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Azul ao Sul

Algarvio e portista E depois? O mar também é azul...

Azul ao Sul

Algarvio e portista E depois? O mar também é azul...

Reptilia

28
Out13

Ontem, num momento raríssimo, e que dificilmente se repetirá, por certo, estive de acordo com o João Gobern.

 

É verdade. Tenho de admiti-lo. Falava-se sobre os incidentes no exterior do Dragão e, sem ouvir o resto da conversa, que imagino, tratando-se do Gobern, tenha discorrido sobre os culpados do costume, ouvi-o a sugerir que aquelas imagens deviam figurar numa rubrica, que julgo ser do "Eurosport", e que se chama qualquer coisa como "Sem comentários".

 

Sem ver grande coisa das imagens, tive de concordar com ele. Violência daquele género é inadmissível seja onde fôr, e da parte de quem quer que seja. Se passar as filmagens no "Eurosport" servir para alguém pensar um bocado sobre aquela tristeza, apenas direi: "força, têm o meu apoio".

 

Hoje, depois de ver na SICN e na CMTv, o que se terá passado, tenho a dizer que, ainda era miúdo, e aprendi com um tio-avô meu, que não devemos maltratar lagartos, lagartixas, osgas e camaleões. Ainda que causem repulsa, e não seja capaz de tocar-lhes às boas - ao contrário de um dos meus filhos, que faz festinhas a tudo o que é bicharoco - reconheço que nos são muitos úteis, e ajudam a dar cabo de insectos e bicharada indesejável.

 

Não me passaria por isso, pela cabeça, fazer-lhes mal, e choca-me quando vejo alguém a fazê-lo.

 

No entanto, tenho de abrir uma excepção. Faço-o apenas porque vi ali um padrão de comportamento que acho preocupante.

 

 

 

No fundo, aquele grupo rapazes de preto vestidos, bem comportados, que por ali deambulava nas imediações do Dragão, a fazer não se sabe bem o quê, e que, quando se viu encurralado, acabou por se refugiar junto dos seguranças ou no próprio estádio, mais não fez do que um certo puto queque, que anda, há tempos e tempos, a tentar incendiar qualquer coisa, para depois, nem ter coragem de ir para a bancada ou para a tribuna, refugiando-se no lugar mais seguro do Dragão: o banco de suplentes.

 

E aqui abro a excepção. Parte daquelas pedradas e bordoadas perderam-se em destinatários incertos, deixando de fora o pirómano amador, que grandemente as poderá ter motivado. Foi pena.

 

Quanto ao Gobern, se aquelas imagens merecem destaque no "Sem comentários", as de um treinador de joelhos, engalfinhado com um polícia, ou de um árbitro, a cair redondo no chão, depois de levar uma cabeçada de um energúmeno qualquer, deveriam aparecer onde?

 

No "Watts"?

 

 

 

Hari krishna me'rmão!

27
Out13

Desculpem lá, este não é, nem de perto, nem de longe, o assunto do dia, muito menos da noite. Vai ser quase completamente off topic, mas é o que se pode arranjar, uma vez que não vi o nosso jogo contra o Sporting, apenas fui ouvindo o relato.

 

Parece que estão melhorzinhos. Já estão ao nível dos vizinhos...mas ainda lhes falta um bocadão assim...

 

Partantos, não queria deixar passar em claro um momento de rara profundidade, proporcionado por uma figura inimitável do nosso futebol.

 

 

 

"Abel Xavier o actual treinador fintou as perguntas dos jornalistas com uma resposta curiosa.

 

(...)

 

...há valores inerentes à condição de treinador, que considero fundamentais. Porque na palavra explícita de treinador… treina… a dor. Tem que ser um lutador… luta a dor. Tem que ser um vencedor… vence a dor. São estes os requisitos fundamentais e tento passar esses valores aos meus jogadores".

