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Azul ao Sul

Algarvio e portista E depois? O mar também é azul...

Azul ao Sul

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Nostalgia natalícia

21
Dez12

Apesar da quadra a isso convidar, por norma, não sou muito dado a acessos nostálgicos. No entanto, e por enquanto, tenho memória quanto baste, o que é substancialmente diferente.

 

E curiosidade. Por exemplo, andava curioso por saber o que era feito daqueles rapazes que, com excepção do Janko, estavam entre nós no Natal passado, uns de corpo e alma, outros nem por isso.

 

Como é que eles se estariam a dar, lá pelas paragens onde demandaram novos desafios, que nós não lhe colocávamos. Ou, pura e simplesmente, para onde foram recambiados.

 

Apenas por mera curiosidade, e sem ser animado por qualquer sentimento de ressabiamento, ou numa de “ó tempo, volta p’ra trás”.

 

Meia horita de trabalho intensivo no Zerozero.pt, e eis os resultados que obtive:

 

 
Bracalli (Olhanense)

 

7 jogos na Liga Zon Sagres, 12 golos sofridos, 630 minutos jogados.

1 jogo na Taça de Portugal, 2 golos sofridos, 90 minutos jogados.

 

 

 

 

Beto (SC Braga)

 

11 jogos na Liga Zon Sagres, 14 golos sofridos, 990 minutos jogados.

5 jogos na Champions, 11 golos sofridos, 450 minutos jogados.

2 jogos na qualificação para a Champions, 2 golos sofridos, 180 minutos jogados.

 

 

 

 

 

Sapunaru (Saragoça)

 

12 jogos na Liga BBVA, um golo marcado, oito cartões amarelos (o segundo na Liga com mais amarelos!), e 1.080 minutos de jogo.

3 jogos na Taça do Rei, 2 amarelos e 270 minutos jogados.

 

 

 

   

Fucile (Santos FC)

 

Lesionado desde Abril, as últimas notícias dão-no como encontrando-se de saída do clube, onde alinhou apenas em 14 jogos, e marcou um golo.

 

 

 

 

Álvaro Pereira (Inter de Milão)

 

11 jogos na Série A italiana (8 a titular e suplente utilizado em 3), 1 golo, 1 amarelo, 720 minutos em campo.

6 jogos na Liga Europa (5 vezes titular, 1 suplente utilizado), 1 amarelo, 473 minutos jogados.

1 jogo como suplente utilizado na Copa de Itália, 15 minutos de jogo.

 

 

 

Souza (Grémio)

 

6 jogos na Copa Sudamericana (5 vezes titular, 1 suplente utilizado), 1 amarelo e 470 minutos de jogo.

23 jogos no Brasileirão, sempre titular, 3 amarelos, 1 golo e 1.795 minutos em jogo.

 

 

 

 

 

Guarín (Inter de Milão)

 

15 jogos na Série A italiana (10 a titular e 5 como suplente utilizado), 3 amarelos, 3 golos marcados, 973 minutos em campo.

8 jogos na Liga Europa (6 de início e 2 como suplente utilizado), 2 golos, 620 minutos em jogo.

 

1 jogo como suplente utilizado na Copa de Itália, 1 amarelo e 1 golo, 45 minutos em jogo.

 

 

 

 

Belluschi (Bursaspor)

 

 14 jogos na SuperLiga turca (12 como titular e 2 como suplente utilizado) 2 amarelos, 3 golos, 1.100 minutos em campo.

 

 

 

 

 

Hulk (Zenit Sampetesburgo)

 

9 jogos na Liga russa (8 a titular e 1 como suplente utilizado), 5 cartões amarelos, 2 golos, e 625 minutos de jogo.

 

5 jogos a titular na Champions, 2 amarelos, 1 golo e 440 minutos.

 

 

 

 

Walter (Goiás)

 

23 jogos na Série B brasileira (19 a titular e 4 como suplente utilizado), 2 amarelos, 16 golos marcados e 1.670 minutos jogados.

 

 

 

Djalma (Kasimpasa)

 

15 jogos na SuperLiga da Turquia, todos a titular, 1 amarelo, 1 golo, 1.282 minutos de jogo.

