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Azul ao Sul

Algarvio e portista E depois? O mar também é azul...

Azul ao Sul

Algarvio e portista E depois? O mar também é azul...

Os insultos “soejes”

07
Abr11

Quem não nunca recebeu na vida uma “tampa”? Uma nega de uma rapariga?

 

Poderá haver quem não o queira admitir, mas, de certo que poucos se poderão ufanar legitimamente de tal. Eu também não.

 

A mais interessante que alguma vez me deram foi qualquer coisa do género: “Ah, e tal (não foi assim, que na altura não haviam gatos malcheirosos, mas faz de conta…) o Verão está a acabar, estou-me quase a ir embora, mais vale ficarmos só amigos”.

 

E de facto, era verdade. O Verão acabou, ela foi-se embora, e ficámos amigos. Pela minha parte, acho que até hoje, apesar de praticamente termos perdido o contacto.

 

Mas a pior, a mais bera das “tampas” que alguma vez presenciei, foi a um amigo meu (sim, garanto que foi a um amigo, e não era imaginário!). Depois de ter passado uma boa parte da noite a “perseguir” uma rapariga num bar, a certa altura aproximam-se os dois do balcão, perto do sítio aonde eu estava encostado, e ela pede uma bebida. Ele diz-lhe qualquer coisa, não me lembro o quê, e vai daí, ela já farta, sem deixar bater a bola no chão, afinfa-lhe:

 

“É pá, não sabia que empilhavam merda até tão alto!”

 

Conviria ter dito antes que este meu amigo tem para cima de um metro e noventa de altura.

 

Não faço a mínima ideia de quanto mede o Rui Gomes da Silva (não estou a falar da estatura moral, que essa é de certeza bem rasteirinha), mas quando o vejo a falar na televisão, lembro-me desse meu amigo.

 

E ainda por cima, esta tendência começa a alastrar-se a outros lídimos representantes, ou donaldes, do segundo classificado da Liga Zon Sagres. Pudera, quem os ouve, parece que está perante um daqueles filmes da Esther Williams, com aquelas lindíssimas demonstrações de natação sincronizada.

 

 

 

Quando oiço o Rui Gomes da Silva chamar-nos “virgens ofendidas”, por nos queixarmos da confusão que alguém terá feito na Cesta do Pão, entre os interruptores da luz e da rega, dá-me vontade de rir.

 

Resumir a situação ocorrida à molha e à falta de luz, quando são as próprias autoridades policiais que suscitam a questão da sua gravidade em termos de segurança, é o tipo de irresponsabilidade que se espera de alguém que teve funções ministeriais no (des)Governo da Nação e de Santana Lopes, ou vice-versa.

 

 

 

Comparar o que aconteceu, com a meia-final da Taça de Portugal Millenium, já se viu que tem tanta aderência à realidade factual das coisas, como 99,99% daquilo que Rui Gomes da Silva usualmente diz.

 

Agora, alguém fazer, em directo, a figura de donalde, que António-Pedro Vasconcelos fez na pretérita terça-feira, é por demais triste. Como é que alguém, que, quer se queira quer não, é um nome conhecido na praça pública, se presta a ir para um programa televisivo debitar algo que alguém lhe cochichou, prontificando-se, desde logo, a desmentir-se num próximo programa?

 

Vergonha na cara, é um conceito assim tão inatingível?

 

É claro que lá vai ter que vir o desmentido. O comunicado da SAD do FC Porto é bem elucidativo sobre o momento em que se desligou a iluminação no Dragão, e sobre o motivo pelo qual os jogadores portistas não saíram ao relvado, acompanhados pelas criancinhas de vermelho vestidas.

 

Depois vem acusar o FC Porto de “Falta de fairplay” e o Miguel Guedes de ter desrespeitado um compromisso assumido entre os três paineleiros? É curioso, porque os “Fundos” de um e de outro, são praticamente idênticos. Ou seja, se um não respeitou o compromisso, o que se lhe seguiu fez exactamente a mesmíssima coisa.

 

 

É “Falta de fairplay” recusar dar as mãos às criancinhas e, no calor dos festejos da vitória, os portistas, com alguns jogadores incluídos, entoarem cânticos, que poderiam, no entender do indivíduo em questão, configurar “insultos soejes”, às mães dos benfiquistas?

