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Azul ao Sul

Algarvio e portista E depois? O mar também é azul...

Azul ao Sul

Algarvio e portista E depois? O mar também é azul...

Soube-me a pouco

20
Fev13

A falta de capacidade de resposta dá nisto. Atrasei-me, e de ontem para hoje, foram já tantas, tão minuciosas e de elevadíssima qualidade as apreciações que li, sobre a exibição do FC Porto ante o Málaga, que nem vale a pena ir por aí.

 

Seria chover no molhado. Vou tentar algo diferente: ver o Málaga.

 

Para aí vinte minutos antes do início da partida, quando soube qual iria ser o onze inicial dos malaguenhos, confesso que fiquei surpreendido.

 

Tomando como parâmetro de comparação a equipa que vi jogar, e ganhar, ao Real Madrid, o único jogo do nosso oponente, que presenciei integralmente, esperava ver de início o Jesus Gamez, e não me passava pela cabeça ver o Roque Santa Cruz e o Júlio Baptista, juntos lá à frente. E ainda o Joaquin.

 

É bem certo que neste Málaga é difícil de estabelecer uma equipa-tipo, tal é a rotatividade que o Manuel Pellegrini introduz, e os diferentes esquemas tácticos que emprega.

 

Porém, a minha primeira reacção foi pensar que nos tinha perdido por completo o respeitinho. Quatro avançados contra nós? Bolas, não é para todos…

 

Começado o jogo, à medida que as coisas foram estabilizando, percebi a intenção: defender, e o mais à frente possível, nem que para isso, a equipa se partisse em dois blocos.

 

Os quatro defesas mais o duplo pivot do meio-campo a defenderem, e os outros quatro para diante, com a missão primordial de dificultar as nossas saídas para o ataque e, caso se desse a oportunidade, marcar.

 

De jogadores como os três acima mencionados, mais o Isco, é o que se espera a qualquer momento.

 

Sei agora que, afinal, o Jesus Gamez estava lesionado. Logo, a opção pelo mais defensivo Sérgio Sanchez não foi táctica, retirando da partida o lateral mais ofensivo, mas ditada por imperativos de ordem física.

 

O meio-campo em duplo pivot não foi novidade. É uma opção normal quando o Toulalan marca presença em campo, e menos frequente quando é o Ignácio Camacho a fazê-lo.

 

No tal jogo contra os madridistas, o francês encontrava-se lesionado e então alinharam o Ignácio Camacho, um seis mais posicional, ao jeito do Javi Garcia, mas menos intragável, o Portillo (Francisco) e o Eliseu.

 

Agora, com o regresso do Toulalan e o Eliseu lesionado, entrou o Iturra, também utilizado com bastante frequência.

 

Ou seja, um centro do terreno totalmente diferente, o que diz bem da quantidade e qualidade das opções ao dispor deste clube.

 

Na dianteira, o panzer Júlio Baptista também esteve algum tempo parado por lesão, e na altura não alinhou frente ao Real. Pelo que percebi, tirando as partidas para a Taça do Rei, o Roque Santa Cruz não costumava ser titular.

 

Mais facilmente via o Saviola, a acompanhar qualquer um dos dois, do que ambos em simultâneo.

 

Resultado? Bem, o resultado foi o que se viu o Málaga, pouco ou nada construiu em termos de jogo ofensivo. O Isco, de quem ouço maravilhas, e dizerem que é o futuro Iniesta, mas que, certamente por azar, ainda não tive, nem quero ter, pelo menos no próximo jogo, o prazer de ver qualquer coisa de jeito, esteve muito certinho na marcação ao Danilo. Raramente abandonou a linha.

 

O Joaquin, que naquele seu jeito atabalhoado de levar a bola, para depois, a qualquer momento sacar um coelho da cartola, ainda era o avançado mais mexido, em comparação com os inoperantes Santa Cruz e Baptista, foi o primeiro a ser substituído.

 

Para quem começou em 4x2x4, acabaram o desafio em 4x2x3x1, com o Toulalan e o Ignácio Camacho; o Portillo, o Piazón e o Isco; e o Roque Santa Cruz, que durou a muito custo o jogo todo.

 

 

Do nosso lado, marcado o golo, foi como se de um jogo cá no burgo se tratasse, com a ligeira, ligeiríssima diferença, que os boquerones - que já marchavam! - não são propriamente o Vitória de Setúbal ou o Moreirense, e por isso não passámos de um golo.

 

Até as queixas sobre a legalidade da posição do João Moutinho no lance do golo, são parecidas…

 

Sempre ouvi dizer que neste tipo de competições, o 1-0 é o resultado mais ingrato para quem o sofre. Os nossos adversários, em casa terão que ser mais ambiciosos, sendo certo que um golo nosso, os obrigará a marcar três.

 

Se, pela nossa parte, isso me parece bastante plausível, depois de observar a postura do Málaga no Dragão, estou curioso para ver como vai ser no La Rosaleda.

 

Não resisto a falar sobre nós. Excelentes partidas dos dois homens do golo, João Moutinho e Alex Sandro, um eixo defensivo inultrapassável, um Fernando, gigante na pressão e recuperação de bolas, e um Jackson Martinez, a quem só faltaram mais golos.

 

O Izmaylov arrancou bem, mas desta vez durou menos do que esperava. Lá está, não estávamos perante um qualquer “ense” lusitano.

