E pronto.
“Cesse tudo o que a musa antiga canta,
Que outro valor mais alto se alevanta”
Ultimamente isto por aqui anda um primor de erudição. Ele foi Marinho Neves, ele foi Tolstoi, e agora Luís Vaz de Camões. Querem melhor?
Mas que porra de merda é esta? Vamos lá atinar.
Bem Zé Luís, jogaste na antecipação, e como é costume estiveste bem. Porém, parece-me que o que está em causa não será a análise da derrota do City, pessoalizando-a, passe a redundância, na pessoa do Vítor Pereira.
Então, quando perdemos, os dois jogos da eliminatória, frise-se, não foi contra uma equipa com um orçamento de mundos e fundos, não sei quantas vezes superior ao nosso, com um naipe de jogadores cujos nomes e qualidade, metem medo ao susto, o primeiro classificado da Premier League? É lógico que foi, não foi?.
Não eram estas, mais coisa, menos coisa, as atenuantes que por aí se viam para o nosso descalabro?
O que é que aconteceu a essa equipa? Desvaneceu-se? Evaporou-se?
Não. Perdeu ontem, lá para os lados da Calimeroláxia, com um golo marcado pela sequoia do Xandão, ao melhor estilo do Cristiano Ronaldo ou do Rabah Madjer. Querem algo mais ilógico que isto?
Rodaram o plantel, descansaram titulares, estiveram-se a cagar para o adversário, enquanto por nós tiveram um respeitinho do caraças, e como topping, ainda tiveram azar?
É futebol, não é? Azar nosso a bela forma que arranjaram para demonstrar o quanto nos respeitaram.
Contudo, mais coisa, menos coisa, ou na hipótese ceteris paribus, como dizia um professor meu de economia, o orçamento permanece o mesmo, os nomes e a qualidade dos jogadores, até dos suplentes, que eram (são) tão superiores aos nossos, permanecem, e o primeiro lugar da Premier, idem.
Agora, trazem-se à colação os orçamentos de orçamentos de Gis Vicentes, Moreirenses e Vitórias de Setúbal, para la palissaniamente, se concluir, que é lógico que os orçamentos, as camisolas, os nomes, não vencem jogos. Logicamente.
Sei que sou idiota, mas não ao ponto de não admitir que todos aqueles factores também têm um peso decisivo no desfecho de uma qualquer partida de futebol, mas quanto a mim, a lógica da questão é outra.
Muito pura e simplesmente, fomos burros. Fomos burros quando programámos uma temporada, pensando que íamos jogar na Champions, e a seguir na Liga Europa, com um ponta-de-lança, mais o Walter, e com a alternativa do Hulk ao meio.
Fomos burros na abordagem que fizemos às partidas com o Manchester City. Sim, é muito bonito jogarmos de peito aberto, olhos-nos-olhos, taco-a-taco, jogo-pelo. jogo, e essas coisas todas.
Mas,…e resultados?
Comprovadamente, a lógica do jogar bonito não é condição necessária e suficiente para garantir vitórias. Pode ajudar, mas há mais vida para além disso.
E ainda, fomos burros, ou tivemos azar, na forma como sofremos um golo aos vinte e poucos segundos de jogo, quanto tínhamos um resultado adverso para recuperar.
Quanto a mim, este foi, muito logicamente, o cerne da questão.
Agora, o que me parece completamente ilógico é que, após uma vitória na Liga, logo surjam jogadores prontos para zarpar para outras paragens.
É o Hulk, a dizer-se "preparado para deixar o Dragão", e rumar a Espanha, Inglaterra ou à Alemanha (porquê a Alemanha? O euro está em baixa, e já não há deutsh marks).
É o futuro do James, que tal como o do André Villas-Boas, que passa pelo Inter de Milão.
Pergunto-me: “qual é a lógica disto?” Acaso ganhámos mais alguma coisa, para lá dos três pontos em disputa naquele jogo?
Estas novelas de carretel das saídas não tinham acabado com a saída daquele rapaz do chapéu colombiano? Estão mal por cá?
É claro, é lógico que todos querem melhorar de vida, mais a mais com esta crise, que se instalou e parece não querer desamparar a loja, mas é esta a motivação para o que falta jogar de temporada?
Bardamerda! Se é assim, parece-me que, muito logicamente, a probabilidade de as coisas correrem mal é elevada.
E fico mais piurço ainda quando vejo o Marco Ferreira a dirigir no Dragão, o nosso jogo contra a Académica de Coimbra.
Não é nada de pessoal, e até é já a terceira vez que o recebemos. Contra o Vitória de Setúbal e contra o Rio Ave, compreendi a nomeação: eram duas equipas que equipavam de riscas verticais verdes e brancas, portanto, fazia sentido que fosse o mesmo árbitro.
Mas, o que é que querem, por muito ilógico que pareça, a partir do momento em que foi eleito um presidente da Liga, com ligações àquele clube da ilha dos buracos, chateia-me ver este indivíduo nos nossos jogos. Chamem-lhe “superstição”, ou o que quiserem.
Pior ainda, quando o Bruno Esteves é nomeado para Paços de Ferreira. Há um fétiche qualquer de alguém por este árbitro e jogos entre papoilas saltitantes e castores.
Na primeira volta, no Estádio da Lucy, quem é que lá esteve? Ele. Na época passada, quando se estreou nestas andanças, quem é que lá esteve? O próprio.
E que bem que correu esse jogo, recordam-se? Ele há lógicas que me transcendem. Ou não, o que às vezes ainda é pior.
Por tudo isto, muitos parabéns ao Sporting, pela vitória, e por demonstrar que, por muito lógico que pareça, nem sempre o destino da batata, quando a colhem, é a fritadeira.
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