 

Sobre as criancinhas está tudo dito. Quanto aos insultos, o infeliz donalde, enquanto pessoa do Mundo e bem informado, deveria ter já percebido que, chamar “filho-da-puta” a alguém, há muito que deixou de ter a interpretação literal que ele quer atribuir, em prol da sua vitimização.

 

O “filho-da-puta” deixou de ser de alguma forma, exclusivo daqueles cujas mamãs exercem (ou exerceram) oficial ou oficiosamente, a “mais velha profissão do Mundo”, ainda que também por aí os haja, para estender-se àqueles que praticam actos que são autênticas “filha-de-putices”.

 

Deste ponto de vista, quando se mimoseia alguém com tal epíteto, não é a digníssima progenitora a visada, como pretende o ofendido, mas sim, o próprio. Portanto, escusa de se preocupar com a dignidade e o bom-nome de algumas, eventualmente, dignas senhoras, e será melhor começar a olhar mais para o seu umbigo, como faz em todas as outras ocasiões em que lhe dá jeito.

 

E, que moral tem o dito para criticar os portistas quando, como Miguel Guedes bem o lembrou, do seu lado, outros, como o ilustríssimo Petit, incorreram em idêntico pecadilho?

 

Por certo, nunca terá ouvido o cântico que os seus colegas apaniguados de clube costumavam dedicar ao presidente do FC Porto por esse País fora. Aquele em que modificaram a letra do “Frére Jacques”

 

Ou talvez tenha perdido aquele episódio dos seus humoristas de eleição, onde, em pleno horário nobre, teve lugar o maior assassínio de carácter alguma vez visto em canal aberto na televisão nacional.

 

Refiro-me à leitura feita num programa de felinos imundos, do famoso livro escrito a quatro mãos da escritora alternativa Carolina Salgado.

 

…e nem vale a pena vir com tiradas humorísticas e alegar, por exemplo, que só se pode assassinar o carácter de quem o tem!

 

Afinal, quem são as “virgens ofendidas”?

 

E, porque carga d’água é que se sentirá insultado alguém, que semanalmente, se presta a por à prova a pouca dignidade que lhe resta, dedicando-se ao papel, e de papéis deverá ele perceber, de dar eco ao guião que outros lhe dão para recitar?

 

A realidade até pode ser “soeje”, mas não deixa de ser real, por muito que custe a alguns.

P.V.P. ou “Da influência da cor vermelha enquanto factor de distorção na apreensão da realidade” – Parte II

29
Mar11

(continuação daqui)

 

Costuma-se dizer que “a necessidade aguça o engenho”. Neste capítulo, ainda que possa estar em causa uma questão de sobrevivência da espécie, contornando ardilosamente aquela que deveria ser a selecção natural nestas coisas, não é profundamente engenhosa a metodologia empregue.

 

No fundo, bem vistas as coisas, mais não temos do que o recurso ao maniqueísmo mais antigo revelado nos livros: a interminável luta do “Bem” contra o “Mal”.

 

Aos que estão do lado do “Bem” tudo lhes é permitido, tudo lhes é perdoado, qualquer forma de actuação é justificável para atingir o seu supremo desígnio: derrotar o “Mal”. Os fins supremos justificam plenamente os meios empregues.

 

Os que estão do outro lado da contenda, qualquer que seja a sua linha de conduta, terá sempre a maculá-la, qual "Espada de Dâmocles", o facto de não alinharem do lado do “Bem”, e nenhum mérito, ainda que ele seja seu por direito inalienável, lhes será reconhecido. Os fins serão sempre obscuros, e os meios para os atingir, ainda que idênticos aos postos em prática do outro lado, serão sempre censuráveis.

 

Mais do que isso, o “Bem” tem do seu lado a prerrogativa de determinar quais os comportamentos desejáveis ou censuráveis, e como deverão terceiros comportar-se.

 

Também aqui nada de novo, ou nada que não se tenha visto, por exemplo, nos tempos luminosos da Santa Inquisição, e que encheria de júbilo Tomás de Torquemada.

 

No “Trio de Ataque”, da RTPN, de 23.03.2011, o boneco de ventríloquo que toma parte no dito programa, fazendo alarde da sua costumeira eloquência de orogotango gago, mimoseou os telespectadores com um belo e esclarecedor sermão a este propósito.