 

Já agora, o árbitro, o Mr. Clattenburg. Outra esperança de quem ainda não vi nada de jeito. Dizem que é eletricista e o sucessor do Howard Webb, como se isso lhe desse brilho ou fosse uma grande coisa.

 

Assinalou falta em quase tudo o que foram lances aéreos com contacto, e deixou passar uma série de faltas junto ao chão. Curiosamente, se não todas, quase todas a nosso desfavor.

 

O cartão ao Iturra pecou por tardio, e o destinado ao Sérgio Sanchez ficou no bolso.

 

Ou seja, resumindo e embaralhando, soube-me a pouco.

Passou-se

22
Nov12

 

Bem, as coisas não correram como se esperava, mas é como encontrar alguém na rua, após uma daquelas passagens de anos em que nada de especial acontece:

 

“Então como é que correu?”

 

“Passou-se…”

 

(este “passou-se” pode ser interpretado num outro sentido, mas não é a esse a que me refiro)

 

Assim foi mais este adversário: “passou-se”. Para quem, como eu, esperava uma entrada triunfal, marcar o primeiro, marcar o segundo, e depois sim, entrar na gestão do plantel, tendo em conta o compromisso do próximo fim-de-semana contra o SC Braga, nada disso aconteceu.

 

Digamos que o opositor era daqueles tão enfezadinhos que as meias-tintas chegaram e sobraram. O ritmo foi aquele que foi, e chegou quanto baste para atingir o resultado que antecipara, apenas com uma única unidade em alta rotação, o João Moutinho.

 

No mais, “passou-se”.

 

Mas atenção, não queiram ler aqui uma crítica veemente à nossa exibição. Nada disso, estivemos focados, e fizemos o suficiente para, ainda que com pouco brilhantismo à mistura, superar mais um passo em direcção ao primeiro lugar do grupo e meter ao bolso mais um milhão de euros.

 

Achei interessante um comentário do nosso treinador, quando confrontado com a situação que vivia há um ano atrás, e com aquela que experimenta hoje, e que ajuda grandemente a explicar as diferenças:

 

«Faz parte da vida, é preciso crescer e isso acontece fundamentalmente nas dificuldades. O contexto é diferente este ano, o trabalho é o mesmo, as cabeças estão limpas, focadas e quando assim é...»

 

Quanto a mim, os motivos de interesse não param por aqui. A tal gestão do plantel, apesar de tudo, foi feita. O Fernando e o Alex Sandro sempre jogaram uns minutitos, para aquecerem para Braga, e o Atsu também.

 

Convenhamos que seria injusto para este último, depois da exibição contra o Nacional da Madeira.   

 

Mas há mais. Gosto muito da nossa defesa. Estou a gostar muito de ver o Abdoulaye. Pronto, tem daquelas coisas que o rapaz não consegue evitar, e que lhe fazem sair na rifa cartões amarelos, quiçá desnecessários.

Se pensarmos num Fernando Couto, num Jorge Costa ou num Bruno Alves, por acaso eram meninos de coro?

 

E também não desgosto do Mangala. Está à esquerda por necessidade, mas não compromete por aí, além. É um pouco como o colega anterior, às vezes, exagera um bocadinho. No cômputo geral, o que é isso?

 

Há ainda outro aspecto que me agradou de sobremaneira, e que também tem que ver em parte com o Mangala.

 

Sai o Abdoulaye por, lá está, um daqueles amarelos, e entra o Alex Sandro. O francês vai da esquerda para o meio, e siga a marinha.

 

Sai o Lucho Gonzalez, entra o Christian Atsu. Este vai jogar junto à linha, e o James interna-se para assumir o papel do Lucho.

 

Ou seja, temos polivalência. Temos alternativas na equipa para várias posições, e até dentro do onze inicial, os que iniciam o jogo podem mudar de posição durante a partida, não estamos na dependência de trocas directas, muito mais previsíveis para os adversários.

 

É bom sinal. Quanto a mim, pelo menos.

 

…e venha de lá o SC Braga.

Ganhar, ganhar, ganhar

21
Nov12

 

Esqueçam por momentos as parvoíces que aparecem nesta primeira página, como a Cesta do Pão ameaçada pela UEFA ou o Jelle (quem?!), que roubámos aos leões.

 

Foquem-se naquilo que é o essencial, e que é o que surge rodeado a azul.

 

“Até na piscina ganho à Irina” – diz o nosso triste Cristiano Ronaldo.

Primeiro comentário:

 

Isso julgas tu, ó tótózão!

 

Agora mais a sério:

 

Diz o Ronaldo que é "demasiado sério em campo". É assim, sempre competitivo. Até na piscina. Às vezes, lá deixa a Irina ganhar, “para deixá-la contente”.

 

Rapazes, é este tipo de motivação que gostava de presenciar hoje à noite. Sem entrar no domínio da mais pura fuçanguice, que é feia e faz perder o tino.

 

Bem sei que estamos apurados, mas caramba, uma vitória hoje deixa-nos a um empate no Campo dos Príncipes do primeiro lugar do grupo.

 

Não que no estado actual da coisa, o primeiro ou o segundo lugar façam uma diferença significativa. Em primeiros talvez nos pudesse calhar em sorte, por exemplo, um Celtic…

 

Independentemente de quem subir ao relvado (que se espera isso mesmo, “relvado”), vamos entrar em força. Não se perdoa nada, nem à cara metade. Nem que seja uma Irina!

