"Com os actuais estatutos e o peso que as associações têm, será difícil. Se pensarmos onde estavam os principais líderes das associações, estavam na Islândia a ver o jogo de Portugal. Isso quer dizer algo importante e tudo indica para uma recandidatura de Gilberto Madail.
(…)
Quem quer ser presidente da Federação, não é só porque lhe apetece. Se dependesse da opinião pública a história seria outra. Mas quem quiser ser presidente tem que saber que vai vencer. Com os actuais estatutos, o futebol contínua na ilegalidade e só perante um cenário de mudança neste aspecto é que as coisas poderão ficar mais clarificadas."
Depois de ler estas declarações recentes de Vítor Baía, n’"A Bola", a minha mente vagueou para o “Astérix na Córsega”, da dupla Goscinny e Uderzo.
Apesar de simétricos no seu desenrolar, os processos eleitorais corso e para a presidência da Federação Portuguesa de Futebol (FPF) são, como podem ver, impressionantemente semelhantes.
Os corsos põem os votos nas urnas, deitam-nas ao mar, sem as abrir, e o mais forte é “eleito” Chefe.
Na FPF, tendo em conta os “preliminares” que vão sendo do conhecimento público (e só estes) – viagens à Islândia, jantares e por aí fora – primeiro congregam-se os apoios e fica-se a saber quem ganha as eleições, e depois (finalmente!), vota-se.
Ou seja, às malvas com a democracia e a liberdade de escolha. As urnas, que em princípio, seriam por excelência o local de decisão, não passam em ambos os casos de um belo adorno decorativo, ou, no caso da Córsega, de poluição marítima.
Bem visto Vítor Baía. Assim não vale a pena. Palhaçada por palhaçada, mais vale ir lá o Fernando Seara, que nesse capítulo, joga em casa.
Como diria o Astérix:
“Por Belenos e por Toutatis, são doidos estes lusitanos!”
Nota: Não obstante, há que reconhecer que as “potenciais” candidaturas de Vítor Baía e Fernando Seara seriam/são bastante diferentes nos seus pressupostos de base.
Para este último, independentemente de se decidir a avançar ou não, uma candidatura destas, visa com certeza, mais do que um objectivo. Ou quem a patrocina não tivesse por hábito movimentar-se “por outro lado”, em vários tabuleiros.
Antes de mais, tenho para mim que a candidatura de Seara se integra na estratégia global de descredibilização do futebol português, seguida por quem faz disso álibi recorrente para quando as coisas não lhe correm de feição.
É mais uma candidatura de “uma pessoa seríssima e consensual” (e independente, acrescento eu), que tem em vista a regeneração deste nosso pobre futebol, a bem da verdade desportiva.
Se for bem sucedida, temos verdade desportiva. Se não, então é a vitória de todos os sistemas e mais alguns, dos que não têm vergonha, e dos que estão interessados na manutenção do actual status quo.
Por outras palavras, se ganharem, ganham, e se perderem, ganham capital de queixa, para continuarem como se tem visto até aqui, na política do quanto pior melhor. Bem hajam!
De um outro ponto de vista, quanto mais longe for a candidatura de Fernando Seara, e quanto mais comichão causar a Gilberto Madaíl, melhor.
Para quem estrategicamente “os lugares na Liga são mais importantes do que contratar bons jogadores”, quanto mais apertado estiver Madaíl, maiores probabilidades terá de colocar os seus peões de brega.
Basicamente é o mesmo tipo de jogada utilizado na negociação com a Sportv, com a entrada em cena da BenficaTv. Não são de facto muito imaginativos.
Tacticamente não revelam grande riqueza, mas lá está, é dos livros, e não é mais do que a aplicação do velhinho “em equipa que ganha, não se mexe”. Em táctica vencedora também não.
Resta saber é até que ponto esta será vencedora. Duas Ligas já rendeu, mas mais do que isso, a ver vamos…
Quanto ao Vítor Baía, deve ter aprendido que dar a cara e boa vontade, não chegam para este tipo de cavalarias, e se pensou que sim, então muito anjolas terá sido.
Razão tinha o Figo quando disse que só se quisesse ter chatices é que voltava para Portugal.
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