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Azul ao Sul

Algarvio e portista E depois? O mar também é azul...

Azul ao Sul

Algarvio e portista E depois? O mar também é azul...

Ser ou não ser, um apelo à esquizofrenia

22
Dez15

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Li por aí em vários sitios, que no último jogo o FC Porto teve finalmente, uma entrada à Porto. Determinado, dinâmico, pressionante, enfim, tudo aquilo que a malta gosta e quer. E as coisas correram bem.

 

Pela primeira vez não desperdiçámos uma boa oportunidade, num mau resultado do adversário, e eis-nos no topo da tabela. Dando de barato a injecção de motivação que terá sido a derrota alheia, quanto a mim houve dois factores primordiais que marcaram decisivamente o jogo.

 

Duplo pivot às malvas. Não é novo, já acontecera contra o Vitória de Setúbal, e noutros jogos de menor dificuldade e em casa: Lopetegui prescindiu do duplo pivot. Rúben Neves foi o trinco, e Danilo Pereira e Herrera, os dois médios, uma espécie de dois oitos.

 

Com o regresso de Herrera à equipa é bastante provável que esta opção se venha a repetir, pois com o mexicano em campo, esqueçam lá o duplo pivot.

 

Quando vi os dois trincos no Brasil de Scolari, confesso que achei interessante. Também gostei do duplo pivot do Irureta, no Deportivo da Corunha, que chegou a campeão espanhol. Mas quando o Koeman ou o sobrinho da Lola Flores, não me recordo qual dos dois, resolveu plantar um gajo ao lado do Petit, comecei a desconfiar.

 

A soma das partes valia claramente menos do que o pitbull sozinho. Ele, por si só, varria literalmente, a zona do meio-campo que lhe estava confiada. Alguém ao seu lado apenas lhe tolhia essa capacidade inata.

 

O mesmo se passa no FC Porto actual. Lopetegui quer jogar com dois pivots a meio-campo. Contudo, para isso, com o Herrera não vale a pena contar.

 

E quanto ao Rúben Neves e ao Danilo Pereira já deu para perceber que pô-los lado-a-lado só os atrapalha mutuamente, tanto defensiva como ofensivamente. Ambos fizeram um bom jogo, o Rúben a trinco, e o Danilo muitas vezes como um inesperado box-to-box.

 

Assim sendo, para quê insistir em fazer do Danilo um seis, quando o Rúben Neves faz perfeitamente a posição? Ou um defesa central? Ou então desperdiçar recursos, lançando-os a ambos num duplo pivot sem grande utilidade prática?

 

Rotatividade moderada. Para este jogo, Lopetegui introduziu apenas, note-se, apenas uma alteração: a troca de Marcano por Maicon.

 

Já na temporada passada, quando o Lopetegui resolveu fazer a vontade aos críticos, e se deixou de rotatividades, as coisas estabilizaram e encarreiraram. Apesar de tudo, ainda tivemos alguns momentos de futebol razoável.

 

É claro, que nunca dando o braço a torcer, como é seu timbre,  mais tarde a rotatividade acabaria por revelar-se o segredo do sucesso contra o portentoso Basileia, que eliminara o Liverpool, e que esta temporada até já perdeu, em casa, com o Belenenses.

 

Tudo bem. Que assim seja, se fôr caso disso. Chega de rotatividades, e mais para a frente, se nos correr bem a eliminatória contra o Borussia de Dortmund, que fique por conta da rotatividade. Pode ser?

 

Depois do Bayern de Munique ter sido eliminado pelo Real Madrid, consta que Guardiola se recriminou por ter abandonado a sua convicção táctica, cedendo à tentação de lançar-se num ataque desenfreado, como lhe pediam instintivamente os jogadores.

 

Lopetegui funciona ao contrário: quando abandona aquelas que são as suas convicções, as coisas, tendencialmente, correm-lhe melhor.

 

Guardiola, como li recentemente, é um inovador, que reescreveu o manual do que é ser treinador através da sua capacidade de pensamento lateral, o "thinking outside the box".

 

Para Lopetegui as hipóteses de sucesso parecem aumentar quando se deixa de inovações, e essencialmente, quando consegue pensar fora de si próprio.

Volta Calabote, estás perdoado

19
Fev13

Ou nem por isso.

 

 

“Jogo empolgante e dramático de um campeão malogrado” (Título de primeira página)

 

“A equipa cufista queimou muito tempo!” (Título no interior)

 

“Estava escrito! Estava escrito que (…) perderia o campeonato! Eram estas, no final do empolgante e dramático jogo da [Cesta do Pão], as duas frases que britavam dos lábios de uma grande parte dos adeptos benfiquistas. Nem um grito de revolta, nem uma recriminação, nem um queixume. Apenas esta frase, dorida, magoada, empregnada de resignação e conformismo: “Estava escrito!”.


Ela bastava, porém, para dizer tudo: para fazer justiça á grande e desafortunada exibição dos jogadores “encarnados”; para evocar as muitas oportunidades de golo perdidas por alguns dos seus avançados; para lastimar as atitudes de exacerbada hostilidade dos jogadores cufistas; para gritar o seu protesto contra a fatalidade de um campeonato perdido nos derradeiros instantes.


Mereceria (…) ter perdido este campeonato?


A pergunta talvez não tenha cabimento nas linhas desta crónica, que tem de cingir-se, apenas, aos acontecimentos do encontro da
[Cesta do Pão]. Calma e imparcialmente, porém, hemos de convir que na medida em que a questão do título estava dependente do número de golos que (…) marcasse na [Cesta do Pão], os seus jogadores e adeptos têm razão para se sentirem injustamente despojados do triunfo final. É que, independentemente das circunstâncias em que decorreram os últimos minutos deste histórico domingo de futebol; independentemente mesmo do grande nível da exibição produzida pela equipa “encarnada”, (…) poderia, deveria e merecia ter vencido a CUF por diferença superior a 6 golos”

 

(…)


“…a CUF não jogou, exclusivamente para si, mas também para uma outra equipa (a do FC Porto) que estava á margem da luta travada na
[Cesta do Pão]. Se assim foi – e por legítima temos a presunção – cremos existir aqui um problema de ética, digno de, em melhor oportunidade, ser devidamente apreciado e analizado”


(…)

Até que ponto é lícito a uma equipa defender, contra outra, de maneira ostensiva e contrária ás leis e espírito de jogo, os interesses de uma terceira? Não será esse procedimento tão incorrecto e antidesportivo como o inverso, isto é, o de facilitar, propositadamente, com o fim de prejudicar os interesses doutrem, a vitória do adversário? As perguntas aqui ficam, por ora sem resposta. Mas talvez valha a pena, em próxima oportunidade, tomá-las para tema de um artigo.”

