Terça-feira, 28 de Agosto de 2012

As opções de Vítor Pereira, o outro (ou "A arte de quem parte e reparte")

Mau. Vir falar de arbitragem logo à segunda jornada da liga, é algo que me desagrada. É uma postura um tanto ou quanto calimera. Mas quando à segunda jornada, há matéria suficiente para fazer um ponto de situação, é sinal que algo não está bem.

 

Esta estória começa com a nomeação do Olegário Benquerença para a final da Supertaça Cândido de Oliveira. Achei surpreendente.

 

O Olegário, ao longo da temporada transacta apitou apenas três jogos que envolveram os primeiros classificados: o nosso jogo em Guimarães, na ronda inaugural, a nossa ida a Braga, à 26.ª jornada, e o jogo do segundo classificado a Vila do Conde, na 28.ª.

 

O homem andou lesionado, até chumbou em testes físicos, mas no essencial, foi completamente ostracizado após o tal famoso jogo em Guimarães, de há duas épocas atrás, que motivou o patético apelo aos sócios de um determinado clube, para não assistirem aos jogos fora de portas da sua equipa.

 

A coisa foi de tal maneira que eu próprio, questionei no texto "Onde está o Wallygário?", por onde andaria. Na altura, ninguém se deu ao trabalho de o descobrir. Mas ele estava lá (é só confirmar abaixo…).

 

 

E também esteve na Supertaça. O jogo propriamente dito não teve nada de especial, em matéria de incidências arbitrais, e ao que parece o Olegário terá sido o segundo melhor classificado entre os árbitros principais na época passada.

 

Como Pedro Proença, o primeiro classificado arbitrara a edição de 2010/2011 (em que também foi o primeiro), possivelmente, não quiseram repetir a dose.

 

As nossas anteriores vitórias foram obtidas sob os auspícios do João “pode vir o João” Ferreira e o Jorge Sousa. Portanto, o critério, com excepção da excepção do João, parece ser semelhante.

 

O que é estranho é o Olegário ter sido o segundo melhor, andando tão arredado dos palcos mais importantes. Será que estamos numa espécie de “Perdoa-me”? Estará o Olegário de regresso à ribalta? A que preço? Mais do que uma homenagem na AF do Porto? Ou menos?

 

Depois veio a Liga. Nos nossos jogos tivemos dois árbitros de Lisboa (Duarte Gomes e Hugo Miguel), e os nossos rivais mais directos dois do Porto (Artur Soares Dias e Jorge Sousa).

 

Para o Sporting foram nomeados um de Lisboa (João Capela) e outro da Madeira (Marco Ferreira). Por sua vez, o SC Braga teve um do Porto (Artur Sores Dias) e um de Portalegre (Paulo Baptista).

 

Nada de mais. Aquilo que se vê aparenta ser a manutenção das premissas anteriormente aplicadas pelo Vítor Pereira: árbitros internacionais para os jogos fora de casa e para jogos entremuros com adversários directos, e não internacionais para partidas disputadas em casa, onde teoricamente, terão a vida mais facilitada.

 

No entanto, as diferenças são óbvias. Nomear Duarte Gomes para a nossa estreia, e logo em Barcelos, onde sofremos a única derrota na Liga passada, tem que se lhe diga. O Duarte Gomes, como todos sabemos, revela, como tantos outros, uma estranha apetência para marcar penáltis em catadupa, quando confrontado com a cor vermelha, e uma exacerbada tendência para errar em nosso desfavor, e depois vir desculpar-se pelo Facebook.

 

Dois penálties por assinalar a nosso favor seria o mínimo expectável.

 

Os outros três, tal como notei no texto anterior, em relação a alguns jogadores do nosso plantel, partem todos eles a cada temporada, de há umas épocas a esta parte, com expectativas elevadas.

 

Hugo Miguel quer chegar a internacional. Artur Soares Dias, tendo alcançado, apesar da sua juventude, o estatuto de internacional, terá a esperança de se afirmar definitivamente no panorama da arbitragem, e se em 2010-2011 foi dos mais solicitados, a época que passou não lhe correu tão de feição.

 

Curiosamente, ou não, apareceu a repetir presença na Cesta do Pão, no encontro inaugural do clube mais grande do Mundo dos arredores de Carnide. Talvez não se recordem, mas aconteceu o mesmo em 2009-2010.

 

Na altura, o adversário foi o Marítimo, e então o Soares Dias limitou-se a não descortinar uma entrada assassina do Cardozo sobre o Alonso, que lhe devia ter valido, logo ali, o vermelho directo, posteriormente complementada com uma simulação de penálti, que poderia ter dado azo à sua expulsão por acumulação de amarelos.

 

Não fui eu, mas o sim o Rui Santos, essa alcoviteira-mor do futebol nacional, que, na altura, o considerou desaconselhado para jogos daquele clube. Ele lá terá as suas razões.

 

Jorge Sousa, depois de ter sido in illo tempore, o melhor entre os seus pares, almeja(rá) alcançar novamente o topo.

 

Os resultados da gestão destas expectativas foi o que se viu. O Hugo Miguel deixou passar mais uma grande penalidade a nosso favor, ao passo que o Artur Soares Dias se limitou a expulsar o homem errado do SC Braga, e o Jorge Sousa a expulsar um do Vitória de Setúbal aos sete minutos de jogo.

 

Nem vale a pena entrar em grandes pormenores sobre o Jorge Sousa, basta que (re)vejam o seu desempenho no nosso jogo na Calimeroláxia, duas épocas atrás, ou o penálti sobre o Aimar, em Leiria, à três, para se perceber para que lado pende.

 

O primeiro golo dos cinco que o nosso rival obteve, não obstante a exaltação que motivou a algunstão submissos noutras alturas, foi um mero bónus.

 

O facto de o Amoreirinha se querer tornar um lídimo sucessor dos Veríssimos e dos Marcs Zoros, que passaram pelas margens do Sado, também não passará certamente de mera coincidência.

 

Portanto, tenho para mim que, vergonha, vergonha, não é o José Pratas a correr à frente de um pelotão de jogadores do nosso clube.

 

 

Vergonhosa, continuo a dizê-lo, é a predisposição que certos árbitros continuam sistematicamente a revelar para errar a favor de uns e em desfavor de outros, e que continuem a ser apontados para jogos dessas mesmas equipas.

 

Vergonhoso e preocupante é que quem os nomeia, não sendo bruto e sem dúvida, que tendo arte, continue a nomeá-los, muitas vezes, cirurgicamente quando e para onde as conveniências ditam, sem qualquer tipo de pudor.

 

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