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Azul ao Sul

Algarvio e portista E depois? O mar também é azul...

Azul ao Sul

Algarvio e portista E depois? O mar também é azul...

De pequenino...

25
Abr15

Os meus filhos estão com seis anos, e um deles deu em Outubro passado, os primeiros passos da sua carreira futebolística.

 

Para já, infelizmente, não a antevejo como suficientemente promissora para garantir aos pais uma reforma folgada, mas enfim, não se pode ter tudo. Desde que ele goste e se divirta. As coisas mudam e as crianças também. Há que ter esperança...

 

O rapaz ainda está a começar, só que, até a mim que nunca treinei futebol, e que me limito a mandar bitaites, me parece que há ali demasiado amadorismo, e que os miúdos, passados seis meses, ainda andam perdidos em campo a maior parte do tempo.

 

Pese embora sejam federados, no escalão dele, os Petizes, não existem competições oficiais. As equipas combinam jogos entre si, ou organizam torneios amigáveis, para os miúdos se irem habituando à competição.

 

A equipa do meu filho está num desses torneios. É organizado pela Escola de Futebol Geração Benfica. Entre as 10 equipas participantes, andam por lá a Geração Benfica de Faro, a Geração Benfica de Loulé e a Casa do Benfica de Tavira, que tem equipa A e B.

 

Em dez equipas, quatro têm esse factor em comum.

 

Os árbitros são todos da Geração Benfica, e no último jogo da equipa do meu miúdo, era, curiosamente, um dos treinadores da equipa adversária. Árbitro e treinador, ao mesmo tempo. É para se irem habituando...

 

O torneio tem regras. Ainda não as vi escritas, mas tem-nas. Jogam futebol de cinco, em metade de um campo relvado sintético de futebol de sete e as equipas podem levar para cada jogo até 10 jogadores. Os cinco iniciais em cada parte, jogam obrigatoriamente apenas meia parte, para que tanto quanto possível, joguem todos. Uma espécie de iniciação à rotatividade.

 

O clube do meu filho, até agora, tem feito um esforço no sentido de cumprir escrupulosamente esta regra.

 

Do lado dos organizadores, não é tanto assim. Em vez dos dez jogadores, aparecem seis, sete, oito…

 

Ou seja, partindo do princípio que são convocados para os jogos os melhorzinhos, há alguns destes que acabam por jogar mais tempo do que os miúdos das demais equipas.

 

Os responsáveis dizem que convocam os miúdos, mas que os pais não os levam aos jogos, o que me faz espécie. Sendo aquela uma marca de sucesso, seria de esperar que tivessem miúdos aos magotes, prontos para serem convocados, e paizinhos disponíveis para os levar aos jogos.

 

Contudo, através de alguns pais de miúdos que lá andam, fiquei a saber que, por vezes, nem têm conhecimento dos dias em que jogam. Alguns nem sequer tinham conhecimento da existência de jogos.

 

É incrível que, aos seis anos de idade, este tipo de coisas aconteça, mas também não é surpreendente, se tivermos em conta o comportamento de alguns dos progenitores que assistem às partidas.

 

Muitos querem ter mais do que um poster do Cristiano Ronaldo lá em casa, e além disso, há que afirmar a marca. A pressão para ganhar começa cedo, e haja dinheiro para estátuas.

 

É estranho, mas é apenas folclore.

 

A questão é que vivo no Algarve, mais propriamente em Faro, e por isso, não sei o que se passa noutras zonas do País. Agora, isto é algo que presencio a cada quinze dias, sempre que há jogos.

 

Obviamente que não estava à espera de encontrar um Dragon Force ao virar da esquina, o mais perto que conheço fica em Almancil.

 

Apesar de não ser longe, com a famosa EN 125 em hora de ponta, torna-se de todo impraticável para quem vive em Faro.

 

A realidade é esta: em termos de implantação, a cor vermelha preenche  um espaço de tal ordem no todo nacional, que os miúdos aos quais é deixada alguma margem de escolha, quando chegam a estas idades, são autênticas ilhas, rodeadas de um apelativo mar vermelho.