 

 

O texto de onde foi retirado este excerto, terá sido publicado no papel para forrar fundos de gaiolas de periquitos, em dia de luto nacional, sendo seu autor Alfredo Farinha.

 

Disputara-se a 26.ª e última jornada do campeonato 1958/1059. O FC Porto jogou em Torres Vedras, onde triunfou por 3-0. Na Cesta do Pão, Inocêncio Calabote, qual coelho da Alice no País das Maravilhas, refulgira intensamente, e o clube da casa derrotou a CUF por 7-1.

 

Hélas! O FC Porto seria campeão com os mesmos 41 pontos que o seu rival, mas com 81 golos marcados e 22 sofridos, ao passo que aquele apenas logrou alcançar 78 tentos, sofrendo 20.

 

Como se vê, cinquenta e quatro anos depois, há coisas que mudaram, outras nem por isso.

 

 

 

Por exemplo, não consta que o treinador da equipa que naquele dia morreu na praia, se tenha virado para um qualquer jogador dos adversários, - ou coisa que o valha, porque ao que parece, de adversários teriam muito pouco - para o mimosear com o reparo de que "a [sua equipa] não joga[va] um c... e [tinha] de descer de divisão".

 

No entanto, as queixas, queixinhas e queixumes, não são muito diferentes daquelas que se ouviram após a partida do domingo passado, disputada no mesmo local.

 

O famosíssimo e estranho caso do prolongamento do tempo de jogo, denota também algumas semelhanças.

 

 

2 cantos;

 

1 cartão amarelo;

 

1 fora de jogo;

 

1 assistência a um jogador;

 

6 substituições; e

 

uns quantos pontapés de baliza.

 

Foram estas as incidências da partida, retiradas do jogo minuto-a-minuto do Sapo Desporto, que na segunda parte que motivaram cinco minutos de descontos, para além dos noventa regulamentares.

 

Considerando que foram seis as alterações operadas na etapa complementar, a uma média de trinta segundos cada, teríamos três minutos.

 

A assistência ao Reiner, foi coisa para 39 segundos.

 

Os vários pontapés de baliza não valeram ao guarda-redes academista ou a outro jogador da sua equipa, qualquer repreensão, conforme se pode constatar pelos cartões amarelos indicados na ficha do jogo. Logo, não terá sido por aí que a perda de tempo terá sido significativa.

 

Após os noventa minutos ainda houve:

 

1 penálti, com cartão amarelo de brinde, ou vice-versa;

 

Como a grande penalidade foi assinalada aos 90+3, e o golo do Lima foi marcado aos 90+5, ter-se-ão perdido dois minutos nos preparos para a marcação.

 

Mais um cartão amarelo após o penálti, para o Lima, por despir a camisola, e um vermelho directo aos 96 para o Hélder Cabral.

 

A partida terminou, conforme se pode ver na imagem, aos 97’ 52’’.

 

Para que a analogia entre as duas estórias não acabe sem um “happy end”, só falta que, no fim, se repita o campeão. Nem que seja, novamente por um golo apenas de diferença…

As opções de Vitor Pereira (ou "A arte de manejar pinças com luvas de boxe calçadas")

26
Ago12

Pois é, foram precisos três jogos oficiais, para, acho eu, finalmente perceber o que queria dizer o nosso treinador, quando afirmava que a pré-época servia essencialmente, para preparar a equipa para o jogo da Supertaça Cândido de Oliveira.

 

E o que queria dizer, era isso mesmo.

 

Com os três internacionais brasileiros (Hulk, Danilo e Alex Sandro) nos Jogos Olímpicos, e com os internacionais portugueses (Miguel Lopes, Tolando, João Moutinho e Varela) a apresentarem-se mais tarde no Dragão, pouco mais lhe restaria fazer senão trabalhar com os que sobejavam, preparando-os para conquistar mais um título. Como acabou por acontecer.

 

 
A equipa que alinhou perante a Académica de Coimbra, se descontarmos a entrada do Miguel Lopes para o lugar do Djalma (como acontecera contra o O. Lyon), acabou por ser aquela que mais rodou na pré-época, e com inteira justiça, quanto a mim, para aqueles que cá estavam desde o início dos trabalhos. Lembro-me, designadamente do Defour, que manteve o seu lugar, apesar de já cá estar o João Moutinho.

 

O jogo foi sofrido, e não causou grande surpresa ver na segunda parte a mesma asneirada que havia sido ensaiada no jogo de apresentação, ou seja, um ataque com o Djalma e o Silvestre Varela, a jogarem em simultâneo, com o James por detrás, a organizar jogo, que, como então se percebera, estaria fadado ao insucesso.

 

Entre o jogo da Supertaça e a primeira partida da Liga Zon Sagres 2012-2013, é emprestado o Djalma, numa opção que, confesso, não entendi. Não por causa do que o próprio jogador possa ou não ser ou valer, enquanto futebolista, ainda que pessoalmente prefira um Djalma que dá o que tem e pode, a um artista qualquer que joga quando muito bem quer e lhe dá na real gana. 

 

Estranhei este empréstimo porque o angolano fez praticamente toda a pré-época na posição de lateral-direito, que não é a sua, e em que não lhe agradava jogar, conforme o próprio a dada altura admitiu. No jogo da Supertaça, quando foi necessário reforçar o ataque, foi mesmo a primeira opção, e menos de uma semana depois, acaba a dar com os costados na Turquia. Estranho.

 

  

Para Barcelos, já cá estavam os brasileiros. Contudo, tal como escreveu o Jorge, na antevisão do jogo, também a mim me parecia, que mais não fosse por uma questão de justiça, seria de manter a equipa que jogou na Supertaça. O Alex Sandro e o Hulk seriam sempre potenciais candidatos a entrar no decorrer do jogo, consoante as coisas evoluissem.

 

O Hulk acabou por jogar de início, até porque o Atsu foi jogar pelo seu País à China, ou coisa que o valha, e o Alex Sandro, esse sim, entrou na segunda parte. Com a entrada deste último nos convocados, saiu muito naturalmente o Rolando. Se é a quarta opção para o centro da defesa, os outros três estão a jogar de início, e há mais uma opção para o flanco esquerdo da defesa no banco, que falta é que fazia lá o Rolando?

 

Por sua vez, a exibição pobre do João Moutinho acabou por explicar a sua não entrada no onze inicial da Supertaça. Isso, ou aquilo que para mim, foi o mais estranho.