 

  

 

  

Janko (Trabzonspor)

 

12 jogos na SuperLiga turca (6 a titular e outros tantos como suplente utilizado), 3 amarelos, 1 golo e 542 minutos.

 

 

Para dar uma ajuda nas eventuais conclusões que possam/queiram tirar, acrescento que, na nossa Liga, vão disputadas, nesta data, doze jornadas.

 

Na Liga BBVA espanhola são dezasseis. Na Série A italiana, dezassete. No Brasileirão (desde Agosto), são vinte e três. O mesmo na Série B brasileira, também desde Agosto. Na Liga russa, são dezanove as rondas jogadas, e na SuperLiga turca são quinze as jornadas disputadas.

 

O Olhanense fez dois jogos na Taça de Portugal e o SC Braga oito na Champions League (incluindo a qualificação).

 

O Saragoça fez três jogos na Taça do Rei e o Inter de Milão, um na Copa de Itália, e mais dez na Liga Europa (incluindo paly-offs).

 

O Grémio de Porto Alegre jogou seis vezes para a Copa Sudamericana, e o Zenit de Sampestesburgo, seis jogos na Champions.

 

Portanto, tudo somado, estamos em presença de apenas dois totalistas: O Souza, com 23 presenças, noutros tantos desafios, e o Djalma, com 15 em 15.

 

Do Souza, já ouvi por aí que, caso o Fernando não renove o contrato que o vincula a nós, e por isso, seja vendido agora em Janeiro, poderia vir a substitui-lo.

 

Bem vistas as coisas, neste momento, rodagem não lhe faltará, ainda que o ritmo brasileiro seja diferente, e sem a sombra eucalíptica do Fernando, talvez a coisa corra melhor, ainda que não seja aquele o seu lugar de eleição.

 

Quem parece ter encontrado o seu lugar na Série B brasileira é o Walter. Dezasseis golos marcados em vinte e três jogos, é obra. Por cá, talvez não se desse mal, agora que até temos equipa B…

 

Quanto aos outros, destaque para o Sapunaru, com muitos jogos feitos em Saragoça, mas com muitos amarelos à mistura. Andará a ver a dobrar?

 

Nos resto, nada mal os dois guarda redes. Por cá, com o Helton em boa forma, estavam os dois encostados. Pouco conveniente para dois trintões. O Belluschi não está mal. No entanto, convirá ter em conta que estamos a falar do Bursaspor!

 

O Janko está, mais coisa, menos coisa, igual a si próprio, e a grande desilusão é sem dúvida o Hulk.

 

E pronto.

 

Agora resta-nos entrar de novo na dança das entradas e saídas que se avizinham, com pensamento positivo…

Mercado: o papão irracional

03
Set12

A visão do “mercado”, que me transmitiram quando estudei (ou a que consegui apreender, quiçá por ser a mais redutora e simplista), é que este era apenas e só o ponto de encontro entre vendedores e compradores.

 

Agindo o mais racionalmente possível, de modo a maximizarem a satisfação das suas necessidades, uns procuram comprar a maior quantidade possível e/ou a melhor qualidade, ao preço mais baixo que lhes aceitarem, e os outros, vender a maior quantidade possível, ao preço mais elevado que queiram pagar-lhes.

 

Esporadicamente, os que vendem partilham com os compradores alguma da sua preocupação com a qualidade.

 

No fundo, é isto. Outros enviesamentos poderão eventualmente acontecer por força de factores de distorção artificialmente introduzidos mas na prática, continuo a pensa que se resume a pouco mais que isto.

 

Depois, entram em cena a procura e a oferta. Quando aquela sobe, aumentam os preços, quando faz o percurso contrário, descem. E vice-versa em relação à oferta.

 

Por isso, há certas movimentações do “mercado” de transferências que me são particularmente difíceis de entender, senão as tomar por conta destes factores de distorção.