 

Mas valeu a pena, pois ficámos todos cientes daquilo que, do ponto d evista do “Bem”, permite distinguir um “acto de barbárie” de “um acto de violência”. Se quiserem ver por vós, não demora mais do que uns vinte minutitos, logo no início do programa.

 

 

 

Assim, comecemos pela “barbárie”, que foi pano de “Fundo”.

 

Então, para o dito "Donald", estaremos perante “actos de barbárie”, quando o Rui Gomes da Silva é agredido no Porto, ou quando o autocarro do clube que defende, é apedrejado à saída de Paços de Ferreira. Ou seja, actos de violência premeditados, segundo a sua douta opinião, e por azar, ele dá-a, mesmo que lha não peçam…

 

Terá omitido, certamente por esquecimento, o bárbaro apedrejamento de que foi alvo o autocarro do mesmo clube, aquando da sua deslocação ao Dragão na temporada passada, e pelo qual o FC Porto foi exemplarmente punido pela Comissão de Disciplina da Liga de Clubes.

 

 

  

Outros actos de violência, em que não seja macroscópicamente visível essa premeditação, não passam de isso mesmo, meros “actos de violência” ou momentos de simples exaltação de ânimos.

 

Nesta categoria poderemos então incluir coisas como as exuberantes manifestações de fairplay e de conduta profissional exemplar que o melhor treinador do Mundo, acima do Mourinho, demonstrou por duas vezes esta temporada, após desafios contra equipas madeirenses.

 

Ou o espontâneo apedrejamento do autocarro do Vitória de Guimarães, lá para as bandas de Alverca, depois da vitória desta equipa na Cesta do Pão, para a Taça de Portugal.

 

Claro está que este acto não terá sido, de forma alguma premeditado, e certamente que foram as gentes de Alverca a manifestarem a sua revolta pela deturpação da realidade histórica associada ao nascimento da nação, quando toda a gente bem sabe (ou deveria sabê-lo) que o berço do nosso País é Alverca, e não Guimarães.

 

Ou o, nem por sombras previamente estudado, apedrejamento do autocarro do FC Porto e dum carro onde seguiam dirigentes do clube, na A5, ainda antes do jogo que iriam disputar no Estádio António Coimbra da Mota, para a Taça da Liga, contra o Estoril-Praia. Ou deste mesmo autocarro, quando se dirigia para o Dragão.  

 

Ou, para terminar, e sair da Idade da Pedra, o apedrejamento de carros de adeptos do FC Porto e do GD de Chaves, depois da final da Taça de Portugal, entre estas duas equipas, onde, como todos nos recordamos, o que mais houve foram ânimos exaltados, e que tiveram a singularidade pluralista, de atingir ambos os lados.

 

Obviamente que em nenhuma destas situações terá havido a mais pequena sombra de premeditação. Apenas ânimos exaltados.

 

Como ânimos exaltados houve em Olhão, em Braga, ou em Setúbal, onde até as más maneiras das forças policiais foram postas em causa, ou em Paços de Ferreira, num claríssimo aquecimento prévio para o apedrejamento que se seguiu ao jogo.

 

Todas estas ocorrências, e outras que me escuso de enunciar, porque tornariam ainda mais fastidioso este texto, deveriam então, de acordo com os superiores parâmetros do Donald de serviço no “Trio de Ataque”, ser levadas a título de “exaltação de ânimos”, provavelmente por consumo excessivo de cafeína.

 

Deste modo, seriam indignas da mais ínfima referência à sua ocorrência, quanto mais de um qualquer comunicado a seu propósito. O apedrejamento do autocarro e os danos colaterais infligidos à viatura que o seguia, em Paços de Ferreira, e a agressão a Rui Gomes da Silva, esses sim. Enquanto “actos de violência” premeditados, leia-se, “barbárie”, deveriam ser alvo de comunicados e repudiados a viva voz por todos quantos os que quisessem viver sob o manto protector do “Bem”.

 

Os outros? É deixá-los esboroarem-se em poeira pelo tempo, até que alguém venha e os varra para debaixo de um qualquer tapete do esquecimento.

 

Isso era o que os paladinos do “Bem” viam como o caminho iluminado. Mas não foi o que obtiveram.

