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Azul ao Sul

Algarvio e portista E depois? O mar também é azul...

Azul ao Sul

Algarvio e portista E depois? O mar também é azul...

In memoriam

28
Jul16

O FC Porto vai disputar com o Vitória de Guimarães, no próximo domingo, a Taça Cidade de Guimarães, naquela que irá ser a apresentação dos vimaranenses aos seus adeptos

 

Aqui há uns anos, disputava-se em Guimarães, um outro troféu na pré-época: a Taça da Amizade.

 

Não sei quantas vezes se jogou, mas era disputado pelo Vitória local e uma outra equipa.

 

O outro clube, era precisamente aquele que nos quis pôr fora da Champions League.

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O Vitória de Guimarães, qual parasita, com seis milhões em vista, foi apoiante da demanda gambozinesca do tal clube. Amizade, a quanto obrigas.

 

Depois do guardanapo insular, segue-se a aproximação ao Guimarães, que, convenhamos, não é propriamente de hoje.

 

Não sei se será apenas falta de memória, ou se vem em linha com o que, tão eloquentemente afirmava um dos mais famosos vitorianos de todos os tempos:

 

"O que é verdade hoje, é mentira amanhã"

 

Por mim, da mesma maneira que nunca mais apoiei, ou apoiarei nos jogos internacionais, o tal clube, também não esqueço do então, triste papel do Vitória de Guimarães.

 

Por isso, aqui fica, in memoriam. Ad nauseam.

FC Porto 2016/2017 - Take 3 (...sem desprimor para o Valadares e para o Rio Ave)

24
Jul16

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Como não tenho conseguido ver grande coisa dos jogos feitos até agora, resolvi fazer a coisa por atacado.

 

Estes são apenas alguns pormenores que me chamaram a atenção, naquilo que pude ver.

 

O método

 

Confesso que sou bem menos que um leigo em matéria de metodologia de treino. A realidade é que não percebo um boi do assunto.

 

No entanto, daquilo que vou lendo, parece-me que aquelas pré-temporadas à antiga, com corridas pela praia, na serra, ou as subidas e descidas pelas arquibancadas dos estádio, até aos mais recentes, boot camps de comandos, são uma imagem algo retrógrada no que toca à preparação física pós-férias.

 

De facto, impor a um corpinho recém acabadinho de chegar da praia, doses valentes de esforço, não parece verdadeiramente uma boa ideia, e daí aquelas arreliadoras lesões de início de temporada, que, de há uns tempos a esta parte, aparentemente deixaram de ser tão frequentes.

 

Até eu passei por esse processo quando jogava basquetebol: primeiro treinávamos a resistência, e só depois passávamos para a velocidade, para a técnica individual e para a táctica.

 

Pelo que percebi, os metodólogos do treino tem uma nova abordagem integrada do treino, doseando as cargas de esforço físico, enquanto se vai entrando de imediato nas componentes técnica e táctica.

 

Do que vi (no pouco que vi...) dos jogos realizados até agora, por aquilo que leio em fontes fidedignas, sobre o trabalho físico, e até pelos comentários feitos pelo treinador e por alguns jogadores, sobre a importância do esforço agora feito, para preparar o sucesso no resto da temporada, fico, na minha ignorância, com uma sensação anacrónica.

 

Quando leio que algumas sessões de treino são desmarcadas, fico na dúvida se tal acontece por causa do esforço acumulado ou, sei lá, por influência das condições climatéricas, do horário, ou seja, em resultado de uma deficiente programação.

 

Enfim, dúvidas de um nabo na matéria.

 

O esquema

 

Depois olho para a disposição da equipa em campo. No último jogo, de que só vi a nossa recuperação, consta que o onze inicial entrou em 4x3x3.

 

Quando comecei a ver o jogo, estávamos, quanto a mim, a jogar num 4x2x3x1. Nada de mais, tudo normal por aqui.

 

Como diz o Nuno Espírito Santo, este é o momento ideal para fazer experiências, e não na véspera de jogos importantes, como recentemente fizeram, por mais de uma vez, uns e outros que chegaram à selecção espanhola.

 

Além do mais, se perguntarem a um adepto do Valência, qual o esquema táctico da preferência do nosso actual treinador na época passada, ele terá certamente dificuldade em responder, tantas foram as (a)variações apresentadas.

 

Até ao seu despedimento...

 

As opções

 

É pacífico que, com o passar da idade, se perdem faculdades. Quem pratica uma actividade física perde velocidade, resistência, destreza, capacidade de recuperação, uma desgraça.

 

Eu próprio fui parar à fisioterapia, porque resolvi desatar a correr, sem a devida preparação, e fiz uma lombalgia. A idade não perdoa, e sou só uns anitos mais velho que o Varela.

 

O que não compreendo é esta obsessão de fazer do Drogba da Caparica, um novo Eliseu (o jogador, não o palácio!).

