Há muito tempo que não assistia a um jogo de basquetebol, ainda que pela televisão, quase na sua totalidade.
Ontem fi-lo, e em má hora, pois pude presenciar duas situações que, quase de certeza absoluta, raramente se terão visto até à data, e que dificilmente se tornarão a presenciar.
A primeira, uma equipa marcar apenas quatro pontos, no decurso de um dos quartos da partida (no caso, o segundo), e todos eles de lance livre.
A outra, uma equipa que, com 17 segundos para jogar (no último quarto), e a possibilidade de passar para a frente no marcador, numa reposição de bola pela linha lateral, sobre a linha de meio-campo, entrega a bola ao adversário.
Infelizmente, as duas ocorreram do nosso lado. E perdemos o campeonato nacional.
Só tinha tido a oportunidade de espreitar um dos jogos da série final, o de sábado passado, em que também fomos derrotados (querem lá ver que sou eu, que sou pé frio!). O que então me pareceu, e escrevi-o num comentário que fiz num texto anterior, foi que tínhamos entrado “fraquinhos e sem grande chispa”.
Quanto mim, foi o que se tornou a ver ontem. Não tenho a menor dúvida de que, na cabeça dos jogadores, o pensamento estava na vitória. A forma como recuperaram de onze pontos de desvantagem, até quase virar o jogo, é elucidativa.
Mas faltou ali, sempre qualquer coisa. Faltou acerto, é verdade. Às vezes, uma pontinha de sorte, também. Mas, fundamentalmente, faltou garra, faltou a capacidade para reagir, ou melhor, capacidade para reagir à Porto.
Os jogadores até iam acertando umas coisas, desde que não fossem triplos, e o Stempin, que até foi eleito MVP, lances livres, desde que de um em um. Só que depois, tornavam a recair na mesma maldita letargia. Pareciam amorfos.
Durante o intervalo, mostraram o Rolando a dar autógrafos na bancada, e pensei: “É isso! É isso que estes tipos parecem: uma trupe de Rolandos”.
Foi um estado de amorfidão generalizado, em que o único que a dada altura, no início do último quarto, pareceu querer escapulir-se, foi o miúdo Diogo Correia.
Colocado, pelo que percebi, de forma não muito usual, a primeiro base, teve duas boas iniciativas. Vai daí, ensaiou um triplo em cima do relógio dos segundos, que falhou, e foi recambiado de novo para o banco.
Mais a frio, e tendo em conta aquilo que se ouvia por aí, sobre salários em atraso nas modalidades (basquetebol, andebol e hóquei em patins), será que isso teve algum peso na postura dos jogadores?
Depois de ler, no Dragão até à morte, a entrevista do treinador do andebol, Obradovic, e de observar o seu comportamento no banco, e em várias entrevistas em directo, parece-me evidente que, a sua desenvoltura para lidar com uma situação daquela natureza, será razoavelmente diferente da que, pelo que é dado a ver, terão o Moncho López, apesar de ser, sem dúvida, um grande treinador, ou o Tó Neves.
Uma nota final para o que se terá passado a seguir ao jogo. Não vi. Desliguei a televisão antes.
No entanto, ainda no decorrer do jogo, viram-se objectos a caírem dentro do campo, o que, aparentemente, terá motivado a entrada da polícia. Para além disso, não vi mais nada.
Mas todos conhecemos o Carlos Lisboa, e assim sendo, sabemos do que é/foi capaz. De bom, infelizmente, e de mau…
Por isso, e no que a ele diz respeito, não andaremos muito longe da verdade se pensarmos como confessou um dia o ex-árbitro Carlos Valente:
“Decidi acertadamente, por intuição, uma situação de jogo estando de costas para o lance”.
Actualização (2012.05.24, às 22:50):
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