 

Três exemplos:

 

 

O interesse do Zenit no João Moutinho. Depois do Conselho de Administração do Zenit de Sampetesburgo ter vetado o pagamento de 50 milhões de euros pelo Hulk, ou o FC Porto ter recusado uma oferta daquele clube, por aquele montante pelo jogador, consoante os pontos de vista, foi noticiado que o clube em questão afinal, se virara para João Moutinho.

 

Tudo isto passado entre os dias 28 e 30 de Agosto, e portanto, a um dia do fecho da grande parte dos mercados europeus mais relevantes. As excepções serão os mercados francês, turco e, espantosamente, o russo.

 

Pelo que então se pôde ler, a oferta do Zenit pelo médio português ascendeu a 26 milhões de euros, quando a sua cláusula de rescisão é na ordem dos 40 milhões. O Tottenham chegou aos 27 milhões, e segundo consta, terá ficado a meras irregularidades processuais de consumar a contratação.

 

Concordo com o Vítor Pereira, quando diz que não haverá por esse Mundo futebolístico treinador que, dispondo o seu clube de arcaboiço financeiro para tanto, não queira dispor nas suas fileiras de Hulk e João Moutinho, ou apenas um deles.

 

O Spalleti, com certeza não será diferente. O que eu não percebo é a fixação do Zenit nos jogadores do FC Porto.

 

O Hulk e o João Moutinho actuam em posições bastante diferentes, por isso, só vejo duas hipóteses: ou os russos estavam (estão?) necessitados de jogadores para ambos os lugares, ou far-nos-ão em estado de tal carestia financeira, que depois da primeira nega, alimentavam esperanças de levar o segundo a preço de saldo.

 

Quanto às necessidades do lado deles, não faço a menor ideia. Sobre as nossas, aparentemente não serão tão prementes como tudo isso. Apesar das poucas vendas que fizemos, algumas, as melhores por coincidência, de faca ao pescoço, e os ajustamentos introduzidos no plantel, ainda assim, parece que fomos os que conseguimos o maior lucro.

 

Porque carga d’água é que o Zenit tanto insiste na nossa tecla? E mais ainda, porque é que um clube de um País onde o mercado de transferências ainda está aberto, entra em concorrência com um Tottenham, pelo João Moutinho?

 

Se era com o nosso desespero que contavam, então mais valia esperar pelo encerramento dos restantes mercados com alguma projecção, e aí sim, avançar com uma qualquer oferta.

 

Quem está desesperado por vender, se não tem mercado, não lhe resta alternativa senão baixar o preço. Serão estes russos burros ao ponto de desperdiçar uma vantagem competitiva destas? – à atenção de monsieur Platini, o fairplay financeiro também passa por aqui!

 

Porém, constata-se que, ao passo que os seus conterrâneos iconoclastas do Anzhi foram bastante lestos a negar o seu interesse por jogadores de outro emblema, quebrando assim a imagem de resistência estóica que se queria ver transmitida, da parte do Zenit não houve refutação alguma da versão do nosso presidente.

 

Tudo isto, é no mínimo estranho. E também não deixa de ser sui generis que tal aconteça em vésperas de uma deslocação complicada da nossa equipa, acompanhada da nomeação de um árbitro também ele complicado, mas que a bem da verdade, até nem complicou de sobremaneira.

 

Que tenha havido interesse dos Hotspurs, e que tenham chegado a vias de facto, não duvido. Quanto ao resto, haja irracionalidade meus amigos, mas nem tanto…
 

  

 

 

O affaire Palito. Este é outro negócio que, à primeira vista, prima em primeiro grau, para não sair da família mais chegada, pela irracionalidade.

 

Antes de mais, considero que foi um excelente negócio. Para nós, é claro. Podem vir dizer que o uruguaio há duas épocas atrás valia 22 milhões, o certo é que, no momento em que foi transferido, o valor facial do Álvaro Pereira era, quanto a mim, zero.

 

O seu destino no FC Porto estava delineado, e não era nem de ontem, nem desde este defeso. O jogo com o SC Braga, na Pedreira, deixou muito pouca margem de manobra a todas as partes envolvidas (jogador, treinador, clube).
 