 

Como vêem, profundo. Profundo, como uma cabeleira amarela (desculpem a falta de link. Se quiserem confirmar, ou ler na íntegra, é só escrever no Google o nome do homem, e a palavra treinador).

 

Abel, móss, com uma prosápia dessas, podias ter ido para "vendedor", e vendias a dor a outros. Bebe um copo, déb, sempre te aquece a dor, e ainda poupas no "aquecedor".

 

Bem, acho que chega de trocadalhos do carilho por hoje, e vou mas é ligar o "despertador". Mudou a hora e amanhã é segunda-feira. O dia em que desperta a dor.   

Zenit e bolo de chocolate

23
Out13

 

  

Não fôra a expulsão do Defour contra o Málaga, e as abébias diversas, protagonizadas pelo Helton em vários jogos europeus, e diria que deve haver alguma coisa, talvez algum resto de radioactividade de Chernobyl, que vem entranhado nestes sacanas destes torneiras, e aumenta nos nossos rapazes a propensão marginal para a burrada.

 

Ele foi o Fucile, aqui há duas épocas, com aquela expulsão idiota, e agora o Herrera, a bater o recorde da expulsão mais rápida da Champions.

 

Até pode ser o peso dos jogos internacionais, mas contra estes tipos, convinha começar a largar o lastro a mais.

 

Que dizer? Com uma expulsão aos seis minutos, não há grande coisa a dizer. Apenas que não se notou que estávamos com um a menos. Jogámos de igual para igual contra uma equipa com onze jogadores, e resistimos até onde foi possível.

 

O fio de jogo enredou-se? A táctica foi confusa, e não houve futebol a meio-campo? Sim, é verdade. Mas houve querer e determinação, até mais não. Nem sempre aplicados da melhor forma, é certo, mas ao contrário do que aconteceu noutras alturas, disseram "presente", fosse para ganhar bolas de carrinho no centro do terreno, fosse para parar o Hulk, o Danny, o Arshavin, e os outros. Só faltou numa única, maldita e decisiva vez.

 

Bem, faltou mais do que uma vez, só que dessas vezes, estava lá o Helton.

 

Depois tivemos a expulsão. Rigor excessivo ou brandos costumes nossos? Por cá dir-se-ia: "É falta para segundo amarelo, mas é muito cedo", "É falta, mas ia estragar o jogo", and so on.

 

O italiano não foi de modas. Fez-me lembrar uma estória que um ex-chefe meu contava, sobre uma chefia militar que um dia, escreveu um código de conduta, tão rigoroso, mas tão rigoroso, que quando ele próprio não o conseguiu cumprir, acabou por se suicidar.

 

É o que encarecidamente te desejo, ó Tagliavento, meu grandessíssimo carcamano.

 

Para cúmulo, tivemos ainda duas bolas nos ferros. Porra, que é dose!

 

Nada está irremediavelmente perdido. Se fizessemos quatro pontos contra os russos, estávamos praticamente apurados, assim...a ver vamos.

 

Bem, o próximo que vier vai ter que pagar o pato, e o próximo anda tão inchado, que em algum sítio terá de rebentar. Que seja no Dragão.

 

No meio disto tudo, salvou-se a fatia de bolo de chocolate, que comi a meio da segunda parte, quando a fome se misturava com a ansiedade!

 


Nota: Sim, a meio da segunda parte, porque vi a transmissão do jogo em diferido, e já devia ser quase uma da manhã, quando cheguei à segunda parte. E ainda assim, a roer as unhas até ao golo! 

O dia em que milhares de portugueses aprenderam as cores da monarquia

21
Out13

 

 
"Ao ler as notícias vejo que o presidente da Liga disse que há uma monarquia na arbitragem e no sistema. Ele como republicano quer a coisa mais transparente. As bandeiras da monarquia e da república têm cores inconfundíveis..."
 
