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Azul ao Sul

Algarvio e portista E depois? O mar também é azul...

Azul ao Sul

Algarvio e portista E depois? O mar também é azul...

É fodido, é fodido, mas compreensível

28
Jan14

Quem como eu, tem ou teve miúdos pequenos em casa, compreende perfeitamente a reacção do presidente do Sporting, ao ver-se afastado da Taça Lucílio Baptista.

 

Os pedopsiquiatras explicam que as crianças têm uma fraca tolerância à frustração, e como não sabem como reagir doutra forma, expressam assim o que lhes vai nas suas pequenas alminhas de seres humanos em vias de desenvolvimento.

 

Os psiquiatras também dizem que estas situações são frequentes entre os dois e os quatro anos, e têm tendência para diminuir a partir daí.

 

Como os meus filhos têm cinco anos, apesar de revelarem um ligeiro atraso em relação a este prazo, as perspectivas, ainda assim seriam animadoras. Só que, de cada vez que o Bruno Carvalho abre a boca, percebo que afinal, poderá não ser bem assim, e a coisa pode arrastar-se até bem mais tarde.

 

Para mal dos meus pecados, como eu compreendo que o progenitor dele, com os seus oitenta anos, tenha problemas...

 

Deve ser sem dúvida frustrante perder assim. Deve ser frustrante estar a ganhar por 3-1, e o adversário directo a perder, ter o jogo controlado, praticamente abdicar de atacar, e de procurar o possível golo da tranqulidade, queimar tempo com uma derradeira substituição, e o adversário, esse cabrão de merda, virar o jogo, quando o nosso já acabou, e não há nada a fazer.

 

Deve ser frustrante procurar justificar uma eliminação por um desfasamento entre o apito inicial de duas partidas, que nunca terminariam em simultâneo.

 

Pois se o próprio cabrão do adversário do adversário, a partir do momento em que se apanhou à frente no marcador, se dedicou a queimar tempo, e ainda por cima, nem se apercebe que o atraso dos outros foi propositado...

 

É que nem o tempo de compensação, dado a menos pelo árbitro, serviu para alguma coisa. Excepto casualizarem-lhe mais um talho, claro está. Frustrante.

 

 

 

Quase tão frustrante como a tentativa de fazer um brilharete com o "intensómetro", sem sequer perceber que, naquele caso, melhor seria utilizar o argumento da famosa "falta-que-começa-fora-da-área-mas-a-queda-dá-se-lá-dentro", e guardar o "intensómetro" para explicar o penálti que ficou por marcar a favor do adversário, esse sim, por um empurrão descarado. Ou nas grandes-penalidades não assinaladas contra a sua equipa na jornada anterior.

 

Então, e que dizer da frustração do golo que fez a diferença no apuramento, ter sido marcado em fora-de-jogo? Depois de começar a Liga a ganhar com golos obtidos em situações irregulares em jogos consecutivos, macacos me mordam que essa merda, logo agora se haveria de virar contra nós!

 

Bem, pior do que tudo isso, só mesmo ter uma entrada em cena de leão, numa autêntica postura de desafio ao establishment, seja lá isso o que for, arranjar carradas de motivos para protestar, acumular um capital de queixar, maior que o IRS que as finanças nos roubam, acusar tudo e todos, ou melhor, preferencialmente um, e sempre o mesmo, ter ideias, apresentar propostas, e acabar a época...sem ganhar porra nenhuma.

 

Eh pá, isso que é mesmo frustrante. Fodido mesmo, diria eu.

 

É certo que, pela parte que me toca em matéria de frustração,  também é frustrante ver uma defesa levar dois golos, e de uma equipa que jogou sem os seus melhores marcadores.

 

No entanto, não partilho a frustração geral de nos termos visto em palpos de aranha para derrotar a equipa B dos guardanapos. Quando um treinador já utilizou, no que vai de temporada, qualquer coisa como 28 jogadores, num exercício de rotatividade que mete a um canto o "body count" dos "Ases pelos Ares", tenho alguma dificuldade em situar se se trata da equipa B, da C, ou da D. O que é óptimo. Sempre é menos uma frustração.

Panteão, Panteão aos molhos

23
Jan14

 

Quanto é que querem de aposta que esta discussão à volta do Salgueiro Maia e do Panteão, se é que vai chegar a ser discussão, ficava resolvida num vê se te avias, se ele tivesse a filiação clubística certa?

