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Azul ao Sul

Algarvio e portista E depois? O mar também é azul...

Azul ao Sul

Algarvio e portista E depois? O mar também é azul...

Lopeteguicamente correcto

31
Ago15

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Julen Lopetegui resolveu dar uma abébia aos seus inúmeros ilustres "colegas" de bancada e de sofá, e não só retirou Herrera do onze inicial, como ainda lançou Brahimi a 10.

 

Tenho cá para mim que ele, ou alguém do staff, devem ser leitores assíduos de alguns sítios da bluegosfera...

 

Para minha satisfação pessoal, Martins Indi apareceu a lateral-esquerdo, compondo assim, a defesa de quatro "Ms" que, desde Julho, previa vir a ser uma hipótese.

 

Politicamente correcta, ou Lopeteguicamente correcta, como se lê no titulo, a coisa não correu mal. De início. Brahimi, não sendo propriamente um organizador de jogo, mostro-se activo e voluntarioso, q.b., na procura da bola, ainda que depois, com ela nos pés, nem sempre se decidisse pela melhor solução.

 

A opção rendeu um golo madrugador, mas à medida que o tempo foi avançando, tornava-se evidente que haviam ali unidades em claro sub-rendimento: Varela, Tello e Imbula.

 

Qualquer um destes três poderia ser candidato a uma saída precoce. No entanto, certamente para grande alegria de Miguel Sousa Tavares, Lopetegui optou por Varela.

 

Ora, se um cretino será sempre um cretino, um casmurro, será sempre um casmurro.

 

Ausentes quaisquer um dos dois extremos, que na altura lhe restavam no plantel, Hernâni e Ricardo Pereira, a troca directa estava fora de questão.

 

Sai Varela, entra André André, e acabou-se Brahimi a 10. Tello muda para o flanco direito e o argelino vai para a esquerda.

 

E a equipa continuou em queda até ao intervalo, e depois dele. Pior que isso, como Tello para além de pouco mais ter feito que Varela, também não defendia, e Indi pouco avançava, abria-se nas suas costas espaço, por onde o Estoril aproveitava para se esgueirar (coincidência, ou talvez não, quando Tello mudou para a direita, o Estoril começou a mostrar-se mais atrevido por esse lado).

 

Eis senão quando, Lopetegui regressa a si próprio e lança Herrera na partida, por troca com Imbula. Sem que aquele tivesse feito algo de muito relevante, o FC Porto marca o segundo golo, no livre do Maicon.

 

A entrada de Herrera mexeu com o Feng-Shui da equipa. Removido o escolho que obstaculizava o fluxo do ki, o yang e o yin entraram em harmonia.

 

Ou por outras palavras, com Martins Indi, que tem uma menor projecção ofensiva que o seu antecessor, e que o colega do outro lado, no onze inicial, Lopetegui contaria com o dinamismo de Imbula e Danilo, para carrearem o jogo para diante.

 

Como isso não aconteceu, e equipa partiu-se. Herrera acabou por funcionar como o elo de ligação que André André, sozinho não conseguira ser.

 

O segundo golo deitou por terra o atrevimento estorilista, e ainda houve tempo para espetar mais um prego no caixão, onde irá jazer não tarda muito, o que resta da confiança de Aboubakar.

 

Lopetegui começou o jogo satisfazendo os anseios dos adeptos, lopeteguicamente correcto. Porém, à medida que o tempo foi passando, como quem não quer a coisa, foi voltando a si próprio, para acabar no esquema que lhe é habitual.

 

No processo, terá acabado por queimar uma substituição. Será que das três unidades em sub-rendimento, não foi capaz de identificar aquela que mais impacto tinha no (mau) funcionamento da equipa?

 

Ou será que fazer avançar logo ali o Herrera, dava muito nas vistas?

 

O que me parece é que este sistema com o Brahimi a 10, tem potencial, e merece uma segunda tentativa. Mas, se assim fôr, que seja uma experimentação séria e sem pressas de voltar ao que era dantes.

Incaracteristicamente característico

29
Ago15

Nos bons velhos tempos em que marcava presença assídua no velhinho Estádio de São Luis, era vulgar os extremos e laterais do Farense, fossem eles quais fossem, mas alguns em particular, protagonizarem aquilo a que o meu tio materno, certamente quem me infectou com o vírus desta coisa do futebol, mas não o da preferência clubística, costumava designar por: “a jogada característica”.