 

Marcar um golo, e depois outro. Garantir a vitória, e só depois entrar em registo de gestão para a Pedreira, sem esquecer de ir tentando, dentro do esquema das transições rápidas, enfiar-lhes o terceiro.

 

Ok?

Breve resenha das grandes vitórias da época 2012/2013

06
Set12

Esta, como o próprio título indica, é apenas uma breve resenha, porquanto com o que levamos de época – 4 jogos oficiais – não há ainda muito a registar.

 

No entanto, há um clube que, muito claramente, se distancia dos seus rivais. Ora senão, reparem:

 

Clube mais grande do Mundo dos arredores de Carnide:

 

 - aprovação pela Assembleia da República a criação do Tribunal Arbitral do Desporto, apenas com os votos do Partido Socialista, e a abstenção dos demais partidos.

 

Talvez não se recordem, mas a ideia da criação deste Tribunal, surgiu muito por força da necessidade de se evitarem decisões contraditórias entre os Conselhos de Disciplina da Liga de clubes e de Justiça da Federação Portuguesa de Futebol, como, por exemplo, no caso do Hulk e do Sapunaru.

 

O Governo da altura, do Partido Socialista, entendeu por bem criar uma comissão para a para justiça desportiva, que se dedicasse ao estudo de alternativas susceptíveis de “promover uma adequada conexão entre a Justiça e o Desporto”, podendo “conduzir à criação de um tribunal desportivo”.

 

Por mera coincidência, era na altura Secretário de Estado da Justiça, João Correia, o conhecido causídico benfiquista que patrocinou a derrota do seu clube e do Vitória de Guimarães, na tentativa de excluir o FC Porto da Champions.

 

Quem esteve para fazer parte desta comissão, foi o nosso conhecido Ricardo Costa, acabado de terminar o seu mandato na Comissão de Disciplina da Liga, mas cujo nome foi vetado, sabe-se lá porquê, por Laurentino Dias. Demasiada bandeira?

 

Enfim, o Tribunal aí está, um tanto ou quanto a destempo, e vai funcionar sob a égide do Comité Olímpico.

 

Uma vitória, sem dúvida;

 

- a Eusébio Cup;

 

 

 

 

- a agressão do Mona Lisa ao árbitro alemão, ainda por punir.

 

Quando nos lembramos que o Hulk e o Sapunaru, por algo que apenas alguns viram, foram suspensos preventivamente, e agora, perante qualquer coisa que, apenas alguns não querem ver, não há suspensão, é uma vitória, sem dúvida.

 

Quando notamos que o Ricardo Costa não lhe aplicou um sumaríssimo, aquando da agressão ao jogador do Nacional da Madeira, na Taça Lucílio, porque o Olegário Benquerença o havia apenas amarelado, e agora, com o cartão a ficar quedo na mão do árbitro, também ele caído por terra, sem qualquer admoestação que se conheça, nem sombra de sumaríssimo, é uma vitória, sem qualquer margem para dúvida;

 

- o castigo de 15 dias aplicado ao tratador de cavalos, que por um incrível acaso do destino, termina mesmo antes do próximo jogo da sua equipa.

  

 

 

Uma vitória esperada, ainda assim uma vitória digna de registo;

 

F.C. Porto:

 

- o Troféu Pedro Pauleta;

 

 

 

 

- a Supertaça Cândido de Oliveira;

 

 

 

Uma vitória, sofrida, mas sempre uma vitória. A quarta consecutiva;

 

- Pinto da Costa ilibado de branqueamento e crimes fiscais;

 

Aqui não é tanto uma vitória nossa, mas mais uma derrota da Dr.ª Maria José Morgado. Mais uma entre tantas.

 

Como também se ganha por demérito do adversário, é sempre uma vitória.

 

S.C. Braga:

 

- acesso à fase de grupos da Champions League;

 

 

 

Por este breve resumo pode-se facilmente constatar que há um clube que supera claramente os demais.

 

A nós, do ponto de vista desportivo, as coisas não nos têm corrido mal. O Eusébio e o Pauleta foram dois grandes avançados, cada um na sua época, mas é sempre meritória uma vitória nos troféus que os homenageiam, ainda que o Santa Clara não seja o Real Madrid, acabadinho de chegar de férias. E temos a Supertaça.

 

Na área da justiça, propriamente dita, também não estamos mal, como é, de resto, nosso apanágio.

 

O pior é mesmo na justiça desportiva, onde o nosso mais directo oponente triunfa por 3-0. Por coincidência ou não, o equivalente ao resultado convencionado para as faltas de comparência.

 

Sintomático.

Acessível, para variar um bocadinho! (actualizado)

30
Ago12

(Actualizado em 2012.08.31)

 

Ora, agora com mais calma, vamos lá tentar esmiuçar um bocadinho o sorteio de ontem.

 

Vendo as coisas com mais calma, continuo a achar que os grupos, em geral, são acessíveis. A nós, por azar, calhou-nos o clube que na Europa, quiçá no Mundo, mais investiu para esta temporada.

 

Thiago Silva, Ibrahimovic, Thiago Motta, Lavezzi, Nenê, Pastore, são nomes respeitáveis no panorama futebolístico. Agora, não sendo o Carlo Ancelotti propriamente dado a vedeta e vedetismos, não será demasiado poder de fogo desperdiçado?

 

Seja como for, serão os nossos principais concorrentes na disputa pelo primeiro lugar.