 

O “Mal”, fazendo alarde da perfídia intrínseca à sua natureza, veio condenar o "acto de barbárie" cometido contra o veículo, mas deixou de fora outros que afligiram as forças do “Bem”, e pior ainda, cometeu o desplante de se vitimizar por outras situações em que o próprio sentiu na pele idênticas agruras.

 

E isto é algo intolerável para o “Bem”. "Lamentável", foi o adjectivo mais suave utilizado para classificar o comunicado do "Mal". A memória é uma heresia que quem quer cair nas graças benfazejas do "Bem", não pode, nem deve ousar dar guarida, especialmente se correr a desfavor daquele.

 

Assim demonstrou amplamente o Donald logo após o jogo do cincazero, quando, tendo colocado nessa altura em “Fundo” o “Mau ganhar do FCP", se viu confrontado pelo portista Miguel Guedes, com os acontecimentos que antecederam o jogo com o Estoril-Praia, e candidamente retorquiu:

 

“O que é que o [clube de que é adepto] tem a ver com isso?”

 

  

 

É o comportamento típico das Putas das Virgens Puras, que quando não conseguem distorcer a realidade ao sabor da cor vermelha, que tanto as fascina, simples e ingenuamente não vêem, não ouvem, não sabem ou não se lembram de nada daquilo que não lhes interessa.

 

Pena é que assim seja porque, violência é sempre violência, venha ela de onde vier, e atinja quem atingir. Não há que fazer distinções entre a "violência boa" e a "violência má", que só contribuem para a escalada da dita cuja, como se viu no ataque à Casa do FCP em Coimbra.

 

A ignorância ainda é desculpável, agora a desonestidade intelectual e a má fé não têm desculpa possível. Quando se põe um pirómano a assar as sardinhas, será bom que se goste delas esturricadas.

 

 

 


Nota: Por um lamentável e mais que evidente lapso, pelo qual me penitencio, a foto do autocarro imolado pelo fogo, não retrata o estado em que ficou a viatura após o acto pelo qual o FC Porto foi exemplarmente punido, mas sim de um outro veículo, este totalmente destruído nas imediações de um estádio deste País. Relativamente a esta situação não foi possível apurar a punição em que terão incorrido os seus autores. Aguarda-se por mais um 10 de Junho, pode ser que seja desta...

 

Verdade ou consequência

16
Mar11

Não meus Caros, ao contrário do que o título possa sugerir, este artigo não vai ser dedicado a jogos pueris (pré)adolescentes, de conteúdo a dar para o abadalhocado.

 

Porque não assisti ao directo (ou “direto”), como agora aparece no canto superior direito da televisão, constatei através da leitura da última crónica do Miguel Sousa Tavares, que o último "Trio de Ataque", na RTPN, deve ter sido interessante.

 

Desconfio que os “paineleiros” de serviço não terão conhecimento antecipado daqueles que vão ser o “Topo” e o “Fundo” dos seus colegas, e assim sendo, digamos, contrariando a Margarida Rebelo Pinto, que ele há coincidências.

 

 

No mesmo programa em que MiguelGuedes, o representante portista coloca no “Topo” o reconhecimento do prestígio europeu do FC Porto, pelo jornal espanhol “A Marca”, o boneco de ventríloquo de serviço, coloca no “Fundo” a “Impunidade no futebol”.

 

 

Quando ouvi isto, tendo em conta a entidade representada pelo indivíduo em questão, associei imediatamente este tipo de discurso à decisão que ainda está por tomar por quem de direito, relativamente ao comportamento de um certo agitador de massas, no final de dois jogos do seu clube.

 

Esta sim, uma grande derrota desse emblema, cujo destino “é acabar com a impunidade que se tem vivido no futebol português”, desígnio pelo qual se bate, a crer no resultado da pesquisa no “Google”, pelo menos desde 2009. Uma derrota bem mais grande do que os cincazero!

 

 

Perdoem-me, que estou a divagar, e bem depressa. Pois bem, ainda gostava de saber se o “Topo” do Miguel Guedes, foi resposta ao “Fundo”, ou se terá sido o contrário, mas, não sei porquê, era capaz de por as fichas todas nesta última hipótese.

