Muito se disse já sobre o FC Porto x Marítimo. Sobre o golaço do Guarín, sobre os festejos de Jorge Nuno Pinto da Costa e de André Villas-Boas, aquando do golo do puto James, sobre a importância desta vitória para afastar a insustentável pressão das papoilas, enfim, de tudo um pouco.
Admito que também eu, depois da derrota no jogo da Bwin Cup, estava (e estou) cheio de medo, e por isso, também vibrei com a bomba do Guarín e com os demais golos portistas, o do James incluído.
Mas, mais do que esses aspectos, já sobejamente vistos e revistos, houve naquele jogo alguns pormenores, que ainda não vi suficientemente destacados, e que me tranquilizam quanto ao futuro.
Acaso repararam bem na equipa que entrou em campo?
Comparem-na com as expectativas prévias ao início da época e com aquele que vem sendo o onze-tipo de Villas-Boas.
O FC Porto entrou com Sapunaru, que na pré-época poucos ou nenhuns alvitravam como titular, no lugar, que supostamente, seria cativo do Fucile.
Não me atrevo a dizer, com Otamendi no lugar do Maicon, porque este é um dos lugares cujo titular só agora parece começar a ficar definido. Adiante, e para concluir a defesa, o Emídio Rafael no lugar do Álvaro Pereira.
No meio-campo, o Guarín em vez do Fernando, se bem que aqui começo a ter dúvidas de quem é que será na realidade o lugar.
Na frente, o James no lugar do Hulk, e o Hulk no do Falcao.
No decorrer do jogo, aos 66 minutos, com o resultado em 2-1, entra o Fernando para o lugar do Varela, e altera-se ligeiramente o esquema táctico, passando a um meio-campo com quatro jogadores.
Mais liberdade para o Guarín, e golo aos 73 minutos. Aos 74, sai o Sapunaru lesionado e entra o Maicon. Oito minutos depois, o regressado Mariano Gonzalez ocupa a posição do Belluschi.
O FC Porto acaba o jogo com o Otamendi no lugar do Sapunaru, o Maicon no lugar do Otamendi, o Fernando no do Guarín, este no do Belluschi, e o Mariano, no do Varela.
Ou seja, trocas de posição e alterações tácticas, q.b., sempre sem comprometer o resultado final da partida.
Mais, com o Fernando, Varela e Mariano, todos eles a regressarem após lesões, a deste último, prolongada.
Pressão? Medo? Esta equipa mostrou acima de tudo, que tem soluções. Há polivalência e há jogadores que permitem encontrar diferentes alternativas para os entraves que forem surgindo, e de certeza que vão ser muitos.
Que me perdoe o Jorge, do Porta 19, mas quanto a mim, e com o devido respeito, este jogo mostrou que o nosso ensemble, neste momento não está muito talhado à maneira das grandes orquestras com tubas e violinos. É bem mais jazz, com uma boa dose de capacidade de improvisação colectiva e swing individual à mistura.
Assim se mantenha o soul, ou por outras palavras, a vontade de vencer e o querer.
No entanto, como não poderia deixar de ser, há sempre um “no entanto” ou um “mas”, que vem avacalhar a harmonia. Neste caso, são algumas notas dissonantes dadas por jogadores como o Rúben Micael, Walter, Souza, Sereno, Cristián Rodriguez e o Emídio Rafael, que por diferentes motivos, continuam a não tocar pela mesma partitura.
É pena, e oxalá entrem rapidamente em sintonia (os que tiverem unhas para isso…), porque, nas palavras do Carlos Tê e na voz do Rui Veloso, “não se ama alguém que não ouve a mesma canção” (“Anel de Rubi”).
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