 

Depois vamos rever o minino bundão do Scolari, o Miguel Veloso, e o seu Dínamo de Kiev. É sempre uma ocasião para nos pormos a par das últimas tendências das poupas, cristas, ondulações e colorações capilares, coisas que a mim, pessoalmente, me interessam de sobremaneira.

 

À parte esse pormenor cabeludo, este Dínamo não é o de 87. Esse, ao menos, todos o conheciam. Este, para já, eliminou o Feyenoord e o Borussia de M’Gladbach. Não obstante, parece acessível.

 

O Dínamo de Zagreb tem nas suas fileiras outro velho conhecido, o Tonel, que por sinal, foi o autor do golo com que derrotaram o Maribor, na Macedónia.

 

Assim à primeira vista parecem ser os potenciais candidatos ao último lugar do grupo, mas nunca fiando.

 

No papel ou no ecrã, as coisas parecem algo, que depois se revela totalmente diferente. O Apoel na época passada também parecia fadado a ser o bombo da festa, e foi o que se viu.
 

 

O do SC Braga também não me parece mal. O dos outros, fia mais fino. Azar nítido.

 

O grupo D está espectacular!

Sobre cadeirões e rabos

23
Mai12

Como todos pudemos constatar, fruto da ampla divulgação, que com o devido espavento, foi feita sobre a situação, dos oito semi-finalistas da Liga dos Campeões e da Liga Europa, cinco eram espanhóis.

 

Um tão elevado número de equipas, todas elas oriundas da mesma Liga, quererá dizer alguma coisa sobre a valia da competição em causa.

 

Ainda que dessas cinco equipas só duas tenham efectivamente almejado atingir a final, e para cúmulo, a da competição residual ou dos pobrezinhos, como se queira chamar, a Liga Europa.

 

Se tal era perfeitamente previsível, encontrando-se três equipas espanholas em competição, já na Champions, ter como finalistas o Chelsea e o Bayern de Munique, terá sido, para muitos, e para mim, inclusivamente, uma surpresa.

 

Mais surpreendente ainda, que o campeão europeu acabou por ser o Chelsea, sexto classificado da Premier League. Pior do que os “blues” a nível interno, só o Athletic de Bilbao, finalista vencido da Liga Europa, que terminou em 10.º lugar na Liga BBVA.

 

 

 

 

 

O seu adversário na final, o campeão da Liga Europa, Atlético de Madrid, foi 5.º classificado, e o finalista derrotado da Champions, o Bayern de Munique, foi a equipa que concluiu a competição interna melhor posicionado, 2.º lugar.

 

 

Pelo caminho, nas meias-finais, ficaram os primeiros, segundos e terceiros classificados em Espanha, e o quarto na caseira Liga Zon Sagres.

 

Na Liga dos Campeões, dos quatro semi-finalistas, os germânicos foram únicos que disputaram a última eliminatória com a sua situação interna resolvida, dando-se até ao luxo, de descansar jogadores na Bundesliga, a pensar no confronto da segunda mão com o Real Madrid.

 

O Chelsea, nunca perderia a posição em que estava no campeonato. Quanto muito poderia alcançar o quinto ou, com muita sorte, o quarto lugar.

 

Barcelona e Real Madrid, não só estavam em plena disputa do primeiro lugar na liga espanhola, como, para cúmulo, se defrontaram entre as duas mãos da semi-final.

 

Tudo isto para concluir o quê? Muito francamente nada de especial. Apenas para recordar algo que ouvi pela primeira vez ao Artur Jorge, numa entrevista sobre a conquista da Taça dos Campeões de 1987. Qualquer coisa como:

 

“Não tínhamos rabo para dois cadeirões daquele tamanho. O campeonato português estava perdido, por isso apostámos tudo na Taça dos Campeões”.

 

Aparentemente, quem primeiro havia proferido tal frase teria sido Bella Guttman, depois de se sagrar campeão europeu nos anos sessenta, e perder o campeonato português para o Sporting.

 

É interessante que no futebol, que tanto evoluiu nos seus aspectos físico-tácticos, da década de sessenta até aos nossos dias, algumas realidades permaneçam quase imutáveis, como que a querer provar à saciedade que ainda é um desporto praticado por seres humanos, e que a capacidade destes tem limites.

 

Há alguns que se esquecem disso, e depois vêm lamentar-se dos ovos que colocam a mais de um lado, deixando por isso, de os pôr no outro. Mas esses, ao mesmo tempo que, em inesperados rasgos de algo que se assemelha a inteligência, chegam a essa brilhante conclusão, logo num ápice deitam por terra as expectativas de encontrar vida inteligente no seu cérebro (ou verticalidade, na coluna, dita vertical), e caem no discurso do costume: “Os árbitros, os árbitros, os árbitros…”.

 

O último jogo do FC Porto do Artur Jorge antes de partir para Viena, e se tornar campeão europeu, pela primeira vez, foi contra o “meu” Sporting Clube Farense. Completam-se amanhã 25 anos.

  

Por interdição do velhinho São Luís (Não me lembro do motivo. Ainda pensei que tivesse sido por causa da garrafa de água na cabeça do baixinho Sepa Santos, mas isso afinal, foi na temporada seguinte), a partida foi disputada em Portimão.

 

Como naqueles tempos não podia deixar de ser, estive lá. Foi ver o Algarve, quase sempre desunido, uno do Sotavento ao Barlavento, mais do que a puxar pelo Farense, contra o FC Porto. O Algarve, salvo seja, antes, os adeptos dos clubes da capital.