 

E é nestas idades que se faz esse tipo de escolha, quase sempre irreversivel, e que assim, quase deixa de ser uma opção para passar a um afogamento.

 

Como é que se contorna isto?

 

Não sei. Apenas posso falar do meu exemplo. Como é que um algarvio, que nunca pusera os pés no Porto, se torna adepto do FC Porto?

 

Os meus pais são sportinguistas, mas nunca me influenciaram. Quando comecei a jogar futebol na primária, a escolha era ainda entre o vermelho e o verde.

 

Na altura, optei pelo vermelho. Mas depois, influenciado por um primo mais velho, por sua vez influenciado pelo bicampeonato conquistado por Pedroto, em 77-78 e 78-79, acabei por decidir que o azul-e-branco era a minha cor.

 

E, pese embora as derrotas dos anos seguintes, até hoje.

 

A minha irmã era do Boavista, por causa do Folha, não o nosso, mas o axadrezado que dava mortais quando marcava golos.

 

Quando este se mudou para a capital, também passou a ser portista.

 

São estas coisas que levam os miúdos a decidir. Os milhões são importantes, sem dúvida.

 

Mas, a acontecer o bicampeonato do outro lado, quantos miúdos, daqueles que vivem longe do Dragão, imersos na realidade que descrevi antes e que não percebem nada de milhões, irão escolher o vermelho?

 

É irrelevante isso? Bem, se o Carlos Abreu Amorim tiver razão, e o sul fôr apenas uma terra infestada de magrebinos, sim.

 

Ou se o que se quer é apenas um clube nortista, elitista e muito pouco liberal, também.

 

Contudo, dou o benefício da dúvida, e interrogo-me se quem decide que há vitórias e competições prioritárias, e que o mais importante são os milhões, estará consciente desta realidade, ou estará apenas refasteladamente alapado no sofá do seu portismo.

 

E já agora, se está consciente, talvez possa transmitir aos nossos rapazes que vão entrar em campo amanhã, e ao treinador que os comanda, o que é esta sensação claustrofóbica avermelhada.

 

Pode não servir de nada, mas também pode ser meio caminho andado para a vitória.

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Sinal dos tempos

24
Abr15

Muito portista por aí fora precisa de aprender a perder para voltar a saber ganhar”.

 

Li esta frase num texto que o Jorge escreveu recentemente, no Porta 19, intitulado "Culpa".

 

Antes de mais, será talvez conveniente introduzir aqui uma nota prévia.

 

O Jorge, para além de ter para com ele uma dívida eterna de gratidão, por um dia ter entrado no Estádio do Dragão, é na bluegosfera o que mais próximo terei de um role model.

 

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Quando fôr grande, quero ser o Jorge.

 

Dito isto, direi também que compreendo onde ele quer chegar, e cada vez mais tendo a subscrever a mensagem que transmite, embora volta e meia tenha recaídas.

 

Como se não bastassem as milhentas desculpas esfarrapadas que aparecem nas horas das derrotas: os árbitros, o Vitor Pereira, as prioridades, o Lopetegui, a rotatividade, o Quaresma, os assobios, o Tózé, a chuva, o sol, o alinhamento de Júpiter com Saturno, o caralho que foda, e por aí adiante, ainda temos de gramar com as culpas e os culpados.

 

E, consequentemente, com o alijar das responsabilidades dos que pretendem não ter culpa no cartório.

 

No entanto, confesso que fiquei chocado. Costuma ser assim com os conceitos inovadores.

 

Se há temática que nunca me passou pela cabeça ver tratada na bluegosfera, a necessidade de algum portista, quem quer que ele seja, ter de aprender a perder, é o caso.

 

Deve ser um sinal dos tempos.

 

Eu, a última coisa que quero é aprender a perder. Muito simplesmente, porque não quero perder.

 

Perder é uma merda, foda-se! Ponto final. E é tudo quanto sei e quero saber sobre o assunto.

 

Perder é bom para os outros. Ficam tão bonitinhos nesse papel. Chiam, choram, gritam, culpam enfurecidos este Mundo e o outro, inventam desculpas mirabolantes.