 

Como não deve ser possível esclarecer essa dúvida, voltemos ao “Fundo” da questão. Para justificá-lo, o “paineleiro” em causa trazia dois belos exemplos. Um, uma entrevista no papel de jornal para forrar fundos de gaiolas de periquitos, a alguém, acho que um Comissário ou Subcomissário de Polícia, talvez do calibre daquele que falou da claque vinda do norte, pródiga em sei lá o quê, que não há no sul.

 

O outro, por estranha casualidade, também proveniente d”A Marca”, uma resposta do adjunto do director do jornal, Santiago Segurola, a uma questão colocada por um leitor, de nick “fueracorrupcion”, em que associa o FC Porto e a Juve, a todos os males de corrupção existentes neste Mundo, e no alternativo em que alguns vivem sem precisar de avatar, ou coisa que o valha.

 

A coisa vista assim, desta maneira imponente, causa impacto. Ainda para mais, vinda d”A Marca”, que teria sido provavelmente acometida por um ataque de esquizofrenia, pois, se por um lado elogiava, pelo outro colocava o FC Porto na sempre indesejável galeria dos corruptos.

 

Só que, lá está, “nem tudo o que luz é ouro, nem tudo o que fede é merda”. O que o (pré)adolescente em causa talvez não estivesse à espera, seria que o Miguel Guedes estivesse por dentro do assunto.

 

Estando por dentro do assunto, talvez desconhecesse que este “diálogo” deu azo, no passado mês, a resmas de textos e de comentários em blogs de adeptos do tal clube combatente da impunidade.

 

 

 

 

Contudo, sabia o essencial, que pelo colega rapazola, e talvez por esses blogues, como no da imagem, estava a ser omitido, quem sou eu para dizer que deliberadamente: que a "charla" com Santiago Segurola havia ocorrido em Maio de 2008, há quase três anos atrás.

 

 

Pormenores. Portanto, a um destaque de 2011, estava a ser contraposta uma situação ocorrida em 2008, trazida para a actualidade por alguns que, todos o sabíamos, persistem em viver desfasados da realidade, e a quem talvez se tenham esgotado as escutas para por no YouTube.

 

É claro que a grande, nobre e legítima preocupação desses blogues quanto a este tipo de comentários, é a imagem que perpassa do futebol português para a estranja.

 

Sobre isso, fiquem tranquilos pois, de então para cá, o presidente da UEFA, que por acaso até jogou num dos clubes implicados, e não foi cá na terrinha, afirmou que o FC Porto era batoteiro, para depois vir retractar-se, dizendo que afinal, não era bem assim.

 

Mais, mesmo após aquela "conversa", em Julho do mesmo ano, a marca “FC Porto”, foi avaliada em 291 milhões de euros. Portanto, como vêem, não há grande motivo para preocupações.

 

Preocupante sim, se quiserem um bom motivo para arranjar cabelos brancos, à imagem de alguém que de momento não me ocorre quem seja, é que a omissão também é uma forma de falsear a verdade, acaso não tenham dado por isso, e por vezes tem consequências que, para além de lamentáveis, podem ser aborrecidas para os envolvidos.

 

 

 

Top Spin – Com efeito…

14
Mai10

De fugida, pareceu-me ouvir no ”Trio d’Ataque” de terça-feira passada, algo que tive de confirmar pelo vídeo do programa, para acreditar no que ouvia (se não quiserem perder tempo a ver o programa todo, basta dar um salto para o minuto 50 e picos… Infelizmente os meus conhecimentos informáticos, e ao meios de que disponho, ainda não me dão para editar filmes!).

 

De acordo com o ilustre representante do benfiquismo ali residente, o Hulk, que esteve foram de acção mais de vinte jogos, dos quais, se bem me lembro, dezassete a mais, em relação ao castigo que resultou da convolação pelo Conselho de Justiça da Federação Portuguesa de Futebol, do castigo de três meses, que lhe foi imposto pela Comissão Disciplinar da Liga do dr. Ricardo Costa, afinal de contas (benfiquistas) só teria cumprido um jogo de castigo a mais (cinco), em vez dos quatro com que foi efectivamente punido.

 

Ora cá está um belo exemplo daquilo em que a época que passou foi profícua. Um belíssimo exemplo de como funcionou a “contra-informação” benfiquista.