 

 

O Farense ganhou por 1-0, com um golo do saudoso Paco Fortes, a um FC Porto, fraquinho, e com a cabeça já em Viena.

 

Um futuro campeão europeu sem o capitão João Pinto, sem o Celso, o Jaime Magalhães, o André, o Madjer e o Futre, que viriam a ser, todos eles, titulares contra o Bayern de Munique.

 

Foi um jogo fraquinho, com o Farense a apostar num futebol de contenção, com três trincos (Pires, Pereirinha – pai do actual jogador do Sporting, e o Orlando), e o FC Porto em contenção de esforços.

 

Sinceramente, não liguei muito às incidências da partida, tal a profusão e a violência dos muitos urros e apupos oriundos das bancadas. Recordo-me de pensar qualquer coisa como: “Ai, ai, espero que em Viena seja a sério, se não, grande baile vamos levar!”

 

Enganei-me. E enganei-me redondamente, como se comprovou três dias depois. E ainda bem.

 

Lembro-me de ficar impressionado com um jogador – o Walter Casagrande. Como é que aquele tipo, de ar (ar?!) ganzado e pernas de bailarina chegou ao escrete? Enfim, o Waldir Peres e o Serginho, também lá foram, não é?

 

Esta filosofia dos rabos e dos cadeirões também ajuda a explicar, em parte, a nossa época, que findou.

 

Uma vez conquistada a Supertaça, também, mal seria se o não fosse, o objectivo prioritário passou a ser a Liga. Concentrámo-nos nela com todas as nossas forças, e conquistámo-la. Os outros, andaram por aí a espalhar ovos, e depois queixam-se.

 

Tudo isto, uma vez mais, não é nada de novo, mas permitam-me concluir, enaltecendo o FC Porto do André Villas Boas, e o próprio André, pois não há dúvida que, nos últimos tempos, foi a equipa com o maior traseiro que vi.

 

 

 

 


Nota: Nos últimos dois textos utilizei nos títulos as palavras “cú” e “rabo”. Isto começa a parecer uma fixação. Em textos futuros, vou tentar dedicar-me a outras extremidades do corpo humano.

 

Nota2: Falando nisso, hoje há a negra da final da Liga de basquetebol (que se joga com as mãos, como sabem) no Dragão Caixa. Para quem não vai poder lá ir (como eu), é às 20:30, com transmissão em directo pelo Porto Canal.

O ovo no cú da galinha e a Taça na vitrina da Académica

22
Mai12

 

Seria hipócrita da minha parte se dissesse que a vitória do Sporting, na final da Taça de Portugal, me deixaria mais feliz que o triunfo da Académica.

 

E isso nem teria que ver com o facto de, vencendo, o Sporting nos alcançar em número de títulos da Taça de Portugal. Haverá de ser um dia de frio no Inferno, quando me preocupar que o número de títulos que tal equipa conquiste, se equipare aos nossos.

 

Também não foi pela mísera consolação de ver ganhar o clube que nos atirou pela borda fora da prova em questão.

 

Nada disso. Ou em parte até seria por este último motivo. Mas só porque seria assim, uma espécie de desforra particular em relação a algumas melancias, que quando fomos eliminados, se divertiram a gozar o prato.

 

Aos sportinguistas a sério, por esses, que conheço vários, e com os quais sinto uma réstia de empatia, sinto alguma pena de não terem conseguido o troféu, só para os ver felizes.

 

É engraçado como os estados de espírito de uns e outros, era bastante diferente antes do encontro iniciar. Para os melancias a vitória era um dado adquirido, quase um mero pró-forma. Os outros, a partir do momento em que foi nomeado o Paulo Baptista, recordaram a solidariedade do alentejano com o João “pode vir o João” Ferreira, e começaram a por travões à euforia.

 

No fim de contas, até parece que o Paulo Baptista não terá tido grande influência no desfecho da partida. Se, até como diz o Sá Socos, a derrota resultou de um “detalhe”…aos quatro minutos de jogo.

 

Para dizer a verdade, cada vez me agrada mais o Sá. A mim, e pelos vistos, aos sportinguistas e aos melancias.

 

A equipa perde. O homem vai à conferência de imprensa, diz umas quantas verdades incontornáveis, do tipo, “o Sporting não pode perder com a Académica de Coimbra de maneira nenhuma”, ou “não fomos o Sporting que temos sido, aquele que eu [me] orgulhava de liderar”. Enfim, coisas bonitas e que calam fundo junto dos adeptos do clube.

 

Ou então, coisas com uma profundidade de espírito espantosa, como [h]ouve alguma apatia no subconsciente, porque no consciente eles queriam ganhar”. A melanciada fica derretida, e aplaude.

 

Vem o próximo jogo. Nova derrota. Mais umas quantas tiradas ao nível das anteriores, e temos de novo a malta a aplaudir, de lágrima no canto do olho. Novo jogo, nova derrota, e mais umas quantas pérolas de inspiração. Sim, dá mesmo gosto ouvir este Sá Socos, em versão hari krishna.

 

Também foi interessante ver que, para além dos melancias, outros houve que bradavam: “Ó inclemência, ó martírio, que a Académica safou-se da descida na última jornada, e agora, pasme-se, até vai à Liga Europa, à pala do Sporting, está visto”.

 

Pois é. Os de Coimbra tinham lugar assegurado apenas pelo simples facto de defrontarem os leões na final da Taça. Na qualidade simbólica de derrotados, obviamente. Da mesma maneira que foram às competições europeias outros clubes, como o Leixões, e outros por certo, de que não me recordo.