 

O que era “a jogada característica”? Simples. O jogador em causa galgava terreno pela linha lateral acima, como se a sua vida dependesse disso, até que, ao aproximar-se da linha de fundo, amandava um barranaço e…espetava com a bola na Igreja de São Luís!

 

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O nosso Herrera, salvaguardadas as devidas proporções, traz-me à memória “a jogada característica”.

 

Pega na bola no nosso meio terreno, corre, corre, corre, com ela dominada, numa verticalidade impressionante, até a entregar, às vezes, até em condições, a um colega lá adiante. Ou não, mais frequentemente, para nossa infelicidade.

 

Como diz a Manuela Azevedo, não sei se será dele, ou se pensa que tem de ser assim. Alguém lhe terá dito que era assim que jogava um “box-to-box”?

 

Mas o problema não é só o Herrera, que até é um rapaz esforçado, é todo o nosso meio-campo.

 

Aquilo de que nos queixávamos (eu queixava-me, pelo menos!) por excesso no tempo do Vítor Pereira, peca agora por defeito.

 

Bem sei que nem todos podem encarnar em si o espírito de uma maçã podre, mas há ali um défice de troca de bola que não consigo entender. É falta de capacidade ou toda aquela sofreguidão é resultado do estado de ansiedade do inicio de temporada?

 

O mais estranho é que, das vezes que as filmagens focam o treinador, nunca o vi a fazer aquele gesto tão característico, do polvilhar, que outros utilizam, para exemplificar a troca de bola.

 

Bem sei que os rapazes são profissionais, que já levam muitos anos de ofício, mas e se os pusessem a jogar aqueles jogos de miúdos, do género: antes de rematar à baliza, têm que dar entre si, pelo menos uns 20 toques na bola? Se não derem, mesmo que marquem golo, não vale.

 

No fundo, o Herrera faz-me lembrar de mim mesmo, quando jogava basquetebol. O jeito era muito pouco, mas como naquele tempo a altura - por incrível que pareça! - e a força, não faltavam, o treinador, quando era preciso dar descanso a alguém, ou queria uma defesa mais agressiva, não tinha outro remédio senão incluir-me na rotação.

 

Uma espécie de del Corral, do Real Madrid, ou dos nossos Fernado Sá ou Rui Pereira.

 

Acho que com o Herrera se passa algo de semelhante, e o treinador põe-no a jogar, de tal maneira que na época passada conseguiu ser dos mais utilizados.

 

É feitio, mas principalmente é defeito, e pode ser trabalhado. Eu levei quase 20 anos para o perceber. Tarde de mais. Se o Herrera tomar consciência das suas limitações, e tentar corrigi-las, talvez ainda vá a tempo.

 

Podia começar já hoje. Haja esperança.

Mudança ou desnorte?

28
Ago15

A primeira equipa do FC Porto de que me lembro, é a da caderneta do "Planeta da Bola", que já não tenho completa porque entretanto, se descolou um cromo do Beira-Mar, e perdi-o.

 

Fonseca; Gabriel, Simões, Freitas e Murça; Rodolfo, Frasco e Romeu; Duda, Gomes e Costa.

 

Foi a equipa, treinada por Pedroto, que falhou o tri em 79/80. Jogava em 4x3x3.

 

Nos anos imediatamente a seguir, muito sinceramente, não me recordo. Mas, desde o regresso de José Maria Pedroto, e no advento do FC Porto europeu, o 4x4x2 era o sistema de eleição.

 

Que me lembre, o 4x3x3 voltaria com o António Oliveira. Se olharmos para os extremos de que então dispunhamos, Capucho e Drulovic, por exemplo, e para o ponta-de-lança, que materializava as oportunidades criadas por aqueles, Mário Jardel, a opção é fácil de entender.

 

Mourinho, grosso modo, adoptou o mesmo sistema, mas introduziu-lhe nuances, em particular nas partidas internacionais, que o faziam pender para o o4x4x2 ou para o 4x3x1x2.

 

Com Adriaanse, bem, com Adriaanse, as coisas só se equilibraram, e deram resultado a partir do momento em que começou a trabalhar no modelo que conhecia, um 3x3x4 suicida, de pôr os nervos em franja ao adepto mais fleumático.