 

É brilhante. Tenho pena de não ter visto nem o “Prolongamento”, nem o “Dia Seguinte”, para confirmar se o Fernando Seara e o Sílvio Cervan defenderam a mesma tese. Mas acredito que sim.

 

São os “spin doctors” encarnados em toda a sua pujança, a debitarem a desinformação do costume, para quem a queira tragar.

 

Não sendo benfiquista, tenho alguma dificuldade em apreender o raciocínio pelo qual se chega a esta conclusão, mas penso que só poderá ser este o processo mental: está(ão) a contabilizar apenas os jogos não disputados pelo Hulk, desde que foi conhecido o castigo da Comissão Disciplinar, e até à “convolação” da pena, esquecendo os que ficou de fora no decurso da “suspensão preventiva”, porque aí, não estava castigado.

 

É aquilo a que se poderia chamar um “achado”, não só jurídico, mas de senso comum. Se o homem esteve suspenso preventivamente, e se, o excelso dr. Ricardo Costa tivesse tido uma decisão consentânea com os princípios de Direito, legitimamente seguidos pelo Conselho de Justiça, então, à data do acórdão do Conselho de Disciplina, encontrando-se já cumpridos mais de quatro jogos de castigo, o jogador portista estava livre para exercer a sua profissão.

 

Portanto, todos os jogos em que aquele não alinhou, para além dos quatro do castigo, foram a mais, e o resto é “spinning”, conversa.

 

Assim sendo, há aqui qualquer coisa que me escapa. Se não tem nada “empatado” nesta decisão [do dr. Ricardo Costa], não consigo entender esta necessidade constante do Benfica, de branquear e justificar a(s) decisão(ões) do senhor em questão. Transcende-me.

 

Um clube, que, na sua enorme magnanimidade, até se abstém de recorrer da sentença inicial, para não agravar a pena dos jogadores do FC Porto, a qual até achou insuficiente, mas pronto, o que lá vai, lá vai… vem, por tudo e por nada, procurar desculpabilizar o dr. Costa.

 

Então, afinal de contas, que peso é que esta decisão teve para o Benfica, o maior do Mundo e arredores, e que ganha sempre “limpinho”?

 

Foi, de facto, um azar dos diabos (vermelhos?), o brasileiro regressar, e o FC Porto ganhar oito jogos de seguida (sim, já sei, perdemos com o Arsenal…mas esse jogo não foi a nível interno). É que lá caiu por terra aquela teoria patética de que o castigo até nos tinha sido um favor, porque estávamos melhor sem o Hulk, do que com ele.

 

Agora, lá tiveram que desencantar mais esta. E a seguir, de certeza que virá outra qualquer… A produção de desinformação para os lados da Cesta do Pão é incessante.

 

Quanto a mim, na vitória do Benfica nesta edição da Liga de futebol-de-10-para-11, mais do que o mérito desportivo, que eventualmente lhe possa ser descortinado, há que realçar o enorme mérito da estratégia de comunicação e de manipulação de massas, de que fizeram alarde desde o início da época.

 

Se vivêssemos num País mais observador e menos avermelhado, tenho a certeza de que, na próxima edição do “Mercator”, ou qualquer outro livro sobre marketing ou gestão comercial, este seria um “case study” a não desprezar.

 

E depois, com portentos, como o agora famoso Pragal Colaço, para sustentarem juridicamente estas posições…

 

Aqui há tempos, discutia este caso com um benfiquista, e dizia-lhe, sem êxito, claro está, para ligar menos às opiniões do Pragal, e para pensar mais pela sua cabeça.

 

A resposta foi qualquer coisa do género, que, coitado do senhor, até admirava como é que o deixavam exercer direito quando cometia esse crime hediondo que é ser benfiquista.

 

Nem respondi de volta. Com tal argumentação, não vale a pena. A exercer advocacia, penso que não terá cometido nenhum crime (já no seu papel de comentador na Benfica TV, não sei, não…), pois, que eu saiba, ainda não há nenhuma lei que proíba um benfiquista de o fazer.

 

Ainda para mais num País em que o próprio Secretário de Estado da Justiça é um benfiquista convicto.