 

O João Moutinho, na véspera de jogar pela Selecção, é suplente na Supertaça, para depois jogar 73 minutos num encontro particular contra o Panamá, e a seguir ser titular contra o Gil Vicente.

 

Será que esteve a ser poupado para a Selecção? Depois de mais de 2/3 do jogo em campo, quando no FC Porto vinha a jogar 30 minutos, dá-se-lhe a titularidade em Barcelos? Porquê?

 

 

Para o terceiro jogo oficial, no Dragão, contra o Vitória de Guimarães, tivemos finalmente a nossa melhor equipa toda disponível. E foi o que se viu. Poderá ser discutível a entrada do Atsu, em detrimento do James, mas, a meu ver, foi a melhor opção. O colombiano não é exactamente um extremo, e é mais um que também já fez saber que gosta é de jogar a "10". Assim sendo, é o substituto natural do Lucho. Logo, entra, quando este rebentar, e será bom que não se queixe.

 

(Re)vendo estes três jogos, fico com a nítida sensação de que, efectivamente, o Vitor Pereira preparou inicialmente a equipa, apenas para o jogo da Supertaça. Em Barcelos, como é seu apanágio, e quiçá, com o resultado da época passada na memória e o Duarte Gomes no pensamento, entrou com cautelas e caldos de galinha, para depois, no primeiro jogo em casa, soltar as feras.

 

Para já, o nosso treinador faz-me lembrar o "idiota da aldeia", dos Monty Python. Um arranque de temporada timorato e temeroso, com os adeptos a cairem-lhe em cima, ao melhor estilo da temporada passada, para depois, no Dragão, sacar uma daquelas exibições de ópera, e fazê-los meter a viola no saco. Pelos menos por uma semana. Será isso? Uma semana de cada vez, é o lema?

 

  

Vamos ver. Na próxima semana temos o final do mercado de transferências de Verão. Estes sete dias vão ser arrasadores, e nem vale a pena elevar muito as expectativas para Olhão, no fim de semana.

 

O Álvaro Pereira, já se foi, o Rolando, se não foi, também não conta para grande coisa, e o Iturbe parece, cada vez mais, ser carta fora do baralho. Ficam os que tem esperança de sair, e os que têm esperança que os primeiros saiam.

 

Jogadores como Miguel Lopes, Mangala e Defour, tendo em conta as opções do treinador, com certeza que já perceberam o seu lugar neste plantel, e não terão grandes esperanças de atingir a titularidade. O que dizer então de um Abdoulaye ou de um Castro?

 

O fosso que se cava entre os titulares e as segundas opções, começa a tomar proporções descomunais. Pior ainda, depois do 31 de Agosto, saindo um Hulk, um Fernando ou um João Moutinho, decididamente que vamos ter um plantel mais fraco. Mas, não saindo qualquer um deles, teremos, uma vez mais, alguns jogadores que, ou queriam, ou não se importariam grandemente de porventura mudar de ares.

 

Espero estar a ser pessimista, mas vejo no nosso plantel uma série de jogadores quase sem expectativas de virem a jogar, e outros tantos com expectativas, eventualmente frustradas, de irem jogar noutros lados.

 

Tudo somado, e acrescentado ainda a gestão atabalhoada dos recursos que tem ao seu dispor, tão característica do nosso treinador, parece-me que apesar de neste momento, termos uma excelente equipa, temos perante nós um belo dum barril de pólvora. Outra vez.

 

Oxalá me engane.   

O ovo no cú da galinha e a Taça na vitrina da Académica

22
Mai12

 

Seria hipócrita da minha parte se dissesse que a vitória do Sporting, na final da Taça de Portugal, me deixaria mais feliz que o triunfo da Académica.

 

E isso nem teria que ver com o facto de, vencendo, o Sporting nos alcançar em número de títulos da Taça de Portugal. Haverá de ser um dia de frio no Inferno, quando me preocupar que o número de títulos que tal equipa conquiste, se equipare aos nossos.

 

Também não foi pela mísera consolação de ver ganhar o clube que nos atirou pela borda fora da prova em questão.

 

Nada disso. Ou em parte até seria por este último motivo. Mas só porque seria assim, uma espécie de desforra particular em relação a algumas melancias, que quando fomos eliminados, se divertiram a gozar o prato.

 

Aos sportinguistas a sério, por esses, que conheço vários, e com os quais sinto uma réstia de empatia, sinto alguma pena de não terem conseguido o troféu, só para os ver felizes.

 

É engraçado como os estados de espírito de uns e outros, era bastante diferente antes do encontro iniciar. Para os melancias a vitória era um dado adquirido, quase um mero pró-forma. Os outros, a partir do momento em que foi nomeado o Paulo Baptista, recordaram a solidariedade do alentejano com o João “pode vir o João” Ferreira, e começaram a por travões à euforia.

 

No fim de contas, até parece que o Paulo Baptista não terá tido grande influência no desfecho da partida. Se, até como diz o Sá Socos, a derrota resultou de um “detalhe”…aos quatro minutos de jogo.

 

Para dizer a verdade, cada vez me agrada mais o Sá. A mim, e pelos vistos, aos sportinguistas e aos melancias.

 

A equipa perde. O homem vai à conferência de imprensa, diz umas quantas verdades incontornáveis, do tipo, “o Sporting não pode perder com a Académica de Coimbra de maneira nenhuma”, ou “não fomos o Sporting que temos sido, aquele que eu [me] orgulhava de liderar”. Enfim, coisas bonitas e que calam fundo junto dos adeptos do clube.

 

Ou então, coisas com uma profundidade de espírito espantosa, como [h]ouve alguma apatia no subconsciente, porque no consciente eles queriam ganhar”. A melanciada fica derretida, e aplaude.

 

Vem o próximo jogo. Nova derrota. Mais umas quantas tiradas ao nível das anteriores, e temos de novo a malta a aplaudir, de lágrima no canto do olho. Novo jogo, nova derrota, e mais umas quantas pérolas de inspiração. Sim, dá mesmo gosto ouvir este Sá Socos, em versão hari krishna.

 

Também foi interessante ver que, para além dos melancias, outros houve que bradavam: “Ó inclemência, ó martírio, que a Académica safou-se da descida na última jornada, e agora, pasme-se, até vai à Liga Europa, à pala do Sporting, está visto”.

 

Pois é. Os de Coimbra tinham lugar assegurado apenas pelo simples facto de defrontarem os leões na final da Taça. Na qualidade simbólica de derrotados, obviamente. Da mesma maneira que foram às competições europeias outros clubes, como o Leixões, e outros por certo, de que não me recordo.