O trecho que acabei de transcrever, ao que parece, foi um comentário feito no seu Facebook, pelo assessor do presidente da Liga de Clubes, João Tocha, sobre algo que, por sua vez, o patrão comentara sobre a profissionalização na arbitragem.
 
Quando o li no Diário de Notícias de sábado passado, achei-o um comentário demasiado inteligente, e revelador de um saber histórico que não estaria ao alcance de todos. Ou seja, demasiado subtil, hermético e excessivamente cifrado para ser percebido pelo meio do futebol.
 
Tendo em conta que o seu autor fôra antes assessor de comunicação de Hermínio Loureiro e de Fernando Gomes, talvez seja essa a explicação para a política de comunicação seguida pela Liga.
 
Que eu saiba, mais ninguém terá pegado no assunto. O Record, orgão de comunicação, tantas vezes por nós vilipendiado, concordou comigo, e fez questão, certamente numa lógica inaudita de serviço público, para que a mensagem fosse plenamente captada, vir esclarecer ao público em geral, quais afinal as cores da monarquia.
 
Bem hajam ao Record, e...ao Rui Santos, que fez o favor de replicar o artigo no Facebook do "Tempo Extra". Com certeza que pouparam milhares de portugueses, de buscas entediantes na net pelas cores da monarquia.
 
Mas não só. No afã de prestar o tal "serviço público", alargando-o o mais possível a sectores anti-portistas primários, a lógica da coisa foi preterida.
 
Que raio de vantagem é que o FC Porto retirará da profissionalização dos árbitros, para ver desta maneira as suas cores a ela associadas?
 
Se a profissionalização vai abranger apenas árbitros internacionais.
 
Se grande parte dos internancionais, ou são de Lisboa, ou são benfiquistas, ou ambas.
 
Dos que não são, que vantagem tirará o FC Porto em benficiar Xistras ou Benquerenças?
 
Ou mesmo os portuenses. O histórico de Jorges Sousas, Soares Dias ou Vascos Santos, não faz deles nem mais, nem menos, que os anteriores, no que toca a favorecer as nossas cores.
 
Será apenas para dar um doce a Pedro Proença? É uma lógica que fará algum sentido para todos aqueles, e não são poucos, que acreditam que o sucesso ou insucesso de uma temporada se resume ao resultado de uma única partida.
 
Se como se diz por aí, e tantos acreditam piamente, o FC Porto compra os árbitros por fora, que vantagem terá em que estes passem a ser remunerados enquanto tal? Configura muito claramente um acto flagrantíssimo de concorrência desleal, digna de queixa a Bruxelas.
 
Foi o FC Porto que apoiou as actuais direcções da Liga de Clubes ou da Federação Portuguesa de Futebol? Ou que exigiu a continuidade em funções de Vítor Pereira no Conselho de Arbitragem, em contrapartida do seu apoio?
 
Foram por acaso adeptos do FC Porto, que foram identificados como os perpetradores das ameaças a árbitros, que motivaram a alteração dos timmings de divulgação nas nomeações de árbitros?
 
Foram dirigentes, adeptos ou simpatizantes do FC Porto que foram encontrados na posse de listas com dados pessoais de árbitros?  
 
Foi a algum administrador da SAD portista que se dirigiu o presidente de um certo clube, questionando-o se era para "[aquilo] que queria controlar a arbitragem"?
 
Tenho a vaga ideia de que a resposta a estas questões é negativa.
 
Há coisas que não mudam. Porque será que alguns, em vez de ficarem à espera de D. Sebastiões, não fazem antes algo pela própria vida?

Um leão só e triste

17
Out13

O Carlos Tê, no seu "Porto Sentido", perpetuado pelo Rui Veloso, falava em "lampiões tristes e sós".

 

Nos dias que correm foi descoberta uma nova variedade: a dos lagartos sós e tristes.

  

 

Numa lógica muito valedeazevediana, talvez inspirada num Governo, que corta onde é mais fácil, em vez de reformar, o moçoilo, actual presidente do Sporting, descobriu que atacar o presidente do FC Porto compensa.