 

Mesmo assim, não sei se não terá feito já o suficiente para uma litigânciazita de má-fé, ou coisa que o valha…

 

Talvez não seja criminoso deixá-lo exercer, mas lá que é arriscado é. Bem vistas as coisas, desde o caso do Nuno Assis, passando pelo Apito Dourado, pela diarreia mental da exclusão do FC Porto da Champions, pela tentativa de trazer de volta o Vale e Azevedo, que há quase dois anos ensaia sem sucesso, e agora este, os casos mais bem sucedidos em que se envolveu foram o caso “Mateus” e as últimas eleições do Benfica.

 

Até ver. Porque neste último ganhou por “falta de comparência” (o candidato derrotado levou uma tareia tão grande, que decidiu nem tentar impugnar as eleições) e no primeiro ainda não há decisão dos tribunais comuns, e até lá…

 

O resto, foi o que se viu. Não é por nada, mas eu, se tivesse que escolher um advogado para me defender, e isto, só para falar de ilustres benfiquistas, para não ser acusado de facciosismo, entre o Pragal Colaço e o Vale e Azevedo, escolhia o Vale e Azevedo.

Saem dois Compensans

16
Set09

O programa desportivo da RTP N, “Trio d’Ataque”, tem uma rubrica, o “Topo e Fundo”, em que os comentadores de serviço (António Pedro de Vasconcelos, em representação do Benfica, Rui Oliveira e Costa, do Sporting e Rui Moreira, pelo FC Porto – note-se que a ordem é alfabética, e por mero acaso, coincide com a ordenação comummente aplicada), fazem as suas escolhas para cada um daqueles “pódios”.

 
No pouco que assisti da edição de ontem, foi sem grande surpresa que vi António Pedro de Vasconcelos colocar no “Fundo”, a decisão do Tribunal Administrativo do Círculo de Lisboa, que considerou inválidas, na parte do processo “Apito Final”, relativa ao Presidente da União de Leiria, João Bartolomeu, as escutas telefónicas retiradas do “Apito Dourado”.
 
Caiu mal entre os benfiquistas mais esta arrochada no “Apito”. Causa-lhes um tremendo mal-estar e azia enorme que, afinal de contas, o “Apito Final” venha desmantelar o “Dourado”, e pôr a nu a inconsistência da, tão defendida por eles, “justiça desportiva”.
 
Para o sr. António Pedro, que segundo afirmou, “não é jurista”, mas que teve algumas conversas com pessoas entendidas no assunto, a decisão do tribunal foi mal fundamentada, e não compreende como é que, face à gravidade do que se ouviu nas escutas, passe a redundância, e às decisões de sinal contrário a esta, tomadas por outros 23 juízes, o Tribunal tenha decidido como decidiu.
 
Independentemente da gravidade do que foi escutado a João Bartolomeu, pois não é isso que está em causa na decisão do Tribunal, como querem fazer crer o sr. em causa, e os senhores com quem terá conversado, ainda vivemos num pretenso Estado de direito.
 
Sabe-se que para os benfiquistas, as decisões dos tribunais, quando não são favoráveis às suas pretensões, o que até acontece com bastante frequência, não passam de lana caprina. No entanto, já bastas vozes haviam avisado que a prova recolhida em processo criminal não podia ser reutilizada em processo disciplinar. E adiantou alguma coisa?
 
Nem por isso. O que colhe para o sr. Vasconcelos, e para os benfiquistas em geral, é o argumento dos 23 juízes que decidiram a favor das suas ideias. No fundo, é a tal história dos seis milhões.
 
Em seis milhões, apanhar 23 benfiquistas, é mais provável do que apanhar quem não o seja. Agora, pelos vistos aconteceu. Azar nítido.  
 
E quanto às conversas, era capaz de apostar que, pelo menos um (ou mais), dos interlocutores terá saído do seguinte grupo: Fernando Seara, Cunha Leal, Sílvio Cervan, João Correia.
 
Para tranquilizar os benfiquistas, e aliviar o ardor estomacal, gostaria de lembrar, que, ao contrário do noticiado, nada disto irá aproveitar ao FC Porto. Ao Boavista e à União de Leiria, talvez sim. Mas ao FC Porto, nem por isso.
 
E porquê? Porque o único caso em que o FC Porto foi castigado com base em escutas telefónicas, foi o famoso “Caso da Fruta”, do jogo com o Estrela da Amadora, que já está arquivado por falta de provas, pela segunda vez, depois de ressuscitado pela Dr.ª Maria José Morgado.
 
