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Azul ao Sul

Algarvio e portista E depois? O mar também é azul...

Azul ao Sul

Algarvio e portista E depois? O mar também é azul...

Ainda sei como foste campeão em 2010

28
Nov12

«O (...)ica bateu no domingo um recorde, porventura mundial, de tempo de jogo em superioridade numérica ao longo de uma temporada, chegando a 342 minutos (cinco horas e 42 minutos de jogo) com mais um (por vezes, dois) jogador em campo. O que corresponde a 13 por cento do tempo total da competição. E Fucile foi o 17.º jogador adversário a ver o cartão vermelho em partidas do líder.»

 

João Querido Manha

in Record, 04/05/2010

(retirado daqui)

 

Na realidade, após a expulsão do Fucile, na 29.ª jornada, ainda haveria de ser expulso na derradeira ronda, o Wires, do Rio Ave, aos 11 minutos de jogo.

 

Portanto, foram mais 79 minutos a jogar em superioridade numérica, perfazendo em total de 421 minutos (sete horas e um minuto de jogo), o que corresponderá a 15,5 por cento do tempo total da competição.

 

Pura sorte, claro está.

 

Sorte também é que das trinta partidas da edição da Liga de 2009/2010, sete foram arbitradas por dois árbitros: Lucílio Baptista e João “pode vir o João” Ferreira.

 

Sorte que um destes árbitros, para além de ver o seu nome para sempre associado a uma Taça, da égide da Liga de Portuguesa de Futebol Profissional, por motivos bastamente consabidos, ainda teve participação meritória num jogo que nos disse respeito, autorizando um golo na mais perfeita ilegalidade.

 

Sorte ainda foi a falta inexistente que assinalou no desafio dessa mesma equipa contra a Naval 1.º de Maio, que deu origem ao único tento, o da vitória, para sua grande fortuna.

 

Sorte foi a expulsão, pelo outro daqueles árbitros, de um jogador do Marítimo – o Olberdam, no caso – por insultar um colega de equipa.

 

Estes, entre outros pormenores fortuitos, que não vale a pena agora aqui esmiuçar.

 

Muita sorte mesmo. Mas desiludam-se os que pensam que tanta sorte assim, não dá trabalho.

 

Por detrás de tamanha sorte há com certeza, muito trabalho do bom e do árduo.

 

Muito trabalhinho, sem dúvida.

 

…feito pelo outro lado!

 

 


Nota: Depois dos dois últimos textos do Jorge, no Porta 19, até parece mal vir com este tipo de discurso. Mas o que é que querem, a memória é meio caminho andado para a azia, e ainda não engoli aquele terceiro lugar, ainda que depois, tenha dado azo à conquista da Liga Europa.

 

É assim, nem todos podemos ser tão magnânimos com certas coisas, como o Jorge, ainda que reconheça que lhe assiste toda a razão deste Mundo.

Acabou-se o martírio

03
Mar10

Finalmente. O Sporting fez o favor de acabar com o estado de agonia latente em que vinha vivendo de há uns tempos a esta parte.

 
Desde muito cedo que tive a intuição de que esta edição, modalidade “Pescada”, da Liga Sagres tinha um destinatário projectado. E escrevi-o. Mais exactamente em 10.08.2009. Poupo-vos o trabalho de ir à procura:   
 
Benfica. O Sport Lisboa e Benfica é, claramente, o principal candidato ao título da Liga Sagres 2009-2010.
 
Um clube com seis milhões de simpatizantes, que, de entre todos os clubes do Mundo, tem o maior número de associados, ainda que alguns não paguem quotas há mais de 30 anos. Um clube que tem como presidente Luís Filipe Vieira, como responsável pelo futebol, o “Maestro” Rui Costa, e o melhor treinador português, tem que ser o principal candidato ao título.
 
Uma SAD que gasta 20 e não sei quantos mais milhões de euros, em contratações de jogadores, alguns que mal aterram, e assim que o treinador lhes põe os olhos em cima, fazem ricochete, e vão de volta, e que só vende, por algo que valha a pena (dois milhões de euros), um jogador - o Katsuranis, tem que ser o candidato número um ao título.
 
Uma equipa que ganha a Eusébio Cup, sim, a EUSÉBIO CUP, e logo ao grande AC Milan, desculpem lá, mas ainda que a alguns custe a aceitar, é assim mesmo, e não há volta a dar. Especialmente quando os principais adversários, claramente, ficaram na mesma, ou perderam potencialidades.
 
O Sporting tem praticamente a mesma equipa que, nas últimas quatro épocas, se classificou à frente do Benfica. Por isso, dadas as melhorias na equipa da Luz, este ano é que não vão ter hipótese.
 
