Estive no Dragão. É verdade.
O que dizer? Mais coisa, menos coisa, há talvez oito anos que tinha estado no Porto pela última vez.
Nunca cheguei a entrar nas Antas, apenas passei uma vez à porta no trajecto do, então aeroporto de Pedras Rubras, para a estação da Campanhã. E no Dragão, nem isso.
Perfeitamente natural para um algarvio. Mas agora, posso finalmente dizer que estive no Dragão.
Não estive nas bancadas, que só vislumbrei, assim como a relva que os artistas, e outros, pisam, através da grade de um portão. Ainda assim, foi inesquecível.
Estive no Auditório José Maria Pedroto. O mesmo onde são feitas as conferências de imprensa após os jogos. Aquele onde os jogadores rodearam o Jesualdo Ferreira quando fomos tetracampeões em 2009. A sala onde, quase um ano depois, o capitão Nuno Espírito Santo, retorquia a toda uma série de infâmias, com aquele magnífico “Somos Porto!”.
Estive lá, ali mesmo, pisei aquele palco, e sentei-me, talvez, na mesma mesa. Não vi o palco principal? Pois é. Mas, esse dia já esteve mais longe…
Estive no Dragão. Repito, o que dizer?
Agradecer aos organizadores, ao Jorge, ao José Correia e ao bLuE bOy, por se terem lembrado de mim?
Dizer-lhes que se deixem de tangas, e de agradecimentos especiais, apenas por ter ido do Algarve, quando o que eles me deram a mim, suplantou todo o meu putativo esforço, e foi muitíssimo além do que talvez possam imaginar?
Vale mesmo a pena ir por aí? É claro que vale. E considerem-no feito.
Olhando para trás, direi que foi uma experiência, quase como se estivesse no filme “Querida, encolhi os miúdos!”. Posso afirmar que passei uma tarde inteira, a sentir-me tão pequenino, do alto do meu metro e setenta e dois.
Tudo começou logo à saída da estação de metro do Dragão, quando dei de caras com o estádio. Mal consegui fitá-lo. Tive de seguir em frente.
De cada vez que o mirava de soslaio, como que para ter a certeza de que estava mesmo ali, tive de me forçar a olhar em frente, e continuar a andar. Há emoções que são difíceis de conter, o que é que querem?
Sou um gajo emotivo, não me metam em Bambis, Nemos, Rockys, bungee jumpings e cagadas dessas, que dá mau resultado. A recente expulsão do Maxi Pereira, é bem capaz de marcar o limite da minha tolerância a emoções fortes.
Fui para o centro comercial em frente, tomei um café, bebi uma água, e só depois de receber um telefonema do Jorge, a dizer que vinham a caminho, é que consegui sair, e ir ver o Dragão de perto.
Mal e porcamente, porque não gosto de fotografar e porque foi com o telemóvel, a minha câmara por excelência, mas lá tirei a fotografia acima, e pude apreciar a beleza da nossa casa.
A sensação de pequenez foi prosseguindo pela tarde fora, à medida que fui tomando contacto com a realidade do que foi aquele Encontro, e com os seus intervenientes.
Estar numa sala com tantos portistas, com tantos nomes apenas conhecidos das leituras na bluegosfera, tanta gente bem informada, conhecedora da realidade do clube, nos seus mais ínfimos e por vezes, sórdidos, pormenores, e nele envolvida até ao tutano, remeteu-me, sem dúvida, para a minha insignificância.
Para além dos que previamente mencionei, e entre outros tantos, que se não o faço, não é que seja por menor consideração, cruzar-me com nomes que leio com alguma regularidade, como Mário Faria, Enid, Mafaldinha, guardabel, José Lima ou Kosta de Alhabaite, ser fotografado e aparecer no Fotos da Curva, e por fim, last, but not least, conhecer em carne e osso, e ter o prazer de cumprimentar em pessoa, o Penta1975, assíduo e simpático comentador deste espaço, foram todos eles, sem dúvida, momentos memoráveis.
Resta saber se vou conseguir continuar como até aqui, porque, convenhamos, é preciso ter lata, para andar aqui a arrotar postas de pescada, perante uma tal companhia.
Sobre o Encontro propriamente dito, o tema que me calhou em sorte, “A bluegosfera no contexto das novas formas de comunicação”, foi, sem dúvida o que menor polémica suscitou.
Digamos que o relato daquelas que são as experiências pessoais de cada um, não deixa grande margem para polemizar. Ninguém caiu na tentação de tentar “normalizar” a bluegosfera, e isso reflecte muito daquilo que ela é, e o entendimento, mais ou menos generalizado, porque há sempre excepções, que quem a frequenta, dela faz.
Um excelente sinal, quanto a mim, e uma garantia para os que (ainda) receiam pela sua possível submissão a outros interesses, que não o puro e simples portismo.
Descontando a atrapalhação inicial com a geringonça para fazer avançar os diapositivos, e o atabalhoamento do discurso, provocado em grande parte pelo quadro emocional acima descrito, a coisa, da minha parte, fez-se.
Recomendo apenas, para terem uma ideia, a leitura da intervenção do guardabel. Simplesmente dez estrelas!
Os outros dois temas, “A relação entre o Clube, os sócios e os adeptos portistas”, dá sempre, e em qualquer circunstância, pelo que percebi, pano para mangas, e questionar se “As modalidades de alta competição têm futuro no FC Porto”, no contexto de suspensão da secção de basquetebol, não podia ser mais actual.
Se quiserem saber mais, digo-lhes que a cobertura em directo do Encontro, feita no Porta 19, está óptima. No Mística Azul e Branca, pelas teclas do José Lima, e no Mística do Dragão, a cargo do Emanuel, encontram mais dois bons resumos das intervenções, e claro, as fotos, no citado Fotos da Curva.
Foi um sucesso, não foi um sucesso? É subjectivo e sou suspeito para avaliar
O que é que acham? É claro que foi, carago!
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