É engraçado, mas, muito honestamente, não fiquei chateado por aí além com a nossa derrota de ontem. É bem certo que será menos um título que eventualmente, poderíamos conquistar, e não o vamos fazer.
É mais um que o nosso adversário, poderá eventualmente, e há por aí quem se esqueça, deste eventualmente, conquistar.
Acima de tudo, o que me chateia mesmo é perder com aquele clube. Sempre, seja em que circunstância for, e onde quer que seja. Em especial, no nosso querido Estádio da Lucy, futuro palco da final da Champions.
Quanto ao resto, como disse no título que encima este texto, é uma questão de copos. Meio cheios, meio vazios, e os que alguns parece que andaram a beber.
À posteriori, parece-me que atentas as condicionantes deste jogo, não estivemos mal. Não direi ainda, como enunciou o nosso treinador, que estivemos perante uma “gestão inteligente” do plantel. Para isso, faltou a vitória, e falta ainda saber como é que nos vamos sair no futuro.
Ficaria por uma “gestão proactiva” do grupo de jogadores disponíveis. Na troca do Helton pelo Bracalli, nada a dizer. Não há aí grande gestão, é o usual, e estiveram bem, ele e o treinador.
A entrada do Sapunaru, era expectável, dado o castigo do Maicon para a próxima jornada. Bem de novo, ambos.
No centro da defesa, há que dar rodagem ao Mangala, e ele esteve no melhor e no pior do jogo. Compensa em disponibilidade física e vontade, aquilo que lhe falta por vezes em discernimento (primeiro golo contrário) e em posicionamento (terceiro). São vinte anos, caramba!
O Alex Sandro tinha feito uma perninha contra o Nacional da Madeira, adivinhava-se o lançamento neste encontro. Também razoavelmente bem. O que se espera de um lateral brasileiro: afoito a atacar, e ainda tenrinho, quando toca a defender.
No meio está a virtude, e esteve no nosso meio-campo. O Lucho resolveu contrariar o que eu havia escrito num texto anterior, e enquanto durou, esfarrapou-se como é raro vê-lo fazer. É uma pena não jogarmos a Liga em trinta voltas contra o mais grande do Mundo dos arredores de Carnide.
Pareceu-me que a sua saída e a entrada do James, fora determinantes na quebra da equipa, sem que consiga decidir-me qual a mais influente. É muito provável que o Lucho tivesse dado o que tinha para dar, e por outro lado, havia que poupá-lo para outras batalhas. Pena é, que com os anos que leva de carreira, nunca tenha dedicado uma atenção mais especial aos remates de longe. De carambola, ainda lá vai, que de resto…
Não utilizo muito a palavra “sublime”, mas foi assim que o João Moutinho esteve, senão nos noventa minutos, pelo menos em grande parte deles. É, de facto, uma pena não jogarmos a Liga em trinta voltas contra o mais grande do Mundo dos arredores de Carnide.
O siamês Defour, ficou uns (bons) furos abaixo. Esforçou-se por acompanhá-lo, mas não é para todos.
O Álvaro Pereira a médio, entronca naquele conceito de “descanso activo” do André Villas Boas. Para quem está habituado a fazer o flanco todo, parece que falta (e faltou) ali qualquer coisa.
Portanto, perdemos. Porém, não me parece que as coisas tenham estado tão desequilibradas, que dêem azo a um desequilibrado qualquer achar que a sua equipa provou que era melhor que a nossa.
Em particular quando o próprio indivíduo admite que é totalmente alheio ao caminho trilhado para o sucesso por essa equipa.
"Os meus jogadores não treinam bloqueios" – diz ele. Pois claro. Bem me parecia que ele era lá capaz de se lembrar de tal coisa. É mais que evidente que são movimentos espontâneos. O facto de se repetirem jogo após jogo, sem punição pelos árbitros, é mera coincidência.
Como aquela espécie de baile de roda que fazem, de mãos dadas, aquando dos livres adversários nas proximidades da sua área. Ou as entradas a pés juntos do Garcia, as cotoveladas e cuzadas do capitão de equipa, os chegas-p´ra-lá do Maxi Pereira, ou as entradas do Cardozo.
Nada é ensaiado, em nada disso há o dedo do treinador. Tudo fruto da espontaneidade daquelas cabecinhas. Deve ser da do Luisão, que é onde as ideias devem ter mais aderência…
No fundo, apenas confirmou aquilo que sempre pensei. O fulano tem pouco de treinador de futebol, e muito de treinador de cavalos. It takes one to coach several…
Uma vez que entrámos no domínio da arbitragem, abro aqui um parêntesis, para esclarecer alguns adeptos do dito clube, que ao contrário do que resfolegam, não é verdade que falemos agora do tema, e que há duas semanas tenhamos ficado calados.
Ou não nos ouviram, ou não quiseram ouvir, ou então, o que ainda é mais provável, não nos entenderam.
Há duas semanas, se não foi unanime, mesmo entre portistas, terá sido quase, o entendimento de que o golo da vitória foi obtido em fora-de-jogo. Não houve dúvidas quanto a isso. Da mesma maneira que também não houve dúvidas quanto ao facto de termos sido sistematicamente prejudicados ao logo de todo, pelo árbitro que tanto contestaram, para sermos beneficiados pelo auxiliar, numa única jogada, que por acaso, ditou o resultado.
Ontem não foi assim. Não falo do fora-de-jogo, eventualmente mal assinalado, mas o segundo golo dos da casa foi claramente precedido de falta. O árbitro também teve o seu momento de “bloqueio”.
Contudo, não esteve bloqueado em duas situações que ainda não vi escalpelizadas em parte alguma. São comezinhas, é certo, mas é por este tipo de coisas que se aferem intenções e intencionalidades.
A dada altura, como o resultado em 2-2, o árbitro chama a atenção ao Bracalli, para apressar a reposição da bola em jogo, e quando se vira para o centro do terreno…interrompe a partida para entrar o Gaitán!
No lance em que o Witsel leva cartão amarelo, por falta sobre o James, há uma primeira falta, o Artur Soares Dias dá a lei da vantagem. O miúdo sofre uma nova falta, cai, o árbitro assinala…mas manda marcar o livre mais atrás, no local da falta inicial. Porque carga d’água, se deixou seguir o jogo?
Sim, eu sei que são apenas pormenores. Só que, quando se é assim nas pequenas coisas, imagine-se nas grandes…
Ora bem, estes são os motivos pelos quais o copo me pareceu meio cheio, incluindo alguns que contribuíram para o seu esvaziamento, e ainda outros que me levam a crer que alguém se meteu nos copos.
O copo meio vazio tem a ver com algo que escrevi aqui há tempos:
“Os objectivos para esta temporada vão caindo uns atrás dos outros, como peças de dominó. Dos seis títulos, que para nós, adeptos que ainda acreditamos no Pai Natal, no coelhinho da Páscoa, e que o FC Porto entra em todas as competições para ganhar, salvou-se a Supertaça.
Restam a Liga Zon Sagres e a Taça dos outros, que, curiosamente, vão ser decididas contra a mesma equipa, e no Estádio da Lucy”.
Neste momento, livrámo-nos de mais um escolho, e estamos reduzidos ao objectivo que passou de prioritário a único.
Agora, para alcançar essa meta temos falta de um Hulk, a jogar mais do que aquilo que fez, em especial na segunda metade do desafio de ontem. E esse é também o meu copo meio vazio. Do Kléber, infelizmente, deixámos de esperar grande coisa, mas começo a sentir saudades do Incrível.
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