 

O conceito, inovador entre nós, causava dificuldades aos adversários, que se viam sufocados perante a avalanche de futebol ofensivo. Salvo erro, o Ronald Koeman, certamente conhecedor dos bugs do sistema, foi o único que conseguiu dar-lhe a volta, e fomos campeões sem derrotá-lo uma única vez.

 

A partir de Jesualdo Ferreira o 4x3x3 foi decretado a imagem de marca da equipa e, ainda que com eventuais variações, tem vindo a ser empregue pelos treinadores que se lhe seguiram.

 

Foi isso que aconteceu também com Lopetegui na temporada passada. No entanto, fazia parte do plantel do FC Porto, um jogador como Quintero, um caracteristico número 10, e foi ainda contratado Adrián López, um segundo avançado.

 

Pese embora as tentativas levadas a cabo pelo treinador, nem um, nem outro, conseguiram encontrar os seus lugares na equipa. O 4x3x3 não comporta as posições em que ambos melhor rendem, e nenhum dos dois foi capaz de mostrar serviço noutra(s) posição (ões).

 

A primeira contratação, conhecida, para a época que agora decorre, foi a de Alberto Bueno. Mais um homem para jogar por detrás do ponta-de-lança, um segundo avançado. A tal posição que, teoricamente, não existe no 4x3x3.

 

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Há dois dias atrás surgiu associado ao FC Porto, nome de Jesús Corona, do Twente. Não sei se é a sério, e se a sua putativa contratação terá por trás algum fundo. O que sei é que, segundo consta, o PSV Eindhoven terá estado na corrida para contratá-lo, e desistiu, por o considerar caro em demasia.

 

Não está em causa a qualidade do jogador, neste ou nos outros nomes que apontei. Os bons jogadores serão sempre bem vindos,  e aqui, bem como, de resto, no caso do Bueno,  não os conheço o suficiente para ter uma opinião definitiva formada.

 

Porém, do pouco que vi, não vi um extremo, como foi anunciado. Raramente o vi junto à linha. Vi-o sim, a jogar por detrás do ponta-de-lança e como segundo avançado, numa posição muito parecida com aquela que será a do Bueno.

 

Tudo bem, os jogadores adaptam-se. O James quando veio para cá, não era extremo. Ainda que num estilo diferente do típico 10 sul-americano, era essa a sua posição. E veio jogar para extremo, e está onde está.

 

Já o Quintero, mais próximo estilisticamente, por exemplo, de um Carlos Valderrama, parece geneticamente incapaz de fazer o mesmo.

 

Agora, a ser verdade, contratar Corona quando se tem no plantel Bueno, ou para colocá-lo a jogar na linha, e desviar Brahimi para dentro, como também já li, fará sentido?

 

O Brahimi é um organizador de jogo, ou um rompedor? Então, e não está de volta o Quintero, que faz essa mesma posição?

 

Ou melhor ainda, o modelo de jogo contempla essa posição? Ou a de segundo avançado, para a qual tivemos o Adrián, temos o Bueno, e poderemos vir a ter o Jesús Corona?

 

Estará por aí na calha uma mudança do paradigma táctico, ou será simplesmente um momento de desnorte?

Tá ilusão em monte, mó!

21
Ago15

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(imagem retirada de Portista@FCPortoWorld)

 

Um casal de macacos empoleirado num ramo duma árvore, contempla defronte de si os escombros da Terra destruída por um holocausto nuclear.

 

Num suspiro, o macaco murmura para a macaca: "Querida, vamos ter de começar tudo de novo".

 

Imagino que, nos dias que correm, seja mais ou menos isto que sente o Lopetegui. Com a diferença que os macacos, talvez ainda se divirtam alguma coisa no processo. O Lopetegui, tenho as minhas dúvidas.

 

Tudo somado, saíram sete " titulares" da equipa da época passada. Saiu o guarda-redes. Saíram os dois defesas-laterais, e saíram ainda dois médios e dois avançados.

 

O Fabiano e o Quaresma terão sido "dispensados". O Casemiro e o Óliver, terminados os seus empréstimos, regressaram aos seus clubes de origem.

 

Dentro daquela que é a politica de gestão de activos e de equilíbrio financeiro da SAD, a saída do Jackson Martinez terá ficado apalavrada aquando da renovação de contrato. E é feio faltar ao prometido.