 

Nada de especial, vindo de um pobre coitado que faz lembrar aqueles putos queques da escola, com muita bravata, muita conversa, e uma postura empinada, mas que quando acossados, viola no saca e ala, que se faz tarde.

 

No fundo, não passa de um gajo solitário. Atacar o presidente do FC Porto é apenas um meio para granjear admiração junto dos adeptos do seu clube. Porém, afasta-o do FC Porto.

 

A estratégia, como se tem visto, joga-o nos braços do rival da Segunda Circular. É o ressurgir da Grande Lisboa. Os adeptos, esses não morrem de amores pelo adversário mais próximo. Contudo, o seu instinto de melancia deixa-os eufóricos perante as farpas dirigidas ao norte.

 

Resultados práticos? Nenhuns. Basta relembrar, mau grado a aliança lisboeta, a postura do presidente da Associação de Futebol de Lisboa. Passa pela cabeça de alguém que os do outro lado, depois de três anos sem molhar a sopa na Liga, e de uma época 100% fracassada, deixem escapar algum título para as bandas da Calimeroláxia?

 

Lá se vai a aliança, e veremos se não irá a admiração dos adeptos. É possível que não, porque afinal, as claques, que conseguiu, dê-se-lhe esse mérito, pacificar e juntar, estão com o homem.

 

Mas, do ponto de vista institucional, o que é que valem as claques? Com grande parte do património hipotecado ao BES e ao BCP, e com o capital angolano a financiar as aquisições de jogadores, já se viu que tanto faz um Godinho Lopes, como um Bruno de Carvalho. Com quem quer que esteja à frente do clube, quem manda são os bancos e os angolanos. As claques? Está bem, abelha.

 

O presidente do Sporting bem pode estar a realizar o seu sonho de criança, mas é no fundo, um homem só. A qualquer momento, e com a maior das facilidades, ver-se-á abandonado. Como dizia a minha professora da primeira classe, não passa de um pateta alegre.

 

Um pateta alegre bem pago, é verdade, com um salário de 5.000 euros, aprovado em Assembleia Geral pelos seus amigos das claques, mas ainda assim, um pateta alegre.

 

E vamos à parte do triste. É triste que o presidente de um clube como o Sporting, para fazer prova de vida, se tenha de pôr em bicos de pés e tente achincalhar alguém, a cujos calcanhares não chega nem em cima duma escada de bombeiros.

 

Fazê-lo, utilizando para isso a questão da idade, é ainda mais triste. Não por causa da menção ao seu próprio progenitor, que não terá culpa, coitado, porque assuntos de família são assuntos de família, mas por exemplo, porque o último presidente que foi campeão pelo seu clube tinha, no seu entender, a provecta idade de 69 anos quando tal aconteceu.

 

Ou porque o seu clube bem poderia, ou deveria ter como referência, se é que não tem, alguém como Moniz Pereira.

 

É triste, mas compreensível. Não se espera que um jovem queque irreverente conheça a história mais recôndita do seu próprio clube, e use como tema de brincadeira a idade, ignorando a vetustez de algumas das suas maiores figuras vivas.             

Lisboa 3 em 1

16
Out13

 

 

Bem sei que a situação que envolveu o Nuno Marçal, já sabe a sopa requentada, mas como até à data, pelo que sei, ainda não terá havido qualquer reacção do clube organizador do evento, o assunto permanece actual, e como ainda não tive oportunidade de me pronunciar, cá vai.

 

Consta que Sir Francis Bacon terá dito um dia, qualquer coisa como isto:

 

"Quem não quer pensar é fanático, quem não pode pensar é idiota, quem não ousa pensar é um cobarde"

 

Há alguns que se têm por fanáticos, mas que no fundo percebe-se que não passam de idiotas e cobardes.

