Quinta-feira, 20 de Agosto de 2015

Em questões de princípios, os fins justificam os meios?

Apenas três notas sobre acontecimentos recentes:

 

Athletic Bilbao. Na segunda-feira, depois de 31 anos sem conquistar qualquer titulo, empata no Campo Nou, e vence a Supertaça espanhola, com um resultado de 5-1, no conjunto das duas mãos.

 

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Benfica e Jorge Jesus. "(...) quando estamos casados com alguém temos de calar e aceitar os defeitos e as faltas de carácter. Mas esse dever termina quando o casamento chega ao fim".

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Nem vou comentar esta bela noção de harmonia matrimonial. Cada um saberá de si.

 

Portanto, durante seis temporadas calaram e aceitaram os defeitos e as faltas de carácter. Fizeram bem mais do que isso, mesmo sendo conhecedores dessas faltas de carácter, alimentaram-nas, patrocinaram-nas e defenderam-nas.

 

A troco de quê? Três títulos da Liga, cinco Taças da Liga, uma Taça de Portugal e duas finais da Liga Europa. Bom proveito.

 

Onde é que está a maior falta de carácter? Em quem, pura e simplesmente não o tem, ou em quem o tolera e se vende a troco daqueles títulos?

 

E o freguês que se segue, faz pouco do anterior porque levou seis anos para compreender o corolário manuel-machadiano de que um cretino, é apenas um cretino, mas pouco se importa com isso, e prepara-se para lhe seguir os passos.

 

Estão bem uns para os outros.

 

FC Porto, como não poderia deixar de ser.

 

"(...) só com a bendição de Mendes e da sua teia de negócios é que o FC Porto sobrevive."

 

Esta frase foi retirada de um texto escrito recentemente pelo Miguel Lourenço Pereira, no "Reflexão Portista".

 

Ao contrário de outros escritos do mesmo autor, que geraram ondas de indignação, até por parte de co-autores daquele espaço, e por vezes descambaram inclusivamente em insultos, desta vez, nada. Zero.

 

Vários comentários sobre o tema da peça escrita - o negócio da venda do Otamendi, mas sobre este ponto em particular, tudo tranquilo.

 

Como se de nada de novo se tratasse, ou nada de particularmente interessante ou grave. Afinal, fala apenas sobre a sobrevivência do clube, nada de especial, portanto.

 

Ninguém parece ter ficado grandemente preocupado ao ler que dependemos da bendição de Jorge Mendes para sobreviver.

 

O mesmo Jorge Mendes que coloca jogadores e treinador no FC Porto, na expectativa da sua valorização, e serve em simultâneo de intermediario para transferir para o Valência e para o Mónaco, uma série de jogadores de um rival, a valores, nalguns casos, bastante acima do valor de mercado, fazendo entrar nos cofres desse clube mais de 100 milhões de euros.

 

Ou ainda que efectivamente não entrem, sempre dão uma ajuda para mascarar a contabilidade, e contornar o fairplay financeiro.

 

É que, uma coisa é partilhar o risco de investir em jogadores especulativamente, tendo em vista a sua valorização, outra completamente diferente é comprar passes, sem grande regateio, por valores acima dos de mercado. Neste caso, para não lhe chamar branqueamento de capitais, chamar-lhe-ia apenas "investimento institucional".

 

E, olhando para o recente caso Jorge Jesus, dá que pensar a sua resposta de que vive num pais livre, e que pode escolher o clube para onde vai trabalhar. Mas isso alguma vez esteve em causa?

 

Pelos vistos sim, a fazer fé naquela resposta. Mas então, quem é que condicionou a sua liberdade de escolha, e o quis colocar noutro sitio?

 

De acordo com alguns comentários, que aquela resposta vem corroborar, Vieira e, obviamente, o seu empresário, Jorge Mendes, himself.

 

O facto da sobrevivência do FC Porto depender da bendição de Jorge Mendes e da sua teia de negócios, não causa transtorno a ninguém?

 

A mim, causa-me. E ao que parece, em Espanha, os adeptos do Valência e do Atlético de Madrid vão acordando para a realidade de que os seus clubes são concorrentes directos, e Jorge Mendes está em ambos.

 

A ser verdade, a tentativa de afastar um treinador de um clube adversário, não entreabrirá uma porta a outros tipos de manipulação?

 

Aparentemente, no pasa nada. Desde que os resultados desportivos vão aparecendo, e não se zanguem as comadres, os fins justificam os meios, e os princípios são os fins, eles próprios.

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publicado por Alex F às 00:10
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