Sexta-feira, 14 de Maio de 2010

Top Spin – Com efeito…

De fugida, pareceu-me ouvir no ”Trio d’Ataque” de terça-feira passada, algo que tive de confirmar pelo vídeo do programa, para acreditar no que ouvia (se não quiserem perder tempo a ver o programa todo, basta dar um salto para o minuto 50 e picos… Infelizmente os meus conhecimentos informáticos, e ao meios de que disponho, ainda não me dão para editar filmes!).

 

De acordo com o ilustre representante do benfiquismo ali residente, o Hulk, que esteve foram de acção mais de vinte jogos, dos quais, se bem me lembro, dezassete a mais, em relação ao castigo que resultou da convolação pelo Conselho de Justiça da Federação Portuguesa de Futebol, do castigo de três meses, que lhe foi imposto pela Comissão Disciplinar da Liga do dr. Ricardo Costa, afinal de contas (benfiquistas) só teria cumprido um jogo de castigo a mais (cinco), em vez dos quatro com que foi efectivamente punido.

 

Ora cá está um belo exemplo daquilo em que a época que passou foi profícua. Um belíssimo exemplo de como funcionou a “contra-informação” benfiquista.

 

É brilhante. Tenho pena de não ter visto nem o “Prolongamento”, nem o “Dia Seguinte”, para confirmar se o Fernando Seara e o Sílvio Cervan defenderam a mesma tese. Mas acredito que sim.

 

São os “spin doctors” encarnados em toda a sua pujança, a debitarem a desinformação do costume, para quem a queira tragar.

 

Não sendo benfiquista, tenho alguma dificuldade em apreender o raciocínio pelo qual se chega a esta conclusão, mas penso que só poderá ser este o processo mental: está(ão) a contabilizar apenas os jogos não disputados pelo Hulk, desde que foi conhecido o castigo da Comissão Disciplinar, e até à “convolação” da pena, esquecendo os que ficou de fora no decurso da “suspensão preventiva”, porque aí, não estava castigado.

 

É aquilo a que se poderia chamar um “achado”, não só jurídico, mas de senso comum. Se o homem esteve suspenso preventivamente, e se, o excelso dr. Ricardo Costa tivesse tido uma decisão consentânea com os princípios de Direito, legitimamente seguidos pelo Conselho de Justiça, então, à data do acórdão do Conselho de Disciplina, encontrando-se já cumpridos mais de quatro jogos de castigo, o jogador portista estava livre para exercer a sua profissão.

 

Portanto, todos os jogos em que aquele não alinhou, para além dos quatro do castigo, foram a mais, e o resto é “spinning”, conversa.

 

Assim sendo, há aqui qualquer coisa que me escapa. Se não tem nada “empatado” nesta decisão [do dr. Ricardo Costa], não consigo entender esta necessidade constante do Benfica, de branquear e justificar a(s) decisão(ões) do senhor em questão. Transcende-me.

 

Um clube, que, na sua enorme magnanimidade, até se abstém de recorrer da sentença inicial, para não agravar a pena dos jogadores do FC Porto, a qual até achou insuficiente, mas pronto, o que lá vai, lá vai… vem, por tudo e por nada, procurar desculpabilizar o dr. Costa.

 

Então, afinal de contas, que peso é que esta decisão teve para o Benfica, o maior do Mundo e arredores, e que ganha sempre “limpinho”?

 

Foi, de facto, um azar dos diabos (vermelhos?), o brasileiro regressar, e o FC Porto ganhar oito jogos de seguida (sim, já sei, perdemos com o Arsenal…mas esse jogo não foi a nível interno). É que lá caiu por terra aquela teoria patética de que o castigo até nos tinha sido um favor, porque estávamos melhor sem o Hulk, do que com ele.

 

Agora, lá tiveram que desencantar mais esta. E a seguir, de certeza que virá outra qualquer… A produção de desinformação para os lados da Cesta do Pão é incessante.

 

Quanto a mim, na vitória do Benfica nesta edição da Liga de futebol-de-10-para-11, mais do que o mérito desportivo, que eventualmente lhe possa ser descortinado, há que realçar o enorme mérito da estratégia de comunicação e de manipulação de massas, de que fizeram alarde desde o início da época.

 

Se vivêssemos num País mais observador e menos avermelhado, tenho a certeza de que, na próxima edição do “Mercator”, ou qualquer outro livro sobre marketing ou gestão comercial, este seria um “case study” a não desprezar.

 

E depois, com portentos, como o agora famoso Pragal Colaço, para sustentarem juridicamente estas posições…

 

Aqui há tempos, discutia este caso com um benfiquista, e dizia-lhe, sem êxito, claro está, para ligar menos às opiniões do Pragal, e para pensar mais pela sua cabeça.

 

A resposta foi qualquer coisa do género, que, coitado do senhor, até admirava como é que o deixavam exercer direito quando cometia esse crime hediondo que é ser benfiquista.

 

Nem respondi de volta. Com tal argumentação, não vale a pena. A exercer advocacia, penso que não terá cometido nenhum crime (já no seu papel de comentador na Benfica TV, não sei, não…), pois, que eu saiba, ainda não há nenhuma lei que proíba um benfiquista de o fazer.

 

Ainda para mais num País em que o próprio Secretário de Estado da Justiça é um benfiquista convicto.

 

Mesmo assim, não sei se não terá feito já o suficiente para uma litigânciazita de má-fé, ou coisa que o valha…

 

Talvez não seja criminoso deixá-lo exercer, mas lá que é arriscado é. Bem vistas as coisas, desde o caso do Nuno Assis, passando pelo Apito Dourado, pela diarreia mental da exclusão do FC Porto da Champions, pela tentativa de trazer de volta o Vale e Azevedo, que há quase dois anos ensaia sem sucesso, e agora este, os casos mais bem sucedidos em que se envolveu foram o caso “Mateus” e as últimas eleições do Benfica.

 

Até ver. Porque neste último ganhou por “falta de comparência” (o candidato derrotado levou uma tareia tão grande, que decidiu nem tentar impugnar as eleições) e no primeiro ainda não há decisão dos tribunais comuns, e até lá…

 

O resto, foi o que se viu. Não é por nada, mas eu, se tivesse que escolher um advogado para me defender, e isto, só para falar de ilustres benfiquistas, para não ser acusado de facciosismo, entre o Pragal Colaço e o Vale e Azevedo, escolhia o Vale e Azevedo.

sinto-me:
música: You spin me around - Dead or Alive
publicado por Alex F às 21:00
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