 

Sir Francis Bacon não conhecia o Carlos Lisboa, senão teria certamente ficado surpreendido por quão tão facilmente o fanático, o idiota e o cobarde, convivem numa única e só pessoa.

 

O que agora aconteceu foi o resultado de uma atitude de um fanático, idiota ao ponto de não ser capaz de antever as consequências do seu acto, no momento e os seus reflexos futuros, e que, quem ouviu a sua justificação percebeu-o perfeitamente, quando confrontado com  o que fez, não ousou admitir o que todos viram.   

Una os pontos, descubra as figuras

13
Out13

Antes de mais, e para obviar a que convoquem dois matulões, para me ajudarem a vestir uma daquelas camisolas brancas que amarram atrás, convirá esclarecer que, tanto quanto consigo avaliar, não estou paranóico, nem me divirto a perder parte do meu precioso tempo a congeminar maquiavélicas teorias da perseguição.

 

Dito isto, aquilo que segue, para o caso de eventualmente estarem a ponderar lê-lo, é uma enumeração de factos, acontecimentos mais ou menos aleatórios, sem qualquer interligação aparente entre si. Ou talvez não. Avaliem vocês.

 

Aproximava-se do final a Segunda Liga, e o presidente do Sporting Clube Farense deu uma entrevista em que se queixou da arbitragem. Mais concretamente, dos árbitros de Setúbal e de Lisboa.

 

O grande concorrente do e o Farense subiu, Elói Zeferino, treinador do Mafra, "acusou o presidente do Farense de ter "influências" na arbitragem Farense na subida à, agora, Liga Cabovisão, foi o Mafra.

 

Em Abril, quando a prova terminou fora das quatro linhas , que, na sua opinião, ditaram a subida dos algarvios à II Liga".

 

 

O Mafra faz parte da Associação de Futebol de Lisboa (AFL).

 

O presidente, desde a sua eleição, teve por lema não permitir que clubes de Lisboa continuassem a ser prejudicados.

 

 

 

O estádio do Mafra tem capacidade para pouco mais de 1200 espectadores.

 

O Estádio de São Luís, em Faro, tem uma lotação de 15.000 lugares. A festa da subida de divisão foi presenciada por cerca de 13.000 , e as assistências ao longo da época devem ter andado entre os 2.000 e os 3.000 espectadores.

 

 

Aqui há uns anos, o Estoril-Praia, tendo em conta o número de adeptos de um clube que ia defrontar, existentes no Algarve, e a possibilidade de obter uma receita superior do que no seu estádio, aceitou jogar contra esse clube no Estádio do Algarve.

 

Confirmada a subida à II Liga, o Farense vendeu à ...ica TV, por importância desconhecida, os direitos televisivos para a transmissão dos seus jogos caseiros.

 

 

O presidente da AFL já demonstrou que tem uma forma exuberante e muito peculiar de viver o seu benfiquismo, e de (des)tratar clubes da sua associação, e outros.

 

 

Em Fevereiro de 2012, o presidente da AFL, natural de Viseu, deu uma entrevista ao "Jornal do Oeste" (cujo link não funciona), em que terá dito:

 

"É triste vermos Viseu na 3.ª Divisão Nacional".

 

  

O Académico de Viseu acompanhou o Farense e o Desportivo de Chaves na subida à actual Liga Cabovisão.

 

A hipótese do Académico de Viseu também ceder os seus direitos de transmissão televisiva à ...ica TV, a troco da cedência de jogadores, esteve em cima da mesa.

 

 

A Margarida Rebelo Pinto dizia que não há coincidências. Talvez tenha razão. Mas ainda assim, só para ter a certeza, tenho cá uma curiosidade mórbida de ver os relatórios de contas do Farense e da ...ica TV...  