O FC Porto, à medida que o Benfica ia contratando grandes jogadores, trocou os seus dois melhores jogadores, dizem por aí, por quase uma dezena de jogadores medianos, ou desconhecidos. Também não vai lá.
 
(…)
 
FC Porto. O tetracampeão Futebol Clube do Porto, ou treta campeão, como alguns entendidos na matéria, com toda a propriedade lhe chamam, esta época não tem qualquer hipótese de revalidar o título.
 
Por duas ordens de factores: os externos e os internos. Na frente externa, o Benfica TEM que ser campeão.
 
Não é à toa que se faz um investimento como o que o Benfica fez. Um investimento daquele calibre, feito cirurgicamente, quando o Porto perde dois dos seus pilares da equipa, não é feito só para hipotecar futuras receitas, e comprometer as hipóteses de aparecimento de candidatos à liderança do clube, que agora, até a eleições já têm a desfaçatez de apresentar-se.
 
Não, um investimento daqueles tem que ter retorno desportivo, e imediato. E isso, exige a conjuração de todas as forças possíveis e imaginárias, ou, tão simplesmente, a vitória do PSD nas próximas eleições, que assegure a continuidade, e eventualmente, potencie a desfaçatez e a falta de vergonha que campeia na Liga de Clubes.
 
(…)
 
Portanto, em termos globais, não me parece que o FC Porto esteja assim, taaão mais fraco, que na época passada. Tem muitos jogadores novos. Isso é verdade. Vai ser complicado integrá-los todos. Tudo bem.
 
Mas é uma pena que o alinhamento estelar e que Saturno na quinta casa do Caranguejo, não permitam a esta equipa lutar pelo título, de igual para igual com o Benfica. Havia de ser um belo campeonato!
 
Assim, como assim, mais valia fazer aquilo que propus aqui há tempos, mas em relação ao FC Porto: entreguem esta época a vitória na Liga ao Benfica, e passemos à seguinte, de preferência, em pé de igualdade”.
 
Na altura, não estava jogado um único segundo da Liga Pescada. O Hulk não tinha sido duplamente expulso no mesmo jogo pelo Carlos Xistra, na jornada inaugural contra o Paços de Ferreira. As nomeações de árbitros pelo Vítor Pereira eram (e continuam a ser, em boa verdade!) inimagináveis. O Olegário Benquerença ainda não tinha anulado um golo limpo ao FC Porto, no jogo com os Belenenses, no Dragão, e o Rui Costa, contra o Paços de Ferreira.
 
O Lucílio Baptista não tinha marcado uma falta inexistente sobre o Di Maria, no jogo contra a Naval 1.º de Maio, de onde haveria de nascer o único golo dos encarnados, da autoria do Javi Garcia, e com o qual haviam de vencer o desafio, nem tinha validado o golo marcado pelo Benfica contra o FC Porto, antecedido por um claríssimo fora-de-jogo, e o Jorge Sousa não tinha anulado um golo limpo ao Vitória de Setúbal, que lhe poderia dar a vitória sobre os vermelhuscos.
 
Nada disto tinha acontecido. O Mossoró, o Ney e o Vandinho não tinham sido castigados. A bem dizer, não me passava pela cabeça que o SC Braga seria o principal opositor do Benfica na luta pelo título.
 
O Hulk e o Sapunaru não tinha agredido os “stewards”, nem sido castigados por isso mesmo, e não imaginava que estes fossem “agentes desportivos”.
 
Enfim, uma série de situações que, a 10 de Agosto de 2009, não imaginava que pudessem vir a acontecer. Mas aconteceram. E, neste momento, tudo se conjuga para que a minha previsão bata certo: o Benfica lidera a Liga Pescada, a nove jornadas do seu epílogo, com um ponto à maior sobre o SC Braga, e nove sobre o FC Porto.
 
Apesar de tudo isto, a teimosia, a negação das evidências, mais que evidentes, e o “matematicamente possível”, ainda me levavam a acreditar que era possível, e a martirizar-me com isso.
 
Ser portista é isso mesmo. O “perder” é algo difícil de encaixar, como se vê nos discursos, ainda que de circunstância, do Bruno Alves e do Jesualdo Ferreira.
 
Imbuído deste sentimento, antes do jogo entre o SC Braga e o Sporting, dediquei-me a fazer contas. O FC Porto estava então com seis pontos de desvantagem para bracarenses e benfiquistas, os quais, para além de ainda terem de jogar entre si, ainda teriam que defrontar os sportinguistas.
 
Ora, acreditando eu que o Benfica não perderia mais pontos esta época, a não ser com aquelas duas equipas, para o FC Porto ainda ser campeão bastaria que aqueles três adversários empatassem entre si e com o Sporting, e perdessem com o tetracampeão.
 
