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Azul ao Sul

Algarvio e portista E depois? O mar também é azul...

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Reality sucks (ou "Do mito ao logos, e mais além")

29
Nov15

Se há algo que atravessou a evolução da espécie humana, do mito ao logos, e permanece nos dias de hoje, foi a necessidade de, quando as coisas correm mal, virar as preces para os deuses, mais que muitos, na esperança, tantas vezes vã de salvação divina.

 

Os adeptos do FC Porto não são diferentes. Quando as coisas correm manifestamente mal, voltam-se para os seus sacrossantos  deuses: o Presidente e a administração da SAD.

 

Uns, na esperança de mudanças. Outros, apenas procuram conforto. Confiam no Presidente, e enquanto este mantiver a sua confiança no treinador, sentem-se seguros. Ainda que à sua volta o Mundo como o conhecem, esteja a desabar, e eles próprios desconfiem disso.

 

Um pouco como a orquestra do Titanic.

 

Meus Caros,

 

Não vale a pena acalentarem tal esperança, e acreditarem na intervenção divina e salvadora do Presidente e da administração da SAD.

 

A partir do momento em que a dependência do clube dos negócios com Jorge Mendes e com os fundos, os compeliram a ter de aceitar servir de barriga de aluguer para a gestação do Julen Lopetegui-treinador, ao serviço dos interesses de Jorge Mendes, as coisas fugiram do controlo do Presidente e da SAD. Ao menos neste capítulo.

 

A única esperança seria Jorge Mendes conseguir colocar Lopetegui noutro lado qualquer. Mas está a tornar-se difícil. As cada vez mais abundantes provas de falta de capacidade de Lopetegui, tornam-o pouco apetecível para clubes de alguma dimensão. Quer ele acredite, quer não, o mercado encolhe a cada exibição de merda.

 

A Lopetegui talvez isso não o preocupe, mas a Jorge Mendes, que não é parvo de todo, ainda que consiga enganar alguém, não lhe interessa nada vender gato por lebre. Não seria nada abonatório para a sua reputação.

 

Assim sendo, não vale a pena dirigirem as Vossas últimas preces para o Presidente ou para a administração da SAD. É escusado.

 

Antes, rezem mas é para que apareça alguém ainda mais dependente do Jorge Mendes ou dos fundos do que nós, e que não tenha outro remédio senão ficar com ele.

 

Olhem, por exemplo, com sorte, se as coisas se tornarem insustentáveis para o Nuno Espírito Santo em Valência, talvez se possa fazer uma troca...

Três médios, três casos

27
Nov15

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Herrera. O jogador mais utilizado por Lopetegui na temporada passada, e que faz nos dias que correm, uma penosa travessia do deserto.

 

Dele disse o treinador à EFE, durante a pausa para os jogos de selecções:

 

"O ano passado jogou praticamente sempre, mas está há dois anos sem férias. Em 2014 jogou o Mundial e em 2015 a Gold Cup. E isso tem muita influência."

 

Herrera fez 180 minutos nos dois jogos da selecção mexicana, e foi convocado e foi suplente utilizado nos Açores, contra o Angrense. André André, Danilo Pereira e Rúben Neves não foram convocados.

 

Conclusão: neste momento, o problema de Herrera, entre outros, que não são agora para aqui chamados, não é o cansaço. O seu maior problema é que, para Lopetegui, passou de indiscutível a descartável.

 

Tanto num caso, como noutro, vá-se lá saber porquê. É carne para canhão. Quando não joga, é porque está cansado, quando é necessário dar descanso às escolhas que o antecedem na rotação engendrada pelo treinador, não há cansaço que lhe pegue.

 

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André André. Na concepção lopeteguiana do que é o futebol, André André não é médio, é extremo, ou se quiserem, interior, como se dizia à moda antiga.

 

No futebol de Lopetegui, o médio centro não é um médio,construtor de jogo, porque o jogo se constrói apenas pelas alas, mas sim um segundo avançado.

 

Assim, tanto pode ser o Herrera, como o Imbula, como o Evandro, como o Bueno, o tal avançado disfarçado de médio.

 

Com excepções, duas, que me lembre. Quando o Brahimi começou um jogo ao meio, a 10: deu um golo, e acabou-se. E contra o Vitória de Setúbal, em que num meio-campo Danilo-André André, este lá jogo naquela que parece ser a sua posição mais natural.

 

Dentro desta lógica, André André entra naturalmente, para as contas de Lopetegui, na rotação dos extremos/interiores. Com Brahimi e Tello operacionais, e com o subterfúgio do cansaço provocado pelos compromissos da selecção, está fora das opções.

 

A não ser que o desespero dite o contrário, como se viu.

 

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Imbula. Ignoremos por um momento o quanto custou.

 

Contra o Maccabi, jogou naquela posição de médio-centro, que é suposto funcionar como segundo avançado. Contra o Angrense, foi trinco, ou duplo-pivot, juntamente com o Sérgio Oliveira. Agora, contra o Dínamo de Kiev, voltou a ser médio-centro.

 

Quando olho para ele em campo, parece andar perdido. Já mostrou que tem técnica, e é perfeitamente natural que um jogador recém chegado revele dificuldades de adaptação. Mas, se ainda por cima, a cada jogo lhe pedem para fazer algo de diferente, será que isso ajuda?

 

Na época passada, quando as posições no centro do terreno ficaram, tanto quanto Lopetegui e as lesões deixaram, definidas, a coisa, mais ou menos carburou. Era Casemiro, Herrera e Óliver, e pronto.

 

Esta temporada, acabou. Os médios são os do duplo-pivot, e o resto é conversa. O médio-centro é mais um avançado, e o meio-campo, um deserto de ideias.

 

Alguém, certamente bem mais inteligente do que eu, disse um dia que "os ataques ganham jogos, mas as defesas ganham campeonatos". Eu acrescento: no meio-campo joga-se futebol.