Quarta-feira, 2 de Fevereiro de 2011

O emotivo racionalmente sádico

Hoje, enquanto adepto portista, estou a viver um dilema, ou melhor dizendo, um trilema.

 

Há em mim um adepto emotivo que, desnecessário será dizer, quer que o FC Porto ganhe, mas não só. O ideal seria ganhar, dar baile e uma valente cabazada ao seu oponente. 5-0, ou mais, a coisa não pode ficar por menos.

 

Depois, há um outro adepto racional que compreende o André Villas-Boas, e sabe que nem todos os jogos podem ser recitais do “Quebra-nozes”, e que não vamos ganhar sempre por 5-0, ainda que seja contra a equipa que vamos defrontar hoje.

 

Este adepto está consciente de que estamos numa meia-final da ex-Taça de Portugal, actual Taça Millenium, que se joga a duas mãos, e que esta, disputada em casa, é apenas o prólogo de uma história, que terá o seu desfecho lá para a Primavera.

 

Assim sendo, e porque os golos fora valem a dobrar, como nas competições europeias, o resultado preferido seria um 2-0, sem espinhas.

 

Só que há ainda um terceiro fulano em mim, e esse o que quer é que o FC Porto ganhe, claro está, mas apenas por um mísero 1-0.

 

Pois é. Um a zero. Porém, um um a zero especial. Um um a zero em que o golo da vitória seja marcado pelo Hulk, aos 95 minutos de jogo, já após o período de compensação de 4 minutos determinado pelo árbitro, e na conversão de uma grande-penalidade a punir uma falta inexistente sobre o próprio Incrível, depois de este, claramente em posição de fora-de-jogo, ter previamente ajeitado a bola com o auxílio da mão que lhe estava mais ao pé, enquanto os rivais, parados, reclamam do árbitro a interrupção da partida, para que seja prestada assistência a um seu companheiro estendido no relvado. Obviamente que a concretização do penálti só aconteceria à segunda tentativa, depois de o guarda-redes contrário ter conseguido suster o primeiro remate, com o árbitro a ordenar a repetição da marcação do castigo máximo, por invasão da grande área, por parte de um seu colega de equipa, que tropeça e cai lá para dentro.

 

Este gajo, como podem ver, é um sádico da pior espécie. De tal maneira que até sente pena por, desta vez, não irmos ter o Cachinhos Dourados a marcar o Hulk, para ver novamente cenas destas…

 

 

 

É verdade. O rapaz, que até é bom moço, viu-se livre destes assados. Pronto, tem lá as suas coisas, como aquela mania irreprimível de acariciar os colegas de profissão utilizando os punhos, os ante-braços ou os cotovelos, ou mimoseá-los com calcadelas nos calcanhares, mas quem é que as não tem?

 

Vejam o Luisão, o Máxi Pereira ou o Javi Garcia, para não falar do Carlos Martins, do Aimar, do Cardozo ou do César Peixoto. Todos nós temos os nossos momentos de fraqueza, ainda que nuns sejam mais recorrentes que o desejável.

 

O tipo é de um sadismo tal, que até está a torcer para que o Falcao faça parte dos eleitos para jogar, só para que o Hulk jogue à linha, e para que, caso o Prof. Doutor Rei da Chuinga, não tenha perdido algumas das suas madrugadas dedicadas à prospecção de futebolistas sul-americanos, a congeminar um novo lateral-esquerdo, tenha pela frente o melhor defesa-esquerdo do Mundo (e não é só daquele dos arredores de Carnide!).

 

É que assim, na falta do Cachinhos, sempre poderíamos ver mais imagens como esta…

 

 

 

 

Sadismo comparável, só mesmo o da Comissão de Arbitragem da Federação Portuguesa de Futebol, ao nomear o árbitro de Portalegre, Paulo Baptista, para este jogo.

 

 

 

 

 

 

A palavra que, automaticamente, me ocorre na mente quando penso nele é “amorfo”, e não me estou a referir a fósforos!

 

O homem que foi elevado à condição de celebridade pela turba de adeptos papoilas, à pala da tal escuta, em que Pinto da Costa afirma que lhe mandou levar o jantar, e que factura como ninguém!

 

Curiosamente, a mesma turba que é incapaz de compreender o sentido de uma ironia, e que está sempre disponível para embarcar em mitos urbanos, sem se lembrar que foi após um jogo arbitrado por este mesmo árbitro, que o seu actual treinador, que à data, orientava o adversário, disse que, ”ser campeão no Braga só na playstation”.

 

É, claro que se vão lembrar dos jogos da Figueira da Foz e de Moreira de Cónegos, mas daquele, vão esquecer-se. O bom do Paulo Baptista, a fazer fé no seu historial, deve estar tão condicionado por todos os lados, que ainda se constipa com a aragem!

 

Como devem ter percebido, nem sempre é fácil conciliar estes três adeptos que em mim (co)habitam. Até ver, estou racionalmente com o catedrático:

 

Dois a zero chegam! 

 

 

 

sinto-me:
música: Let's get it started - Black Eyed Peas
publicado por Alex F às 13:16
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2 comentários:
De Jorge a 2 de Fevereiro de 2011 às 14:42
"Pois é. Um a zero. Porém, um um a zero especial. Um um a zero em que o golo da vitória seja marcado pelo Hulk, aos 95 minutos de jogo, já após o período de compensação de 4 minutos determinado pelo árbitro, e na conversão de uma grande-penalidade a punir uma falta inexistente sobre o próprio Incrível, depois de este, claramente em posição de fora-de-jogo, ter previamente ajeitado a bola com o auxílio da mão que lhe estava mais ao pé, enquanto os rivais, parados, reclamam do árbitro a interrupção da partida, para que seja prestada assistência a um seu companheiro estendido no relvado. Obviamente que a concretização do penálti só aconteceria à segunda tentativa, depois de o guarda-redes contrário ter conseguido suster o primeiro remate, com o árbitro a ordenar a repetição da marcação do castigo máximo, por invasão da grande área, por parte de um seu colega de equipa, que tropeça e cai lá para dentro."

perfect. e ainda hoje tive uma tirada destas a almoçar com amigos...parecida mas não tão completa :)

abraço!
Jorge
Porta19
De Alex F a 2 de Fevereiro de 2011 às 23:47
@Jorge

Pois é meu Caro, e não é que acertei no resultado?!
Quer dizer, falhei foi a equipa que ganhou.
Estou com vontade de retirar do post a última fotografia...

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