Ah! Para além disso, teríamos que ganhar todos os jogos a disputar, ou, pelo menos imitar os resultados dos minhotos e das papoilas saltitantes. Nada mais fácil. Era de caras!
 
SC Braga e Benfica perderiam assim sete pontos (dois no jogo entre si, mais dois, nos jogos com o Sporting, e três nos jogos com o FC Porto), e o penta estava garantido.
 
Mas, entretanto, o FC Porto empata com o Paços de Ferreira, o Benfica empata com o Vitória de Setúbal e antecipa o jogo da 20.ª jornada com a União de Leiria, que ganha, e passa a ter nove pontos de vantagem sobre o FC Porto.
 
Até aqui, tudo dentro do previsto. Agora, mau mesmo foi a vitória do SC Braga sobre o Sporting. É que assim, os bracarenses conseguiram frente ao Sporting mais dois pontos do que aquilo que seria expectável, e isso, somado ao empate portista com os pacenses, fez com que a distância para o FC Porto, que, por altura do embate entre estas duas equipas se deveria, desejavelmente, cifrar em quatro pontitos, fosse o dobro. 
 
Cumprida a obrigação de vencer o SC Braga, o FC Porto fica a cinco pontos deste clube, dois para recuperar no jogo entre os minhotos e o Benfica, e três, não se sabe muito bem aonde. Mas, ainda assim, nada que parecesse à partida impossível.
 
O Benfica descansa uma jornada, o calendário da competição retoma o seu normal curso, e eis que chega a visita a Alvalade com os encarnados seis pontos à frente do FC Porto, seguidos do SC Braga, a cinco.
 
E, pronto. Acabou-se. Agora são nove pontos para os vermelhuscos de Lisboa, e oito, para os de Braga.
 
Ou seja, em relação ao Benfica, que acredito piamente, não tornará a perder pontos nas jornadas decisivas da Liga Pescada, a não ser contra SC Braga, FC Porto e Sporting, três derrotas (por exemplo, no Dragão, contra o Sporting e contra o SC Braga, na Luz), ainda podem resolver o problema, desde que a derrota no Porto seja por mais de um golo.
 
Já no caso dos bracarenses a coisa fia mais fina. O Benfica é o único grande com que lhes falta jogar. Sendo imperiosa a sua vitória nesse jogo, para que o FC Porto alcance os benfiquistas, os oito pontos de vantagem do SC Braga, uma vez que há vantagem portista no “goal average” dos jogos entre ambos, teriam que ser perdidos contra outras equipas. Resta saber, é quais… Não estou a ver. É muito ponto.
 
E tudo isto, claro está, partindo do pressuposto de que o FC Porto ganhará todos os restantes jogos.
 
Por outras palavras, era precisa muita sorte, e uma conjugação de resultados que, faz favor!
 
Ponto final, não vale a pena pensar mais nisso, ainda que “matematicamente” ainda seja possível.
 
Obrigado Sporting, por pôr um fim a esta lenta e longa agonia, que me atormentava desde Agosto. Venha de lá a Liga 2010-2011, e que não seja Pescada.
 
Talvez agora deixem em paz o FC Porto, e os seus jogadores, e se dediquem a infernizar a vida ao SC Braga. Se bem que, pelo que já me apercebi, para alguns benfiquistas, mesmo a nove pontos, o FC Porto continua a ser a preocupação dominante.
 
Devem ser masoquistas. Até ao segundo lugar me parece quase impossível chegar, quanto mais…
 
Resta-me, no que falta disputar da “competição”, torcer pela vitória do SC Braga, que está sem margem para dúvidas, a fazer uma época, a todos os títulos excelente, e que, nos jogos entre os principais concorrentes ao título, ostenta um registo impressionante.
 
Se não for assim, então o Benfica que ganhe. Mas por mais de dez pontos de vantagem em relação ao FC Porto.
 
É a única forma para que fiquem compensados os pontos que foram até agora sonegados nos jogos que acima mencionei, e ainda, aqueles que, em condições normais, não seriam atribuídos ao futuro campeão.
 
Não é por nada, é só para que a sensação de roubalheira, fique um bocadinho mais adocicada e fácil de digerir.
 