 

A venda do Danilo foi consumada em Janeiro, e a do Alex Sandro, por 26 milhões mais objectivos, tendo em conta a propalada recusa anterior de uma proposta de 30 milhões, parece que seria uma inevitabilidade.

 

Aliás, todas estas saídas pareceram inevitáveis. Assim sendo, pergunto: como é que se consegue descortinar aqui, um projecto a três anos?

 

Recordo que esse era um dos argumentos utilizados para pedir calma, e justificar os resultados da temporada transacta, ou a falta deles: estávamos apenas na primeira etapa de um projecto a três anos.

 

Em que raio de projecto a três, ao fim do primeiro, uma porção considerável dos recursos existentes está com guia de marcha?

 

No inicio e durante uma boa parte da minha carreira profissional, analisei projectos de formação profissional. Na universidade estudei análise de projectos e investimentos, mas muito sinceramente, não estou a ver. Têm a palavra os engenheiros.

 

Sejamos francos, no futebol português em geral, e no FC Porto em particular, não são sustentáveis projectos. Quanto mais projectos a médio prazo, de três anos...

 

É, ir sobrevivendo dia-a-dia, e tentar alcançar os melhores resultados desportivos possíveis, ou entaão, em alternativa, encontrar uma, ou várias, boas desculpas para quando tal não é possível.

 

A não ser que se esteja a confundir o projecto com a duração do contrato do treinador. Se é isso, então tenho cá para mim que nesse caso, o projecto não é outro senão a valorização do próprio treinador.

 

E depois? Não é um activo do clube, tal como os jogadores? Sim, é verdade. A questão é que, a ser assim, em termos de projecto, não será pouco ambicioso para o clube subordinar-se a esse propósito, e colher o que vier por acréscimo, como efeito colateral?

 

Renasceremos, é claro que sim, como sempre fomos capazes de fazer. Mas, por favor, não nos iludamos com projectos.

Em questões de princípios, os fins justificam os meios?

20
Ago15

Apenas três notas sobre acontecimentos recentes:

 

Athletic Bilbao. Na segunda-feira, depois de 31 anos sem conquistar qualquer titulo, empata no Campo Nou, e vence a Supertaça espanhola, com um resultado de 5-1, no conjunto das duas mãos.

 

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Benfica e Jorge Jesus. "(...) quando estamos casados com alguém temos de calar e aceitar os defeitos e as faltas de carácter. Mas esse dever termina quando o casamento chega ao fim".

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Nem vou comentar esta bela noção de harmonia matrimonial. Cada um saberá de si.

 

Portanto, durante seis temporadas calaram e aceitaram os defeitos e as faltas de carácter. Fizeram bem mais do que isso, mesmo sendo conhecedores dessas faltas de carácter, alimentaram-nas, patrocinaram-nas e defenderam-nas.

 

A troco de quê? Três títulos da Liga, cinco Taças da Liga, uma Taça de Portugal e duas finais da Liga Europa. Bom proveito.

 

Onde é que está a maior falta de carácter? Em quem, pura e simplesmente não o tem, ou em quem o tolera e se vende a troco daqueles títulos?

 

E o freguês que se segue, faz pouco do anterior porque levou seis anos para compreender o corolário manuel-machadiano de que um cretino, é apenas um cretino, mas pouco se importa com isso, e prepara-se para lhe seguir os passos.

 

Estão bem uns para os outros.

 

FC Porto, como não poderia deixar de ser.

 

"(...) só com a bendição de Mendes e da sua teia de negócios é que o FC Porto sobrevive."

 

Esta frase foi retirada de um texto escrito recentemente pelo Miguel Lourenço Pereira, no "Reflexão Portista".

 

Ao contrário de outros escritos do mesmo autor, que geraram ondas de indignação, até por parte de co-autores daquele espaço, e por vezes descambaram inclusivamente em insultos, desta vez, nada. Zero.

 

Vários comentários sobre o tema da peça escrita - o negócio da venda do Otamendi, mas sobre este ponto em particular, tudo tranquilo.

 

Como se de nada de novo se tratasse, ou nada de particularmente interessante ou grave. Afinal, fala apenas sobre a sobrevivência do clube, nada de especial, portanto.

 

Ninguém parece ter ficado grandemente preocupado ao ler que dependemos da bendição de Jorge Mendes para sobreviver.

