Depois de ver escarrapachado na capa de um jornal diário o termo “goleada mínima”, para caracterizar a derrota do Olympique de Lyon, por 3-4, chego à conclusão que o linguajar futebolês, tal como a língua portuguesa, está a precisar de um acordo, que vai bem para lá do ortográfico.
É compreensível que, dado o momento em que vivemos, seja necessário moralizar e motivar algumas alminhas que têm no próximo fim-de-semana um compromisso inadiável, ainda que não esteja posta completamente de parte, qualquer tentativa obtusa de o adiar. Vocês sabem de quem é que eu estou a falar…
Mas daí até um resultado de 4-3 se transformar numa goleada! O clube que marca quatro golos goleia. E o clube que sofre três? Não é goleado? A grande diferença está no golito que vai de três para quatro golos? Enfim…
Já todos percebemos que temos que ter algum cuidado na forma como se dizem certas coisas, que, assim de chofre, magoam mentes mais sensíveis. Enquanto que outras, o conveniente é exagerá-las para lá dos limites do ridículo.
Compreende-se. Tudo a bem da moral, da motivação, e porque não dizê-lo com frontalidade, da recuperação da tesão de alguns fulanos, que andam por aí para o murchinho ultimamente.
Por isso mesmo, tendo em conta os comentários que circulam sobre alguns lances avulsos do último jogo do Paços de Ferreira, deixo aqui a minha sugestão sobre como, eufemisticamente, deveriam ser abordadas essas jogadas:
1) penálti simulado pelo Fábio Coentrão – jogada do tipo “Aimar, Aimar, é cair, e marcar”;
2) falta inexistente sobre o Fábio Coentrão, que leva à expulsão do jogador pacense – jogada “E tudo o vento levou”;
3) agressão do Cachinhos Dourados – jogada em que o atleta de farta cabeleira encaracolada, amavelmente e com risco iminente para a sua própria integridade física, atinge na face com o seu membro superior um oponente, na tentativa esforçada de remoção de um dente cariado que atormentava de sobremaneira este último, pondo em causa a sua performance desportiva;
4) penálti cometido pelo Maxi Pereira – jogada em que o artista, provavelmente filho de mãe de profissão incerta, mas ainda assim inconfessável, projecta o seu antebraço de encontro à zona peitoral do adversário, numa tentativa, de resto, bem sucedida, de demonstrar o acerto da Teoria da Gravidade, da autoria de Sir Isaac Newton (ainda que o dito desconheça por inteiro a Teoria, o Sir Isaac, e tenho as minhas dúvidas quanto à mãe!).
Nota: Texto inspirado por este outro, no Tomo I. A imagem é a mesma, porque não encontrei outra sobre o mesmo assunto. O seu, a quem de direito...
. Coisas diferentes, talvez...
. Quando uma coisa é uma co...
. O acordo necessário e a n...
. FC Porto 2016/2017 - Take...
. A quimera táctica do FC P...
. No news is bad news, (som...