 
 

Encostado, ou coisa parecida, nem o que demos por ele quando o contratámos, valia. Por tudo aquilo que já se viu ser capaz de congeminar no balneário, com impacto negativo junto do grupo de trabalho, se tivesse que o avaliar, talvez lhe desse um valor abaixo de zero.

 

Vir um clube como o Inter de Milão, aliás à semelhança do que aconteceu com o outro do chapéu, dar 10 milhões pelo Palito, é quase como estar com uma gastroenterite, e encontrar uma casa de banho decente no deserto tunisino (been there, done that!).

 

Ainda bem para nós, mas o que me faz espécie é porque é que os neroazzurri se prestaram a desembolsar tais quantias por aqueles dois jogadores?

 

Dirão que são dois bons jogadores, e que valem aquela dinheirama toda. No caso do uruguaio, não contesto. Quando quer, consegue ser efectivamente um dos melhores do mundo na sua posição. Ou pelo menos já o logrou conseguir, e os italianos terão a esperança de que volte a sê-lo.

 

O outro, nem tanto, mas parece que é por lá apreciado.

 

Por outro lado, o Inter não é conhecido por fazer contratações de jogadores a pensar na sua valorização e posterior revenda com lucro, como infelizmente parece ser o nosso fado sem remissão.

 

Logo, se se prestou a pagar aqueles valores, será porque era mesmo aqueles que queria no seu plantel.

 

Se é assim, sabendo de antemão o estado azedo a que haviam chegado as relações dos jogadores com o treinador, e por via disso com o clube, por que carga d’água é que atiram com aqueles montantes para cima da mesa, em vez de esperar que os dois lhes caíssem de maduros no colo?

 

Não é que me esteja a queixar, mas do ponto de vista meramente economicista, não parece ser uma decisão muito racional.

 

A não ser que, sem que a comunicação social, sempre tão expedita a arranjar interessados para os atletas que fazem parte do plantel do FC Porto, e que interessa manter, tenha dado por isso, o Inter tivesse alguns concorrentes na corrida por aqueles dois.

 

Ou querem lá ver que nós é que estamos mal habituados por cá, e por outras paragens ainda perdura alguma réstia de ética no futebol?

 

Numa altura em que o próprio Real Madrid parece que se prepara para provar o próprio veneno, e pagar com língua de palmo e meio os métodos que empregou quando contratou o Cristiano Ronaldo, duvido muito.
  
 

A contratação do Lima. Começo por dizer que até há dois dias atrás, gostei do Lima enquanto jogador, e que não me importava se por esta altura envergasse de azul e branco, em várias tonalidades, em vez de vermelho e branco.

 

No entanto, grande parte daquilo que vou escrever de seguida, infelizmente também teria aplicação se estivesse connosco.

 

Por uma vez, concordo inteiramente com a opinião do tratador de cavalos que masca chiclas, e também acho que são perfeitamente compatíveis, podendo jogar lado-a-lado, o Cardozo e o Lima.

 

Como alguma comunicação social, a mesma a que acima aludi, fez questão de frisar que, enquanto pontas-de-lança prioritários das suas equipas, aqueles dois valeram na pretérita temporada, 20 tentos cada um.

 

No entanto, jogando juntos, salvo se estiver para vir por aí uma avalanche de jogo ofensivo, dificilmente conseguirão alcançar aquela marca. Portanto, a tendência será para reduzirem a sua produtividade.

 

Marcando menos golos, é muito natural que baixe o seu valor de mercado.

 

Dado que o clube em questão tem no seu plantel mais dois avançados muito semelhantes àqueles, Rodrigo e Kardec, será com naturalidade que estes últimos perderão algum espaço na equipa e tempo de jogo, ainda que no caso do segundo, tal não passasse à partida de uma miragem.

 

Tratando-se de dois jogadores mais jovens que o Lima, e com alguma margem de progressão e valorização, jogando menos, é esse potencial que em parte se perde.

 

A entrada deste jogador no plantel vai ainda dificultar a chamada à equipa de jogadores como o Aimar, o Bruno César ou, ainda que menos, o Gaitán, para jogarem por trás do ponta-de-lança.

