Mas quem é que sabe o que é que raios é que são a Doyen Sports Investments Limited e a Robi Plus Limited?
A primeira, pelo que se lê no próprio site da empresa, é um fundo privado que se dedica, entre outras actividades, a apoiar financeiramente clubes de futebol. Em Espanha patrocina o Atlético de Madrid, o Getafe e o Sporting de Gijon, e detêm em carteira vários jogadores ou partes de passes dos mesmos.
O Doyen Group, que se dedica a actividades nas áreas da consultoria financeira, dos recursos naturais, prospecção e desporto, encontra-se sediada em Inglaterra, ao passo que o contacto disponível da sua subsidiária Doyen Sports, remete para a ilha de Malta.
Quanto à Robi Plus Limited, uma pesquisa rápida através do Google, não devolve nenhuma informação relevante, para além de que também se encontrará sediada em Londres.
Portanto, ainda que com algumas reservas a respeito de Malta, estão sediadas em dois países da união europeia, o que vale o que vale, e não se encontram associadas, à primeira vista a qualquer “offshore” ou paraíso fiscal. Não é mau sinal.
Porém, não deixa de ser interessante situarem-se ambas em terras de Sua Majestade, porque, ao que parece, por aquelas bandas não lhes agrada(va) muito a história dos passes de jogadores serem detidos por “fundos”.
A ida do Tevez e do Mascherano para Inglaterra, foram exemplo disso. A coisa deu pano para mangas, e foi bem demonstrativa da forma como encaram os fundos de jogadores por aquelas paragens. Enfim, coisas de bifes!
No negócio do Defour e do Mangala, para já, o mais estanho é a confusão de percentagens de passe detidas e dos valores envolvidos na sua aquisição, e agora na alienação parcial, como o "Reflexão Portista" apurou.
Fazendo contas, passe o pleonasmo, por minha conta, parece-me que se os dois jogadores foram adquiridos por 12,5 milhões de euros e agora alienados 33,33% dos passes por 5 milhões de euros, o montante recebido corresponde a 40% do valor de compra, logo não seria de todo mau negócio.
Mas, se a isto somarmos os 10% sobre uma futura venda alienados à Robi Plus, a percentagem dos direitos desportivos daqueles jogadores que saiu da posse do FC Porto será de 43,33%. Se recebeu o correspondente a apenas 40%, a coisa fia mais fino!
Adicionando ao bolo da compra as comissões de 1.850.339 €, na contratação do Defour, e de 1.020.000 €, no do Mangala, de que fala o Relatório de Contas Consolidado do 1.º Trimestre 2011/2012, que o Reflexão traz à colação, o negócio torna-se ainda mais azedo.
Diga-se em abono da verdade, não é nada que surpreenda por aí além. Por outras paragens já se viu disto, aquando da alienação de 50% do passe do Elias.
Mais surpreendente é a opacidade da informação divulgada pela FC Porto, SAD, e as divergências entre os dados divulgados em diferentes momentos, conforme aponta o Reflexão Portista,
Há tempos, aquele indivíduo cuja cabeça lembrava um utensílio utilizado para a higiene dos ouvidos, e que presidiu aos destinos do clube de Alvalade, disse a propósito do “fundo” do rival, que "O fundo de investimento [Benfica Star Fund] é uma vergonha". Lá teria as suas razões.
Talvez por ver o Daniel Carriço avaliado em seis milhões de euros, enquanto que o fabuloso Roderick Miranda era avaliado em 8 milhões de euros.
Engraçado é que a entidade por detrás da gestão de ambos os fundos dos rivais lisboetas é a mesma, a ESAF – Espírito Santo Activos Financeiros.
Outro pormenor interessante é, no caso do Sporting Portugal Fund, os jogadores cujos direitos desportivos passaram a ser partilhados com o fundo: André Santos, Diogo Salomão, Renato Neto, William Owusu, Wilson Eduardo, André Martins, José Lopes “Zezinho” e William Carvalho. Ou seja, a maior parte deles não mora em Alvalade.
É estranho apostar-se na valorização dos activos, mas que essa valorização, a acontecer concorra para os resultados desportivos de terceiros, e não do próprio clube a que se encontram vinculados. Ou ainda que o fundo não integre, como no caso do congénere, um ou dois trutas, tipo David Luiz, Di Maria, Javi Garcia, Ruben Amorim ou Ramires. Ou não, vá-se lá saber.
Talvez não despicienda nesta matéria a colaboração prestada ao mais grande do Mundo dos arredores de Carnide, por um tal de Kia Joorabchian, o homem do fundo MSI, envolvido na história acima mencionada das transferências do Tevez e do Mascherano.
“Diz-me com quem andas”, não é?
O que é certo, é que cada vez mais, estes fundos, tal como os fundilhos das calças tapam os derrières de quem as usa, se revelam importantíssimos na cobertura das retaguardas financeiras dos clubes.
A que preço? Sabe-se lá. A voz popular costuma dizer: “quem tem cú, tem medo”, e o povo é sábio.
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