Acaba o jogo contra a Costa do Marfim, e vem de lá o Deco e diz que com futebol directo, não vamos lá, e que toda a gente sabe que ele não é extremo-direito.
O Cristiano Ronaldo diz que a selecção africana, que até é uma das melhores do seu continente, só se limitou a defender.
O professor Carlos Queirós, para além de dizer o mesmo que a nossa vedeta principal, acrescenta que, para a FIFA, uns são filhos e outros são enteados, a propósito da protecção braçal do Drogba.
Do lado dos costa-marfinenses, o Ericksson diz que ambas as equipas tiveram medo de perder.
Por sua vez, o Drogba diz que a sua selecção foi a que mais merecia a vitória.
Entretanto, o Deco já pediu desculpas ao treinador pelas declarações feitas a “quente”, e diz que está tudo bem entre eles.
As declarações do Cristiano Ronaldo e do Carlos Queirós desmentidas pelas estatísticas do jogo.
Descontando o facto do Drogba, certamente se ter esquecido da bola na trave do CR7 (ou 9?), o mais razoável, no meio deste arrazoado pós-jogo terá sido o Ericksson, que por si terá falado, e lido bem a postura do adversário.
Depois, temos ainda a TV 7 Dias, que revela na capa, que só o CR, tem direito a jacuzzi privado, naquela que terá sido uma bronca no hotel, donde foi retirado o álcool (não curativo, suponho eu!) do bar da selecção (também não sabia que a selecção tinha um bar. Mas isso explica muita coisa, ó se explica!).
E ainda este palerma “entitulado” (por analogia com encartado), que anda para aí com uma pandilha, por tudo o que é porta de supermercado, em pose de CSI Miami, vem botar faladura sobre o Deco, sem que se perceba muito bem onde é que lhe dói.
Mas, pergunto eu, correu assim tão mal o jogo com a Costa do Marfim?
É motivo para tamanha algazarra? Será que já se esqueceram de como correu o apuramento?
Estavam à espera que, de um momento para o outro, estilo “são rosas senhor, são rosas”, o panorama ficasse cor-de-rosa?
Vamos lá a ver, Portugal tem a selecção que tem, e fez o jogo que pôde e tinha de fazer. O resto é conversa fiada.
Ainda que “com o mal dos outros possamos nós bem”, basta olhar para os resultados de outras equipas europeias, e até não estivemos assim tão mal. Quanto a mim, num jogo inaugural dum certame deste género, o importante é não perder.
E não vale a pena bater no Carlos Queirós, no Deco, na postura da Costa do Marfim, no jacuzzi do Ronaldo, no bar da selecção ou na vuvuzela.
Para aqueles mais esquecidos, o Carlos Queirós montou uma equipa “à Pedroto”, e é só por isso que falo neste assunto.
Ai eles são grandes, fortes, e nós rasteirinhos e franzinos? Então tomem lá um meio-campo com quatro anõezinhos, a trocarem a bola uns com os outros, e venham cá buscá-la, se conseguirem.
Admito que não vi o jogo todo (se dissesse o contrário, era despedido!), e pior, ainda assim, consegui ser interrompido por um elemento do sexo feminino, totalmente desprovido de sentido de oportunidade para perguntas idiotas de trabalho (passe a redundância!), e outro, do sexo masculino, e por isso, sem desculpa, ainda que motivado por insistência feminina.
Mas, a dada altura, houve momentos (poucos) e jogadas (também não muitas), que, passem as distâncias qualitativas gritantes, em que me lembrei daqueles meio-campos com o André, o Quim, o Sousa e o Jaime Pacheco (sim, eu sei que este meio-campo é mais do Artur Jorge ou do Ivic, mas não me digam que não é “à Pedroto”).
Eram pequeninos. Pois eram. Não corriam muito. Pois não. Mas a bola corria, e os adversários atrás dela, sem sequer lhe apanharem o cheiro.
Só foi pena que durou muito pouco.
No entanto, faltou ali qualquer coisa. O Deco, de facto não é extremo, e duvido que fosse isso que lhe era pedido para ser. Não o sendo, e não havendo um médio com essas características, faltava ali um lateral-direito “à João Pinto”, capaz de fazer o corredor todo.
Com a sua saída e a entrada do Tiago, ainda mais evidente isso se tornou. Só que, com o Bosigwa lesionado, o mais próximo seria o Miguel. No entanto, lá se perdia a (maior) solidez defensiva do Paulo Ferreira. Lá está, o Ericksson é que tem razão!
Quanto ao resto, o que é que há de discutível nas opções queirosianas?
Devia ter jogado o Simão de início, em vez do Danny? Lá perdia consistência o meio-campo de quatro unidades, e ficávamos mais abertos.
Então quem? O Miguel Veloso? Tem menos mobilidade e rapidez de execução do que qualquer um dos anteriores.
O João Moutinho? Tem a tendência para jogar mais pelo meio, e se já o Deco foi desviado para a ala, não fazia sentido.
O Carlos Martins? Talvez. A posição é mais ou menos a do Danny, e teria a vantagem da facilidade de remate, por troca com a capacidade de transporte de bola.
Mas, lá está, o Carlos Martins é sempre uma incógnita. Tanto pode dar certo, como não.
Por isso, fiquei satisfeito com o resultado (se calhar fui o único, mas que se xaringue!). Não somos tão maus como (alguns) nos pintamos, nem tão bons que dê para jogar de peito feito contra a Costa do Marfim, como (alguns) pareciam querer.
Temos o arcaboiço que temos, e temos de viver com isso.
Quanto a mim, o próximo jogo é que vai ser decisivo. O ideal era ganhar à Coreia do Norte por 3-1.
Passo a explicar. Estou a contar que o Brasil vai somar por vitórias todos os jogos. Como já empatamos com a Costa do Marfim, ganhando à Coreia por 3-1, mesmo perdendo com o Brasil, digamos, na melhor das hipóteses, por 1-0, ainda ficávamos com um “goal average” positivo.
Se a Costa do Marfim ganhasse à Coreia, o que acredito que acontecerá, mesmo que por 1-0 ou 2-0, perdendo contra o Brasil pelo mesmo resultado que nós, ficaríamos em vantagem (ou no “goal average” ou por termos mais golos marcados).
O Drogba e os colegas têm, no entanto, a vantagem de fazerem o último jogo com a Coreia do Norte, e puderem jogar para o resultado que lhes interessar.
Nota: Tendo em conta o jogo do Brasil com a Coreia do Norte, talvez esteja a sobrevalorizar o Brasil, e a menosprezar a Coreia. Mas, como dizia o Bom Gigante: “Deixem-me sonhar”…
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