 

Agora com a Académica, lembraram-se de ficar chocados. Pronto, assim já ficam descansadinhos. Desta feita, a Briosa vai lá na qualidade de titular do troféu. E, ao que parece, vai diretamente para a fase de grupos, enquanto o seu rival ainda vai para o play-off, ou lá o que é. Boa. É a velha estória de contar com o ovo no cú da galinha, e sair merda.

 

Consta que não é só no futebol que isto acontece. Como, de qualquer maneira, nunca conseguiria (tele)visionar em directo a quarta partida do play-off do campeonato nacional de basquetebol, quando soube do resultado (74-65, a nosso favor), fiz uma tentativa desesperada para a (re)ver em diferido.

 

Por falta de alternativa, tive que ir zappando até à …icaTv, aparentemente a única coisa, aproximada de uma tv, que transmitiu em directo o desafio. E lá estava: repetição anunciada para as 21, e qualquer coisa.

 

“Porreiro”, pensei. “Vou ver o jogo, e ainda gozar com as caras de enterro dos gajos dos comentários”.

 

Qual quê! Ao contrário do anunciado, estavam a dar uma repetição, sim senhor, mas do jogo da Liga Zon Sagres, entre os donos do canal e o finalista vencido da Taça de Portugal!

 

 

Para ontem (segunda-feira), estava anunciado um jogo de basquetebol às 21:54. Julguei que fosse o último, ou seja, o de domingo. Qual quê, outra vez? Transmitiram o jogo de sábado, em que ganharam por um ponto (67-66).

 

“O que os olhos não vêem, o coração não sente”. Para quê mostrar as derrotas, quando se tem uma vitória aqui à mão de semear?

 

O que interessa é que o próximo jogo, salvo erro, é o decisivo, e joga-se no Dragão Caixa. Digo “salvo erro”, porque esta questão suscitou algumas dúvidas no Reflexão Portista.

 

Por cá, não há muito a tradição americana de disputar séries de play-offs à melhor de sete jogos. Foi assim na temporada 2010-2011, e fomos campeões. Agora, ter-se-á alterado o modelo. Começa a parecer-se com o hóquei em patins, em que à medida que íamos conquistando títulos, se ia modificando o modelo de prova, até que, por fim, dez títulos depois, ter-se-ão cansado.

 

Deduzo por isso, que se tratará de uma final à melhor de cinco, ou por outras palavras, até um dos contendores atingir três vitórias, o que acontecerá necessariamente na próxima quarta-feira. Há que ter cuidado, porém, pois nesta final já perdemos em casa (80-82, no segundo jogo). Ainda assim, tudo se prefigura para mais um camião de t-shirts irem acabar em panos do pó.

 

Com um melão considerável devem ter ficado os nossos amigos bávaros. Aquela derrota caseira contra o Chelsea, não veio nada a calhar. A eles, porque a nós, enquanto selecção portuguesa, até pode ter sido um favor.

  

Diz o Beckenbauer que os jogadores do Bayern estão deprimidos, e ainda são uns oito na selecção do Joachim Löw.

 

Não nutro nenhuma simpatia especial pelo Chelsea, contudo, desde os tempos do Vialli, do Gullitt e do Zola, que acho alguma piada àquele clube. Por outro lado, desde o Hamburgo dos finais dos anos 70/inícios dos 80, que o futebol alemão não me diz grande coisa. No entanto, como poderei ficar indiferente à tragédia do finalista derrotado de Viena?

 

E à tristeza do Schweinsteiger no final da partida? Coitado do rapaz.

 

 

 

Para variar um bocadinho de toda esta maré de tristezas, e portanto, completamente fora da ordem do texto, estão de parabéns os nossos sub-17, treinados pelo Nuno Capucho, que ontem vi no Porto Canal, e cujo discurso me deixou francamente impressionado pela positiva.

 

 

Vi o final da primeira parte do jogo contra o Vitória de Guimarães, que terminou, salvo erro, com 0-2, e os vinte minutos iniciais da segunda. Achei particularmente interessante o comentário ao intervalo de um miúdo, para aí dos seus quinze anitos, que resumiu tudo: “O Porto está em cima, eles foram lá a baixo duas vezes, e marcaram dois golos”.

 

E era isso mesmo. Como se viu na segunda parte, ficou espelhado no resultado final de 5-2.

 

Ouvi dizer, que seria a equipa das camadas jovens em que menos se apostava para chegar ao título, mas pareceu-me que há ali matéria-prima.

 

Gostei do lateral-esquerdo, Rafa. Boas iniciativas a subir pelo flanco, e seguro a defender, ainda que o Vitória pouco se tenha afoito no ataque, naquilo que vi do desafio.

 

Também me agradou o extremo-direito, Raul. Para além da carga afectiva, que para mim o nome carrega, esteve bastante bem a desmarcar-se e na recepção e domínio da bola.

 

Mostraram personalidade, sabendo jogar sem precipitações, e com umas variações de flanco (no sentido esquerda-direita, principalmente), com bastante a propósito.

 

Parabéns rapazes, parabéns Capucho!

Esse estranho lugar chamado futebol português

13
Mai12

Há, de facto, coisas muito estranhas no futebol português.