FC Porto (pontos a menos):
 
- dois pontos, no jogo com o Belenenses, no Dragão;
- mais dois, no jogo com o Paços de Ferreira, também no Dragão;
- e um no jogo com o Benfica;
 
Benfica (pontos a mais):
 
- dois pontos, no jogo com a Naval 1.º de Maio, na Luz;
- dois pontos, no jogo com o FC Porto, idem;
- e um ponto, no jogo com o Vitória, em Setúbal;  
 

Nota 1: quando digo que o SC Braga tem um registo impressionante nos jogos com os “grandes”, refiro-me a isto:
 
- Sporting x SC Braga (1-2);
- SC Braga x FC Porto (1-0);
- FC Porto x Sporting (1-0);
- SC Braga x Benfica (2-0);
- Sporting x Benfica (0-0);
- Benfica x FC Porto (1-0);
- SC Braga x Sporting (1-0);
- FC Porto x SC Braga (5-1); e
- Sporting x FC Porto (3-0)
 
Resumindo:
 
SC Braga – 5 jogos, 4 vitórias, 1 derrota, 7 golos marcados, 6 golos sofridos, 12 pontos;
FC Porto – 5 jogos, 2 vitórias, 3 derrotas, 6 golos marcados, 6 golos sofridos, 6 pontos;
Benfica – 3 jogos, 1 vitória, 1 empate, 1 derrota, 1 golos marcados, 2 golos sofridos, 4 pontos;
Sporting – 5 jogos, 1 vitória, 1 empate, 3 derrotas, 4 golos marcados, 4 golos sofridos, 4 pontos;
 
Ao Benfica ainda falta jogar com todos aqueles que seriam, à partida, os seus concorrentes directos. Caso ganhe todos estes jogos, poderá superar o registo do SC Braga, fazendo treze pontos, e é, de caras, campeão.
 
Mas, se por hipótese, empatar em casa com os bracarenses, e se o FC Porto fizer no Dragão, o mínimo que se lhe exige, ou seja, ganhar aos encarnados, ainda vamos ver o Jorge Jesus a chorar por ter defendido o empate em Alvalade!
 
Há imagens que não se apagam da memória, e não me consigo esquecer da cara de incredulidade e impotência do bom do Jesus, na época passada em Braga, quando uma vitória sobre o Benfica do sobrinho da Lola Flores lhe dava o terceiro lugar, e não foi capaz de lá chegar.
 
Era essa a cara que me dava um gozo imenso voltar a rever!
 
 
Nota 2: para evitar discussões infindáveis, e perder tempo com interpretações mais que muitas sobre as Leis do Jogo, como pontos retirados ao FC Porto ou atribuídos indevidamente ao Benfica, só considerei aqueles que, ou resultaram de lances de foras-de-jogo mal assinalados, que invalidaram golos efectivamente obtidos por portistas e sadinos, mas não sancionados, ou que decorreram directamente de jogadas onde existiram ilegalidades generalizadamente aceites.
 

O ponto que devia ter sido outorgado ao FC Porto no jogo com o Benfica, resulta do facto de que, sendo retirados aos encarnados dois dos três pontos da vitória, o outro pontinho do empate para alguém teria de ir...

Antevisão da época 2009-2010, em tons de azul

10
Ago09

No Domingo que passou teve início oficial a época futebolística de 2009-2010, com a vitória do FC Porto sobre o Paços de Ferreira, na Supertaça Cândido de Oliveira, aquela que, como dizia aqui há uns anos, o Manuel Galrinho Bento, se joga “a feijões”.

 
Isto ao nível nacional, porque internacionalmente já contamos com duas equipas encostadas às boxes: o Sporting de Braga e o Paços de Ferreira. Mau começo para o Domingos Paciência em Braga. Vamos lá ver se os bracarenses têm paciência, para além dele!
 
No entanto, nem tudo foi mau na estranja. O Sporting, com um golpe de ombro pastorício, lá conseguiu eliminar o Twente, e agora venha de lá a Fiorentina.
 
Esta antevisão, assim sendo, já vem um bocadinho a destempo, mas, como até me divirto, vai ser interessante lá para Maio, constatar se pesco um coche da bola ou não. Provavelmente se acertar nalguma coisa, passe a modéstia, será por mera casualidade.
 
Obedecendo ao alinhamento prevalecente dos candidatos ao título, e só destes, porque dos outros, tenham dó, cá vai.
 
Benfica. O Sport Lisboa e Benfica é, claramente, o principal candidato ao título da Liga Sagres 2009-2010.
 
Um clube com seis milhões de simpatizantes, que, de entre todos os clubes do Mundo, tem o maior número de associados, ainda que alguns não paguem quotas há mais de 30 anos. Um clube que tem como presidente Luís Filipe Vieira, como responsável pelo futebol, o “Maestro” Rui Costa, e o melhor treinador português, tem que ser o principal candidato ao título.
 
Uma SAD que gasta 20 e não sei quantos mais milhões de euros, em contratações de jogadores, alguns que mal aterram, e assim que o treinador lhes põe os olhos em cima, fazem ricochete, e vão de volta, e que só vende, por algo que valha a pena (dois milhões de euros), um jogador - o Katsuranis, tem que ser o candidato número um ao título.
 