 

O mesmo Jorge Mendes que coloca jogadores e treinador no FC Porto, na expectativa da sua valorização, e serve em simultâneo de intermediario para transferir para o Valência e para o Mónaco, uma série de jogadores de um rival, a valores, nalguns casos, bastante acima do valor de mercado, fazendo entrar nos cofres desse clube mais de 100 milhões de euros.

 

Ou ainda que efectivamente não entrem, sempre dão uma ajuda para mascarar a contabilidade, e contornar o fairplay financeiro.

 

É que, uma coisa é partilhar o risco de investir em jogadores especulativamente, tendo em vista a sua valorização, outra completamente diferente é comprar passes, sem grande regateio, por valores acima dos de mercado. Neste caso, para não lhe chamar branqueamento de capitais, chamar-lhe-ia apenas "investimento institucional".

 

E, olhando para o recente caso Jorge Jesus, dá que pensar a sua resposta de que vive num pais livre, e que pode escolher o clube para onde vai trabalhar. Mas isso alguma vez esteve em causa?

 

Pelos vistos sim, a fazer fé naquela resposta. Mas então, quem é que condicionou a sua liberdade de escolha, e o quis colocar noutro sitio?

 

De acordo com alguns comentários, que aquela resposta vem corroborar, Vieira e, obviamente, o seu empresário, Jorge Mendes, himself.

 

O facto da sobrevivência do FC Porto depender da bendição de Jorge Mendes e da sua teia de negócios, não causa transtorno a ninguém?

 

A mim, causa-me. E ao que parece, em Espanha, os adeptos do Valência e do Atlético de Madrid vão acordando para a realidade de que os seus clubes são concorrentes directos, e Jorge Mendes está em ambos.

 

A ser verdade, a tentativa de afastar um treinador de um clube adversário, não entreabrirá uma porta a outros tipos de manipulação?

 

Aparentemente, no pasa nada. Desde que os resultados desportivos vão aparecendo, e não se zanguem as comadres, os fins justificam os meios, e os princípios são os fins, eles próprios.

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És um mito, ó mano. Perdão, mitómano.

18
Ago15

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Jorge Jesus sabia que o perigo do CSKA, vinha do Musa, que tem jogado habitualmente como avançado-centro.

 

Mas também sabia, que hoje, como o Doumbia ia entrar na equipa, o Mussa iria alinhar à esquerda.

 

No entanto, fez alguma coisa em relação a isso? Foi o que se viu!

 

"O problema não é só nosso, é de todas as equipas que jogarem contra ele". Pois, com o mal dos outros...

 

Porém, "foi só na primeira parte", e ele sabia que ia ser assim. Por isso, para quê fazer alguma coisa? O João Pereira, e quem quer que jogue contra ele que se desenrasquem.

 

É o que qualquer grande equipa, ao nível da Champions, dotada de "grande criatividade individual e colectiva", faria.

 

Este gajo continua a ser um verdadeiro tratado de mitomania.

 

Demolições Danilo, Herrera e Imbula & Cia. Lda.

16
Ago15

Da primeira vez que vi o Danilo Pereira e o Imbula jogarem juntos, chamei-lhes "duo demolidor". Longe de mim andava a ideia de fazer um trio, juntando-lhes o Herrera.

 

De facto, depois de ver o Jorge Jesus sagrar-se bicampeão à base da correria (e não só...), tenho forçosamente de concluir que o jogar futebol está claramente sobrevalorizado, pelo menos por mim, e a cair em desuso.

 

O meio-campo inicial de hoje do FC Porto, foi um autêntico trio de combate. Que se lixe o futebol. Ou melhor, que se lixe pelo centro do terreno. Pelas alas é que é caminho, e pelo meio...eles que tentem, que está em campo a brigada de demolição.

 

E se estes três são as Miley Cyrus de serviço, para o trabalho de minúcia, estiveram lá o Varela, o Maxi Pereira e o Aboubakar.

 

O Silvestre dificilmente perde uma bola, ainda que não consiga dar sequência à jogada.

 

O ex-benfiquista confirmou aquilo que todos sabemos dele: é um filho-de-uma-progenitora-de-profissão-duvidosa, mas...sabe jogar à bola com objectividade, e tem a vantagem de o fazer por dentro ou colado à linha. As duas assistências que deu, confirmam-no.