 

Fica-lhes bem, assenta-lhes que nem uma luva, e fazem-no com a desenvoltura de quem a isso está habituado. Para quê mudar o que está bem?

 

Eu não quero aprender a perder. Fora de questão. Aceito que não se pode ganhar sempre, e até poderá ter o seu quê de pedagógico, mas, macacos me mordam se algum dia me passar pela cabeça aprender a perder.

 

E, apesar de tudo, enquanto portista, o mais natural é que nunca venha a perder um número de vezes suficiente sequer para uma introdução à matéria, quanto mais para aprofundá-la.

Não me levem a mal (por querer ganhar qualquer coisinha)

24
Abr15

João Pinto Hexa

 

Ao longo do tempo, muito daquilo que aprendemos na escola vai desvanecendo, mas há sempre coisas que ficam.

 

Por exemplo, aprendi, salvo erro em Gestão Comercial, que quando queremos entrar num mercado onde existe um concorrente que detém uma posição dominante, a melhor forma de o fazer é pela aposta na diferenciação do nosso produto.

 

Deixar bem claro aos nossos potenciais clientes quais os factores distintivos, que nos demarcam da concorrência, que lhes trarão benefícios e, em última análise, os levarão a optar pelo que oferecemos, em detrimento dos demais.

 

Espero que concordem comigo se afirmar que o mercado futebolístico português, é claramente dominado por um clube, com particular incidência naquilo que se passa fora do terreno de jogo, e muito especialmente, quando se trata de fazer as coisas pelo outro lado. É neste mercado que operamos, e quanto a isso, pouca volta haverá, de momento, a dar.

 

Cresci a gozar com os meus amigos sportinguistas, chagava-lhe o juízo dizendo que ainda iam gastar as palmas das mãos, de tanto as esfregarem, enquanto rezavam sempre o mesmo terço: "Este ano é que vai ser, vais ver, este ano é que vai ser!".

 

O primeiro título que vi o FC Porto conquistar, foi aquela Supertaça Cândido de Oliveira, em que após o segundo jogo, o guarda-redes da equipa derrotada, de seu nome Manuel Galrinho Bento, veio dizer que era uma taça a feijões.

 

Primeiro gozei, e depois irritei-me (e irrito-me!) com alguns benfiquistas que, incapazes de reconhecer o mérito das nossas conquistas, e à falta de melhores argumentos, continuam autisticamente a remeter a sua justificação para os árbitros, para a fruta, o chocolate ou o sistema.

 

Contudo, ao longo da presente temporada, sempre que percorri alguns dos espaços que me habituei a visitar na bluegosfera, e outros mais recentes, o panorama foi quase sempre o mesmo.

 

As competições são hierarquizadas por prioridades, há as que vale a pena disputar, e as outras, que vamos lá, mas se não fossemos, ninguém ficaria terrivelmente chateado. A feijões, portanto.

 

As derrotas e os títulos, que as mesmas pressupõem deixarem-se de conquistar até nas provas prioritárias, são justificadas pacientemente pelo "projecto a três anos", que nesciamente não consigo descortinar, e pelo tempo que é necessário para construir algo que valha a pena no futuro.

 

É claro que só a massa ignara dos adeptos resultadistas e imediatistas não consegue compreender isto.

 

E depois, as queixas dos árbitros e do sistema, fundamentadas em grande parte, mas que só por si, não explicam tudo.

 

Ou seja, nos dias que correm, o que é que nos distingue daquilo que disseram e fizeram, e dizem e fazem os nossos adversários? Qual é ou quais são o nosso ou nossos factor ou factores distintivos?

 

No capítulo das prioridades, há ainda quem não compreenda que os tais adeptos resultadistas e imediatistas, não valorizem o percurso na Champions, em detrimento das taças menores que ficaram pelo caminho. Por outras palavras, que se lixe a vertente desportiva, e viva a carteira recheada.