Uma equipa que ganha a Eusébio Cup, sim, a EUSÉBIO CUP, e logo ao grande AC Milan, desculpem lá, mas ainda que a alguns custe a aceitar, é assim mesmo, e não há volta a dar. Especialmente quando os principais adversários, claramente, ficaram na mesma, ou perderam potencialidades.
 
O Sporting tem praticamente a mesma equipa que, nas últimas quatro épocas, se classificou à frente do Benfica. Por isso, dadas as melhorias na equipa da Luz, este ano é que não vão ter hipótese.
 
O FC Porto, à medida que o Benfica ia contratando grandes jogadores, trocou os seus dois melhores jogadores, dizem por aí, por quase uma dezena de jogadores medianos, ou desconhecidos. Também não vai lá.
 
A equipa-base que não deve fugir muito disto: Júlio César; Maxi Pereira, David Luiz, Luisão e César Peixoto; Javi Garcia; Ramires e Aimar; Saviola, Cardozo e Di Maria, tendo em conta o modelo de jogo que Jorge Jesus utilizava no Sporting de Braga.
 
Como se vê, ainda ficam de fora, muitos e bons jogadores: Quim, Moreira, Sidnei, Miguel Vítor, Shaffer, Ruben Amorim, Carlos Martins, Urreta e Yebda (se ficar). E no ataque então, é um deslumbramento: Nuno Gomes, Mantorras, Fábio Coentrão, Keirrison e Weldon.
 
Pergunto-me, tendo em conta as lacunas que foram apontadas ao plantel da época transacta, onde é que param os defesas laterais? Sendo a integração do Luís Filipe uma incógnita, quanto tempo levará o Jorge Jesus até pôr o Miguel Vítor à direita? O David Luiz já fez uma perninha a lateral esquerdo, e muita porrada deu ele nas perninhas dos milaneses, enquanto o Sidnei ganhava tempo de jogo a central.
 
Curiosamente, sai o David Luiz, entra o Shaffer, e faz o cruzamento para o golo. E agora com mais o César Peixoto? A ver vamos.
 
No resto, o Benfica permanece igual a si próprio. O caceteiro-mor, Maxi Pereira, está fora por dois meses, mas tem lá os seus escudeiros: o David Luiz, o Luisão e o Miguel Vítor. É mais do mesmo, com o Javi Garcia a parecer perfeitamente integrado na filosofia de jogo destes colegas, e o Ruben Amorim a continuar a fazê-las pela calada.
 
Uma porradinha aqui, outra ali, mas sempre à sorrelfa, para não dizer à canídeo.
 
Estamos indubitavelmente perante o principal candidato ao título. Sem qualquer discussão.
 
O único contra que vejo, é a possibilidade do Fábio Coentrão ficar no plantel. É que, ficando, dificilmente jogará. Se fosse emprestado, pelo menos contra o FC Porto, haveria de fazer dois jogos do caraças!
 
Admitamos, é muito pouco em contra.
 
Sporting. A equipa do Sporting Clube de Portugal, especialmente depois de ver o jogo fora contra o Twente (o do golpe de ombro do Rui Patrício), parece-me mais fraca do que na época passada. Comparativamente com o Benfica, já se viu que não tem hipóteses.
 
A perda do Derlei, não é fácil de superar. Não pelo muito que aquele jogasse, mas pelo empenho e dedicação que punha em campo, batendo-se sempre com grande abnegação. E, fundamentalmente, pela componente traumática, pré e pós entrada ao lance, que induzia nos adversários, e que os fazia pensar duas vezes, antes de discutirem uma jogada com o “Ninja”.
 
O Romagnoli até era engraçado, e dava umas voltas e reviravoltas giras, quando pegava na bola. Claro está que isto de dar voltas, é como dizia o João Pinto, são 360º, e não se sai do mesmo sítio. Bem, o “Pipi”, acabou por sair, e já não mora em Alvalade. Fico triste e feliz, ao mesmo tempo, porque, tirando os jogos contra o Porto, em que, por burrice do Jesualdo, o dito cujo até conseguia desequilibrar, nos outros jogos, não fazia nada de especial.
 
O Ronny também saiu. E é também uma grande perda, dada a mais valia que constituía para o Sporting na marcação dos livres directos. Já para não falar dos lançamentos laterais. Perdi a conta aos golos que marcou de livre!
 
Os que entraram, não me parecem muito diferentes dos que lá estão. Excepto o Caicedo, que é muito mais forte que o Derlei, e por enquanto, ainda parece distinguir as pernas dos adversários da bola. O André Marques parece integrado no espírito da equipa, e o Matias, até agora parece uma espécie de Romagnoli, sem tatuagens (pelo menos que eu tenha visto), logo, com melhor aspecto. Dá a impressão que tem um estilo de jogo mais perpendicular para a baliza, mas posso estar enganado. A confirmar.
 