 

Mantendo-se o esquema de 4x4x2, só restará, nos casos do Bruno César e do Gaitán, jogar na linha, onde a concorrência é numerosa, e ao Aimar, como médio mais adiantado, onde terá a companhia do Carlos Martins.

 

Seja como for, esta entrada conjugada com a saída do Javi Garcia, como já se percebeu, vai obrigar o Witsel a jogar mais recuado.

 

O Matic ou os Andrés da B, por muito boa vontade que se possa ter, não estão à altura do lugar, e o belga é o que mais garantias oferece. Tendo em conta as suas capacidades, é contudo um desperdício fazer dele um trinco mais posicional, e mais uma opção que dificilmente concorrerá para a sua valorização.

 

Tudo somado, qual é a racionalidade da contratação de mais um ponta-de-lança, por uma equipa que só dispõe de um lateral-direito e que não tem lateral-esquerdo, nem um trinco capaz?

 

Estes são três exemplos de como se fossemos apenas pela questão da racionalidade do mercado, uma grande parte dos negócios no futebol estariam fadados a morrer à nascença.

 

Nestes casos, ainda bem para nós.

Palito è finito?

13
Abr12
 

Quem não se recorda das "três palavrinhas apenas" com que o Ivic, pôs fim à carreira do Fernando Gomes no FC Porto?

 

Não tenho a mais pequena pretensão de correr com o Álvaro Pereira da nossa equipa, e por mim, desde que esteja cá inteiro, de corpo e alma, é daqueles que “era p’ra todá vida!”.

 

Parece contudo que outros já lhe puseram os patins. Não sei qual é a fonte da notícia, mas desconfio que é a do costume. Ou seja, nenhuma.

 

Porém, não é nada que me surpreenda grandemente. Depois do comportamento do jogador no último jogo, aventar a sua saída, é quase como perguntar a cor do cavalo branco do Napoleão.

 

Muito sinceramente, tomando por boa a descrição do ocorrido em Braga, feita no Bibó Porto, carago!, e não tenho motivo para não o fazer, dificilmente se antevê grande alternativa.

 

Uma conversinha de pé d’orelha entre jogador e treinador, para fazerem as pazes? Seria sem dúvida uma hipótese mais cordata.

 

Mas, seria uma hipótese se a coisa não tivesse tomado a proporção, que aparentemente tomou. Faria sentido se não estivéssemos a terminar uma temporada em que os casos disciplinares foram anormalmente frequentes.

 

Ou ainda, se não tivessem sido vários os jogadores que, desde a pré-época, mostraram vontade de abandonar o Dragão. Incluindo o próprio Álvaro Pereira.

 

Por outras palavras, numa época, digamos que “normal”, faria todo o sentido tratar um caso destes daquela maneira. Como algo, ainda que grave, esporádico e, sem margem para dúvidas, reflexo da irritação momentânea consigo mesmo do jogador, que não é um robot, perante uma exibição menos conseguida.

 

Nesta temporada, não. Ainda a época anterior não tinha acabado, e já tínhamos o Rolando, o Álvaro, o Fernando, o Guarín e o James, com ou sem ofertas confirmadas por alguns deles, a confessarem que não se importavam de mudar de ares. Tivemos o Falcao a pressionar para sair, e saiu.

 

O Sapunaru e o Fucile foram afastados da equipa. O Belluschi, não me lembro em que jogo, também reagiu mal a uma substituição. O Fucile, o Guarín e o Belluschi acabaram emprestados no mercado de Inverno.

 

O Cristián Rodriguez admitiu que tinha discutido com o treinador. Agora, está também ele, finalmente encostado.

 

Até o Iturbe, quase que acabado de chegar, não se coíbe de desabafar nas redes sociais o seu descontentamento. Ao passo que, vem o Janko e revela que por cá, "as coisas são bem mais descontraídas, até na questão da pontualidade".

 

Lamento muito mas não dá para deixar as coisas em águas de bacalhau, sob pena de futuramente, os problemas avolumarem para proporções fora de cogitação.

 

O treinador ou a SAD, alguém deveria já ter percebido que esta história de ter jogadores contrariados no plantel, é contraproducente.