O banzé do Josué

10
Out13

 

Ainda a malta estava a recuperar do choque anafilático que foi a expulsão do Maxi Pereira, e ainda não tinha tomado consciência plena de que o castigo irá ser cumprido para a Taça de Portugal, e que ele vai continuar a dizer presente em jogos da Liga, quando eis que nasce o "caso Josué".

 

Quando ouvi o Rui Santos, em directo na terça-feira à noite, asseverar com toda a certeza que o Conselho sei lá de quê da Liga ou da Federação, ia instaurar um sumaríssimo ao Josué, dei a coisa como um dado adquirido, tal foi a convicção com que o afirmou.

 

Ao longo da quarta-feira a coisa teve algum impacto. Apareceu na Rádio Renascença, em alguns jornais, e deve ter sido falada naqueles programas desportivos muito interessantes da televisão. Presumo eu, que não vi.

 

Os moralistas do costume vieram com a cantilena do costume, da cartilha do FC Porto, e etc. Os José Manueis Meirins apressaram-se a antever possíveis sentenças. "Três jogos"!

 

É claro que com um castigo desta ordem, o rapaz estaria obviamente, afastado do clássico contra o Sporting. Porra, nem era preciso tanto. Sendo o nosso próximo jogo para a Taça, bastavam dois jogos.

 

Na "Bola Branca", tiveram o discernimento de ir analisar a jurisprudência relativa a casos semelhantes. Houve o caso do Insúa, que tal como agora o árbitro não presenciou. Levou um sumaríssimo e dois jogos de suspensão. Perfeito.

 

Mas, azar dos azares, para os moralistas, houve também o caso Enzo Perez. Este, perfeitamente alheio à cartilha do FC Porto, também cuspiu num adversário, e castigo, népia.

 

Ou seja, estamos entre dois jogos de castigo, e zero, neste último caso, um bocadinho à semelhança do que também costuma acontecer com o treinador dos moralistas, que nunca, em tempo algum, algum árbitro viu fazer o que quer que seja, e nunca apanhou um sumaríssimo, ou foi suspenso preventivamente.

 

Quid juris?

 

Ainda que possa contrariar algumas opiniões abalizadas e muito válidas e respeitáveis, a meu ver, e para não trilhar ninguém, moralistas e melancias, o rapaz devia apanhar dois jogos de castigo, e nós devíamos jogar à Sporting nesta matéria.

 

Se o sumaríssimo sair rapidamente, se não sair, não será bem um sumaríssimo, mas mais um sumaríiiiiiiiiiissimo, e FC Porto não o contestar, o que, em princípio, suspenderia a eficácia do castigo, é natural que fique inibido de alinhar na Taça de Portugal.

 

 

Lembram-se do Rui Pastorício, e da primeira jornada da Liga? A nossa equipa B joga a 23 de Outubro contra o Tondela, e a A só defronta o Sporting a 27. Como, quase de certeza o Josué é elegível para a equipa B, tal como o Pastorício o foi, cumpre aí o segundo encontro de castigo, e está apto para o clássico.

 

Ou será que vão levantar agora as dúvidas e objecções que não levantaram antes?

O reciclar do ciclo

08
Out13

Aqui há umas semanas, o nosso ex-treinador Vítor Pereira, quis pôr o dedo na ferida do nosso maior rival, tentando explicar as suas dificuldades quando nos defronta, pela "alteração do ADN".

 

 

 

Fê-lo, como convém a quem conta um conto, puxando a brasa à sua sardinha, e evocando o temor que o "seu" FC Porto infundia no adversário. Porém, não fez mais do que massajar a superfície da ferida, a qual, quanto a mim, é bem mais profunda, e tem a ver com o conceito de "ciclo" vivido em cada um dos clubes.

 

Quando após a derrota inicial no campeonato, se levantaram as primeiras vozes a pôr em causa o treinador do nosso rival, o presidente, o fulano dos apêndices auditivos hiperdesenvolvidos, apressou-se a vir dizer que ainda era "cedo para encerrar este ciclo".