Os que ficaram. Os que ficaram continuam a mesma corja de caceteiros que espalhou nódoas negras pelos relvados portugueses na temporada transacta.
 
Na defesa safa-se, por pouco, o Abel, quando não apanha os árbitros distraídos, e mete mãos à bola desnecessariamente. Mas há o Polga, o Tonel, o Daniel Carriço, em plena fase de consolidação, o Pedro Silva, o Caneira, e como se não bastasse, o André Marques, é do mesmo género.
 
No meio do terreno temos esse portento de jogador, que é o Rochembach. Um autêntico rolo-compressor a meio-campo. É um jogador que faz a quadratura do círculo. Ou seja, é tão quadrado, como redondo ao mesmo tempo. No futebol propriamente dito, não há grande coisa a dizer.
 
Faz o lugar. Ou melhor, dada a sua dimensão, futebolística, claro está, faz vários lugares. E distribui fruta abundante e gratuitamente, em todos eles, sendo mais um, quando não o principal cabecilha, da trupe fandanga acima mencionada.
 
Nas segundas partes, surge uma nova variação da quadratura do círculo, e passa a ser um quadrado no grande círculo.
 
Nos jogos contra o Twente, foi substituído, com vantagem, tenho que admitir, pelo Miguel Veloso, que aparentemente, voltou a pentear-se com escova, abandonando o pente, que lhe picava as ideias. Resta saber se é para durar.
 
O Izmailov está de baixa, e o Vukcevic, vendo a equipa que o Paulo Bento pôs a jogar contra o Twente, não tem um lugar garantido. Enfim, são opções.
 
Como o Sporting já fez dois jogos oficiais, acho que é batotice da minha parte propor uma equipa-tipo, até porque não andaria muito longe da oficial: Rui Patrício, se bem que tenho as minhas dúvidas, se não seria de pô-lo no lugar do Postiga; Abel, Polga, Daniel Carriço e Caneira; Miguel Veloso (Adrien); Matias Fernandez (Miguel Veloso ou Izmailov), João Moutinho e Vukcevic; Liedson e Postiga (Caicedo, Yannick ou Rui Patrício).
 
Recuperado o Izmailov, penso que tem lugar na equipa, seja lá onde for.
 
Uma nota para dois rapazes que me agradam de sobremaneira: o João Moutinho e o Pereirinha. Os meus parabéns ao Sporting, pois conseguiu “amorfizar” completamente o João Moutinho.
 
O moço está amorfo, sem chama, desinteressado e desinteressante. Até com pubalgia jogava mais. E se o libertassem mais para a frente? Não seria de aproveitá-lo para organizar jogo, em vez de lhe darem um papel secundário? É só uma ideia parva.
 
Afinal de contas, só andou a carregar com a equipa duas épocas consecutivas, e se foram à final da UEFA, podem agradecer-lhe. Se acharem que não, e que assim como está, está bem, não fico chateado.
 
Ao Pereirinha, falta-lhe aquele golpe de asa, que o torne, pelo menos, candidato a aparecer mais vezes na equipa principal. E se fosse rodando a lateral-direito?
 
O outros. O que é que se há-de dizer do Yannick Djaló e do Hélder Postiga? Boa sorte com a Luciana Abreu, e boa sorte em geral. O Boavista não deve tardar a subir de Divisão, e lá poderá voltar ao Porto.
 
FC Porto. O tetracampeão Futebol Clube do Porto, ou treta campeão, como alguns entendidos na matéria, com toda a propriedade lhe chamam, esta época não tem qualquer hipótese de revalidar o título.
 
Por duas ordens de factores: os externos e os internos. Na frente externa, o Benfica TEM que ser campeão.
 
Não é à toa que se faz um investimento como o que o Benfica fez. Um investimento daquele calibre, feito cirurgicamente, quando o Porto perde dois dos seus pilares da equipa, não é feito só para hipotecar futuras receitas, e comprometer as hipóteses de aparecimento de candidatos à liderança do clube, que agora, até a eleições já têm a desfaçatez de apresentar-se.
 
Não, um investimento daqueles tem que ter retorno desportivo, e imediato. E isso, exige a conjuração de todas as forças possíveis e imaginárias, ou, tão simplesmente, a vitória do PSD nas próximas eleições, que assegure a continuidade, e eventualmente, potencie a desfaçatez e a falta de vergonha que campeia na Liga de Clubes.
 
Na ordem interna, no FC Porto, tal como na última temporada, continuam a denotar-se diferenças perigosas de comportamento face aos adversários directos, que ainda não comprometeram irreversivelmente as suas aspirações, mas que mais tarde ou mais cedo, acabarão por fazê-lo. Neste caso, aposto que é mais cedo.
 