 

Agora com a Académica, lembraram-se de ficar chocados. Pronto, assim já ficam descansadinhos. Desta feita, a Briosa vai lá na qualidade de titular do troféu. E, ao que parece, vai diretamente para a fase de grupos, enquanto o seu rival ainda vai para o play-off, ou lá o que é. Boa. É a velha estória de contar com o ovo no cú da galinha, e sair merda.

 

Consta que não é só no futebol que isto acontece. Como, de qualquer maneira, nunca conseguiria (tele)visionar em directo a quarta partida do play-off do campeonato nacional de basquetebol, quando soube do resultado (74-65, a nosso favor), fiz uma tentativa desesperada para a (re)ver em diferido.

 

Por falta de alternativa, tive que ir zappando até à …icaTv, aparentemente a única coisa, aproximada de uma tv, que transmitiu em directo o desafio. E lá estava: repetição anunciada para as 21, e qualquer coisa.

 

“Porreiro”, pensei. “Vou ver o jogo, e ainda gozar com as caras de enterro dos gajos dos comentários”.

 

Qual quê! Ao contrário do anunciado, estavam a dar uma repetição, sim senhor, mas do jogo da Liga Zon Sagres, entre os donos do canal e o finalista vencido da Taça de Portugal!

 

 

Para ontem (segunda-feira), estava anunciado um jogo de basquetebol às 21:54. Julguei que fosse o último, ou seja, o de domingo. Qual quê, outra vez? Transmitiram o jogo de sábado, em que ganharam por um ponto (67-66).

 

“O que os olhos não vêem, o coração não sente”. Para quê mostrar as derrotas, quando se tem uma vitória aqui à mão de semear?

 

O que interessa é que o próximo jogo, salvo erro, é o decisivo, e joga-se no Dragão Caixa. Digo “salvo erro”, porque esta questão suscitou algumas dúvidas no Reflexão Portista.

 

Por cá, não há muito a tradição americana de disputar séries de play-offs à melhor de sete jogos. Foi assim na temporada 2010-2011, e fomos campeões. Agora, ter-se-á alterado o modelo. Começa a parecer-se com o hóquei em patins, em que à medida que íamos conquistando títulos, se ia modificando o modelo de prova, até que, por fim, dez títulos depois, ter-se-ão cansado.

 

Deduzo por isso, que se tratará de uma final à melhor de cinco, ou por outras palavras, até um dos contendores atingir três vitórias, o que acontecerá necessariamente na próxima quarta-feira. Há que ter cuidado, porém, pois nesta final já perdemos em casa (80-82, no segundo jogo). Ainda assim, tudo se prefigura para mais um camião de t-shirts irem acabar em panos do pó.

 

Com um melão considerável devem ter ficado os nossos amigos bávaros. Aquela derrota caseira contra o Chelsea, não veio nada a calhar. A eles, porque a nós, enquanto selecção portuguesa, até pode ter sido um favor.

  

Diz o Beckenbauer que os jogadores do Bayern estão deprimidos, e ainda são uns oito na selecção do Joachim Löw.

 

Não nutro nenhuma simpatia especial pelo Chelsea, contudo, desde os tempos do Vialli, do Gullitt e do Zola, que acho alguma piada àquele clube. Por outro lado, desde o Hamburgo dos finais dos anos 70/inícios dos 80, que o futebol alemão não me diz grande coisa. No entanto, como poderei ficar indiferente à tragédia do finalista derrotado de Viena?

 

E à tristeza do Schweinsteiger no final da partida? Coitado do rapaz.

 

 

 

Para variar um bocadinho de toda esta maré de tristezas, e portanto, completamente fora da ordem do texto, estão de parabéns os nossos sub-17, treinados pelo Nuno Capucho, que ontem vi no Porto Canal, e cujo discurso me deixou francamente impressionado pela positiva.

 

 

Vi o final da primeira parte do jogo contra o Vitória de Guimarães, que terminou, salvo erro, com 0-2, e os vinte minutos iniciais da segunda. Achei particularmente interessante o comentário ao intervalo de um miúdo, para aí dos seus quinze anitos, que resumiu tudo: “O Porto está em cima, eles foram lá a baixo duas vezes, e marcaram dois golos”.

 

E era isso mesmo. Como se viu na segunda parte, ficou espelhado no resultado final de 5-2.

 

Ouvi dizer, que seria a equipa das camadas jovens em que menos se apostava para chegar ao título, mas pareceu-me que há ali matéria-prima.

 

Gostei do lateral-esquerdo, Rafa. Boas iniciativas a subir pelo flanco, e seguro a defender, ainda que o Vitória pouco se tenha afoito no ataque, naquilo que vi do desafio.

 

Também me agradou o extremo-direito, Raul. Para além da carga afectiva, que para mim o nome carrega, esteve bastante bem a desmarcar-se e na recepção e domínio da bola.

 

Mostraram personalidade, sabendo jogar sem precipitações, e com umas variações de flanco (no sentido esquerda-direita, principalmente), com bastante a propósito.

 

Parabéns rapazes, parabéns Capucho!

A Taça das segundas figuras

18
Mai12
Taça de Portugal sem o FC Porto não é a mesma coisa. Logo numa edição da prova em o Sporting nos pode igualar em número de troféus (16), o que é que se vê?
O árbitro? Paulo Baptista. Mais secundário só se fosse o Bruno Esteves ou o Hugo Pacheco. Se calhar não estavam disponíveis...
Até o Presidente da República resolveu aproveitar para dar uma saltada a Timor, fazendo-se representar pela Presidente da Assembleia da República, Assunção Esteves. É irónico, logo uma portista a entregar a Taça.
Deviam era apanhar com a Manuela Ferreira Leite, como o nosso capitão João Pinto, naquela final em que choveram pedras.
Pobre Taça de Portugal, ao que chegaste!
Estou com o Domingos Paciência, "Taça?! É para quem a vai jogar!". Resta-me torcer pelo Pedro Emanuel, e esperar que a meteorologia se engane na previsão. Pode ser que dê para ir à praia, e depois petiscar uns caracóizitos, acompanhados de umas bejecas fresquinhas.

Anatomia de um fracasso anunciado

12
Mar12

 

Como é que se justifica que num jogo em que tem tudo a perder, a equipa jogue e triunfe, e noutro, em que tem tudo a ganhar, claudique, e empate?

