No início do mês passado, Arons de Carvalho, antigo responsável socialista pela televisão pública, escreveu no “Público", num artigo de opinião, que o actual governo, ao retirar da “lista de acontecimentos de interesse generalizado público”, os jogos da Liga de futebol e das competições europeias, oferecera um Euromilhões à Olivedesportos.
Se foi efectivamente um Euromilhões, e o objectivo pelo qual o mesmo terá sido oferecido, não faço ideia. O certo é que, ainda recentemente ficámos a saber que a empresa em causa rescindiu o contrato que tinha com a Liga de clubes, para a transmissão dos jogos da Taça da dita cuja.
De entre os motivos apontados para essa tomada drástica de posição, conta-se o facto de, cabendo à Olivedesportos desencantar um patrocinador para a competição e à Liga, encontrar um canal aberto disposto a transmitir os jogos, esta só o terá conseguido fazer em Novembro, quando se encontrava já em curso a terceira fase da prova, e ainda assim, por um valor bastante abaixo ao praticado no mercado – 50 mil euros /jogo, ao passo que a SIC, na época transacta, pagava à volta de 200 mil.
É esta a Liga de clubes cujo presidente quer rescindir contratos com a Olivedesportos? E vai negociá-los com quem? Será que os vai negociar da mesma forma como fez com os jogos da Taça Lucílio Baptista?
Sem patrocinador e com os direitos televisivos negociados ao preço da uva mijona, como é que vai sobreviver a Taça que assegurava um título por época a uma certa equipa, e uma receita, que se queria razoável, aos clubes pequenos?
E a própria Liga, como é que fica?
Com a arbitragem e a disciplina saídas para a Federação, e sem a sua Tacinha, qual o seu destino?
Um conhecido benfiquista, uma vez, a propósito não se sabe muito bem de quê, porque o fez num post sriptum a um texto que nada tinha que ver com a matéria, questionava inocentemente: "Porque será que a sede da Liga é no Porto?"
Neste caso, dadas as últimas evoluções, parece que não a conseguindo mudar de sítio, a alternativa será esvaziá-la de conteúdo. Será isso?
. E, no entanto, ela não se...