Os jogadores do FC Porto, quando comparados com uma grande parte dos jogadores do Benfica e do Sporting, são uns anjinhos. Não fazem mal a uma mosca. São incapazes de dar um porradão bem dado a um adversário. Ainda agora com o Paços de Ferreira, se tornou a ver mais do mesmo.
 
Um jogador como o Hulk, com um corpanzil daqueles, leva porrada e fica a reclamar com o árbitro? Para quê? É na jogada a seguir afinfar uma pantufada no adversário, e pronto. Assunto arrumado.
 
Tirando o Bruno Alves, o FC Porto não tem jogadores que façam concorrência aos caceteiros do Benfica e do Sporting. É bem certo que os árbitros não são tão complacentes com o FC Porto, nesse tipo de situações. Mas, por favor, observem os adversários. Vejam o Polga, o Caneira ou o Ruben Amorim, e vejam como isso se faz, disfarçadamente e pela calada.
 
Este é, quanto a mim, o principal óbice do FC Porto. Ainda não vi jogar o Prediger. Espero que o apodo de “El Perro”, signifique alguma coisa.
 
Este ano, com a contratação do Beto, já se pode introduzir um outro tipo de rotatividade entre os guarda-redes. O Helton joga a Liga, o Nuno, as Taças, e o Beto, os jogos internacionais. E assim evitam-se as palhaçadas do Helton, nos jogos internacionais.
 
Na defesa, o Fucile, apesar das intermitências mentais de que parece padecer ao longo do jogo, deve ser titular, porque o Sapunaru… Enfim, o Sapunaru é como dizem os americanos: “The ligths are on, but no one’s home”. Futebolisticamente falando, é claro. Aquela tirada do Fucile, de que o FC Porto se alimenta de conquistas, valeu-lhe o lugar. E merece-o, porque demonstrou que sabe onde está.
 
O Bruno Alves, depois do golo que ofereceu na meia-final da Peace Cup, parecia ter resolvido definitivamente a questão da saída do Porto. Se bem que, com o golo que marcou ao Paços de Ferreira, não sei, não.
 
Ná, não há olheiros de equipas estrangeiras a assistirem à Supertaça portuguesa, quando em Inglaterra se jogou a Community Shield. E ainda para mais contra o Paços de Ferreira!
 
O Rolando é o exemplo acabado do jogador que não faz mal a uma mosca. Joga, sim senhor. Até acerta mais do que falha, mas é duma moleza confrangedora. Falta-lhe chispa, uma centelha, um click, que o faça impor-se com arrogância, e dizer: “este espaço é meu!”. O Pepe, em termos físicos, não deve andar muito longe, e vejam lá se não arreou os dois patassos, e mais uns quantos secos no outro gajo!
 
Enquanto o Rolando não ganhar porte, tenho muita pena, mas não acho que seja jogador para ser titular do FC Porto. Vamos lá ver o Nuno André Coelho e o Maicon.
 
O Álvaro Pereira, honra seja feita à prospecção de jogadores do Benfica, caiu que nem uma luva na lateral esquerda.
 
No meio-campo, gostava de ver o Raul Meireles a fazer, não de Lucho, mas de organizador ou lançador de jogo. Mas isso colocava um problema: e depois, quem é que fazia de Raul Meireles?
 
Desde que não seja o Mariano Gonzalez a fazer de Lucho, como o Jesualdo Ferreira ensaiou, num pesadelo qualquer no passado, talvez um dos novos, o Belushi ou o Valeri, faça o lugar.
 
Uma coisa é certa, com a saída do Lucho Gonzalez, o FC Porto ganhou uma mobilidade no meio do terreno, que com o “El Comandante” era inimaginável. Ele não se mexeu durante duas das cinco épocas que cá esteve, nomeadamente na última, que acabou com aquela lesão providencial.
 
Por isso, por aí, desenganem-se se pensam que o meio-campo do Porto ficou mais fraco com a saída do Lucho.
 
No ataque, o Hulk é indiscutível. Vamos ver se entretanto, não vem de lá o Chelsea com um camião de dinheiro, e o leva para Londres.
 
O Silvestre Varela pode, a espaços, fazer de Lisandro López. Só tem é que ser chato, e insistente na forma como pressiona nos adversários, porque marcar golos, isso foi coisa que o Lisandro também só fez quando namorou a Marta Leite Castro.
 
E longe de mim querer insinuar o que quer que seja, quanto a namoricos…
 
No centro, o Farías continua aquela coisa esquisita, macambúzia, com um penteado pouco ortodoxo, mas marca golos, e ao Falcao, já lhe vi uma jogada muito interessante. Parece é que foi a única que fez!
 
