Não tenho a ideia exacta de quando é que isto começou, mas se por algum motivo tivesse de situar no tempo o início desta febre estatística, apontaria para o período do Sporting de Peseiro.
É claro que sempre existiram números e dados estatísticos, recordo que, como em tantas outras áreas, também nessa o FC Porto foi o percursor, através do prof. José Neto, que integrou a equipa técnica de Pedroto.
Agora, o inferno estatístico em que hoje vivemos, salvo erro começou com o Sporting do Peseiro, e as suas incomensuráveis series de vitórias, que foram assim amplificadas, talvez na esperança de que não tivessem fim à vista. Uma espécie de #colinho doutra natureza.
Ironicamente, acabariam por perder em casa com o CSKA, a hipótese de chegar a um título europeu, e a mona lisa do Luisão haveria de os apear da corrida para o campeonato nacional.
A coisa agora refinou-se e expandiu-se, como se a grande beleza do futebol não residisse na sua aleatoriedade, e a única verdade estatística insofismável é a de que só contam as bolas que entram na baliza.
Não tarda, alguém vai chegar à conclusão de que o actual campeão, é o clube que mais títulos alcançou com um defesa central careca ou com um defesa-direito com uma verruga bá cara e o nome começado por "M".
Por exemplo, estatisticamente, o FC Porto terá tido a melhor defesa da Europa, e teve o melhor marcador do campeonato, que, ainda assim, não ganhou.
O que é que isso nos diz? A mim não me diz grande coisa.
Diz-me que, no futebol, o objectivo principal do jogo é marcar golos, e não impedir que o adversário os marque.
De vez em quando pode acontecer que uma selecção como a italiana, empate todos os jogos da fase de grupos e acabe campeã europeia. Mas isso é numa prova com apenas três jogos em poule. Um campeonato é longo e é uma competição de regularidade, convém marcar mais golos que os adversários.
O que nos leva ao titulo de melhor marcador, que para além de atestar da capacidade individual de quem o alcança, para pouco mais serve, especialmente quando nos dois lugares imediatos se classificam os dois melhores marcadores do rival, com menos um e dois golos, respectivamente.
Mas já que é de estatísticas que se fala, há mais dois factos estatísticos que, apesar de tudo, catapultam Julen Lopetegui para a história do FC Porto de Pinto da Costa, e que não têm tido o devido realce.
Tal como aconteceu em 1988-1989, o FC Porto não conquistou qualquer titulo, mas enquanto Quinito não chegou ao fim da época, Lopetegui conseguiu fazê-lo.
E, caso Lopetegui continue a treinar o FC Porto na próxima temporada, será o primeiro treinador que o fará (na gestão de Pinto da Costa), depois de se ter aguentado uma época inteira sem ganhar o que quer que seja.
Estatisticamente falando ou não, é obra. Ou sinal dos tempos.
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