 

Não sei. Não consigo encontrar uma resposta imediata, e talvez não exista uma única resposta correcta. Parece-me uma daquelas perguntas de resposta múltipla, em que cada resposta errada dá direito ao desconto de alguns pontos. Formulam-se de seguida algumas hipóteses, provindas de várias fontes:

 

Hipótese A

 

“O Governo já decidiu a estratégia a seguir na ressaca do caso Lusoponte. Uma vez perdida a confiança política nos três administradores da Estradas de Portugal que estão em funções, o Governo preferia a sua demissão imediata, mas tem um plano B: a nomeação de um presidente que assegure a relação de confiança entre uma empresa pública e a respectiva tutela e, no entendimento do Governo, o seu normal funcionamento” (in "Económico").

 

Recordo que o presidente e o vice-presidente da Estradas de Portugal demitiram-se, e a administração da empresa ficou reduzida a três elementos, ainda assim, no entender de um dos vice-presidentes da bancada parlamentar do PSD, permanecendo "o braço armado do anterior governo".

 

Das duas, uma: ou o futuro presidente é um fulano com eles no sítio, e põe na ordem aquela administração, ou então, tenho muita pena dele, pois, a ser verdade a tal história do braço armado, não me parece que vá ter uma vida fácil.

 

 

Hipótese B

 

 

Oh sôr Silva, não me foda, aquilo não é culpa só do treinador! Não sei se é falta de pernas ou falta de atitude mas os caralhos dos jogadores também têm culpa!“ (in Porta 19).

 

 

Hipótese C

 

Vítor Pereira - Sinceramente, ainda estou a tentar perceber se as substituições operadas por Vítor Pereira no decorrer do clássico da Luz foram fruto de verdadeiro talento e perspicácia, ou se não terá passado de uma manobra desesperada de um treinador com a cabeça no cepo que percebeu que estava na altura do tudo ou nada. De facto, ao ver Rolando ser substituído por James e Moutinho dar lugar a Kléber, todos perceberam que Vítor Pereira pretendia transmitir a mensagem inequívoca de que só a vitória interessava, mas a troca do central e do médio por dois avançados deixava a equipa descompensada no sector mais recuado, o que representava um grave risco de ver avolumado o resultado que, naquela altura, já nos era desfavorável. Diz-se, no entanto, que a sorte protege os audazes e Vítor Pereira saiu da Luz como herói. O treinador portista foi, sem dúvida, o grande obreiro desta vitória e merece inteiramente o destaque da semana, ainda que - refira-se em abono da verdade – tenha contado com a preciosa colaboração do seu homólogo encarnado que, não obstante a arrogância com que habitualmente se auto-promove, mostrou-se incapaz de reagir perante a inesperada transformação da equipa portista” (in "O Melhor da Semana - O Porto é o maior, carago").

 

 

 

Hipótese D.1

 

“- Vítor, não chega dizer, repetir, que não podemos dar 45 minutos de avanço... Quando os sintomas parecem ser esses, só há uma solução: ser pró-activo, agitar, mexer, alterar, ousar. Não foi assim que foste feliz na Luz? Pensei que tinha sido o grito do Ipiranga, mas ainda há medos que não desapareceram...” (in Dragão até à morte).

 

Hipótese D.2

 

“Se um treinador vem com o discurso do “Ah, e tal, trabalhámos bem durante a semana”, e o nosso fá-lo amiúde, isso é, quanto a mim, mau sinal, pois parece que labuta durante a semana, e depois, encolhe os ombros e entrega os seus destinos nas mãos do acaso.

 

Trabalhar durante a semana e rezar no fim-de-semana, isso fazia eu quando jogava no Totobola.

 

Macacos me mordam se o treinador não é pago, entre outras coisas banais, como motivar, gerir, orientar um grupo, para tomar decisões e actuar no decurso das partidas.

 

Se o adversário apresenta mais flexibilidade táctica, e não se lhe responde da mesma moeda, então, parece-me a mim, que a única forma de o vencer terá que ser pela superior valia técnica dos seus jogadores. Ontem, como se viu, isso não aconteceu, e o rigor táctico vai-se transformando, mais rapidamente que o desejável, em rigor mortis” (aqui mesmo).

 

E depois, temos umas ajudinhas suplementares:

 

“Um jogador do Benfica que devia ter sido expulso com vermelho directo por pisar intencionalmente um adversário pacense acabou de marcar o golo do 2-1 para a sua equipa e logo depois sacou um 2º amarelo a simular uma falta a meio-campo que ditou a expulsão por acumulação de um jogador pacense. Perante o mesmo árbitro-auxiliar, o mesmo jogador benfiquista acaba de ludibriar pela terceira vez os bacocos juizes de campo e dita a expulsão de mais um jogador pacense sem ser tocado”. (in Portistas de Bancada)

 

"FC Porto limitado na viagem à Choupana"

 

“Os campeões nacionais viram a vantagem na liderança encurtada para um ponto e Vítor Pereira enfrentará dificuldades adicionais para a deslocação à Madeira.

 

Hulk está castigado, Danilo lesionado e Sapunaru, Fernando e Djalma também estão em dúvida depois de terem saído lesionados do encontro frente à Académica.

 

Mangala, que na semana passada treinou condicionado, continua em dúvida, enquanto Varela, a recuperar de uma microrrotura na perna direita, dificilmente estará em condições.

 

Assim, contas feitas, Vítor Pereira tem, neste momento, 15 jogadores disponíveis”.

 

Quanto ao Hulk, e ao cartão amarelo mostrado pelo Marco Ferreira, eu não dizia que me chateava a nomeação do madeirense? Ainda para mais, mesmo antes de irmos jogar à ilha dos buracos. E é com o Nacional da Madeira, imaginem se fosse com o Marítimo do guardanapo…

 

Termino com uma canção, como sempre. Talvez conheçam. Chama-se “Impressão Digital”, e é dos GNR. Parece-me bastante ajustada aos nossos treinador e jogadores:

 

“Faz impressão o trabalho que se tem em ser superficial

Faz-me impressão e baralho o vulgar e o intelectual

 

Sinto depressão conforme perco tempo essencial

Sofro uma pressão enorme para gostar do que é normal

 

Deixo tudo para mais logo não sou analógico sou criatura digital

Tendo para mais louco não sou patológico como um papel vegetal

 

Faz-me impressão ser seguido, imitado por gente banal

Faz-me um favor estou perdido indica-me algo de fundamental

 

Acho que o que gosto em mim o que me emotiva é uma preguiça transcendental

E em ti o que me torna em afim, o que me cativa é esse sorriso vertical

como um impressão digital

 

Sinto-te uma fotocópia prefiro o original

Edição revista e aumentada cordão umbilical

Exclusivo a morder a página em papel jornal”

 


Nota: As minhas desculpas e agradecimentos aos autores das transcrições acima reproduzidas.