 

Foi assim em 2004/2005, quando os senhores Costinha e Maniche, para além de todas as contratações fracassadas, para além dos três treinadores, dos sumaríssimos, das cunhas leais e dos Estorilgates, se encarregaram de minar o que restava por minar.

 

E continua a ser assim, e continuará a ser, se prosseguirmos neste caminho.

 

“Mas não podemos deixá-los sair todos de uma assentada!”- dirão alguns, que com desespero, começam a ver faltar opções para formar a equipa. Pois não. Nem podemos andar a instaurar processos disciplinares a eito.

 

O que se pode fazer é um misto das duas coisas: uns saem, outros são punidos. Tanto uns como outros servem de exemplo aos demais. Agora, no nosso caso, o que se vê é que quem pressiona para sair, por via da regra, consegue fazê-lo, e os meninos que se portam mal, continuam a ter direito a chupa-chupas.

 

Não pode ser. Pedagogicamente é incorrecto, como lhes poderá explicar o Mário Nogueira. Ou talvez não.

 

E não me venham com argumentos do género: “Ah, e tal, os jogadores são os primeiros a querer ganhar, e os que mais sentem na pele as derrotas”.

 

Esses tempos já passaram. Os atletas são profissionais e, salvo poucas e honrosas excepções, poucos sentem a camisola, como, por exemplo, nós, os adeptos.

 

Só com vitórias é que eles se valorizam? Talvez. Vejamos o caso do Álvaro Pereira. A cláusula de rescisão do contrato é, ao que parece, de 30 milhões. Na temporada transacta, consta que ofereceram ao FC Porto, 22 milhões pela sua transferência.

 

Com a época que fez, já no último “Trio d’Ataque” o Miguel Guedes admitiu que dificilmente seria vendido por 22 milhões, quanto mais por 30.

 

Vai ficar penalizado por isso? Hmm, não acredito. O patrão actual sim, mas o jogador vai negociar o seu contrato com o eventual futuro clube que queira adquirir o respectivo passe.

 

Como a época lhe correu mal, irá receber menos? Talvez, mas se ainda assim receber mais do que aufere actualmente, e fôr parar a um campeonato mais atractivo, qual é o problema?

 

Do lado do clube comprador, a má época ou os problemas disciplinares fazem esmorecer a vontade de o contratar? Quem viu e avaliou correctamente o potencial demonstrado pelo jogador, dificilmente se deixará influenciar.

 

Problemas disciplinares? Parece que há por aí clubes e empresários que até aconselham a fomentá-los.  

 

E o que vale para ele, vale para quase todos os outros, e preparem-se porque o defeso vai ser duro neste capítulo. Hulk, Fernando, João Moutinho, James, e até quem sabe, o Silvestre Varela, que aquela letargia tem que ter uma explicação, são alvos apetecíveis para os Anzhis e ao Manchester Cities desta vida.

 

No meio disto tudo, cumpre enaltecer o comportamento do Fernando, que arrepiou caminho em relação ao final da época passada/princípio desta, e o Vítor Pereira.

 

Há que dar a mão à palmatória e elogiar o homem quando ele merece. Neste capítulo, é claramente merecedor dos maiores encómios. Não é fácil passar por todas estas situações, e ainda poder vir a sagrar-se campeão.

 

Que o digam o Del Neri, o Fernandez e o Couceiro…


Nota1: a notícia fala do Álvaro Pereira e do Rolando. Quem por aqui passa com alguma regularidade já se deve ter apercebido da minha opinião relativamente ao Rolando.

 

É, para mim, um jogador mediano, que teve mais do que oportunidades suficientes para se afirmar, e nunca logrou fazê-lo. Neste momento está perfeitamente estagnado. Tendo em conta também a atitude que tomou parecida com a do Álvaro Pereira, se sair, não me deixa saudades.

 

Nota2: não escrevi este texto antes, primeiro porque não é daqueles que me dê grande gozo escrever, e depois, porque ainda esperava que o Álvaro Pereira, ele próprio, tivesse a hombridade de dizer publicamente, qualquer coisa em sua defesa, além do que disseram a família e o empresário. Como não o fez, mais me motivou a escrevê-lo.