 

Geómetra de mão cheia como poucos, ele sabe perfeitamente que no final, o ciclo converge para o seu princípio, e não está para aí virado.

 

Sejamos francos, o pateta platinado é um bom treinador. Para os nossos padrões locais, e até mesmo para o nível europeu. Já provou que é capaz de montar uma equipa, de prepará-la, e de pô-la a correr como poucos.

 

Depois, os resultados comprovam que é perfeitamente incapaz de fazer uma gestão minimamente razoável dum plantel, mas não se pode ter tudo.

 

Ou seja, até aqui, nada que um Rui Vitória, um Marco Silva ou mesmo um Paulo Fonseca, no seu lugar, não pudessem fazer sem grandes problemas.

 

No entanto, é detentor de características únicas que fazem dele um caso ímpar do homem certo no lugar certo, e que nenhum daqueles será possuidor.

 

Não, não me refiro ao discurso atabalhoado, mas sim à pesporrência verbal de cada vez que abre a boca, à desonestidade intelectual de cada vez que aborda lances idênticos ou quase, consoante correm a seu favor ou do adversário, ou o desrespeito por regras basilares de uma sã convivência em sociedade. Tudo isto sob a benovolência quase generalizada de indivíduos, fazedores de opinião que se prezam por defender o contrário noutras ocasiões.

 

Foi sem dúvida ele o treinador mais vitorioso neste século à frente dos destinos daquele clube. Tendo sido campeão numa altura em que se encontraram reunidas condições únicas, muito especiais, esse título assentou-lhe como uma luva. Reparem que o outro treinador que, no que vai decorrido de século, também chegou a campeão com aquelas cores, também em condições muito especias, de cunhas leais, e etc., não teve estofo para continuar, não obstante tratar-se de uma reconhecida raposa velha.

 

Acabou por sair com saudades da família, e foi procurá-la para a Irlanda, quando ela vivia em Itália. Isto de PIIG's são todos iguais...

 

É pois o retrato perfeito da conjugação da fome, com a vontade de comer, que nem o facto de a hegemonia mais próxima de atingir ser a da conquista de vice-campeonatos, igualando porventura a marca do actual seleccionador nacional, parece abalar.

 

Dir-se-ia que presidente, clube e adeptos se encontram reféns de uma escolha única para a posição de treinador. 

 

Do nosso lado, enquanto ocupa o seu lugar, vamos já no quinto treinador. Dois deles foram campeões, e Vítor Pereira, contrariando todas as expectativas mais optimistas, até as portistas, logrou sê-lo por duas vezes. E o quarto título só depende de nós.

 

Nós sabemos disto. O pateta platinado sabe disto. O fulano dos apêndices auditivos protuberantes sabe disto. Os adeptos do clube, aqueles que não sofrem do síndrome de Estocolmo, sabem disto. Os senhores fazedores de opinião, sabem disto.

 

Por isso, não vale a pena virem alimentar-nos a todos de falsas esperanças com capas destas...

 

    

 

Digamos que, para o nosso rival, a noção de "ciclo" é como aquelas rodas das gaiolas dos hamsteres, onde os bichinhos correm, correm, sem sair do mesmo sítio.

 

Do nosso lado, o ciclo faz lembrar a superfície calma de um lago, à qual se atira uma pedra. O círculo que se forma vai-se alargando, alargando, até que desaparece. Então, atira-se nova pedra, e novo círculo se forma, e assim sucessivamente, mantendo bem vivas a ambição e o querer, independentemente de quem lidera tecnicamente a equipa.

 

Chamem-lhe estrutura, chamem-lhe sistema, chamem-lhe o que quiserem. Há gostos para tudo. Há quem ache enternecedores os animaizinhos às voltas na roda, e há quem se deleite com a tranquilidade de uma bela paisagem lacustre.

 

Cá por mim, sou alérgico ao pêlo dos cabrões dos ratos! 

  

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