 

O árbitro de Lisboa, que é mais do que certo, vai ser eleito pela segunda vez consecutiva o melhor do ano, e que os dois clubes de Lisboa não querem nem ver, vai, ao que parece, arbitrar a final da Liga dos Campeões.

 

Ainda vão dizer que é a recompensa pela sua arbitragem num certo jogo, em que se equivocou sistematicamente em desfavor de um clube, que no final, haveria de beneficiar de um erro de um seu auxiliar. Ou pelas expulsões do Onyewu e do Polga. Ou ainda, consequência da panelinha entre o Pinto da Costa e o Platini, que ditou a passagem do Chelsea às meias-finais da Champions.

 

(tirado daqui)

 

Mais estúpido ainda, o rei dos marcadores do campeonato indígena alcançou a marca de 20 tentos. Tantos quantos o segundo classificado. Neste caso, irá ostentar o título apenas porque fê-lo, num menor número de jogos disputados (29 contra 30).

 

Ora, se tivermos em conta que o jogo a menos, não o disputou porque estava castigado, a que conclusão chegamos? O homem, que ainda por cima tem como característica jogar pelos cotovelos e não prima pelo bom comportamento, está, no fundo, através deste critério de desempate, a ser recompensado por se portar mal.

 

Que raio de fairplay é este?

 

Bem sei que o que se pretende premiar é a produtividade. Marcou os mesmos golos, em menos jogos, ganhou. Tudo bem, é compreensível. Mas não me levem a mal se, como faz um jornal em relação ao número de títulos conquistados por um certo clube, eu disser, parafraseando o Domingos Paciência: "O caneco, dêem-no a quem quiserem, o melhor marcador foi o Lima".

 

Quanto ao resto, num País onde estar desempregado é uma oportunidade, que mais dizer?

 

Meireeee-les!!

05
Abr12
 

Aquele rapaz que marcou ontem um golaço, depois de galgar terreno que nem um valente, é o mesmo que com o Jesualdo só aguentava 70 minutos?

 

Se o Raúl Meireles tatuasse “Samsung” na peitaça, será que o deixavam jogar de tronco nú?

 

“Meireles” não era uma das séries dos felinos malcheirosos?

 

Sempre se podem marcar penáltis cometidos pelo Javi Garcia, sem que a Terra interrompa a sua rotação?

 

Afinal a lei cósmica que impede as expulsões do Maxi Pereira, não é universal?

 

O Platini de que tanto falam, é o mesmo a quem batiam palmas quando dizia que o FC Porto era batoteiro?

 

Ainda não perceberam que as notas artísticas são para a patinagem?

 

O futebol “é negócio e não existia vontade que o” clube mais grande do Mundo dos arredores de Carnide, com mais sócios e casas espalhados pelo Mundo fora, e de quem até a Al-Jazeera quer transmitir os jogos, "passasse para jogar contra o Barcelona”?

 

E um clube de bairro de luxo londrino, com meia dúzia de gatos pingados associados, pode passar?

 

Quanto tempo é que a UEFA vai demorar para castigar o treinador e o respectivo patrão por aquilo que disseram no final do jogo?

 

O mesmo que para punir o FC Porto por cânticos racistas, ou o que o Conselho de Disciplina da Federação Portuguesa de Futebol, vai levar por cá para puxar as orelhas ao mesmo treinador pela sua incontinência verbal?

    

O que é que vai acontecer ao árbitro eslovaco?

 

O mesmo que ao Pedro Henriques, ao Olegário Benquerença, ao Pedro Proença, ao Carlos Xistra ou ao João Capela?

 

Dois cartões mostrados aos vinte minutos são muitos cartões?

 

Até para uma equipa, que se sabe perfeitamente, é useira e vezeira nessa táctica, para aproveitar a leniência arbitral lusitana do despontar das partidas?

 

Cinco cartões mostrados até aos quarenta minutos, são muitos cartões quando dois deles são por protestos?

 

Os mesmos cinco cartões são muitos quando três dos com eles obsequiados dão pelos nomes de Cardozo, Aimar e Maxi Pereira?

 

Como o Luisão não jogou, apetece perguntar: e o Javi Garcia?

 

Qual é o problema com os eslovacos?

 

A Boémia ser checa?

 

Será que neste caso também sabem onde é que o árbitro almoçou e com quem?

 

Já agora, o que é que comeu?

 

Lavou as mãos depois de ir ao wc?

 

Porque é que querem meter ao barulho a coitada da Federação?

 

Por o nome do árbitro ter sido divulgado antecipadamente?

 

Quando é que crescem de um raio de uma vez, e deixam de se portar como uns choninhas da pior espécie?

 

O Cardozo, o Gaitán e o Bruno César saíram para não aguçar a gula dos tubarões, ou para que a dita não esmorecesse?

 

Ou foi para irem a Alvalade muita mais fortes?

 

  

 

  

Porque é que eu estou para aqui a despender tempo precioso com esta pantominice?

 

Vamos lá mas é amansar os Guerreiros do Minho, que é o que interessa.

 

Uma Boa Páscoa a todos!

Nota (em 05.04.2012, às 23:30): Confesso que quando escrevi o texto acima, não tinha visto, com olhos de ver, o jogo em causa. Fui vendo, aos poucos, para não saturar.

 

Depois de tanta conversa forcei-me a mim mesmo a rever a partida. Que falta de vergonha!