 

Mas será que as duas são mutuamente exclusivas? Estamos perante uma daquelas perguntas sacramentais e estúpidas (ou sacramentalmente estúpidas) que se se fazem às crianças: " de quem é que gostas mais, da mamã ou do papá? "

 

Há alguma regra que impeça de aliar um bonito percurso internacional, à conquista de alguma coisa entre portas? Se há, esqueceram-se de avisar o Villas-Boas e o Mourinho.

 

Se, por um lado, o sucesso internacional alimenta a carteira, as vitórias e os títulos alimentam a alma. A opção é difícil.

 

A lógica dirá que sem europa, não há pilim, sem pilim não há vitórias. Porém, foi a contrariar essa lógica que nasceu o FC Porto moderno.

 

O que é que apareceu primeiro: as vitórias ou os milhões?

 

Li recentemente uma notícia, segundo a qual o FC Porto terá embolsado qualquer coisa como 600 milhões em transferências. Onde é que param esses milhões?

As vitórias, essas estão no museu e até prova em contrário, é lá que vão ficar.

 

Também não é despiciendo que uma performance europeia de destaque projecta o clube e valoriza os seus activos, os jogadores. É um facto, sem dúvida.

 

Resta saber se o FC Porto dos dias de hoje, na sua fase pós-moderna, é um clube de futebol ou uma mera empresa comercial. O objectivo é simplesmente valorizar os seus activos e revendê-los com lucro, ou utilizá-los da melhor forma possível para atingir resultados desportivos a acrescentar ao seu palmarés?

 

Tirando o caso das empresas comerciais, em qualquer outro tipo de actividade, cujo exercício se pressupõe que irá ser continuado, que sentido fará ter por prioridade a venda dos activos necessários para a sua prossecução?

 

Sempre que é questionada a enormidade do passivo dos nossos rivais, invariavelmente a resposta é que os activos, nomeadamente jogadores e estádio, cobrem esse passivo.

 

É claro que todos sabemos que tal, apesar poder de ser factualmente correcto, não passa de uma falácia, pois se forem vendidos os jogadores e o estádio, não há clube. Connosco é diferente?

 

O que é que nos distingue deles? Qual a nossa marca distintiva?

 

A Taça de Portugal foi-se, por conta da rotatividade, que tão útil, veio a provar ser para derrotar o Basileia. A Taça de Portugal salvava a época? Nem por isso.

 

A Taça Lucílio Baptista também se foi. Não era prioritária. Dificilmente algum dia o será, logo, ainda menos salvava a época.

 

Uma boa presença nas competições europeias salva a época? Do ponto de vista estritamente financeiro, é bastante provável.

 

A Liga? É claro que sim, mas...o facto de agora se chamar NOS, não quer dizer que seja forçosamente para nós.

 

Tudo somado, estamos na iminência de acabar a época, como diria o Mourinho, com “zero tituli”.

 

Fazendo uma espécie de média, diria que, num ano normal nosso, ganhamos dois títulos: o campeonato e a Supertaça, como aconteceu nas duas épocas do Vítor Pereira.

 

Num ano bom, juntamos a Taça de Portugal, e num ano excepcionalmente bom ganhamos a Liga Europa, como aconteceu com o Villas-Boas, ou indo para além disso, a Champions.

 

Portanto, de uma época excepcional, passámos para duas normais, e menos que isso com o Paulo Fonseca, em que ficámos pela Supertaça.

 

E esta temporada, a ver vamos…

 

É esta tendência que me preocupa. E ainda mais que a tendência, preocupa-me a condescendência que vejo da parte de alguns para com a mesma, porque durante muito tempo, a nossa marca distintiva foi não haver jogos a feijões.

 

Competitividade até à medula, onde entrávamos era para dar luta, e ganhar, ou pelo menos, fazer tudo por isso, tantas vezes contra tudo e contra todos.

 

É irrealista nos tempos que correm? Talvez. Desculpem lá, mas não me levem a mal por querer ganhar qualquer coisinha!

 

Se vos diverte discutir o Lopetegui, o Quaresma, o Tozé, a rotatividade, os assobios, força. São temas entretidos para debater, e dão pano para mangas.