 

E o Aboubakar, fartava-me de rir se desatasse a marcar golos e a jogar como um predestinado, e que o empresário viesse reclamar por melhores condições, a braçadeira de capitão, e etc.

 

Portanto, a lógica parece ser: se não vai em jeito, vai em força. Que seja, mas que vá!

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Uma estranha sensação de déjà vu

15
Ago15

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Apesar do frisson e curiosidade que todas estas movimentações, entradas e saidas de pré-época, provocam, confesso que não acompanhei muito de perto o nosso arranque de temporada.Talvez alguns espanhóis o tenham feito por mim...

 

No entanto, ainda assim, vi parte do jogo contra o Borussia Mönchengladbach, e os jogos contra o Duisburgo, o Valência e o Stoke City, estes dois últimos em diferido.

 

Do jogo contra os espanhóis não retirei grandes conclusões. Ambos os treinadores pareceram apostados em esconder algo, e apenas preocupados em não perder. Nos restantes encontros, momentos houve em que experimentei uma estranha sensação de déjà vu.

 

E o pior é que, por exemplo, ao contrário do que acontece no "Feitiço do Tempo", em que o Bill Murray aproveitar o facto de reviver continuamente o mesmo dia, para ir corrigindo as asneiras que comete (u), aqui, tenho duvidas que assim seja.

 

Naqueles jogos, nomeadamente sempre que o Bueno estava em campo, vi-me de volta aos empates da temporada transacta, frente ao Vitória de Guimarães, que vamos defrontar amanhã, e ao Estoril-Praia.

 

Não sei se se recordam mas, naqueles dois jogos, entrámos com o Brahimi e o Quintero, como terceiras unidades do meio-campo. Ou seja, na prática, o mesmo que acontece de cada vez que entra o Bueno, o tal avançado disfarçado de médio, como diz o Lopetegui.

 

Tendo em conta que o jogador foi a primeira contratação para a nova temporada, e que o treinador terá sido decisivo na sua vinda, tudo leva a crer que aquele esquema táctico tenha sido delineado a contar com a sua presença.

 

Assim sendo, e a pensar fundamentalmente no campeonato português, parece-me que o 4x3x3 a que estamos habituados, tem os dias contados.

 

Desconfio que Lopetegui quer a equipa instalada no meio-campo adversário, para aí controlar a partida. Duplo pivot a meio-campo, subido, liberdade aos laterais, dois extremos, de certa forma assimétricos: Brahimi ou Varela mais metidos para dentro do terreno, e o Tello, mais colado à linha, um ponta-de-lança, e o Bueno a entrar por detrás, essencialmente para finalizar, que é a sua especialidade, e não a construção de jogo.

 

O duplo pivot do meio-campo tem como função primordial, servir de tampão aos contra-ataques adversários. Um dos dois, mais posicional, fará a posição 6 - em princípio o Danilo Pereira, embora o Rúben Neves tenha arrancado bastante bem, tal como na temporada passada. O outro médio, para alem de bloquear as investidas adversárias, terá como função pivotear, girando a bola de flanco a flanco.

 

Em caso de saída em transição rápida, julgo que o flanco preferencial será o direito, através do Tello e do lateral respectivo. Se não funciona, é temporizar, e a bola vai ao centro, onde o tal pivot a envia para o outro flanco, para o Brahimi ou para o Varela. Aí, ou entra o próprio (no caso do Brahimi. Não vejo o Varela com pedalada para isso...), ou espera pelo lateral, mantendo a posse o tempo suficiente para atrair os adversários. Não resulta? Bola novamente ao centro, e tenta-se do outro lado, em velocidade, para apanhar o adversário desposicionado.

 

Qualquer um dos outros médios faz esta posição. O Imbula e o Herrera, mais ao estilo box-to-box, acrescentando essa variação ao sistema; o André André e o Sérgio Oliveira, com uma maior capacidade de passe vertical à entrada da área; e o Evandro, um misto de ambos.

 

Em relação ao que aconteceu na época passada, nem o Quintero, nem o Brahimi, eram o Bueno, e com o Herrera, o Rúben Neves e o Casemiro este sistema não funcionou. Empatámos ambos os jogos.

 

Amanhã é o tira-teimas. Vamos ver se me engano muito ou pouco.