 

Fantasmagórico

11
Mar12

“Demos 45 minutos de avanço. Não existimos como equipa na primeira parte. Depois, quando se vai atrás do prejuízo, contra uma equipa bem organizada defensivamente, temos que nos expor muito defensivamente e é sempre perigoso. Este resultado, essencialmente, ficou a dever-se a uma primeira onde faltou veleocidade, atitude e alma”.

 

“Sabíamos das dificuldades e tentámos preparar uma entrada forte, só que não deu. O adversário fez 1-0 e depois foi complicado. Até podemos falar de questões de arbitragem, mas nem quero ir por aí”.

 

“Sabemos que a luta será até ao fim. Não vai ser fácil, mas temos de entrar com outra atitude, mias agressivos, nomeadamente nas partidas em casa”.

 

Sobre a forma pouco serena como decorreu a substituição de Rolando, com o central a mostrar evidente desagrado, Vítor Pereira desvalorizou a situação. “Ele, como os outros jogadores, quer jogar sempre até ao fim, ajuda. Não há que valorizar a situação”.

 

Lendo este comentário do nosso treinador à partida com a Académica, em especial a parte sobre a primeira metade do encontro, chego à conclusão que, de facto, quem tem razão é o Fernando: foram fantasmas que ganharam no Estádio da Lucy!

 

Quanto ao Rolando, pergunto: "onde é que tu estavas quando o gajo da Académica te apareceu nas costas, para cabecear para o golo, sem sequer, ter de tirar os pés do relvado?"

 

Uma sugestão para o problema do Rolando. No próximo jogo, vê-lo de pantufas, no sofá lá de casa, acompanhado de um copinho de grogue, ok?!

 

Mais comentários sobre o jogo, ficam para amanhã, quando, espero, estiver mais bem disposto.

 

 

 

Coisas que fascinam: O rebanho dos caprinos machos respiratórios (actualizado em 2011.03.24)

22
Mar11

 

 

O FC Porto soma e segue o seu caminho, quase imperturbável. Em termos estatísticos, este jogo não andou muito longe daquilo que havia acontecido nos anteriores, ainda que mais na linha dos jogos disputados fora de casa, que daqueles realizados no Dragão.

 

 

 

 

Por outras palavras, posse de bola acima dos 60%, muito poucos remates, e consequentemente, poucos remates a acertarem na baliza – apenas dois.

 

A diferença para os jogos anteriores centrou-se no facto de que, esses apenas dois remates se saldaram em outras tantas oportunidades de golo, e numa destas a Académica de Coimbra, ao contrário dos demais opositores, logrou mesmo concretizar, e o FC Porto viu-se assim na contingência de ter de dar a volta ao resultado.

 

Para grande azar do Rui Gomes da Silva, e outros iluminados do género, logo havia de ser o Addy a marcar. Logo ele, que até tem contrato com o FC Porto! Não só não se aleijou na véspera, ficando impedido de alinhar, como ainda por cima marcou.

 

Como, de resto, acontecera com o Ventura, o Soares e o André Pinto (o Pedro Moreira esteve no banco, e não estou a contar com o Ivanildo, nem com o Candeias), também alinharam quando defrontámos o Portimonense, ou com o David Simão e o Nélson Oliveira, no jogo da primeira volta, em que o Paços de Ferreira visitou a Cesta do Pão. A malapata foi o Ukra, que logo se havia de lesionar antes do jogo com o FC Porto. Helás!

 

Pronto, pronto, para aqueles que já estão a dizer que houve (mais) um penálti perdoado ao FC Porto, com o resultado em 0-0, tenho a dizer que ainda não vi o lance. Contudo, tendo em conta os comentários de “O Tribunal” de “O Jogo”, fico com a ideia que deve ter sido qualquer coisa entre a grande-penalidade perdoada, já não me lembro em que jogo, por mão do Javi Garcia e a que ficou por apontar, no jogo dos cincazero, e que podia ter dado o seizazero:

 

“ Tribunal de O JOGO

 Não foi Gralha, foram erros

 

Não foi positiva a estreia do árbitro de Santarém em jogos no Estádio do Dragão. Na análise dos nossos especialistas, André Gralha errou ao não assinalar uma grande penalidade favorável à Académica, logo a abrir o jogo, por mão na bola de Rolando na área portista. Entre os 11 erros em 15 análises, Jorge Coroado e Pedro Henriques defendem, por exemplo, que Luiz Nunes deveria ter sido expulso por uma carga sobre Belluschi.

Momento mais complicado

 

2' Grande penalidade por assinalar mão na bola ou bola na mão de Rolando, na área do FC Porto?

Jorge Coroado

- Rolando foi pouco ortodoxo na abordagem ao lance, ocupando espaço indevido com o braço. Desta forma, travou a trajectória da bola, fazendo grande penalidade. Árbitro e assistente assim não o entenderam.

Pedro Henriques

- Rolando tem a mão e o braço completamente fora do plano do corpo, ganhando volumetria e com intenção de ter o braço nessa posição para cortar e tocar deliberadamente na bola. Ficou por assinalar uma grande penalidade.

Paulo Paraty

- É o tipo de lance que nenhum árbitro deseja. Muito difícil decisão. Até compreendo o julgamento do árbitro de Santarém, mas entendo que o braço de Rolando faz volumetria. A grande penalidade justificava-se.”

 

[Finalmente, tive oportunidade de ver a jogada do pretenso penálti cometido pelo Rolando na partida contra a Académica de Coimbra.

 

Sobre esta matéria, recomendo vivamente a leitura do excelente trabalho exibido no "O Porto é o maior, carago!".

 

Parece-me a mim, que não percebo nada disto, que o que se pretendeu a dada altura fazer, foi engendrar um critério que permitisse “objectivar”, o conceito subjectivo de “intencionalidade”.

 

E, de facto, esse critério tem vindo a ser seguido, e bastantes chatices deu, por exemplo, a um dos árbitros do “Tribunal”, Pedro Henriques, por ter assinalado mão do Miguel Vítor, num jogo do mais grande do Mundo dos arredores de Carnide , contra o Nacional da Madeira, e anulado um golo.

 

No entanto, não deixa de ser uma tentativa de desresponsabilizar os árbitros pela(s) decisão(ões), que, racionalmente, nos casos em que tal é possível, deviam tomar.

