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Azul ao Sul

Algarvio e portista E depois? O mar também é azul...

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Algarvio e portista E depois? O mar também é azul...

A perfeição é o limite

02
Dez14

Isto não se faz. Desde ontem que sou constantemente alvo de provocações por parte de colegas, mormente daqueles que são adeptos de um clube muito grande, muito grande, que obteve este fim-de-semana mais um golo num lance de fora-de-jogo, de que pouco se fala, justificando-se assim, tanto a parte do mor, como do mente.

 

Então não é que uma série destes sacanas me vieram dar os parabéns pela vitória do FC Porto?

 

Parabéns porquê?! Perguntei eu, surpreendido.

 

Parabéns porquê, num jogo contra uma equipa que terá tido tanto tempo de descanso após a partida para a Liga Europa, como o Estoril, com quem empatámos?

 

Porquê, se os golos do FC Porto, todos eles sem excepção são indignos de ter visto a luz do dia, tal a casualidade com que surgiram?

 

Sim, porque não houve naquele raio daquele jogo, uma única porra de um golo de que se possa dizer: "Benza-te Deus!"

 

Querem que festeje aquela vitória, com aqueles golos?

 

O primeiro nasce de um atropelamento fatal do Jackson ao defesa vilacondense, ou vice-versa, que não percebi muito bem. A bola sobre para o Tello, e este, com as lacunas que lhe são sobejamente reconhecidas e apontadas no momento da decisão dos lances, marca.

 

Não sei o que é mais fortuito, se a origem do lance, se o seu epílogo.

 

No segundo golo, o Tello, a trancas e barrancas recupera a bola, dá para o Jackson, que em vez de lhe reciprocar o passe, vai por ali fora, e feito um autêntico Quaresma contra o Athletic, remata e marca.

 

O terceiro é a suprema heresia. Como se não bastasse  a insistência individual do Alex Sandro, ainda tem o desplante de virar as costas ao lance, para o defesa do Rio Ave chutar contra si, e a bola só parar no fundo das redes.

 

Como dizia o Jesualdo Ferreira, "só os cagões é que viram as costas à bola". Mas este tem desculpa: o adversário é que rematou contra ele.

 

No quarto golo, onde é que já se viu o Quintero inventar um passe daqueles, em vez de lateralizar o jogo para a linha, de onde, por certo, o Quaresma tiraria mais um dos seus cruzamentos tecnicamente horripilantes, mas que, pasme-se, vai, não vai, surtem em golo.

 

E o último, nem tenho palavras. Afinal de contas, o futebol é ou não é um jogo colectivo? Degredo imediato para o Danilo!

 

danilo18.jpg

 

Portanto, se bem percebi, e deixando de fora os penáltis do Herrera e do Danilo, mais o empurrão do Casemiro em plena área que o Olegário deixou por assinalar, é por isto que me dão os parabéns?

 

Tenham juízo. 

 

Está decido, de hoje em diante só vou festejar as vitórias que brotem de golos resultantes de lances de futebol colectivo, de onde ressalte o verdadeiro labor da equipa, que sejam fruto de uma esquematização táctica bem delineada, depois de horas e horas de trabalho de laboratório, vulgo, treino, que se olhe para eles e se veja geometria em movimento, e claro está, que sejam esteticamente belos e perfeitos.

 

E se pensam que estou apenas a ironizar, podem tirar o cavalinho da chuva. Descobri recentemente um nicho pouco explorado, de adeptos portistas que, não obstante o FC Porto ganhar e alguns dos seus jogadores, apenas alguns, marcarem golos, por vezes até decisivos, não se dão por satisfeitos.

 

Querem mais. No fundo, querem a perfeição, o gesto tecnicamente perfeito, diria o Gabriel Alves. É com eles que quero estar, e é com eles que vou passar a estar. Poderei eventualmente andar mais mal disposto, mais azedo e corrosivo naquilo que escrevo, mas azar, é o preço a pagar pela celebração da perfeição.

 

E nada menos do que isso.

 

Nota à navegação: não levem a sério. Compreendo perfeitamente que todos nós temos jogadores que admiramos, e outros que só queríamos ver pelas costas, desde que não fosse com as cores do tal clube grande.

 

No entanto, e apesar disso, até quando alguns acertam, usar isso para criticá-los, como por aí tenho visto, excede quanto a mim o razoável. A tad far fetched in my book. 

 

 

 

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