E falta o Cristián Rodriguez. Macacos me mordam, se de entre o Cristián, o Varela, o Hulk, o Farías e o Falcao, não dá para aproveitar qualquer coisa de jeito.
 
Portanto, em termos globais, não me parece que o FC Porto esteja assim, taaão mais fraco, que na época passada. Tem muitos jogadores novos. Isso é verdade. Vai ser complicado integrá-los todos. Tudo bem.
 
Mas é uma pena que o alinhamento estelar e que Saturno na quinta casa do Caranguejo, não permitam a esta equipa lutar pelo título, de igual para igual com o Benfica. Havia de ser um belo campeonato!
 

Assim, como assim, mais valia fazer aquilo que propus aqui há tempos, mas em relação ao FC Porto: entreguem esta época a vitória na Liga ao Benfica, e passemos à seguinte, de preferência, em pé de igualdade.

Onde é que pára a ERC?

04
Ago09

Ontem, na SIC Notícias, teve lugar mais uma antevisão da época desportiva de 2009-2010, em que os tempos dedicados a cada um dos clubes grandes (e só dos clubes grandes!), foi, como de costume, equitativamente repartido.

 

O programa começou às 22.00. Até às 23.20 (mais ou menos): Benfica, Benfica, Benfica, Benfica; até às 23.40, Sporting, e até ao final apressado do programa, que estava previsto para as 00.00, mas ficou pelas 23.50, FC Porto.

 

Se tivermos ainda em conta que as análises às equipas do Sporting e do FC Porto, foram feitas por comparação com o Benfica, então, está tudo dito.

 

Os participantes no programa foram Joaquim Rita, David Borges, João Rosado, e um outro senhor, de cujo nome não me recordo, e, a bem dizer, não acrescentaram grande coisa ao que vem sendo dito relativamente à próxima época: Benfica, Benfica, Benfica, Benfica.

 

O David Borges ainda tentou por um bocadinho de água na fervura, lembrando que estamos na pré-época, vamos lá esperar pelos jogos a sério. Mas ninguém pára o Joaquim Rita. É a cultura d'"A Bola", o que é que se há-de fazer?

 

E, se já não era novidade para ninguém, confirmou-se que esta época, o Benfica está obrigado a ganhar, pelo menos (ou pelo mais!), a Liga Sagres. Os sócios não perdoarão ao triunvirato Vieira-Costa-Jesus, qualquer coisa abaixo disso

 

E claro está, todos terão que contribuir para isso. E quando digo todos, refiro-me à Liga, ao Dr. Hermínio Loureiro, ao Dr. Ricardo Costa, ao Vitor Pereira, aos árbitros, em geral, aos vários canais televisivos, incluindo a TVI, aos jornais desportivos e mais o "Correio da Manhã", e, eventualmente, à Dr.ª Maria José Morgado, que também pode fazer uma perninha, ou apoiar-se nas perninhas mais requisitadas da sua escritora favorita, a Carolina Salgado, coitadita, que anda meio adoentada ultimamente, sempre que tem que depor em tribunal, e até o PSD, se vier a ganhar, como se antecipa, as próximas legislativas.

 

Curiosamente, para o FC Porto, e isto segundo o mesmo Joaquim Rita, o grau de exgência é inferior. Os sócios, tendo em conta as vendas dos dois jogadores mais influentes na equipa, nos últimos anos, o Lucho e o Lisandro López, deverão ser comedidos nas suas aspirações.

 

Assim ao jeito de, vá lá, conformem-se, se não ganharem, também ninguém lhes pedia tanto. O que é que querem? Venderam os melhores jogadores, agora é altura de dar a vez a outro.

 

É uma boa filosofia para acalmar os ânimos, e baixar as expectativas. Mas já é uma fartação. Então é sempre altura de dar a vez a outro, quando se trata do FC Porto? O outro que conquiste a sua vez, que é o melhor que faz. E de preferência, sem Cunhas Leais na Liga, sem Lucílios Baptistas, e sem pedradas.

 

Ah! Ia-me esquecendo. E o Sporting? Nem vale a pena falar disso. A política desportiva do Sporting, comparativamente com a do Benfica, não tem comparação possível, logo, o título não vai, de certeza, para Alvalade este ano.

 

Lá para meio do campeonato, se o Sporting estiver, por algum acidente de percurso, à frente do Benfica, os mesmos senhores logo virão tecer loas e desfiar os maiores encómios à Academia de Alcochete, à política de aposta na formação e aos jogadores nacionais.

 

É o costume.

 

No meio disto tudo, é uma lufada de ar fresco a entrevista de Antero Henrique a "O Jogo":

 

"Prontos para o campeonato mais difícil dos últimos anos"