 

Além disso, é uma interpretação ou um critério de aplicação da lei do jogo, que viola a própria lei, que não o prevê em lado nenhum.

 

Dito isto, à luz desta aberração, seria, de facto, penálti do Rolando. Em face da lei e para os que gostam de futebol, nunca na vida seria grande-penalidade.

 

(actualizado em 2011.03.24)] 

 

Aproveitando que mencionei atrás o Paços de Ferreira, confesso que estava muito curioso para ver qual seria a “gestão do plantel” que o nosso próximo adversário iria fazer. Será que iria lançar a equipa B, como contra o Portimonense, ou a equipa A?

 

Pois bem, continuando a sua coerentemente incoerente gestão de efectivos, o treinador do segundo classificado acabou por lançar em liça a equipa principal, deduzida de dois dos principais jogadores dos últimos tempos: Coentrão e Sálvio.

 

É a tal história da toalha, que umas vezes vai ao chão, e não há nada a fazer, e outras, parece que retoma o seu lugar no toalheiro, que sempre é aquecido.

 

Ora bem, quanto a mim, neste momento o campeonato que o segundo classificado joga é, pura e simplesmente, a Liga do “Vamos ganhar ao FC Porto no próximo desafio”.

 

O nosso ex-principal concorrente ao título, e isto sem ler as estrelas, hipotecou no jogo em casa contra o Portimonense, toda e qualquer ínfima possibilidade que ainda lhe assistisse de revalidar a conquista da Liga alcançada na temporada passada.

 

Na realidade, acredito que a capitulação havia sido assinada há que tempos, aquando da vitória do FC Porto,em Braga. Doutraforma, como entender que há onze dias antes dessa partida, e quatro antes de ir jogar a precisamente a Braga, receba o Sporting, para disputar a meia-final da Bwin Cup, com honras de equipa principal?

 

Aquele discurso de cinco (ou mais) estrelas que se lhe seguiu cheira e não é pouco, a algo cuidadosamente ensaiado, para quando as coisas dessem para o torto. Não foi contra os de Alvalade, saiu após a derrotaem Braga. Oempate a seguir foi apenas a formalização do acto.

 

É claro que, a arbitragem do Carlos Xistra, contra os bracarenses, e o empate contra o Portimonense, adicionaram algum dramatismo à coisa.

 

O que se vai agora assistindo é a mais do mesmo, que se vai vendo desde o início desta Liga Zon Sagres 2010-2011.

 

 

Relembremos. Primeiro as queixas centraram-se no calendário de jogos.

 

Estava pré-definido, e era igual para todos, mas obrigou a um arrancar da temporada mais cedo que o que desejavam, tendo em conta os jogadores envolvidos no Mundial, e especialmente, os que foram transferidos inesperadamente, pelo menos para o treinador, a meia dúzia de dias do início da época. Assim à cabeça, vem-me o nome do Ramires.

 

É claro que a culpa é da Liga, do seu presidente, que é do FC Porto, mas que foi apoiado por aquele clube, contra a vontade dos sócios. Da directora-executiva, por mero acaso, reconduzida no seu cargo, depois do, certamente excelente desempenho na temporada passada. Convém não esquecer também a questão da sede da Liga se situar no Porto, como factor condicionante das boas performances desportivas da equipa.

 

A seguir foram os frangos do Roberto, coitado! …E as arbitragens! Os penáltis a favor roubados na recepção à Académica de Coimbra, que até jogou quase uma parte inteira de jogo com dez jogadores, e marcou o segundo golo, lindo, por sinal, bem mais que o do Gaitán ontem, bem perto do términus da partida, dando mostras de uma resistência notável.

 

Veio então o Olegário, que deu uma boa desculpa para o charivari que se seguiu ao encontro com o Vitória de Guimarães, e para mais queixas relativamente à arbitragem.

 

Os cincazero, que vieram depois, foram culpa de um jogador inspirado, e das bolas de golfe, em suma do ambiente intimidatório, que nem o Ministro da Administração Interna foi capaz de por cobro.

 

O Elmano Santos trouxe de volta o sistema, que aterrou no Dragão no jogo contra o Vitória de Setúbal, mas que voou para bem longe, depois do golo fora-de-jogo e com a mão, em Coimbra, da lavra da equipa do mesmíssimo árbitro madeirense.

 

Daí para diante foram só vitórias, e tudo está bem quando acaba bem. Onze vitórias consecutivas. Curiosamente, agora batidas pelas doze do FC Porto, a que foi dado o enorme destaque, que todos reconhecemos.

 

A derrota em Braga foi mais um momento alto. “Estava escrito nas estrelas”, apregoou o homem que apoiou o presidente da Liga. O Xistra, na sua quase infinita falta de classe, deu a sua ajuda, mas não merecia aquele relatório arrasador do observador, até porque conseguiu prejudicar ambos os emblemas.

 

Com Maxi Pereira, Cardozo e Luisão fora da equipa para defrontar o Portimonense, alguma coisa poderia correr mal. Entra a segunda equipa em cena, e inicia-se a “gestão do plantel”. Era um risco programado, pois a revalidação do título avistava-se por um canudo, e correu mesmo mal.

 

Portanto, como se vê, o Prof. Doutor Rei da Chuinga, assim como o seu homónimo da Nazaré (Nazaré, Palestina), tem vocação, não só para antever que as coisas podem não correr pelo melhor, como para a pastorícia.

 

O nazareno apascentava o seu rebanho de almas tresmalhadas. Este é pastor de um rebanho, que apesar de incluir unicamente caprinos machos, não pára de aumentar ao longo da sua transumância. É como dizia o Jaime Pacheco, são os tais “bodes respiratórios”.


Nota: O Rui Vitória bem pode reclamar que foi prejudicado pelo árbitro, mas aquela parvoíce do Cohéne, logo aos dois minutos não tem desculpa possível. O Artur Soares Dias ainda fez o que pode, só lhe deu o amarelo, mas aquilo era para ir para a rua, de caras.

 

Por momentos fez-me lembrar o Delson, do Olhanense, no jogo do título da época passada. Indesculpável.

 

O Rui Vitória, se se queria demarcar do seu anterior clube, escolheu uma má ocasião para o fazer.

 

Nota2: Não se preocupem pelo excerto do “Tribunal de O Jogo” e com esta história do Rui Vitória. Estou bem, e não me parece que esteja a chocar nada de grave. Deve ser só a Primavera, e o anti-histamínico a funcionar!

Trompe l'oeil

23
Abr10

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Quantos tipos vêem a posar na foto? Dou uma ajudinha... não são três!