 

Agora, o que sinto é que talvez fosse mais proveitoso discutir o que é o portismo, na sua essência.

 

A crise maior que vejo é de identidade. À força de tanto querer universalizar, mais se perde aquilo que é nosso, que é único, o nosso factor distintivo, e os resultados estão à vista.

 

A universalidade pouco nos acrescenta, o único, pelo contrário, deu bons resultados.

 

Fico por isso com a triste sensação de que cada vez mais se fala do #SomosPorto, mas o que é (ou foi) Ser Porto, anda um tanto ou quanto esquecido, e pior ainda, que a todos os níveis, há por aí muito quem faça convenientemente por o esquecer.

 

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Na certa, é burrice minha, mas...

22
Abr15

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Houve uma coisa que não percebi no jogo de ontem.

 

Ou melhor, houve várias, mas aconteceu tudo tão rápido, e além disso, não quero abusar da boa vontade alheia.

 

Dizia eu que houve uma coisa que não percebi, e talvez alguém me possa ajudar a satisfazer a curiosidade.

 

Aos 27 minutos de jogo, perdíamos 0-3. Aos 32 minutos, saía Reyes e entrava Ricardo Pereira. Claramente a aposta no primeiro fracassara, ou sem pessoalizar, a aposta na contenção.

 

Ao intervalo a conta ia em 0-5. Sai o Quaresma e entra o Rúben Neves. Deduz-se que para evitar males maiores, pois o extremo parecia estar em ponto de rebuçado para fazer alguma asneira.

 

Aos 67 minutos, ainda com 0-5, sai o Brahimi e entra o Evandro. E é aqui que pergunto: para quê? Ou, porquê?

 

No banco estavam o Quintero, o Hernâni e o Aboubakar, todos eles mais ofensivos que o Rúben ou que o Evandro. Porque não um deles?

 

No caso da troca do Quaresma pelo Rúben Neves, ainda vá que não vá. Percebe-se que podia haver ali uma tentativa de equilibrar o meio-campo. Mas, e a outra substituição?

 

Com uma desvantagem de três golos na eliminatória prescinde-se de um avançado e mete-se um médio? Para quê? Segurar o cinco zero? Evitar uma vergonha maior?

 

O certo é que a partir daí, a equipa empertigou-se, marcou um golo, e podia ter marcado um segundo. Seja como fôr, o caso é que, por mais voltas que dê, não consigo perceber aquela substituição.

 

Será que alguém me poderá dar uma ajuda? Garanto que a pergunta não é capciosa, é apenas curiosidade mórbida, mesmo.

Porto über alles

20
Abr15

É amanhã, e não há lugar a grandes dúvidas.

 

O Danilo e o Alex Sandro não jogam, isso é certo. O FC anti-Quaresma anda aparentemente calmo.

 

Contudo, não me surpreenderia mesmo nada que alguém sugerisse o Hernâni, para o lugar do Quaresma. "Ah, e tal, é jovem, é mais rápido, fez um bom jogo contra a Académica e, com o Bayern balanceado para diante...pode engatar um golito num contra-ataque, e decidir a eliminatória".

 

Pois, mas o Quaresma vai ser titular. E o Jackson, com infiltração, ou preferencialmente sem ela, também. O Indi está certo à esquerda, e fica a faltar o outro lado.

 

O Ricardo Pereira tem sido a opção predileta para a direita. Gosto muito do rapaz, e até faz anos no mesmo dia que os meus filhos, mas...são estes jogos que marcam a diferença entre os homens e os meninos.

 

O Ricardo que me perdoe, mas num jogo destes, prefiro a experiência ao sangue na guelra da juventude.

 

Dito isto, optaria por desviar o Herrera que, segundo consta, na primeira mão correu qualquer coisa como uma meia-maratona, para a lateral direita, e reforçar o meio-campo com a experiência do Evandro.

 

Além disso, seja qual fôr o "alemão" que calhe desse lado, o Ribéry, o Müller ou o Götze, terá sempre uma tendência natural para vir para dentro. O Guardiola também prefere que os extremos joguem por dentro, aproveitando o espaço entre linhas, e deixando a linha para o lateral-esquerdo.

