…de barco.
Era expectável. E no entanto, superou as minhas melhores expectativas.
Quando começou o Euro 2012, em conversa com o meu colega de sala, perguntava-me ele se tinha esperança de que fizéssemos alguma coisa de jeito.
Respondi-lhe que ia ver como é que corria a fase de grupos. Se ultrapassássemos o tal “grupo da morte”, talvez me motivasse para pensar no assunto.
Enganei-me. Depois daquele arranque titubeante contra a Alemanha, o segundo jogo, contra a Dinamarca, naquele que foi para mim o ponto alto da nossa participação, deixou-me francamente entusiasmado.
Vencer naquela partida, apesar dos dois falhanços do Cristiano Ronaldo, marcou assim a modos que uma emancipação da ronaldodependência, que não suporto, por muito bom que o rapaz seja.
Veio em seguida a Holanda, e fizemos aquela que era, no mínimo dos mínimos, a nossa obrigação perante uma laranja por demais espremida.
Contra os checos cheguei a ficar preocupado. À partida, se havia jogo que poderíamos encarar com algum favoritismo, seria esse. E era esse o problema. Tanto eu, como o tal meu colega, estávamos à partida confiantes de que íamos passar às meias-finais.
Quando ele e eu concordamos em alguma coisa, é mau sinal. Como diria a minha Avó, “está algum pobre para ficar sem burro”! Nessa semana estivemos em consonância por duas vezes: aí, e a torcer pela vitória do Sporting na final do futsal.
No caso dele, é natural, pois é sportinguista. No meu, nem tanto, e daí a preocupação.
Passada que foi a República Checa, naquela que terá sido, para mim, a nossa melhor exibição, vieram os calamares.
Caramba! Perder nos penáltis com a selecção campeã da Europa em título, e campeã do Mundo, não deslustra ninguém.
Fomos de barco, sim senhor, mas de cabeça erguida, com dignidade, tranquilidade, q.b., e acima de tudo, sem scolarices.
Podia ter sido melhor? Talvez. Devia ter entrado o Varela, para o lugar do Hugo Almeida? É provável. E porque não o Quaresma? O Miguel Veloso devia ter saído mais cedo? Acho que sim.
Aqui chegados, entramos, como de costume, no domínio dos “ses”. “Se o Bruno Alves não tem marcado o penálti…”
Como dizia um primo meu, quando éramos putos: “Se a minha Avó tivesse rodas, dava um belo autocarro”.
Nunca entendi o que queria dizer. Só tínhamos uma Avó em comum (que não a do burro, citada acima), e nunca a vi assemelhar-se a um autocarro. Muito mais a um Ferrari.
Aliás, fazendo um paralelismo com a reconhecida fiabilidade dos cavallini rampanti, as 99 primaveras atestam o meu ponto de vista.
Quando, após o jogo, comecei a ouvir comentários daquele género a propósito do penálti não concretizado pelo Bruno Alves, sai porta fora.
Se, se, se, se…sempre um “se” no caminho, como dizia o Represas, nos seus tempos da “Saudade” e dos Trovante.
Estes comentadores encartilhados são capazes de construir tantas teorias, que deveriam ser obrigados a possuir um alvará, como os construtores civis. Fica aqui a sugestão ao ministro Gaspar.
É o cartão amarelo mostrado ao Busquets, que só é mostrado, depois da prévia confirmação pelo árbitro turco, que, ao contrário de algumas previsões apocalípticas, até não esteve mal, de que ainda não fora amarelado. Senão, não mostrava…
É o Custódio que vai entrar, e claro está, quem é o candidato n.º1 a sair? O Raul Meireles! É sempre o suspeito do costume. “Ah, e tal, o Paulo Bento não vai fazer uma troca directa, blá, blá, blá!”.
Pois é, nas outras vezes saiu o Meireles, e avançou o Veloso. É verdade. Mas este não é o Meireles que, a custo, só aguentava 70 minutos com o Jesualdo Ferreira, e além disso, toda a gente estava a ver - toda não, havia ainda uns irredutíveis comentadores que não viam - que o Veloso não podia com uma gata pela bunda.
Pimba! Ora, tomem lá a troca directa: sai Veloso, entra Custódio. É pá, apetece dizer: “Deixem jogar o Meireles”!
[em boa verdade se diga, que o Meireles deve ter durado até sair, para aí mais dois minutos depois disso]
Infelizmente, a única certeza que se foi formando no meu espírito, à medida que se iam sucedendo os jogos, é a de que, só muito dificilmente e com muita sorte à mistura, o João Moutinho permanecerá muito mais tempo entre nós.
Tanta publicidade à volta do Nelson Oliveira, e quem dá nas vistas é o nosso jogador.
O seleccionador ainda fez a vontade à trupe de comentadores, e meteu o rapaz. Debalde, porém. Na realidade, nos jogos todos em que participou, acho que lhe vi um passe de jeito. Ontem então, nada de nada.
Com uma agravante. Enquanto o Hugo Almeida, que tanto gostam de criticar, jogou na segunda parte a extremo-esquerdo, e até safou bolas na defesa, como, sei lá, o Ronaldo, por exemplo, nunca se dignou a fazer, o Nelson Oliveira, que até brilhara no tal mundial da Colômbia, em arrancadas a carrilar jogo pela direita, entrou para jogar ao meio (ou alternar com o Ronaldo, à esquerda).
E ainda assim, népia.
Por outras palavras, está-se mesmo a ver que vai ficar fazer companhia ao Cardozo, ao Rodrigo e ao Kardec. São quase tantos pontas-de-lança, como nós temos guarda-redes. Mas ainda assim ganhamos.
Por um lado, até nos favorece: é menos dinheiro a entrar nos cofres depauperados do nosso rival. Por outro, aqui na santa terrinha, o rapaz ainda é bem capaz de nos lixar, e marcar alguns golos.
Bom, mas isso são contas do rosário da liga portuguesa, e como tal ficam para daqui a umas semanas.
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