rival dos últimos trinta anos. Ora, se o treinador que nada ganhou, e nas últimas quatro épocas perdeu mais do que ganhou, diz que está à beira da hegemonia, quem seremos nós, pobres mortais, para duvidar?

 

Valham-nos adversários destes, cujo maior risco que correm é o de deixar tudo exactamente na mesma, como, por exemplo, começar o campeonato, tal como nas últimas quatro temporadas, pela mão daquele treinador, sem saborear a vitória. Pela nossa parte, enquanto forem aparecendo Artur Jorges, Mourinhos, Adriaanses, Villas Boas e Paulos Fonsecas, vamo-nos reinventado, na medida do possível, e mantendo intacta a mesma ambição de sempre.

 

Bem vindos à Liga Zon Sagres 2013-2014!

 

Continuem com o "freak show", que nós seguimos para tetra...