O Carlos Tê, no seu "Porto Sentido", perpetuado pelo Rui Veloso, falava em "lampiões tristes e sós".
Nos dias que correm foi descoberta uma nova variedade: a dos lagartos sós e tristes.
Numa lógica muito valedeazevediana, talvez inspirada num Governo, que corta onde é mais fácil, em vez de reformar, o moçoilo, actual presidente do Sporting, descobriu que atacar o presidente do FC Porto compensa.
Nada de especial, vindo de um pobre coitado que faz lembrar aqueles putos queques da escola, com muita bravata, muita conversa, e uma postura empinada, mas que quando acossados, viola no saca e ala, que se faz tarde.
No fundo, não passa de um gajo solitário. Atacar o presidente do FC Porto é apenas um meio para granjear admiração junto dos adeptos do seu clube. Porém, afasta-o do FC Porto.
A estratégia, como se tem visto, joga-o nos braços do rival da Segunda Circular. É o ressurgir da Grande Lisboa. Os adeptos, esses não morrem de amores pelo adversário mais próximo. Contudo, o seu instinto de melancia deixa-os eufóricos perante as farpas dirigidas ao norte.
Resultados práticos? Nenhuns. Basta relembrar, mau grado a aliança lisboeta, a postura do presidente da Associação de Futebol de Lisboa. Passa pela cabeça de alguém que os do outro lado, depois de três anos sem molhar a sopa na Liga, e de uma época 100% fracassada, deixem escapar algum título para as bandas da Calimeroláxia?
Lá se vai a aliança, e veremos se não irá a admiração dos adeptos. É possível que não, porque afinal, as claques, que conseguiu, dê-se-lhe esse mérito, pacificar e juntar, estão com o homem.
Mas, do ponto de vista institucional, o que é que valem as claques? Com grande parte do património hipotecado ao BES e ao BCP, e com o capital angolano a financiar as aquisições de jogadores, já se viu que tanto faz um Godinho Lopes, como um Bruno de Carvalho. Com quem quer que esteja à frente do clube, quem manda são os bancos e os angolanos. As claques? Está bem, abelha.
O presidente do Sporting bem pode estar a realizar o seu sonho de criança, mas é no fundo, um homem só. A qualquer momento, e com a maior das facilidades, ver-se-á abandonado. Como dizia a minha professora da primeira classe, não passa de um pateta alegre.
Um pateta alegre bem pago, é verdade, com um salário de 5.000 euros, aprovado em Assembleia Geral pelos seus amigos das claques, mas ainda assim, um pateta alegre.
E vamos à parte do triste. É triste que o presidente de um clube como o Sporting, para fazer prova de vida, se tenha de pôr em bicos de pés e tente achincalhar alguém, a cujos calcanhares não chega nem em cima duma escada de bombeiros.
Fazê-lo, utilizando para isso a questão da idade, é ainda mais triste. Não por causa da menção ao seu próprio progenitor, que não terá culpa, coitado, porque assuntos de família são assuntos de família, mas por exemplo, porque o último presidente que foi campeão pelo seu clube tinha, no seu entender, a provecta idade de 69 anos quando tal aconteceu.
Ou porque o seu clube bem poderia, ou deveria ter como referência, se é que não tem, alguém como Moniz Pereira.
É triste, mas compreensível. Não se espera que um jovem queque irreverente conheça a história mais recôndita do seu próprio clube, e use como tema de brincadeira a idade, ignorando a vetustez de algumas das suas maiores figuras vivas.
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