 

Dualidade de critérios do árbitro nos amarelos?! Dois cartões (Maxi Pereira e Bruno César) por protestos. Um cartão ao Aimar, por pedir um amarelo para um adversário, o que é sempre feio. Um cartão ao Cardozo, por uma entrada por detrás ao David Luiz. Já lá vai o tempo em que ambos faziam disso, e nenhum era punido! E o segundo amarelo ao Maxi. Revejam o jogo e observem a reacção do próprio logo após a falta. Está tudo dito... Faltou um cartão ao Javi, pelo penálti.

 

Do lado do Chelsea, dois cartões ao Jovanovic e ao Ramires, por pisarem adversários. Terá faltado um ao Mikel, pelo mesmo motivo, ou eventualmente por acumulação de faltas, e que mais tarde, poderia dar vermelho.

 

Oportunidades de golo. Para além dos golos, propriamente ditos, contei seis (!), para o Chelsea (Ramires, olha quem, mesmo à boca da baliza, Torres; um remate a cinco céntímetros do poste; Mata, um remate ao lado, e duas defesas do Artur; e mais um remate ao lado do Kalou), e três para o mais grande do Mundo dos arredores de Carnide (uma defesa do Cseh, a remate do Cardozo; e, vá lá, uma oportunidade e meia, em dois remates de cabeça do Floribello).

 

É disto que se queixam?! Tenho cá para mim que desistiram da queixa à UEFA, mas não foi porque o Platini foi simpático, e até deu a final da Champions no Estádio da Lucy, foi mas é porque, entretanto alguém que percebe de futebol reviu o jogo, e os avisou do ridículo em que iam cair.Como se não tivessem já caído!

 

Ah! ...e o árbitro não era eslovaco, era esloveno!      

 

Way, José (actualizado em 27.05.2010)

25
Mai10

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

E pronto, para quem julgava que uma besta quadrada não era capaz de vencer a Champions, o José Mourinho fez o favor de demonstrar que, sim, senhor, até pode ser uma besta quadrada, mas de futebol, percebe ele.

 

O Van Gaal queixa-se de que o Inter se limitou a jogar à defesa e a aproveitar as falhas da sua equipa. Seja. Estou como o outro: no futebol não há nota artística, o que contam são as bolas que entram.

 

O que se faz para elas entrarem, a forma como elas entram, e como depois se evita que o adversário marque, isso é outra história. O Mourinho pegou naquela máxima de que uma equipa só joga o que a outra deixa jogar, e, não só confirmou a sua veracidade, como ainda lhe aditou um corolário: “o adversário até pode jogar até se fartar…desde que não marque”.

 

Aquele Inter, é uma amálgama onde entra alguma prata da casa (no sentido de que já lá estavam quando ele chegou – Júlio César, Zanetti, Samuel), à qual se junta refugo do Bayern (o Lúcio), e com as sobras do Real Madrid (Snejder, Samuel, Cambiasso, e até o Eto’o passou por lá), está feita mais de metade da equipa.

 

A grande vedeta que por lá andava (o Ibhraimovic), depois de tantas juras de amor eterno, foi despachada para Barcelona, de onde veio o Eto’o, e, ou muito me engano ou Maradona ainda vai ficar de cara à banda por não ter convocado o Cambiasso e o Zanetti.

 

Depois, lá vieram o Maicon, o Chivu, o Pandev e o Diego Milito, que andou perdido em Espanha, e ninguém deu por ele, e o nosso Quaresma, que tão bom rendimento tem dado ao FC Porto (mais quatro ou cinco milhões de euros. Nada mau, para quem joga onze jogos na Liga, e dois na Champions).

 

Tudo somado, não me digam que não há ali dedo do treinador. O gajo até pode ser uma besta arrogante, mas uma coisa é certa, é uma arrogância com sustentação no mérito dos resultados que foi obtendo ao longo da carreira.

 

Ali não há basófia oca, para otário ver, como no caso de uns e outros que andam por aí a ganhar “limpinho”. Ali, até o Benquerença, e convém não esquecer o Olegário do jogo do 3-1 ao Barcelona, não passa de um mero pormenor. Pudessem outros dizer o mesmo.

 

E agora, Real Madrid. Pela parte que me toca, é pena. Para mim o Real sempre foi, é e será o Benfica de Espanha, um albergue merengue para “peseteros”. De bom, só o terem contratado o Secretário e o Pepe. Agora parece que é a vez do Benfica: Di Maria, Coentrão, David Luiz, e não sei se o Mantorras também não vai para lá!

 

Agora a sério. Estou curioso para ver como é que o Mourinho se irá dar em Madrid. É que, desta vez, ao contrário do que é hábito, vai ter a imprensa (madridista) do seu lado, e vai estar do lado do “regime”. Uma premiére total.

 

No FC Porto, as coisas são como se sabe. O Chelsea não é dos clubes mais amados de Londres, quanto mais de Inglaterra, e o Abrahamovich não ajudou nesse capítulo.

 

Em Itália, ele próprio diz que não o respeitam e que não o estimam. Como é que irá ser em Madrid, com tudo do seu lado? Vamos ver.


Nota: o título é, supostamente, um trocadilho com "No way, Jose", que, em estrangeiro, até rima...

 

Nota2: o único italiano que jogou na final foi o Marco Materazzi. Os outros suplentes utilizados foram o Muntari e o Stankovic. Nem o Balotelli entrou... Expliquem-me lá outra vez, como se eu tivesse três anos, porque é que "o que é nacional, é bom..."

 

Nota 3 (em 27.05.2010): Está explicado o porquê do Materazzi...