Para dizer a verdade, quando comecei a ver futebol Pinto da Costa ainda não era presidente do FC Porto. A bem dizer, sei que era Américo de Sá, porque li a história do clube, e pouco mais.
Contudo, tal como a maior parte dos colegas da bluegosfera, o primeiro presidente que conheci, conscientemente, foi…Pinto da Costa. Obviamente.
Recordo-me do Verão quente de 80, de ficar altamente traumatizado pela saída do clube do António Oliveira e do Fernando Gomes, e pior ainda, da derrota na final da Taça de Portugal, que esteve marcada para o Porto, depois para Lisboa, e que acabou por se realizar nas Antas, onde o César nos lixou. Na nossa própria casa, caramba!
Mas a primeira figura, digamos de referência, que tive, sem ser jogador, foi o José Maria Pedroto. Depois sim, veio Jorge Nuno Pinto da Costa. É incontornável.
Vendo aquilo que foi sendo dito e escrito por estes dias sobre Pinto da Costa, tudo aquilo que possa dizer agora é chover no molhado. Não adianta, nem acrescenta grande coisa.
Prefiro então, dar um exemplo prático, recente, do porque o admiro.
No início do mês, quando a contestação ao Vítor Pereira (o nosso treinador, e não o outro!) amainou com as vitórias sobre o Olhanense e o SC Braga, veio Pinto da Costa, saiu daquele papel de forrar fundos de gaiolas de periquitos, um arroto azedo, pretensamente sob a forma de notícia, a dar conta que, mesmo vencendo a Liga, o treinador estaria de saída no final da época.
Para além do comunicado oficial, veio Pinto da Costa acrescentar mais qualquer coisa, não só desmentindo contactos com outros treinadores, mas, como quem não quer a coisa, aproveitando para afiançar que “se há algum treinador a ser contactado, não é pelo Futebol Clube do Porto”.
Assim. Sem mais. Sem adiantar nomes, ou mais pormenores. O certo é que, ainda assim, houve quem se visse na necessidade de vir segurar o seu próprio treinador para a próxima época.
"Saída de Jesus? Só se ele morrer", apressou-se a asseverar o Vieira. A carapuça serviu? Ou terá sido apenas um acto reflexo de alguém que revela bastas dificuldades em enxergar para lá do seu umbigo?
Indiferente, Pinto da Costa volta há carga, referindo haver um clube interessado na contratação do Leonardo Jardim, mas que, ao contrário do que por aí corre, não será o nosso.
Contrariando a corrente e preocupado, como sempre, com os ardis do presidente do FC Porto, a alcoviteira-mor do futebol português, Rui Santos, qual bom samaritano na sua boa acção do dia, adverte que "Pinto da Costa nunca adormece".
Perante a “tentação das turbas em crucificarem o treinador”, avisa que o clube “tem que perceber que se quiser criar condições para perder Jorge Jesus, alguém pode aproveitar-se disso”.
Isto, quando o próprio diz, como se pode ver na capa acima, que “Por mim não saio daqui!”. É claro que o “por mim”, é sempre muito relativo.
Pinto da Costa é isto mesmo. Desconcertante. Num dia, vêem-no interessado em Leonardo Jardim, no outro em Jorge Jesus. Os seus adversários e ódios de estimação não lhe conseguem resistir.
É tal o receio que por ele nutrem, que fala, comenta, riposta ou apenas respira, e alguém tem que lhe vir dar resposta, alguém tem de vir gritar: “Aqui d’el Rei!”
Há alguns que se dedicam à caça ao gambuzino. Ele não. Apascenta-os, doma-os e lança-os de volta para de onde vieram.
Por acção ou por omissão, em pessoa ou em espirito, está sempre presente nos pesadelos mais negros de alguns e nos sonhos azuis e brancos de outros.
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