 

Por dois motivos: falta de opções no ataque, e a existência de, pelo menos, uma melhor opção, quanto a mim, para defesa-direito.

 

Para o ataque, temos, neste momento, três extremos: Brahimi, Corona e Hernâni. Com Varela a lateral-direito, a quarta opção para extremo tem sido o Otávio, que não é extremo, mas que lá se vai desenrascando.

 

Da mesma maneira que, na temporada passada, não me agradou ver o André André a extremo, também não me enche as medidas agora.

 

No entanto, essa é a posição natural do Varela.

 

Depois, na defesa, o titular será sempre o Maxi Pereira, e temos do outro lado o Layún, que também pode jogar a lateral-direito (e central, e trinco...).

 

Na época passada, desviar Layún, significaria dar a titularidade ao José Angel ou ao Bruno Indi. Nesta, com o Alex Telles, a diferença parece ficar mais esbatida, até no valor dos passes...

 

Porquê então o Varela?

 

E venha de lá o quarto take...

A quimera táctica do FC Porto actual

20
Jul16

Concordarão comigo (ou não), que volvidos os tempos de José Mourinho, e posteriormente, os da exuberância atacante - há quem lhe chame loucura, ou outras coisas piores. Eu gosto de "exuberância". Tem estilo, é " cool " - de Co Adriaanse, o FC Porto estabilizou o seu modelo táctico no 4 x 3 x 3, sem grandes variações.

 

Com o bloco mais recuado e em transições rápidas, com Jesualdo Ferreira. Com tracção mais para diante, com André Villas-Boas. Com uma preocupacão obsessiva com posse de bola, na era de Vítor Pereira.

 

Com Paulo Fonseca começaram os primeiros ensaios, fracassados, para introduzir alterações: o duplo pivot, por exemplo, esbarrou na excelência de um Fernando na sua plenitude.

 

Com Lopetegui, principalmente na segunda temporada, veio nova tentativa, frustrada, de introdução do duplo pivot.

 

Mas, mais do que o esquema táctico, que resiliente, foi resistindo,  aquilo que se foi perdendo, por arrastamento, nos insucessos de Paulo Fonseca e Lopetegui, foi o modelo de jogo.

 

A posse, a troca de bola (não vale entre, ou de e para os centrais), o futebol a meio-campo, em suma, o futebol, em geral. O FC Porto descaracterizou-se, foi perdendo a sua identidade, enquanto a incapacidade de jogar futebol se ia tornando, cada vez mais, confrangedora.

 

Até chegarmos a Peseiro, e apesar de Oliver Torres, Rúben Neves, Brahimi e André André, a espaços, teimarem em manter viva alguma esperança.

 

Li há pouco tempo, algo que Jorge Valdano disse, e que era, mais coisa, menos coisa, isto: "se perdes um campeonato, mais cedo, ou mais tarde, voltarás a ganhar. Se perdes a tua identidade, dificilmente a recuperarás".

 

O Jason Bourne que o diga!

 

O problema é se a identidade se altera, ou se num acesso esquizofrénico se torna num caso de dupla personalidade, tipo Dr. Jekyll e Mr. Hyde.

 

A dada altura, na primeira parte do jogo contra o Osnabrück, pareceu-me estar a rever o FC Porto de Lopetegui. Preocupante, sem dúvida.

 

Mas infelizmente, perfeitamente natural, como que a antecipar um processo de desabituação que antevejo longo e doloroso. E, vamos a ver o tamanho das sequelas...

 

Olhei para aquele meio-campo (Rúben Neves, Herrera e Josué), e não consegui deixar de encontrar resquícios dos meio-campos de Lopetegui (Casemiro, Herrera e Oliver, ou Danilo, Herrera e outro qualquer à escolha...).

 

Elemento comum? Herrera. Que aliás, já vem dos tempos do Paulo Fonseca.

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Não quero dizer com isto, nem com o que vem a seguir, que o homem que hoje enverga a braçadeira de capitão, é o responsável pela descaracterização que sofremos. Não, não é isso.

 

O Herrera entrou no clube num momento mau, mas convenhamos, se não o vejo como o (único) problema, cada vez mais tenho dificuldades em imaginá-lo do lado da solução.

 

Do ponto de vista técnico é limitado, e, tendo em conta a sua idade, a margem de progressão vai ficando cada vez mais curta. Entrando em linha de conta com o seu histórico de evolução desde que cá chegou, as expectativas são reduzidas nesse capítulo.

 

Tacticamente, as tentativas de duplo pivot de Lopetegui tiveram como protagonistas, a maior parte delas, Rúben Neves e Danilo. Herrera, ou ficava de fora, ou se o treinador o incluía, era num ápice que se desfazia o duplo pivot.

 

Tentar inclui-lo num meio-campo criativo, onde  impere a troca de bola, é arriscado, pois falta-lhe a apetência técnica para isso, e não lhe está no código genético.

 

As suas mais valias são outras, como a verticalidade, e a capacidade de arrastar o jogo para a frente. Nos últimos tempos, aparece com frequência a entrar nas costas do ponta-de-lança.

