Antes de mais convirá esclarecer que dou tanta relevância à Comissão de Instrução e Inquérito da Liga de Clubes e às suas conclusões, como à Liga ela própria, ou à Taça Lucílio Baptista.
Como as coisas estão, o único atractivo associado à Lucílio Baptista, é o facto de o FC Porto nunca a ter conquistado. Vai daí a sucessão de episódios rocambolescos envolvendo o clube. No dia em que a conquistarmos pela primeira vez, perde todo o seu, já de si pouco, appeal.
É que nem é bem uma competição, é mais uma telenovela mexicana ou venezuelana.
No entanto, esta celeuma à volta do atraso do FC Porto no jogo com o Marítimo, e a tese com que a Comissão sustenta a existência de dolo na situação, ao menos, tiveram o condão de me fazer recordar com saudade um ex-colega, estupidamente desaparecido do meio de nós.
Um dia, na disciplina de Filosofia, em que lhe calhou ter fazer um trabalho sobre os silogismos gregos, saiu-se com o seguinte exemplo para demonstrar a sua falibilidade:
“Os chineses são amarelos. Os eléctricos também são amarelos, logo, os chineses são eléctricos”
Assim anda a Comissão de Instrução e Inquérito.
O árbitro relata que o jogo começou atrasado “por atraso do FC Porto no túnel para vistoria dos equipamentos”.
O capitão do FC Porto, quando questionado pelo árbitro, limitou-se a responder “simplesmente que se atrasaram”.
O FC Porto alega agora que o atraso se deveu à realização de exames médicos ao jogador Fernando Reges, que sentira dores no período de aquecimento.
Como não o fez antes, e o dito jogador “constava na ficha técnica”, e pior ainda, pasme-se, “iniciou o jogo a titular”, obviamente que, “à luz dos juízos da razoabilidade e de bom senso que devem nortear a valoração da prova”, “a razão para o atraso no início do jogo não foi portanto, a realização de exames médicos indispensáveis ao jogador.”
Et voilá! A prova de que os gregos, nesta matéria, eram uns simplórios. Ou insuficientemente filhos da puta…
E arremata a Comissão, certamente precavendo-se da eventualidade de algum chico-esperto poder vir a achar isto tudo, um tanto ou quanto abstruso, “as dúvidas sobre a condição física do atleta, a existirem, deveriam ter levado a equipa a considerar outras opções que lhe permitissem não prejudicar o interesse na verdade desportiva e a proteção dos contendores”.
Nem Esopo fez melhor na fábula do cordeiro e do lobo:
“Se não foste tu que bebeste a água, foi o teu pai. Se não foi o teu pai, foi o teu avô”
Fabulástico!
Consta que a presidente da Comissão é docente em cursos de formação. Será que se ausentou por uns momentinhos, e tiveram de convidar o tipo das castanhas da esquina para fazer um part-timezito?
Ná, é mau demais! Até para ele...
. Coisas diferentes, talvez...
. Quando uma coisa é uma co...
. O acordo necessário e a n...
. FC Porto 2016/2017 - Take...
. A quimera táctica do FC P...
. No news is bad news, (som...