[A anedota que aqui tinha sido inserida foi por mim removida. Não porque tenham havido comentários ou reclamações em relação à mesma, mas porque, depois de pensar sobre o assunto, conclui, eu próprio, que era, de facto, de um tremendo mau gosto, podendo eventualmente, apesar de ser apenas uma piada, e não passar disso, ser tida como ofensiva por alguns leitores.
Da mesma maneira que tenho para mim que a liberdade de expressão que me assiste, me permitiria escrevê-la, também acho que essa liberdade terá necessariamente que ter como limite o bom senso.
Assim sendo, as minhas desculpas a quem a leu, e se sentiu ofendido, e a quem vier a ler o texto após esta alteração, e perder o seu sentido integral]
(...) é assim que vejo as possibilidades de rodagem de jogadores do nosso meio-campo no clássico de amanhã.
Compreendo perfeitamente o nosso presidente quando proclama, no contexto de três saídas difíceis, uma delas ultrapassada, à ilha dos buracos, ao Estádio da Lucy e a Paços de Ferreira, a prioridade atribuída à Liga, em detrimento da meia-final da Taça dos outros.
Contudo, não estou a ver como é que poderemos ir ao nosso palco de festas favorito rodar jogadores.
Se bem lembro, para o encontro com o Nacional, a dada altura, tínhamos disponíveis quinze jogadores. De tal maneira que fizeram parte dos convocados o sub-19 Mikel, e o excomungado Iturbe.
Agora, regressa de castigo o Hulk, e consta que recuperou de uma lesão o Djalma. Portanto, como continuará de fora o Fernando, qual é a rotação passível de introduzir no plantel?
O Bracali parece ser dado adquirido. E quanto ao resto? Volta o Sapunaru à direita? Joga o Alex Sandro em vez do Álvaro Pereira? O Maicon faz dupla no centro da defesa com o Mangala? Ou será Maicon, Rolando, Mangala e Alex Sandro? Há duas semanas, quando levámos o jogo a sério, começámos com Maicon, Rolando, Otamendi e Álvaro Pereira, passámos por Djalma, Maicon, Otamendi e Álvaro Pereira, e acabámos com o Sapunaru no lugar do Djalma.
No ataque, com o regresso do Hulk e do Djalma, ficamos com alternativas que chegam para correr com o Iturbe dos convocados e o Cristíán Rodriguez do onze titular.
Ou então, dentro do tal espírito de rotatividade, será que se vão manter? Seja como for, há alternativas.
E no meio-campo? Que opções temos? Assim de repente, ocorrem-me o Defour, o João Moutinho e o Lucho Gonzalez, a rodarem precisamente com…o Defour, o João Moutinho e o Lucho Gonzalez!
Tirando a hipotética possibilidade do Mangala alinhar a trinco, ou da inverosímil estreia de um Mikel ou de um Podstawski, o que é que resta?
Pois é, nada.
E aqui chegados, como em tudo na vida, haverá (pelo menos) duas hipóteses:
Os nossos três mosqueteiros estiveram a poupar-se na partida com o Nacional da Madeira, e vão entrar em alta rotação no Estádio da Lucy.
Ou, efectivamente, não podem com uma felina pela cauda, e estamos à beira do abismo, em vias de dar um passo em frente.
Aquilo que diz o nosso presidente é revelador sobre a forma como se encarou esta temporada. A prioridade é o campeonato. Isso não invalida que, nesta altura da época me pareça incompreensível a inexistência de opções para o meio-campo, que permitam colmatar a ausência, neste caso por lesão, como poderia ser por outro motivo qualquer (castigo, baixa de forma, sei lá…), do Fernando.
Diga-se em abono da verdade, que o candidato (mais) natural para o substituir, o Souza, nunca deu mostras de ser capaz de o poder fazer a contento.
Que implicações é que isto tem? Bem, como se viu no último jogo, por o Defour e o João Moutinho a jogarem lado a lado, não foi a melhor das soluções.
O ex-box-to-box João Moutinho, nos dias de hoje, é mais box. Joga numa caixinha imaginária, que se transforma com frequência num labirinto, do qual nenhuma Ariadne ou colega de equipa, que seja, o ajuda a sair. O Defour, pelo seu lado, preferencialmente do centro para a direita, andou relativamente perdido, mostrando à saciedade que pode ser muita coisa, mas não é um número 6.
Mas haverá alternativa a este estado de coisas?
Há duas coisas que é pura perda de tempo pedir ao Lucho Gonzalez para fazer ou demonstrar, aliás, não valia a pena fazê-lo quando de cá saiu, e agora, ainda menos: defender e a apetência para alinhar numa espécie de tiki-taka à moda da casa.
O Lucho era e, parece-me que continua a ser, ainda que num quadro de rotações mais baixas, um grande jogador. Mas é homem para movimentos de ruptura. Não dele, claro está, mas dos outros. Passes rápidos e precisos, a rasgar, à procura de um finalizador.
Assim sendo, e porque, quer passe a estratégia de jogo pela posse da bola ou seja por transições rápidas, o primordial e fundamental passo a dar terá de ser sempre a recuperação da bola, nem vale a pena pensar em pressionar alto, como tentou o Vítor Pereira implementar no início da temporada.
É claramente tempo perdido. Resta pois atrasar linhas, e aguardar o embate do adversário. Ora, recuar sem o Fernando a servir de pilar e a cobrir a defesa, não é fácil.
Foi isso que se viu contra o Nacional da Madeira, e é esse, quanto a mim, um dos motivos para a enorme clareira que se abre naquele meio terreno, onde, bem para lá da simples falta de pernas, outras faltas por ali haverá, que aliadas à falta de visão que nos levam a não ter, nesta altura do campeonato, entre outras coisas, alternativas para o meio-campo.
Cada vez percebo menos disto. Ou cada vez quero perceber menos.
Venha mas é de lá o jogo, o árbitro e tudo o resto, com rotatividade, sem rotatividade, só espero que ninguém se aleije, e que no final, possamos, como é hábito, festejar a vitória (nem que seja nos penáltis) no Estádio da Lucy. Outra vez!
Nota: Depois de escrever o texto, reparei que, entretanto, saiu a lista de convocados para o jogo. Afinal, o Varela também está de regresso, e o Iturbe mantem-se. Saíram o Helton, o Cristián e o Mikel. Quanto ao resto, nada de novo…
Nota2: …e o árbitro é… Artur Soares Dias!
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