 

Aqui há tempos escrevi um texto, a que chamei ”O kama sutra táctico de Paulo Fonseca”, em que expus a minha opinião de que, do ponto de vista táctico,  o único problema que Paulo Fonseca teria de solucionar, seria a posição a ocupar em campo por Lucho Gonzalez.

 

Com Herrera parece passar-se o mesmo, e não é de hoje. Não é trinco, pese embora tenha para cá vindo com a indicação de que o seria.

 

Não é 8, se lhe for pedida qualquer outra função que não seja a de transportar a bola para a frente.

 

Não é 10, Deus nos livre, dele, e de qualquer outro que ouse tentar sequer parecê-lo.

 

As entradas nas costas do ponta-de-lança, pouco ou nenhum efeito prático têm surtido, para além de desequilibrarem o nosso próprio meio-campo.

 

Contudo, a sua capacidade física, a sua disponibilidade, a sua entrega, colocam qualquer treinador em cheque, perante o desperdício de recursos que significará não o utilizar.

 

Numa altura de experiências e de experimentação, este parece-me ser um dilema que Nuno Espírito Santo terá de resolver, para decidir de que forma o FC Porto se vai apresentar e se vamos mesmo ter um regresso às origens.

 

Ou talvez o Nápoles o resolva por si...

No news is bad news, (some) news is good news

18
Jul16

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Antes de avançar, confesso que fiquei surpreendido com a falta de ritmo e o cansaço manifesto de uma valente parte dos nossos rapazes, senão todos.

 

São 18 dias de trabalho, não dava para mais?

 

Estarei porventura a ser demasiado exigente, pois também não sei qual era a temperatura à hora do jogo, mas, dos resumos que vi dos nossos rivais, pareceram-me estar numa rotação mais acelerada.

 

É bem certo que vi apenas resumos, e que os jogos foram quase todos nocturnos, ao contrário do nosso.

 

Quanto ao jogo e à equipa, um onze inicial e uma primeira parte a fazer lembrar tempos recentes, de má memória.

 

A única novidade, para lá dos nomes foi o André Silva a descair no flanco direito.

De resto, o erro defensivo do costume no golo adversário, o meio-campo que pouco ou nada constrói, e o trinco perdido. Algumas iniciativas individuais e um passe do Josué.

 

O Herrera a adiantar-se, sendo o quarto homem a pressionar a saída de bola contrária, porém, uma pressão desmiolada e desconexa, com o Josué a vir também para o meio, mais para fazer número, que outra coisa qualquer.

 

Tudo sem grandes resultados. Com estes alemães, não se revelou dramático, com uma equipa mais capaz ofensivamente, poderá facilmente sê-lo.

 

Na segunda parte, o trio de meio-campo Rúben Neves, Herrera e Josué, deu inicialmente lugar à tripla Rúben, André André e João Carlos Teixeira, e posteriormente, logo após o golo de André Silva, a um quarteto com Corona, André André, João Carlos Teixeira e Otávio, sem um trinco declarado.

 

E foi nesta altura, com esta composição, que as coisas pareceram equilibrar-se.

 

Por azar, os homens mais avançados eram então, um Hernâni, rápido, mas trapalhão, e Quintero, um bom exemplo do que disse sobre a falta de ritmo.

 

Dos jogadores individualmente, é impossível ficar indiferente a André Silva. O melhor da primeira parte, e um golo bem merecido.

 

Herrera igual a si próprio, e Josué a pouco acrescentar. As iniciativas individuais estiveram, como é hábito, a cargo do Brahimi, e Aboubakar, essencialmente, azarado.

 

A defesa, guarda-redes incluído, regular.

 

Depois do intervalo, Varela bastante razoável a defesa-direito, depois da tentativa de Peseiro de fazê-lo um dez, e Alex Telles, juntamente com João Carlos Teixeira, a serem os únicos aa querer escapar do síndrome generalizado de falta de ritmo.

 

Pouco André André, e João Carlos Teixeira melhor quando jogou mais adiantado, do que quando fez dupla a meio-campo com o André André.

 

Otávio, a descair para a esquerda, e um desperdício, tal como André Silva à direita. Ou muito me engano, ou vai merecer estar muito mais em jogo.

 

Ao contrário, por exemplo, do Quintero. O Hernâni é, nos dias de hoje, o nosso único extremo, rápido e vertical, que nada tem que ver com a lopeteguice de Corona e Brahimi, sempre prontos para entrar da ala para o meio.

 

Ou seja, gostei do André Silva, do AlexTelles, do João Carlos Teixeira, apesar de me fazer lembrar o Dani, na forma como corre e como toca a bola, e do Otávio.

 

Os piores, sem dúvida, Quintero e o meio-campo da primeira parte, Rúben incluído, se bem que, nem sempre por culpa própria.

 

Quanto aos demais, nada de mais, regulares apenas.