 

E nem sequer valia a pena pensar se o próprio, estaria para aí virado...

 

Um excelente exemplo do que é a vacuidade das prioridades neste País.

 

É como diz o Miguel Sousa Tavares na sua última crónica:

 

"Na democracia que aparentemente defendem, todos são livres de ter opinião - desde que ela coincida com as suas e com as que convém ter"

 

Ou como Fialho de Almeida terá escrito, e se mantém tão actual:

 

"O problema de Portugal é a fatalidade de quase todos os desgraçados serem parvos"

 

Ou quererem fazer deles...

 

A propósito, parece que lá para os lados da Calimeroláxia a coisa esteve animada ontem.

 

Panteão p'ró Bruno!

 

JÁ!

Contigo e sem tigo (ou "Não me torçam mais o bracinho, que já dói!")

21
Jan14

 

 

 

Quando o Jesualdo Ferreira deixou o Bosingwa sentado no banco na final da Taça de Portugal, fui daqueles, vai na volta o único, que achou que o Ricardo Quaresma era outro que também não devia ter levantado o traseiro daquele assento. Ou sequer equipado para a final, valha-me Deus!

 

Irritava-me todo aquele desprezo pelo jogo que exibira ao longo da temporada. Parecia que nada do que se passava em campo era com ele. Quando a bola lhe chegava aos pés, sim senhor, lá inventava qualquer coisa. Quando saía bem, era genial. Quando não, uma completa borrada, e se o assobiavam, com toda a razão deste Mundo, era outra vez o raio do desprezo por quem o fazia.

 

Numa palavra: irritante. Um génio, mas irritante como o raio que o parta.

 

Depois do jogo de ontem, admito-o, tenho de dar o braço a torcer. Estou rendido. Este Quaresma faz falta ao FC Porto, ao meu FC Porto. E até este Quaresma.

 

Nos últimos anos, a nossa equipa, muito por culpa do perfil apagado de alguns dos treinadores que por aquela cadeira de sonho têm passado, é uma equipa certinha, competente, mas triste, bisonha. Macambúzia, como os homens que ocasionalmente a dirigem, sem chama e sem rasgo. Refiro-me mais especificamente a Jesualdo Ferreira e a Vitor Pereira. Com Villas Boas, nem sempre tivemos ópera ou ballet, mas ao menos havia aquele brilhozinho nos olhos!

 

O Quaresma gera desequilíbrios e introduz uma nota de imprevisibilidade que fazia falta ao nosso jogo em geral, e ao ofensivo, muito em particular.

 

Os adversários não fazem a mínima ideia do que é que vai sair a seguir daqueles pés. Porra, nem os próprios colegas, quanto mais...

 

A presença do Quaresma na equipa é libertadora para os demais. Leva-os a tentar aquilo, que de outra forma, nem lhes passaria pela cabeça arriscar. "Se ele faz aquilo, porque não nós!?" 

 

É claro, que nem todos são Quaresmas, mas ao menos que tentem, sem o receio de errar aquele passe mais temerário, ou aquele remate, quase impossível, que tantas vezes os parece tolher.

 

Para os brasileiros, o Pelé era o Rei, mas o Mané Garrincha era a "alegria do povo". O Quaresma é a nossa versão da alegria, com um toque gitano.

 

Enquanto adeptos do FC Porto, temos a sorte de, volta e meia, ser bafejados com o regresso de um daqueles que em tempos, envergaram a nossa camisola. Uma espécie de antes e depois. Com e sem.

 

Comecei a ver o FC Porto sem Gomes, e tive depois a sorte de vê-lo com Gomes. Vi o FC Porto com Sousa e Jaime Pacheco, depois vi sem, e voltei a vê-los ambos com as nossas cores.

 

O mesmo com o Vítor Baía, o Rui Barros e o Lucho Gonzalez. Do Secretário, aquele passe para o golo do Acosta, deixa-me reticências...

 

Por outro lado, tive o desgosto do Futre ter optado por rumar a outras paragens quando regressou, e suspirei pelo regresso do Jardel, que acabou por ir para o Beira-Mar. Quem sabe se o Lisandro ou o Hulk, não voltarão um dia?   

  

Agora temos o Quaresma. Para já, um bem vindo pontapé na modorra. E de trivela.