 

É verdade. No post anterior deixei-me levar pela magnificência da retórica contorcionista de que a comunicação benfiquista e pró-benfiquista tem feito apanágio esta época, e manifestei a minha estranheza pela prioridade dada ao FC Porto, após o jogo com o Vitória de Guimarães, nos noticiários matinais, pelo menos.

 

Afinal de contas, no pasa nada. Num inverosímil acontecimento da genética “a “montanha pariu um rato”, e não aconteceu nada de mais no Académica x Benfica. Ainda que haja quem diga o contrário, o Xistra está-me a falhar!

 

De jogadas polémicas, quanto a mim, ficam duas para cada lado. Do lado dos estudantes um penálti por assinalar, por falta do Sidnei sobre o Éder, e uma expulsão (mais uma!) do Máxi, que ficou no tinteiro, por pontapear o João Ribeiro.

 

Os benfiquistas reclamam de uma mão a ajeitar a bola, antecedendo o primeiro golo dos de Coimbra, obtido pelo Diogo, e também um cartão vermelho por mostrar ao Luiz Nunes, por uma entrada mais ríspida sobre um benfiquista na cabeça da área estudantil.

 

Digamos que aquela rábula, protagonizada já depois da partida terminada, pelo treinador e o Director de Comunicação do Benfica, e o Presidente da Académica, sobre o preço dos bilhetes para o jogo, teve mais sumo que o encontro propriamente dito.

 

Acho que não há muito a dizer. Quanto às reclamações benfiquistas, houve mão no golo academista? De certeza?

 

No jogo da primeira volta entre FC Porto e Académica, os dois golos dos estudantes também pareceram ser antecedidos de mão na bola. No entanto, isso não impediu que o golo do Miguel Pedro até fosse considerado o melhor da jornada, e que o “trabalhinho” do árbitro, merecesse reparo de alguns benfiquistas por deixar passar um golo do Farías, em jogada iniciada em fora-de-jogo.     

 

(Na altura, fiquei quase com a certeza de o lance teria sido irregular. Pareceu-me ver alguém a por em jogo o Farías. Agora, depois de ver algumas repetições do lance, não me resta a menor dúvida de que estava mesmo off-side.

 

Quanto às mãos na bola, fiquei e continuo na dúvida. Tal como, se quiserem ser sérios, terão ficado os benfiquistas… e hão de continuar!)  

 

Sobre o cartão vermelho por mostrar ao Luiz Nunes, acho que a dúvida também não é fácil de esclarecer. Mas chegamos lá por comparação. Querem ver?

 

A jogada do Luisão sobre o Liedson era para cartão vermelho?

 

Se sim, então ainda vale a pena discutir esta. Se não, vou ali e já venho…

 

Do lado dos estudantes, o lance da pretensa falta sobre o Éder é bem menos espaventoso do que o “chega p’ra lá” do David Luiz com o João Moutinho, no jogo com o Sporting ou do que a falta do Daniel Carriço sobre o Rui Fonte, no último jogo do Sporting contra o Setúbal. Logo, não admira que não tenha sido assinalada falta. Se naqueles dois lances não foi…

 

O pontapé do Máxi (o homem das faltas cirúrgicas ou siderúrgicas, ainda não percebi bem!) no João Ribeiro, fez lembrar, com as devidas distâncias, o pontapé do Raúl Meireles no Kardec, na final da Taça Carlsberg.

 

Registo um pormenor interessante. Um mês após o primeiro lance, os comentadores desportivos e os benfiquistas, em geral (peço desculpa pelo pleonasmo!), aprenderam que prender a bola corresponde a fazer jogo perigoso passivo.

 

É de louvar. E só demoraram um mês!

 

Agora as diferenças. No caso do portista, em que o Kardec, de caras, prende propositadamente a bola, o Raúl Meireles, de frente para o benfiquista, pontapeia-o, na tentativa de jogar a bola (espero eu!).

 

O Máxi pontapeia o João Ribeiro, que está deitado no chão, de barriga para baixo, com a bola presa entre as pernas (até parece que a redonda vai lá parar por acaso, e ele, sentindo-a, prende-a), e pontapeia-o na barriga da perna, no lado que lhe está mais ao alcance, mas que, por acaso, até não está assim tão próximo da bola. Será uma questão de perspectiva…

 

Conclusão: o Raúl Meireles é um energúmeno, perpetrador de uma agressão infame, e o Máxi… foi falta do jogador da Briosa!

 

Já agora, para acabar, a questão dos preços dos bilhetes. Grande resposta do Presidente da Académica. Em Coimbra, mandam os que lá estão, e não o Glorioso Benfica.

 

Relembrei, a propósito das queixas benfiquistas sobre o preço dos bilhetes, de uma peça que saiu em tempos (14.01.2010) na revista Notícias Sábado do DN, intitulada “As vitórias é que alimentam a mística”, onde o Director de Marketing encarnado dizia qualquer coisa como isto:

     

“Quando o Benfica começa a ganhar, os clubes pequenos com os quais joga realizam cinquenta por cento das sua receitas de bilheteira do ano todo nos jogos com o Benfica. (…) é o Benfica que está sempre em primeiro lugar quando toca a levar pessoas aos estádios, próprios ou alheios”

 

 

Então se já sabiam que era assim, de que é que se queixam? Os adeptos do Benfica não podiam pagar os 60 € do bilhete? E podem bancar empréstimos obrigacionistas de 40 milhões de euros?

 

Que tal porem em acção a veia filantrópica benfiquista, e financiar a aquisição dos bilhetes através da Fundação Benfica?

 

Ah, é verdade. Já me esquecia: o Benfica não apoia claques organizadas.

 

…a não ser que o Tribunal, no final próximo mês decida o contrário!

 


Nota: Obrigado S. por me teres enviado a imagem. Aposto que nunca imaginas-te que aqui viria parar... e não foi por estar a falar da Académica!

 

Nota2: "Trompe-l'oeil" na Wikipedia.

Things that make you go hmmmm

19
Abr10

Que estranho!

 

Os noticiários da manhã deram mais destaque à vitória do FC Porto sobre o Vitória de Guimarães, e a que, apesar disso, ficámos matematicamente arredados do penta, do que à vitória do Benfica contra a Académica.

 

O que é que terá acontecido lá pelas bandas de Coimbra, que não é do nosso interesse saber? Será que foi alguma "xistrada"? Tenho que ver os programas desportivos de hoje à noite, e amanhã!! Não percam as cenas dos próximos capítulos...