No caso do árbitro Augusto Duarte, não houve escutas, mas sim o depoimento da Carolina Salgado, reforçado depois no seu best-seller. E este também já foi julgado, tendo Pinto da Costa sido absolvido de todas as acusações.
 
Portanto, no caso do FC Porto, animem-se que não é por aqui que o gato vai às filhós.
 
Assim, fico à espera de ver, talvez na próxima semana, o António Pedro de Vasconcelos colocar no “Fundo”, o Delegado da Liga castigado por causa das omissões no relatório do jogo Benfica x Nacional.
 
Depois, foi com enorme regozijo que pude constatar a frustração dos três comentadores, relativamente à derrota do FC Porto contra o Chelsea.
 
É assim. O FC Porto eleva as expectativas de tal maneira, que depois as pessoas estranham que não ganhe, ou pelo menos empate, na casa do clube do Abramovich.
 
Os londrinos são candidatos à vitória na Liga inglesa, e para os comentadores, também o são à Liga dos Campeões, tendo ficado, para eles, a pairar a ideia de que, se tivessem acelerado mais um pouquinho, ai do FC Porto.  
 
A opinião geral foi de que o FC Porto devia ter ido jogar de “peito feito”, de igual para igual. Com o Falcao e o Varela, no mínimo, e talvez o Belushi, nos lugares do Cristián Rodriguez, do Mariano Gonzalez e do Guarín.
 
O prof. Jesualdo ao mexer na equipa, como fez, de acordo com os ditos comentadores, terá passado um atestado de menoridade ao FC Porto, ferindo, para o comentador do Sporting, e principalmente, António Pedro de Vasconcelos, o orgulho nacional, a dignidade, o nome e a honra do futebol pátrio. Enfim, um crime de lesa Pátria.
 
Por norma, revejo-me nas posições de Rui Moreira, mas desta vez, talvez levado pelo seu entusiasmo, não me parece que tenha razão.
 
Então vejamos. Perante o Chelsea, candidato à Liga nacional e à Champions, com um poderio financeiro incomparável com o do FC Porto (LOL), e a quem bastaria uma aceleração para desfazer o castelo de areia portista, o FC Porto deveria entrar na máxima força?
 
Estamos a falar do FC Porto, que em 14 jogos, como hoje fazem questão de referir quase todos os jornais, nunca ganhou em Inglaterra, e que nos próximos dois jogos da Liga Sagres vai enfrentar o SC Braga e o Sporting. E estamos a falar, para além disso, de um jogo disputado à chuva.
 
Desculpem lá, mas, desta vez, acho que o Jesualdo fez muito bem em reforçar o meio-campo, poupando jogadores, e dando minutos a jogadores menos rodados.
 
Aliás, tirando a componente das expectativas, que no caso portista são sempre elevadas, o que até é salutar, e um sinal do respeito que os adversários nutrem por nós, não percebo o espanto. Na primeira parte o jogo até não correu mal, e se o Raul Meireles soubesse cabecear, outro galo poderia estar a cantar.
 
Ainda há menos de um mês, o treinador de um clube enorme deixou de fora de uma partida uma série de jogadores, precisamente para dar minutos a atletas menos utilizados. Perdeu o jogo contra o portento ucraniano Vorksla Poltrava, e nem por isso cairam o Carmo e a Trindade, e terão ficado feridas a dignidade e a honorabilidade do futebol português.
 
Será, talvez, sinal de habituação!
 
É bem certo que a eliminatória estava praticamente assegurada com o resultado do jogo em casa. Mas que diabo! Para o FC Porto era a estreia na Champions. O primeiro jogo do grupo, e com o empate entre Atlético de Madrid e Apoel, decisivos, decisivos, são os jogos com estes e o jogo em casa com o Chelsea!
 
Não vale a pena dar o passo maior que a perna, e correr o risco de deixar fugir o Benfica na Liga, o que vinha mesmo a calhar para a estratégia de “bola de neve” dos encarnados.
 

Haja tranquilidade, como diria alguém, que mesmo com aquela equipa, demos luta ao Chelsea, e esqueçam as “teorias da aceleração”.