“Ó papão vai-te embora Lá de cima do telhado Deixa dormir o menino Um soninho descansado
(…)
Nuclear não, obrigado
Antes ser activo hoje,
Do que radioactivo amanhã
Nuclear não, obrigado”
Lena d’ Água, Perto de ti, 1982
Fazendo jus aos seus dotes de profeta, o treinador do Benfica, já na antevisão do jogo da final da Supertaça, ter perdido "duas pedras nucleares", enquanto que “[o] FC Porto perdeu apenas um jogador determinante, o Bruno Alves”.
No entanto, no meio da impunidade generalizada, sentem-se confortáveis, e lá vão levando a água ao seu moinho e ao de quem os salva e guarda.
Compreendo por isso, a preocupação do Jorge Jesus. Retirado o Lucílio Baptista, não é fácil encontrar quem o substitua, assim de caras.
Após o jogo, com o resultado que se viu, o discurso não se alterou substancialmente: “não concorda que o Benfica esteja mais fraco, antes disse que tem muitos jogadores fora de forma: «O grande problema é que tive 7 jogadores no Mundial»”.
Sobre este tipo de lamúrias, há uma máxima que nunca me esqueço, e que é: “de insubstituíveis estão os cemitérios cheios”.
É curioso que o próprio Jorge Jesus, quando o Benfica defrontou e derrotou o FC Porto (por 1-0, golo de Saviola), na 14.ª jornada da Liga Pescada, se bem me lembro, ao contrário daqueles que andaram a falar de favores do Olhanense, minimizou as ausências do Di Maria (expulso em Olhão), do Coentrão (quinto amarelo) e as lesões do Aimar (que não jogou, jogando no seu lugar o Carlos Martins) e do Ramires (substituído durante o jogo pelo Felipe Menezes).
Em má hora o Jesus havia de se lembrar do Urretavizcaya, que haveria de participar naquela palhaçada de golo que deu a vitória aos encarnados, para depois vir a ser dispensado no mercado de Inverno, e, pelos vistos, assim continua.
Fora de brincadeiras, é claro que há sempre elementos que são difíceis de substituir, quando não, impossíveis mesmo.
E para mais quando quem sai demonstrou uma tal qualidade e amor sem reservas à camisola, que torna tormentosa para quem chega a sua substituição.
Outras vezes são os reforços, que, malgrado a sua vontade de triunfar e os esforços por que envidam, não logram proporcionar os resultados esperados.
Uns, sem que se ponha em causa a sua qualidade, ainda que ocasionalmente possam oferecer resultados, não dão garantias em todas as ocasiões.
Crêem-se absolutamente independentes e querem pensar pela sua cabeça. Falta-lhes uma visão de conjunto, pensando que poderão persistir nessa sua senda individualista. Até um dia…
Outros, coitados, pura e simplesmente, não têm qualidade suficiente. São incompetentes e toda a gente sabe ao que vêm, não sendo capazes de disfarçar minimamente aquilo que pretendem, ou quem os comanda e os salva da nula habilidade.
E há ainda aqueles que são extraordinários no seu labor. Tão extraordinários que, por vezes, com bastante frequência até, exageram. Atingem “picos de forma” muito cedo na temporada, e sobem com isso as expectativas.
Em condições normais aconteceria o que se disse para os anteriores, toda a gente sabe ao que vêm, e isso poderia constituir uma forte condicionante a que correspondessem às expectativas criadas.
O “mundialista” Olegário Benquerença, “par” do Lucílio, na época transacta parece ser o único, claramente à altura da tarefa.
O Pedro Proença enquadra-se naqueles casos de pretensa independência, e é um bocado aleatório nas suas intervenções. Tem-se em grande conta, e agora, tendo sido considerado o melhor árbitro, o seu narcisismo deve estar nos píncaros. É como o outro: “Julga-se o melhor condutor do Mundo…”.
Tão depressa pode acertar, como errar redondamente, em suma, não é fiável.
Ficam os Brunos Paixões, os Carlos Xistras, os Elmanos, os Joãos Capelas, os Vascos Santos, os Hugos Miguéis, os Cosmes Machados, e a nova estrela da companhia, que mal acabou o tirocínio de subserviência, é já internacional, Artur Soares Dias.
Lá está, como é bom de ver, qualidade e competência não são certamente factores que naquele naipe estejam presente. Em todos os indicados se puderam assistir ao longo da época passada, falhas primárias e investidas contra a verdade do jogo, em particular, como acontece com os touros, quando em presença de uma certa e determinada cor.
Como candidato melhor colocado para fazer companhia ao Benquerença, “pode vir o (João) Ferreira”. É sem margem para dúvidas a escolha acertada.
Porém, como disse acima, e ficou amplamente demonstrado na final da Supertaça, o João Ferreira tem tendência para extremar as suas actuações (e)levando-as mesmo ao exagero.
Competência não lhe parece faltar, mas a necessidade de que padece de sentir-se útil, leva-o a cometer excessos, como a festinha ao Álvaro Pereira.
Um árbitro capaz de uma tal performance não é incompetente, antes pelo contrário. Perdoar cinco expulsões, todas a jogadores da mesma equipa, num só jogo, é obra. Melhor ainda quando, pelo menos, dois desses jogadores deram motivos para ser expulsos por duas vezes (David Luís – acumulação de amarelos e vermelho directo no lance com o Sapunaru, e Carlos Martins, vermelhos directos), e um deles, o Carlos Martins, conseguiu a proeza de chegar ao fim do jogo sem uma única admoestação. É obra!
Para refrescar algumas memórias aqui fica um “tesourinho deprimente” do baú benfiquista, em que se pediu, não, exigiu, a aplicação de um castigo ao Cristián Rodriguez, por uma pretensa agressão que ficou a anos-luz, por exemplo da do David Luiz.
A talho de foice, para que não esqueçam, foi o senhor árbitro da “mãozinha” na cara do Álvaro, que num acesso de homofobia, expulsou o Olberdam, no Funchal, por este mandar um colega “tomar no cú”.
E já que estamos com a mão na massa, convém ainda não esquecer que o Vandinho foi castigado com quatro meses de suspensão, por “tentativa de agressão”.
Aquele esticar de pata do Tacuara foi o quê?
Ficamos a aguardar (sentados e sem suster a respiração!) pelos “sumaríssimos”.
Se tiveram a paciência de ler até aqui, hão-de ter reparado que só se falou de um “insubstituível” – precisamente o amigo Lucílio.
Quem é a segunda “pedra nuclear” perdida?
Está mais que visto: o inefável Ricardo Costa.
Este sim, é mesmo (até ver) insubstituível. É que, se para o Lucílio, com maiores ou menores dificuldades, uma vez que não se pode fazer uma época inteira só com arbitragens do Olegário e do Ferreira, lá se conseguirão congeminar alguns substitutos, aqui o caso é bem mais complicado.
Terá que se fazer a coisa “por outro lado”!
Pois é Jorge Jesus, há “pedras nucleares” que são mesmo "insubstituívels".
Nota: Não pretendo aqui denegrir ninguém. Na realidade Jorge Jesus nunca afirmou (que eu ouvisse ou lesse), que haviam "insubstituívels". Disse foi, após a derrota na época passada em Braga, que não haviam equipas "invencívels", como, de resto, por duas vezes já demonstrámos, e espero, continuaremos a demonstrar...
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