 

Por isso, talvez não se justifique do nosso lado, um lateral agarrado à linha, como seria, em princípio, o Ricardo. Fica para a próxima, miúdo!

 

Quanto ao resto, bem o resto pode-se resumir numa máxima octaviomachadiana:

 

"Trabalho, trabalho, trabalho"

 

Ao trabalho, rapazes!

Wunderbar, wunderschön

14
Abr15

Cada vez vou ficando mais maravilhado com o que vou lendo pela bluegosfera.

 

Vamos jogar contra o Bayern de Munique, e qual o melhor tópico de discussão para lançar neste momento?

 

Qual o assunto que mais poderá contribuir para a união dos portistas, em véspera de um confronto deste género?

 

A titularidade ou não do Quaresma! Obviamente!

 

Wunderbar!

 

Uma vez mais o Quaresma eleito como tema do dia. Não tem sido assim a época quase toda?

 

E eis que a árvore frondosa, seja ela qual fôr, donde floresceram dois golos e duas assistências no jogo contra o Estoril-Praia, passa a eucalipto, quando se trata de defrontar os bávaros.

 

Wunderschön!

 

Dê-se o devido crédito pela coragem de quem propõe a não inclusão de Quaresma no onze inicial. Da maneira como as coisas têm corrido, se calha a jogar de início, e as coisas até não lhe correm mal, sai um valente tiro no pé.

 

Se joga e corre mal, perfeito! Comme il faut! Quem é que tinha razão, quem era?

 

Se não joga de início, e as coisas correm bem à equipa...quem é que tinha razão, quem era?

 

Por outro lado, se correm mal, porra, contra o Bayern, também que diferença fazia, ou o que é que esperavam?

 

Não sei, mas assim à primeira vista, parece-me um bocado injusto para com aquele que poderá ser, a par do Bahimi, um dos nossos maiores geradores de desequilíbrios.

 

Quer dizer, comparam-se as ausências de não sei quantos alemães, com as do Jackson, do Tello, e até do Adrián, e depois, por nossa própria iniciativa, fica de fora aquele que tem estado em melhor forma no nosso ataque?

 

Em nome de quê? Ódiozinho de estimação? Não, claro que não. Racionalmente e tacticamente, para reforço urgente do meio-campo!

 

Wunderbar!

 

Reforce-se o meio-campo, baixem-se as linhas, e vamos estar em maus lençóis.

 

O que o Guardiola quer é isso. Sem ter nenhum empatado, recomendo vivamente a leitura do "Herr Pep", de Martin Perarnau.

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Se a filosofia de jogo do catalão, não andar muito longe daquela da época passada, é fácil de perceber.

 

É avançar lentamente até ao meio-campo adversário, sempre em conjunto e a trocar a bola, para uma vez aí chegados, dar largas ao ADN germânico, e soltar os cavalos.

 

Atrair o oponente para um dos lados do campo, fazê-lo bascular até o extremo do outro lado ficar liberto, para depois meter-lhe a bola, e sair finalização ou centro para a área, quando toda a equipa se encontra colocada no terreno adversário e, se não fôr golo à primeira, pronta para disputar a segunda bola.

 

Perante isto, valerá a pena reforçar o meio-campo?

 

Quanto a mim, mais vale pressioná-los na fase lenta da construção do ataque, em que dois deles saem facilmente a jogar da defesa, e o terceiro, normalmente, mete a bola em diagonal para o extremo do lado contrário.

 

E o Quaresma? O Quaresma ultimamente tem-se visto a pressionar, como nunca fizera na vida, e não é por nada, mas tem estado tão bem ou melhor que o Brahimi.

 

Porque é que não haverá de ser titular? Simplesmente porque não? Porque é o Quaresma e vamos jogar contra o Bayern?

 

Relembrem-se do que o Artur Jorge disse no intervalo do jogo de Viena. Que se lixe o meio-campo, este pode ser o jogo de uma vida para alguns dos nossos rapazes!

 

Scheiße para o resto!