Que se saiba, Paulo Gonçalves, César Boaventura ou Miguel Pinho, nenhum deles foi declarado inimputável por prodigalidade, ou seja, por malbaratar os seus próprios bens em prol de terceiros.

Portanto, parte-se do princípio que enquanto agentes económicos, a sua atuação se pautará por alguma racionalidade, na proporção em que daquela estarão dotados.

Assim sendo, se dispusessem de alternativa que lhes oferecesse rendimento igual ou superior, não iriam utilizar os seus recursos em benefício de terceiros.

Logo, a mensagem que efetivamente é transmitida quando vêm com a conversa de que atuaram por sua exclusiva iniciativa e sem conhecimento de quem procuraram beneficiar, é a de que Luís Filipe Vieira e Domingos Soares de Oliveira, também eles ao que parece (e nós acreditamos, é claro...) à socapa de Rui Costa e de alguns milhões de adeptos, criaram uma tal plataforma giratória de interesses e negócios, que, vá-se lá perceber como, seria capaz de gerar rendimentos, pelos vistos, bastante razoáveis, àqueles que investiam em seu (do clube em questão) benefício.

Ou seja, uma espécie de esquema de pirâmide, onde alguns investem para beneficiar um terceiro e o lucro é de tal ordem brutal, que todos saem a ganhar: esse terceiro, obviamente, e os felizes beneméritos investidores.

Só é chato que estes últimos acabem condenados ou acusados por corrupção.

E que os primeiros não recebam o Prémio Nobel da Economia...